sábado, 14 de outubro de 2017


Ato em Brasília mostra ‘efeito dominó’ dos cortes de verbas da educação federal.

Ação cenográfica instalou livros gigantes na Esplanada dos Ministérios; ideia é mostrar impacto em saúde, ciência e meio ambiente. No primeiro semestre, corte afetou 70% das instituições federais
Professores e pesquisadores de universidades federais fizeram um “ato cenográfico” nesta segunda-feira (9) em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, para protestar contra os cortes nos orçamentos das instituições, e de outros órgãos ligados a ciência e tecnologia. Na ação, livros gigantes foram derrubados em “efeito dominó” para mostrar o impacto dos cortes em áreas como saúde e meio ambiente.
O protesto faz parte da campanha “Conhecimento sem Cortes”, iniciada em junho em várias capitais do país. Ao longo desses cinco meses, os participantes conseguiram reunir cerca de 82 mil assinaturas contra o contingenciamento das verbas.
http://www.jornaldaciencia.org.br/edicoes/?url=http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/3-ato-em-brasilia-mostra-efeito-domino-dos-cortes-de-verbas-da-educacao-federal/

Inscrições para a 70ª Reunião Anual da SBPC já estão abertas.

No ano em que comemora seus 70 anos, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizará a sua 70ª Reunião Anual, de 22 a 28 de julho de 2018, no campus da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Maceió, AL, com o tema “Ciência, Responsabilidade Social e Soberania”.
A programação científica será composta por conferências, mesas-redondas, encontros, sessões especiais, minicursos e a sessão de pôsteres, que inclui a Jornada Nacional de Iniciaçãao Científica. Também são realizadas outras atividades, como a SBPC Inovaçõ, SBPC Afro e Indígena, SBPC Educação, SBPC Cultural, SBPC Jovem, ExpoT&C e o Dia da Família na Ciência.
Os interessados em submeter resumos terão até 28/02/18 para fazer a inscrição e o pagamento da taxa, mas o evento também contará com um limite de 1200 trabalhos que, se for atingido, poderá antecipar o encerramento do prazo. A inscrição online sem o envio de resumo poderá ser feita até 12/07/18.
A taxa de inscrição tem variações de R$ 80,00 a R$ 400,00, conforme a categoria do participante, sendo opcional o livro impresso da programação e a bolsa do evento (R$ 20,00 adicionais) e a matrícula em um minicurso (R$ 15,00 adicionais).
A participação no evento é livre e gratuita. A inscrição somente é necessária para quem quiser submeter trabalho, frequentar um minicurso ou ainda obter o certificado de participação geral e o material do evento.
link para inscrição:
http://ra.sbpcnet.org.br/maceio/inscricao-e-envio-de-resumo/


Do sonho do ITA ao plano de demissão voluntária: Uma ponte para onde mesmo?

Na coluna Ciência Nordestina, Helinando Oliveira propõe uma reflexão sobre os rumos da ciência e tecnologia que atravessa uma crise no país
Ministério da Educação, 26 de setembro de 1945. Tinha início a palestra “Brasil, futura potência aérea”, proferida pelo prof. Richard Smith do Massachusetts Institute of Technology. Crescia firme o sonho do Marechal Casimiro Montenegro Filho de fazer no Brasil um novo MIT – o ITA, fonte geradora do sucesso nacional que mais tarde seria a Embraer.
Este cearense ousado, que cortou o país pelas asas do Correio Aéreo Nacional, não mediu esforços para transformar seus sonhos em realidade. Sonhos que ultrapassaram gerações e continuaram a alimentar conquistas para a aviação brasileira, que de promessa passou a realidade, conforme profetizara o prof. Smith.
E o Marechal Casimiro escreveu seu nome na história junto a uma equipe que alimentou um país de esperanças e agências de fomento, como Cesar Lattes, José Leite Lopes, Anísio Teixeira, entre tantos outros.
A produção do conhecimento pôde se consolidar sobre os alicerces levantados pelas mãos destes nobres cientistas que sonharam e foram, por essência, visionários.
E a Universidade Brasileira, na incondicional indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão passou a formar cada vez mais doutores, consolidando seus quadros de servidores dedicados a funções que requerem exclusividade. Anos mais tarde, a expansão das Universidades pelo interior do país trouxe novo alento à possibilidade de uma ação massiva de apoio ao acesso ao ensino superior e o fortalecimento da pesquisa em todos os cantos do Brasil. A formação de mestres e doutores provou números nunca antes imaginados. Tudo indicava que a ameaça neoliberal estivesse distante da educação, ciência e tecnologia e que o país da Embraer e que havia lançado seu primeiro astronauta no espaço estivesse de fato, decolando – e entendendo que estas são ferramentas de libertação e empoderamento de um povo.
Ledo engano! Não bastasse a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o Ministério das Comunicações, o contingenciamento de recursos da ordem de 44% e a PEC do teto surge uma medida provisória de plano de demissão voluntária, que tem por objetivo enxugar e esmiuçar indistintamente todo o esforço de uma geração em formar doutores, consolidar grupos de pesquisa, promover interações e parcerias internacionais.
A sensação exata é de que nada disso é relevante frente à necessidade do país em se desfazer de todas as suas conquistas, sob o argumento de uma crise que estereotipa e põe para debaixo do tapete todas as boas estatais, realçando ao público aquilo que seja suficiente para barateá-las ao capital externo.
E neste clima de liquidação de 26 de dezembro, o que se percebe são professores seniores antecipando suas aposentadorias, jovens doutores saindo do país e laboratórios paralisando suas atividades por falta de consumíveis e manutenção em equipamentos.
E a resposta a todo este clima de caos e desalento é um convite à demissão! Recado claro de que o salário dos professores e pesquisadores onera excessivamente uma nação que desperdiça milhões de reais para aprovação de reformas trabalhistas e da previdência.
Fico a imaginar o quanto custou para os cofres públicos o salário dos professores trazidos pelo Montenegro para implementação do ITA. E penso logo em seguida o quanto de lucro este investimento rendeu, com a criação da Embraer. É uma conta simples, que mostra que ciência dá muito lucro, gera divisas e riquezas para quem investe. Mas pelo jeito não é isto que o país deseja neste momento. Todos parecem querer menos ciência, menos direitos, menos Brasil.
A coluna Ciência Nordestina é atualizada às terças-feiras. Leia, opine, compartilhe e curta. Estamos no Facebook (nossaciencia), Twitter (nossaciencia), Instagram (nossaciencia) e temos email (redacao@nossaciencia.com.br). Use a hashtag CiênciaNordestina.
Por Aloizio Mercadante – O amadurecimento da nossa democracia exige que os filhos e as famílias dos homens públicos sejam preservados dessa disputa política radicalizada e dessa crescente intolerância que estamos vivendo nos dias de hoje. Deixem em paz os filhos de Lula. 
Eu conheço a família Lula desde a década de 70. Acompanhei de perto, ao longo desses mais de 40 anos, toda a discriminação, a intolerância e a perseguição que os filhos de Lula sofreram ao longo da história.
Na greve prolongada de 80, em um cenário de forte crise econômica, os filhos de Lula foram agredidos na escola, como se ele fosse responsável pela crise. No mesmo ano, presenciei todo o sofrimento da família, quando Lula foi preso. Era o tempo da luta e da resistência contra a ditatura militar.
Na campanha presidencial de 89, lembro o que fizeram com a Lurian, inclusive a forma irresponsável e desrespeitosa com que parte da grande imprensa tratou o episódio. Uma maneira diferente de casos semelhantes de outros homens públicos, que foram preservados na sua intimidade e na sua família.
A perseguição a família é cotidiana e implacável. Qualquer melhoria profissional de filhos de homens públicos é colocada em suspeição e cercada de discriminação e de hostilidades. A competência profissional é, quase sempre, apequenada.
Os filhos precisam ser respeitados, independente da condição política de seus pais. O presidente Lula já teve sua vida pública devassada e o que fizeram com seu filho Marcos, uma pessoa de bem, pai de família, tranquila e serena, é inaceitável.
Autoridades polícias não tem o direito de invadir a casa de um cidadão, qualquer que seja, em razão de uma denúncia anônima e sem qualquer fundamento. O mínimo que se espera, em um estado democrático e de direito, é uma apuração prévia ou, ao menos, uma investigação dos antecedentes e da conduta da pessoa denunciada.
O respeito ao devido processo legal, à presunção de inocência e ao contraditório são valores fundamentais que devem ser integralmente preservados. Esse novo atentado aos valores democráticos, agora contra o filho do presidente Lula, é mais uma prova de que caminhamos a passos largos para um estado de exceção, que se instalou no país após o afastamento da presidenta Dilma sem ter cometido crime de responsabilidade.
O amadurecimento da nossa democracia exige que os filhos e as famílias dos homens públicos sejam preservados dessa disputa política radicalizada e dessa crescente intolerância que estamos vivendo nos dias de hoje.
Ainda tenho frescos na memória toda a discriminação e de todo o sofrimento, sobretudo da Marisa, em razão da exposição e da perseguição que seus filhos sofreram. Deixem os filhos do Lula em paz. E, pelo bem da democracia, vamos elevar o patamar da disputa política no Brasil.
Aloizio Mercadante
FONTE:
https://www.xapuri.info/lula/mercadante-paz-filhos-de-lula/

Novos fármacos para o tratamento da tuberculose.

Pesquisa da Unesp utiliza as ferramentas da Química Medicinal
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada por micobactérias do complexo Mycobacterium, no entanto, a espécie responsável pelo maior número de casos de morbidade e mortalidade em humanos é o Mycobacterium tuberculosis (MTB).
Ocupando o ranking mundial como a doença infecciosa responsável pelo maior número de mortes, nos últimos anos a tuberculose ultrapassou em número de casos e mortes a infecção causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). O último levantamento realizado em 2015 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou 9.6 milhões de novos casos no mundo e 2 milhões de mortes causadas pela doença. Ainda de acordo com a OMS, estimativas apontam que um terço da população mundial esteja infectada com a forma latente/dormente da doença, na qual o tratamento é frequentemente ineficaz devido à falta de fármacos com capacidade para atuar no estado adormecido das bactérias.
Além disso, o aumento da disseminação de cepas com multirresistência aos fármacos (MDR), extensiva resistência (XDR) e totalmente resistentes (TDR), representa um grande desafio a ser superado em todo o mundo na luta contra a tuberculose.
Motivados pelos dados alarmantes relacionados à doença e o aumento do número de casos de cepas resistentes, foi instituída uma linha de pesquisa chefiada pelo Professor Dr. Jean Leandro dos Santos no Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP Araraquara com o objetivo de desenvolver novos fármacos para o tratamento da tuberculose utilizando das ferramentas da Química Medicinal.
Atuando em colaboração intima com o Laboratório de Micobactérias da mesma faculdade chefiado pelo Professor Dr. Fernando Rogerio Pavan, o qual desenvolve pesquisas relacionadas a busca de novos fármacos para o tratamento da doença com foco em estudos microbiológicos, acaba de gerar uma publicação de alto impacto em uma das revistas de maior prestígio na área de Química Medicinal: ‘The Journal of Medicinal Chemistry’, que faz parte do rol das revistas da American Chemical Society com fator de impacto de 6,259.
O trabalho, financiado com recursos da FAPESP (2013/14957-5; 2014/02240-1; 2014/24811-0; 2014/11586-9; 2014/03920-6; 2015/19531-1; 2016/09502-7; 2016/02860-5), foi desenvolvido principalmente por dois alunos de pós-graduação - Dra. Paula Carolina de Souza (doutorado) e Ms. Guilherme Felipe Fernandes (então no mestrado, agora no doutorado), alunos orientados pelos professores Fernando e Jean, respectivamente. Além disso, a pesquisa contou com o importante apoio financeiro de um projeto Jovem Pesquisador também financiado pelo FAPESP de responsabilidade do professor Fernando Pavan. O estudo que se iniciou em 2013, contou com a colaboração de diversos pesquisadores do Brasil e de diversas universidades e institutos de pesquisa do exterior, como Estados Unidos (University of Illinois at Chicago), Inglaterra (The Francis Crick Institute), Espanha (Universidad de Navarra) e Itália (Università degli Studi di Torino).

A Pesquisa e o Desenvolvimento de novos fármacos é um processo altamente complexo e que demanda muito tempo para obter resultados promissores. As etapas iniciais envolvem o planejamento das novas moléculas e em seguida a síntese desses novos compostos. As etapas seguintes constituem a caracterização da atividade biológica da biblioteca de compostos. Estudos in vitro utilizando à micobacteria são realizados a fim de verificar se algum dos compostos apresenta potencial atividade. Após essa triagem inicial, as melhores moléculas são avaliadas quanto a sua toxicidade em diferentes linhagens celulares. Nesta etapa, poucos compostos são selecionados para os estudos posteriores para caracterizar outros paramentos importantes que um novos fármaco deve apresentar. Por fim, a última etapa envolve o estudo dos compostos mais promissores em modelos animais.   

O trabalho objetivou um novo candidato a fármaco para o tratamento da doença. Dentre os mais de 70 compostos sintetizados e avaliados, um composto se apresentou incrivelmente promissor nas etapas iniciais. Estudos in vitro demonstraram o potencial que esse novo composto apresentava contra às bactérias sensíveis, monorresistentes e em estado de latência (estado este que dificulta o tratamento), além do perfil bactericida (não somente inviabiliza a proliferação bacteriana como elimina as bactérias). Posteriormente, foram realizados estudos in vivo para verificar a eficácia e segurança dessa nova molécula em modelos animais. Surpreendentemente, o composto exterminou a micobactéria no pulmão dos camundongos infectados, confirmando o efeito bactericida. Vale ressaltar que nenhum fármaco utilizado na terapia atual contra a tuberculose apresenta um efeito esterilizante como esse, reforçando assim o potencial que o novo composto apresenta.

Um dos pilares da universidade pública é o retorno do conhecimento à sociedade, não só pelo pilar do ensino como também pelo pilar da pesquisa. Neste sentido, os envolvidos acreditam estar diante de um composto extremamente promissor para terapia da doença. Essas moléculas já foram patenteadas pela instituição de pesquisa; e agora publicadas.

 Os autores enfatizam que este excelente resultado só foi possível pela intensa dedicação de todos os envolvidos. E este resultado enaltece o quanto o nosso país tem de potencial quando respaldado pelo apoio financeiro à pesquisa; comprovando a importância da política de financiamento; visto que é o nome do Brasil tendo visibilidade no mundo inteiro.

Contatos dos pesquisadores:

Jean Santos
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Unesp - Araraquara
santosjl.fcf@gmail.com

Fernando Rogério Pavan
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Email: fernandopavan@fcfar.unesp.br

Paula Carolina de Souza e Guilherme Felipe Fernandes são alunos de doutorado da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp de Araraquara.

FONTE:
http://www.unesp.br/portal#!/noticia/29804/novos-farmacos-para-o-tratamento-da-tuberculose/



Nova terapia provoca ‘suicídio’ das células do câncer.

Composto já foi testado para leucemia mieloide aguda, com bons resultados
Cientistas da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York, desenvolveram um novo composto que, em testes de laboratório, se mostrou capaz de induzir o “suicídio” de células cancerosas sem, no entanto, matar as saudáveis. A nova substância pode ser encarada como um passo promissor para a utilização desta estratégia em alguns casos de câncer, como a leucemia mieloide aguda, resistentes a tratamentos semelhantes atuais.
Segundo os pesquisadores, embora os experimentos com o composto, designado BTSA1, ainda estejam em fase muito preliminar, ele demonstrou tamanhas potência e seletividade no ataque a células deste tipo de leucemia nos testes pré-clínicos que deve ser alvo de mais estudos para ver se também funciona contra outros cânceres, inclusive tumores sólidos. Com isso, o composto pode levar ao desenvolvimento de fármacos e resultar em tratamentos mais rápidos e com menos reações adversas do que as quimioterapias tradicionais.
O novo composto tira proveito de uma capacidade natural de nossas células. Unidades básicas da vida, elas também podem ser o caminho da morte quando defeitos fazem com que não funcionem corretamente, como em diversos distúrbios genéticos, ou se multipliquem descontroladamente, característica marcante do câncer. Diante disso, as células também são equipadas com mecanismos de “autodestruição”, chamada apoptose, que são ativados em muitos destes casos.
O problema é que em vários cânceres as células doentes também passam a fabricar grandes quantidades de substâncias que “desligam” este sistema, chamadas antiapoptóticas, numa espécie de “cabo de guerra” molecular que permite que continuem a se reproduzir e se espalhar pelo organismo. O BTSA1 age estimulando a ativação de uma proteína, conhecida como BAX, que provoca o surgimento de buracos na membrana das mitocôndrias, as “usinas de energia” de nossas células, levando-as à morte. Assim, o novo composto basicamente faz a briga pender para o lado do “suicídio” nas células cancerosas, ao sobrepujar a capacidade delas de desativar esta proteína.
— Estamos esperançosos de que os compostos direcionados que estamos desenvolvendo se provem mais eficazes que as atuais terapias anticâncer ao levar as células cancerosas diretamente para a autodestruição — destaca Evripidis Gavathiotis, professor de bioquímica e medicina da faculdade americana e autor sênior de artigo sobre a pesquisa, publicado nesta segunda-feira no periódico científico “Cancer Cell”. — Idealmente, nossos compostos serão combinados com outros tratamentos para matar as células cancerosas mais rápido e mais eficientemente, com menos efeitos adversos.

Gavathiotis liderou um grupo de cientistas que, em 2008, descreveu a estrutura e formato da região que ativa a BAX. Desde então, ele e equipe lançaram mão de recursos da bioinformática para desenhar centenas de moléculas que se liguem a esta região, estimulando a ativação da proteína, na busca de uma estratégia para enfrentar o câncer. E, destas, a BTSA1 é a que se mostrou a mais poderosa até agora, com a vantagem adicional de se ligar preferencialmente a esta região da proteína nas células doentes, onde existe de forma isolada, do que nas saudáveis, onde ela se agrupa em pares, “escondendo” sua região de ativação.
— Nosso novo composto revigora as BAX suprimidas pelas células cancerosas ao se ligar com grande afinidade à região de ativação da proteína — resume o pesquisador. — Assim, a BAX entra em ação, matando as células cancerosas, enquanto deixa intactas as células saudáveis.



economia-mundial

China e Rússia abolem o dólar em seu comércio. É fim de Breton Woods?


Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos transformaram sua supremacia militar em supremacia econômica na Conferência de Breton Woods, que criou – além do FMI – o dólar como padrão universal de trocas, abolindo o velho “padrão ouro”.
Mesmo em transações diretas com outras moedas, como a referência de cada uma delas é a moeda norte americana, o comércio mundial é em dólar, que é de circulação universal e, portanto, ainda tem a vantagem de poder ser emitido sem consequências inflacionárias internas.
Hoje, o site oficioso russo Sputnik publica que o Banco Popular da China anunciou ter criado um sistema de pagamento que permite realizar transações tanto em yuan como em rublo, no comércio com a vizinha Rússia, dispensando as conversões e referências em dólar.
Esta plataforma permitirá aos dois países evitar pagamentos recíprocos em dólar. Segundo o comunicado do CFETS (Sistema de Comércio Cambial da China) , o novo sistema reduzirá os riscos relacionados ao câmbio de moeda e melhorará a eficiência do mercado de divisas.
Ao mesmo tempo, anunciou que está disposto a criar mecanismos semelhantes com os países a leste da Rússia, na linha da famosa “rota da seda” precursora do comércio China-Europa desde a idade média.
Ou seja: quer caminhar para um comércio Euro-Yuan, sem intermediação do dólar.
Não parece ter sido coincidência que seja anunciado no dia seguinte ao anúncio dos EUA de que vai deixar a Unesco, partindo para uma politica externa isolacionista que, claro, tem suas raízes nas trocas monetárias e econômicas.
Como definiu ontem, numa ótima frase, o comentarista Guga Chacra, da Globonews, em lugar do G-7, do G-20 e de outros organismos multilaterais, o Governo Trump parece estar querendo criar o G-Zero, o bloco do “eu sozinho” mando em tudo.
Os chineses amam ver os EUA assumindo, sozinhos e sem ninguém os provocar, o papel de vilão.

FONTE:
http://rumasemnoticias.blogspot.com.br/2017/10/china-e-russia-abolem-o-dolar-em-seu.html?m=1

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Mulher tocando harpa Despacito

MERECE, MERECE SER VISO E OUVIDO!!!! MUITO BONITO, MUITO LINDO MESMO.

O que é belo deve ser mostrado e compartilhado!!!!!






segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Nos EUA, Bolsonaro posta vídeos atirando com pistola .50, uma semana apó...

CHEGA AO BRASIL O PRIMEIRO VÍDEO DO DEPUTADO FEDERAL JAIR MESSIAS BOLSONARO, NOS ESTADOS UNIDOS - EUA.

O Deputado Federal Jair Bolsonaro encontra-se nos Estados Unidos e já fez um vídeo sobre sua atividade nos EUA. 

Sua mensagem é clara:

Ele não quer um saco de cimento na construção ou reforma de uma escola;

ele não quer um sacode cimento na construção ou reforma de um hospital;

ele não quer um sacode cimento na construção ou reforma de uma creche;

ele não quer um sacode cimento na construção ou reforma de um posto de saúde;

ele não quer um sacode cimento na construção ou reforma de um presídio;

ele não quer um sacode cimento na construção ou reforma de uma rodovia;

ele não quer um sacode cimento na construção ou reforma de uma indústria.

ELE QUER UM SACO DE CIMENTO NO "PEITO" DO BANDIDO!

Isso é que teremos!! Pois, segundo palavras dele: "isso eu quero para o meu Brasil".

A violência não será combatida com educação e políticas públicas, será combatida na base da bala, segundo ele uma PONTO 50 AE.

Vivemos uma crise econômica violenta. O desemprego assustando cada lar brasileiro. Os investimentos públicos caindo. Os serviços públicos com gastos congelados por 20 anos. E o que teremos como primeira proposta do pré candidato Jair Bolsonaro, BALA! "Um saco de cimento no peito do bandido".

Ele se encontra na maior economia do planeta, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, onde temos vários interesses para dialogar e o que ele divulga primeiro é um vídeo dele testando uma arma. Prometendo tê-la aqui como provável solução para TODOS OS NOSSOS PROBLEMAS.

O Deputado Federal que NUNCA DEU PRIORIDADE A EDUCAÇÃO OU SAÚDE DO BRASIL, quer resolver nossos problemas na BALA!



Esse é Jair Messias Bolsonaro!!!




domingo, 8 de outubro de 2017

Rubem Alves - O papel do professor



Tenho lutado para sair da condição a qual fui formado(informado), passador de informações. Hoje, o mundo já sistematizou as informações. O conhecimento já está disponível e de acesso relativamente fácil, falta o estímulo e a técnica para saber procurá-lo e depois saber o que fazer com ele. Vejo essa como a nova missão do professor de jovens da Geração Z.



terça-feira, 3 de outubro de 2017

Após a exoneração, nesta segunda-feira, a vice-reitora Joana Angélica Guimarães da Luz divulgou nota em que afirma que a decisão não afeta as atividades da instituição.

Confira abaixo a nota na íntegra:

Na última reunião extraordinária do Conselho Universitário – CONSUNI, ocorrida em 29 de setembro de 2017, fomos informados sobre o pedido de exoneração do Reitor da nossa universidade. Diante desse fato, na condição de vice-reitora no exercício do cargo de reitora, comunico a todos e todas que as atividades permanecem normalmente na instituição. Todas as decisões tomadas pelo Conselho Universitário serão devidamente encaminhadas e aquelas que ainda não foram deliberadas serão objeto de discussão nas próximas reuniões. Entre as ações urgentes destacam-se;

1) Encaminhamento do processo de colação de grau dos formandos 2017.2

2) Encaminhamento do processo de migração para o segundo ciclo

3) Encaminhamento do cronograma de escolha de dirigentes cuja resolução foi aprovada no último dia 18 de setembro, processo esse iniciado em 2016.

É importante salientar que todos os esses encaminhamentos tem como base o princípio da legalidade e legitimidade, o primeiro seguindo o que tem sido feito até aqui, onde o CONSUNI, como instância deliberativa máxima da instituição, tem legislado sobre todas as questões acadêmicas e administrativas, através de resoluções que tem regulado uma série de ações da instituição a exemplo da criação de cursos de primeiro, segundo e terceiro ciclo, estabelecimento de Políticas de Ações Afirmativas, Políticas de Sustentabilidade, só para citar algumas. O segundo a partir da constituição de um Conselho onde a ampla maioria dos seus membros foram eleitos por seus pares, seguindo a legislação vigente, passando pelo crivo da comunidade. Continuaremos a trabalhar com a inclusão através da ampliação e aprimoramento dos Colégios Universitários, da política de cotas, que deve ser ampliada e aprimorada. Por fim continuamos a seguir o caminho da universidade inclusiva e inovadora sem mudanças significativas que não passem por uma ampla discussão com a comunidade.

Itabuna, 02 de Outubro de 2017

Joana Angélica Guimarães da Luz


Vice-Reitora no exercício do cargo de Reitora

FONTE:

https://g1.globo.com/bahia/noticia/a-cinco-semanas-de-eleicao-reitor-da-ufsb-pede-exoneracao-de-cargo.ghtml

Foto: Reprodução UFSB.

O reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia, Naomar Monteiro de Almeida Filho, pediu exoneração do cargo em carta publicada nesta segunda-feira 2; ele explica os motivos do afastamento: o desmonte da universidade pública e os cortes orçamentários promovidos pelo governo Temer.

Carta explicativa do Reitor:

Dirijo-me não apenas a estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes, mas incluo na comunidade da UFSB membros da sociedade, representantes de movimentos sociais, familiares de alunos/as, lideranças políticas, apoiadores e parceiros de nossa instituição. Hoje comuniquei ao Consuni minha exoneração do cargo de Reitor pro-tempore desta Universidade. Escrevo esta carta aberta com o objetivo de explicar as circunstâncias deste ato. Antes farei breve súmula dos antecedentes. Assumi a Reitoria da UFSB em 2013. Convidei colaboradores do tempo em que fui Reitor da UFBA para compor a primeira equipe de gestão. Em conjunto, concebemos seu projeto político-institucional, elaboramos a Carta de Fundação e o Plano Orientador, realizamos prospecção do território, discutimos o modelo proposto com a comunidade regional, recrutamos os primeiros grupos de docentes redistribuídos e conduzimos os primeiros concursos de servidores docentes e técnico-administrativos. 
Reiterando o estilo de gestão com que conduzi o reitorado na UFBA, concentrei-me em aspectos conceituais, políticos e pedagógicos, delegando a outros dirigentes a dimensão administrativa, particularmente o gerenciamento do cotidiano e a gestão de pessoas. Em quatro anos, apesar do contexto adverso, implantamos um modelo de universidade inovador em muitos aspectos: ampla cobertura territorial mediante a criação de uma rede de colégios universitários, regime letivo quadrimestral multiturno, modelo curricular flexível, em ciclos de formação, fortemente integrado à educação básica, com base em pedagogias ativas mediadas por tecnologias digitais. Além disso, o modelo de integração social que praticamos buscou promover ampla inclusão étnico-social, respeito à diversidade de saberes e engajamento da sociedade na governança institucional, com representação política efetiva nos órgãos consultivos e deliberativos da Universidade.  
A partir de 2015, frente ao agravamento da crise política e subsequente redução do financiamento da universidade pública brasileira, sofremos profundo desgaste interno, intensificado pela suspensão de novos concursos federais, fomentando incerteza e angústia na comunidade universitária. Não obstante, honramos nosso compromisso com a população sul-baiana ao acolher anualmente o mesmo número de estudantes desde o início de nossas atividades. Ainda naquele ano, mobilizando mais de três mil participantes de todos os segmentos sociais, conseguimos realizar o evento mais marcante de nossa curta história, o I Fórum Social do Sul da Bahia, que elegeu o Conselho Estratégico Social da UFSB. 
No ano seguinte, iniciamos cursos de pós-graduação e mantivemos a oferta de vagas de graduação, dando prioridade aos Colégios Universitários. Assim, consolidamos as licenciaturas interdisciplinares e implantamos os primeiros Complexos Integrados de Educação, principal ajuste ao nosso projeto original. 2 Ao priorizar a missão social da Universidade, promovendo o protagonismo dos conselhos sociais em todos os planos e mantendo abertura de vagas de graduação – possibilitada pela grande dedicação de uma parcela de docentes, gestores e servidores –, definimos com clareza os rumos da UFSB como uma universidade socialmente referenciada. Atos de hostilidade e agressão, inicialmente concentrados num pequeno grupo, começaram a aparecer em nosso cotidiano, replicando a deterioração do ambiente político nacional. 
Ações de evidente sabotagem, inclusive de dentro da equipe de gestão, criaram obstáculos à nossa agenda de integração social. Esse movimento conseguiu, por exemplo, cancelar o Congresso Geral da UFSB previsto para o ano passado (inviabilizando o II Fórum Social neste ano), além de boicotar tanto inovações curriculares de maior potencial inclusivo e quanto a articulação com a educação básica. Concluída a eleição dos decanos das unidades universitárias, tomei a iniciativa de recuperar a pauta deliberativa que estava bloqueada, solucionando mais de dois terços das pendências identificadas. Nesse momento, membros da equipe gestora revelaram seu distanciamento da orientação político-institucional do projeto. Alguns desses movimentos revelaram oportunismo, ameaçando desestabilizar a gestão da universidade, comprometendo a própria viabilidade institucional do projeto da UFSB. No contexto de definição das regras de seleção para o segundo ciclo, um membro da administração central, sem prévio conhecimento e avaliação da equipe gestora, propôs conceder a todos os estudantes atualmente matriculados no BI-Saúde acesso ao curso de Medicina, de modo escalonado.
O suposto básico dessa proposta é o cancelamento de entradas no BI-Saúde, por seis anos seguidos, já no próximo processo seletivo. De fato, a proposta atrasa e reduz a oferta de vagas no segundo ciclo para as turmas seguintes à de 2014, prejudicando particularmente as coortes de estudantes que entraram no BI-Saúde entre 2015 e 2017. Em 2018, após a entrada dos 57 estudantes não classificados do ano anterior, restarão apenas 23 vagas para a turma concluinte de 2016. Mantendo-se o patamar de oferta de 80 vagas, observes-e, em vermelho, o déficit anual provocado pelo escalonamento da entrada nos anos seguintes daqueles que não se classificaram no processo seletivo do respectivo ano de conclusão do primeiro ciclo. O déficit cresce proporcionalmente, favorecendo os poucos que entraram primeiro e prejudicando aqueles que se agregariam posteriormente. No caso em pauta, com o aumento da turma de entrada no BI, já em 2019 anular-se-ia a entrada para a turma de 2015.2, com um déficit de quase 100 vagas.
Nessa proposta, os últimos estudantes da turma de 2017.2 somente entrariam no curso de Medicina em 2026, nove anos depois. 3 Pelo exposto, tal proposta infligirá danos severos ao projeto da UFSB e ao modelo pedagógico da universidade e, por extensão, ao movimento pela promoção da saúde, ao SUS, ao projeto político de uma universidade socialmente inclusiva, e à educação superior pública. Além disso, confronta pontos centrais do modelo de ensino-aprendizagem da UFSB. Nesse aspecto, destacam-se valores cruciais capazes de gerar efeitos formativos da maior importância para o campo da Saúde: responsabilidade política, compromisso social, autonomia, honestidade e sobretudo ética. Enfim, a proposta em questão é um flagrante desrespeito à lógica do planejamento anteriormente pactuado na universidade, podendo resultar num grande engodo, criando problemas de difícil solução. Ainda acreditando na natureza humana, espero que tenha sido apenas um ato impensado, com a boa intenção de efetivamente resolver dilemas e atender demandas de nosso bravo e engajado corpo discente. 
Porém o lançamento dessa proposta num lance de oportunidade revela uma séria questão de responsabilidade, talvez explicável pelo contexto atual da nossa universidade, debatendo-se numa crise interna, alimentada por intrigas e manobras. Mobilizam-se insatisfações, ansiedades, ressentimentos, infelicidades, deslocamentos, projeções, fomentando um ambiente de ódio, hostilidade, incompreensão e rancor. Além disso, a sequência de movimentos que geraram este fato precisa ser entendida no plano micro-político. Na semana passada, abriu-se um processo eleitoral para o primeiro Reitorado. Esse processo tem mera aparência de legalidade, mas é claramente ilegítimo. Restrito aos segmentos que convencionalmente compõem a comunidade universitária, docentes, servidores e estudantes, ao excluir a sociedade do território como quarto ator nos processos de escolha de dirigentes, o processo confronta princípios e valores da Carta de Fundação da UFSB. 
E de legalidade tem somente uma casca, talvez uma camuflagem, porque não segue regras e normas da democracia de alta intensidade que a duras penas temos tentado consolidar na instituição; não segue o Estatuto da Universidade nem as normas do Conselho Estratégico Social aprovadas pelo Conselho Universitário. Que tipo de política estariam praticando os que promovem esse golpe? Certamente a de mais baixo nível, incompatível com a dignidade da instituição milenar da Universidade. Qual a diferença disso para a trágica, lamentável e vergonhosa crise política do país, depois do triste espetáculo de um impedimento presidencial injusto, embora protegido pelo manto da legalidade? Processo dito democrático, porque seus atores foram eleitos por voto popular? Desde quando a democracia prescinde da ética? Fins escusos justificam os métodos da traição? Meios podres para finalidades ainda piores? Me entristece demais constatar o grave impacto negativo da cultura política instalada no país: negociação de cargos, compra de votos, tráfico de influência, corrupção que não se faz somente com malas de dinheiro; cargos, favores e privilégios também servem como eficiente moeda de troca. Será que nossa instituição educadora se encontra distante dessa realidade? Será que atos dessa natureza, favorecimentos e acordos escusos, não ocorrem nos campi universitários?
Que efeitos pedagógicos lances de oportunismo, ambição e desonestidade terão sobre nosso alunado e sobre a sociedade, nesta instituição? Desmontar um projeto contra-hegemônico de universidade crítica, popular, transformadora? Desconstruir uma proposta porque incomoda profundamente os que querem o mínimo legal, aqueles que pretendem ficar na zona de conforto para fazer um pouco mais do mesmo? 4 Ao apresentar o projeto da UFSB, nos mais diversos foros e audiências nacionais e internacionais, com frequência me perguntavam sobre a viabilidade política de um projeto como o nosso, já que propostas semelhantes foram duramente reprimidas em duas oportunidades na história brasileira. Também me questionavam como seria possível construir o novo com pessoas formadas nas velhas práticas, com matrizes mentais antigas. Creio que as respostas que dei foram equivocadas. Frente à primeira questão, dizia: não é mais o mesmo momento, os projetos anisianos enfrentaram ditaduras; hoje o Brasil é diferente, somos uma democracia que se consolida a cada dia.
Com relação à segunda, disse e repeti: felizmente em nossa equipe temos pessoas honestas e leais ao projeto. Contamos com um grupo de gestão coeso e fiel, não temos o que temer. Em apenas três anos, o cenário mudou totalmente, pois no contexto nacional vivemos um claro retrocesso político, à beira do fascismo social, e no contexto local sofremos um duro golpe, disfarçado de legalismo. A dirigentes que buscam um projeto individual, articulado a uma oposição raivosa, pessoas que manifestam ódio e fazem assédio moral enchendo minha caixa de mensagens, sigam em frente. Façam seus movimentos sinuosos, sub-reptícios e escusos, movimentos políticos de cartas marcadas e acordos já feitos, com sinais de conspiração traiçoeira tão evidentes que nem é preciso muita experiência de vida para detectá-los, mesmo nesta cena. Já que está assim, vão em frente e vejam até onde conseguem chegar, o que pretendem destruir e a quem podem enganar. Se é para remover do cargo este servidor público que se incumbe de uma função temporária de gestão, não precisam gastar tanta energia, realizar tanta conspiração, tantos jogos de sombras. 
É simples: a exoneração do Reitor resolve… Gostaria de fazer uma citação ao Sr. Joelson Ferreira, agricultor, liderança dos assentados rurais, representante do Conselho Estratégico Social no Consuni da UFSB. Pena que ausente neste momento, neste Conselho. Joelson tem dito que falta grandeza nessa luta intestina, nessa luta contra a instituição, para lamentar que a baixa política se mostra na pequenez de conflitos que enfraquecem e dividem aquelas e aqueles que deveriam se engajar nas lutas sociais maiores. E novamente Joelson nos adverte que esta universidade não nos pertence, não é propriedade de docentes, servidores e mesmo de estudantes. É um patrimônio do sofrido povo do território que nos abriga e inspira, principalmente dos que nela não se encontram. Por esse motivo e por tantas outras razões históricas e políticas, postulo e defendo a intensa participação social na governança institucional das instituições públicas, sobretudo em universidades que, como a nossa, se definem pela democratização ampla de seus processos e pela grandeza de sua missão. Estou concluindo esta comunicação.
Vejam que é uma fala ponderada, refletida, pensada, mas com emoção. Pretendi mostrar que muitos se dedicam a diminuir o que fizemos, sem consciência da grandeza deste projeto, do que nossa Universidade pode representar para a população desfavorecida que precisa de educação para sua libertação política. Somos todos responsáveis por nossas ações, porque a história está aí para nos julgar; às vezes demora, mas não costuma falhar. Dois companheiros que prezo muito, Álamo Pimentel e Fabiana Lima, costumam se emocionar ao falar da UFSB, já os ouvi várias vezes dizer que estamos fazendo história. Gostaria de refletir que, além de fazer história, nossa prática política nos obriga a também escrever a história, com atos e fatos e não como ficção. A sociedade sabe bem quem são seus interlocutores, a quem perguntar sobre o que está acontecendo na UFSB. Alguns de nós são interlocutores de maior credibilidade e 5 por isso são mais solicitados a produzir narrativas que vão ressoar, se tornarão memória e serão registradas devidamente. 
Estou pronto para contar e registrar essa história. Nessa carreira de professor, tão recompensadora e apaixonante, que se constrói na permanente recriação dessa instituição que se chama universidade, narrar é uma tarefa para os retirados, os jubilados, aqueles que no Brasil se chama de aposentados, que são incumbidos de registrar as memórias que ressoam e se tornam história. Nesta reunião do Consuni, prestei contas das articulações institucionais que, nos últimos dias, redundaram na garantia de liberação de todo o orçamento de 2017 e em novas vagas para concursos de servidores e docentes. Apresentei também um relatório do processo de recuperação de pautas, acima mencionado. O relatório se completa com minha carta de exoneração, já encaminhada ao MEC. Nessa carta, indico o fechamento de um ciclo de quatro anos de contribuição e expresso meu sentimento de missão cumprida.
Não explicito os problemas internos da instituição, mas deixo claro o caráter unilateral dessa decisão, pois não se trata de cargo colocado à disposição da autoridade que me nomeou. Essa carta foi objeto de discussão com a equipe de gestão mais próxima, quando firmamos um pacto pela governabilidade a fim de que essa exoneração não traga prejuízos à instituição. Gostaria de finalizar declarando que tomo essa decisão sem ressentimentos, sem rancor, com o desejo firme de que nossa jovem instituição cresça e consiga ser tudo o que para ela sonhamos. Continuo UFSB, nesse tempo de carreira que tenho, para consolidar alguns projetos em andamento, colaborando com o que puder para engrandecer nossa instituição. Agradeço a todas e todos os que têm ajudado a construir o que fizemos de melhor. Despeço-me com saudações universitárias anisianas, esperançosas.
FONTE:https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/320413/Reitor-da-UFSB-renuncia-e-reclama-de-desmonte-da-universidade.htm

https://g1.globo.com/bahia/noticia/a-cinco-semanas-de-eleicao-reitor-da-ufsb-pede-exoneracao-de-cargo.ghtml