domingo, 31 de outubro de 2021

O POVO SOFRE MAS OS ACIONISTAS DA PETROBRAS LUCRAM R$ 63,4 BILHÕES!


Você deve estar se perguntando: "mas Josias a Petrobrás não acabou de aprovar o pagamento de R$ 31,6 bilhões anunciados em 4 de agosto?"

Isso mesmo, mas o conselho - bolsonarista - da Petrobras aprovou nesta quinta-feira o pagamento de nova antecipação da remuneração aos acionistas relativos ao exercício de 2021 de R$ 31,8 bilhões, somando essas duas remunerações multibilionárias, chegamos a um valor de R$ 63,4 bilhões. Um verdadeiro escárnio com o povo.

É preciso deixar claro que a culpa não é da estatal em si, que é patrimônio do povo brasileiro, mas de quem a governa. Bolsonaro e seus comparsas que sequestram a maior empresa do Brasil para beneficiar um punhado de acionistas, enquanto o povo paga os olhos da cara no litro de combustível. Aos que defendem a privatização da Petrobras vejam o que o “mercado” agindo sozinho a bel prazer faz quando regula os preços dos combustíveis. O foco é exclusivamente o lucro extorsivo e quem paga a conta é o cidadão.

Imaginem quantos hospitais, escolas, casas e demais políticas públicas poderiam ser construídas com R$ 63,4 bilhões a cada semestre. Mas o povo brasileiro, verdadeiro dono da Petrobras, não verá R$ 1 mísero real desta fortuna. Foi para isto que deram o golpe em Dilma. O objetivo é retirar as riquezas nacionais e entregar nas mãos de parasitas que lucram com a miséria do país inteiro.

#ForaBolsonaro e toda sua quadrilha que assaltam o povo trabalhador.

Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

Fonte:

Texto recebido pelo WhatsApp



sábado, 30 de outubro de 2021

BRASIL CONSCIENTE E GRITA DUAS CONTAS EM REDES SOCIAIS CRIADAS PARA ALAVANCAR A CANDIDATURA DE SERGIO MORO. ABRE O OLHO BRASIL!



Conheça a turma que começou a turbinar a candidatura de Moro.

A CANDIDATURA de Sérgio Moro é o novo balão de ensaio da terceira via para as próximas eleições presidenciais. A turma do “nem Lula, nem Bolsonaro” agora tenta emplacar um candidato que perseguiu Lula enquanto juiz para tirá-lo da disputa presidencial, ostentou o status de super ministro do governo de extrema direita e depois foi trabalhar em uma consultoria que atua para ajudar a recuperar financeiramente a Odebrecht, a construtora que ele ajudou a falir quando usava toga. Essas são as credenciais éticas e morais daquele que é incensado como um herói moderado e anticorrupção.

Nesta semana, o movimento pela candidatura do ex-juiz tomou corpo. Entre as iniciativas para bombar a candidatura está o lançamento de um livro escrito por Moro chamado “Contra o sistema de corrupção”. Sim, o homem que “sempre violou o sistema acusatório” (palavras de uma procuradora da Lava Jato) para prejudicar seus adversários políticos, teve essa cara de pau monumental ao escolher o nome do livro.

A candidatura Sérgio Moro 2022 ainda não é uma certeza. Ele tem dito para amigos mais próximos que ainda está pensando. O ex-ministro bolsonarista cogita outras possibilidades, como disputar uma vaga ao Senado por São Paulo ou Paraná, ou continuar faturando confortavelmente na iniciativa privada. De qualquer maneira, já há uma grande movimentação de partidos, políticos e movimentos anticorrupção para a construção da candidatura presidencial de Moro.

O União Brasil, o novo partido criado pela fusão do PSL com o DEM, tem trabalhado ativamente nos bastidores para lançar Moro como seu candidato. Mas a expectativa é de que nos próximos dias ele se filie ao Podemos, o partido do seu grande aliado político Álvaro Dias — aquele que foi poupado pelo então juiz durante a Lava Jato, conforme ficou comprovado pela Vaza Jato. As pesquisas eleitorais da última semana mostram que a presença de Moro na disputa desidrata outros candidatos da terceira via como Ciro Gomes, João Doria e Mandetta. O ex-juiz já aparece na frente de todos eles, com 8%.

Durante esta semana a hashtag #MoroPresidente2022 apareceu entre os assuntos mais comentados do Twitter. A campanha nas redes sociais não é espontânea como se quer fazer parecer. É organizada e articulada pelo Podemos e por dois perfis ainda pouco conhecidos como “Brasil Consciente” e o “Movimento Grita!”. Esses movimentos estão articulados com as contas do Podemos e do senador Álvaro Dias. Eles costumam compartilhar os mesmos conteúdos e impulsionam hashtags defendendo pautas lavajatistas e exaltando a figura de Sérgio Moro.

O Brasil Consciente (@BrasConsciente) foi criado em dezembro do ano passado para defender as pautas da finada operação anticorrupção e, agora, se dedica quase que exclusivamente a apoiar a candidatura de Moro. O site divulgado pelo perfil é o fazendoacoisacerta.com.br, cujo nome é inspirado numa platitude dita pelo ex-juiz: “Faça a coisa certa, pelos motivos certos, do jeito certo”.

O dono do domínio do site é o Instituto Campo Social, uma ONG pertencente aos empresários Enrique Faber da Silva e Susana Moreira dos Santos. Ambos também são sócios de uma empresa de comunicação e marketing, a Qualiarte Comunicação e Marketing Ltda. O Brasil Consciente se apresenta como “um grupo de brasileiros que não perdeu a esperança e luta pelas pautas de combate à corrupção e à impunidade”. Mas não é bem assim. O feed do Instagram do grupo nos últimos meses mostra que é um perfil quase que totalmente dedicado a divulgar a candidatura Moro.


A “espontaneidade” desse movimento é tanta que Sérgio Moro apareceu parabenizando o Brasil Consciente um dia após o perfil do grupo ter sido criado no Twitter. O ex-juiz ajudou a divulgar uma live do grupo que contava com a presença de Modesto Carvalhosa, o advogado que tramou de maneira ilegal junto com a procuradora lavajatista Thaméa Danelon o impeachment do ministro do STF Gilmar Mendes.

Um outro grupo que tem se mobilizado para alavancar a candidatura Moro e as pautas lavajatistas é o Movimento Grita!, que também costuma fazer lives com Modesto Carvalhosa e com o senador Álvaro Dias. Ele se define como um “movimento que inspira os eleitores a levantarem sua voz e unirem esforços para eleger um Congresso Nacional que verdadeiramente represente a população”.

Assim como o RenovaBr, apoiado por Dallagnol, o Grita! também tem a pretensão de eleger uma bancada de parlamentares alinhados às suas pautas. O objetivo para as eleições em 2022 é “identificar e eleger uma Bancada GRITA!, de pelo menos 150 Deputados e 35 Senadores, que se apresentem como candidatos independentes de siglas partidárias. Seu plano de atuação, se eleitos, será previamente conhecido dos eleitores e formalmente anunciado como pauta obrigatória da Bancada”. É uma maneira de driblar os partidos políticos e, assim, formar uma bancada em defesa do lavajatismo. Caso tenham sucesso, Sergio Moro já teria uma bancada para chamar de sua.

O site do Grita! informa que o grupo “foi fundado a partir da indignação de 4 engenheiros do ITA, formados em 1964, que resolveram fazer de sua indignação uma Plano de Ação de Cidadania”. Parece mais um movimento espontâneo da sociedade civil, mas também não é bem assim. Um dos engenheiros à frente do projeto é Cassio Taniguchi, um dos fundadores do grupo. Ele já foi prefeito de Curitiba por duas vezes e deputado federal pelo Paraná uma vez. Apesar de Taniguchi pretender liderar um movimento anticorrupção, a sua carreira política foi marcada por alguns escândalos de…  corrupção.

                   

  Cassio Taniguchi, um dos fundadores do Grita!. 

Foto: Nani Gois/Assembleia Legislativa do Paraná


Em 2010, ele foi condenado pelo STF a seis meses de prisão em regime fechado por mau uso do dinheiro público enquanto ocupava a prefeitura de Curitiba, entre 1997 e 2000. Ele foi acusado de desviar a grana de um convênio firmado entre a prefeitura e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O dinheiro deveria ser destinado para investimentos no setor de transportes da cidade, mas Taniguchi usou parte dos recursos para pagar um precatório, o que configura crime de responsabilidade. Após a confirmação do crime pelo STF, a ação judicial foi extinta, já que o tempo para cumprir a pena já havia prescrito.

O ex-prefeito também foi condenado pelo Tribunal de Justiça a pagar multa por ter usado recursos públicos para fazer campanha eleitoral em 2000, quando conseguiu sua reeleição. A sentença também determinou a inelegibilidade do paranaense por oito anos. Uma curiosidade: em seu site o movimento Grita! diz que só aceitará políticos ficha limpa. Portanto, Taniguchi não poderia fazer parte da bancada do grupo que fundou, já que é ficha suja. Há muitos outros casos nebulosos envolvendo o fundador do Grita. Esse tipo de hipocrisia é a cara do lavajatismo. Percebam que até aqui todos os nomes envolvidos na campanha para alavancar a candidatura de Moro são paranaenses como ele. A República de Curitiba vive!

Apesar de estar inelegível, Taniguchi continuou próximo dos políticos lavajatistas. No ano passado, o delegado bolsonarista e lavajatista Fernando Francischini anunciou Taniguchi como o criador dos seu plano de governo para a disputa da prefeitura da capital paranaense. Ele perdeu a eleição e continuou como deputado estadual. Nesta semana, Francischini teve o mandato cassado pelo TSE por mentir sobre a existência de fraudes nas urnas eletrônicas.

Moro já conta com apoio de movimentos e de uma estrutura partidária fornecida pelo Podemos. Segundo a revista Veja, a campanha eleitoral de Moro “já conta com marqueteiro, advogado e até uma embaixatriz disposta a pavimentar alianças”. O Podemos tem feito pesquisas qualitativas a cada 15 dias sobre a imagem de Moro e tem enviado os resultados para ele. O provável partido de Moro também tem mantido conversas com “Novo, Patriota e PSL enquanto trabalha a pré-campanha com o marqueteiro Fernando Vieira e com a equipe jurídica do ex-ministro do TSE Joelson Dias”.

A campanha Moro 2022 já está na praça. É a candidatura da terceira via que nasceu e cresceu sob as asas da extrema direita, mas agora quer se passar por centrista e moderado. Resta saber se o ex-juiz terá coragem suficiente para largar o bom salário na iniciativa privada para se aventurar novamente numa carreira política incerta, que até aqui foi desastrosa.

Fonte:



sábado, 23 de outubro de 2021

PASSEIO CICLÍSTICO OUTUBRO ROSA - ITABUNA

Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente em outubro, com a intenção de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mobilização visa também à disseminação de dados preventivos e ressalta a importância de olhar com atenção para a saúde.

A Newbike juntamente com a Secretária de esporte e Settran Secretaria de Transporte e Trânsito promove um passeio ciclístico com apoio de grupos de ciclismo de Itabuna, para chamar a atenção da sociedade para o combate ao câncer de mama onde também o  Settran fará a conscientização do ciclística no transito.

O ponto de concentração será no pátio do Settran.

Horário 07h30min.

Previsão de saída 09h

O local terá Lanche e também avaliação com Nutricionista, massagem corporal, aferição de pressão arterial, aplicação com flúor, entre outros serviços que serão disponibilizados.

O evento tem também como objetivo de arrecadar alimentos para o Grupo Se toque  ( Grupo de apoio a mulheres com câncer ).

Inscrição 1kg de alimento não perecível.

Contamos com toda sociedade, o evento é para toda a família!!!

Link para inscrição:

INSCRIÇÃO: PASSEIO CICLÍSTICO OUTUBRO ROSA

terça-feira, 19 de outubro de 2021

DIREITOS TRABALHISTAS, REALIDADE SOCIAL E O MUNDO DAS FANTASIAS. OS ESTADOS UNIDOS NÃO COMENTADO. ARTISTICAMENTE DISSECADO.

                                                                              Crédito: Unsplash


Nomadland 

Reflexões sobre trabalho e previdência nos EUA

Estados Unidos estão longe de ser o ‘paraíso da classe trabalhadora

O filme “Nomadland” foi o grande vencedor do Oscar 2021, com uma trinca de respeito: melhor filme, melhor direção e melhor atriz. Para além de seus evidentes méritos artísticos, dentre os quais o fato de contar com alguns personagens não atores que interpretam magistralmente a si mesmos, a película merece ser assistida por quem estiver interessado em conhecer alguns dos dramas da classe trabalhadora americana no século XXI.

O filme é particularmente elucidativo e didático para aqueles supostos liberais brasileiros que acreditam que os EUA possuem um modelo “ideal” de relações de trabalho, motivo pelo qual, acreditam esses incautos, “todo mundo quer imigrar para lá”. A verdade crua é que a realidade dos trabalhadores americanos no século XXI está muito longe dos confortos que a estabilidade de um emprego lhes conferia 40 anos atrás, quando ter um trabalho formal significava integrar a classe média, com direito a uma boa casa financiada a juros baixos, carro novo na garagem e filho na universidade.

A personagem principal, Fern, interpretada pela grande atriz Frances McDormand (que despontou para o estrelato em “Fargo”, de 1996, sendo também a produtora do filme), é uma trabalhadora de escritório em uma mina de calcário que encerrou suas atividades depois de cem anos no estado de Nevada, durante a crise dos subprime. Seu marido trabalhava na mesma instalação e faleceu pouco antes do fechamento da empresa.  O casal morava em uma agradável “vila operária” construída pela companhia, a qual também deixou de existir com o fim da empresa.  Até o CEP local foi cancelado pelo governo…

Assim, de um golpe só, Fern perde tudo: o marido, o emprego, a casa e o endereço. Ela precisa guardar seus pertences em um depósito e passa a viver dentro de uma van. Aqui nos deparamos com uma realidade cruel do sistema de proteção social dos EUA. Embora tenha trabalhado durante toda sua vida, aos 60 anos Fern não tem renda suficiente para manter uma moradia digna e encontra dificuldade até para os gastos com seu veículo.

Ela obtém então um emprego temporário como trabalhadora manual, em um descomunal galpão de logística da Amazon, no mesmo estado de Nevada. O contraste com o “velho e bom emprego industrial” é flagrante, a começar pelo fato de que o trabalho é precário, apenas para o período de festas de fim de ano. Não há perspectivas de crescimento ou integração social com os demais trabalhadores e, muito menos, representação de sindicatos. O antigo trabalho na antiga mina de calcário proporcionava a Fern algo que em geral não entra na conta dos economistas: sociabilidade e solidariedade.

Findo o contrato na Amazon, Fern passa a integrar o contigente imenso de Trabalhadores Descartáveis da América. Depois de assistir a um filme de Bob Wells, um líder algo messiânico dos “nômades” dos Estados Unidos (um personagem da vida real), Fern decide levar uma vida errante pelas estradas do grande deserto americano que vai do Arizona à Dakota do Sul, pulando de um a outro emprego temporário, recebendo salários baixos e vivendo em acampamentos de vans.

Os acampamentos de “nômades” dos Estados Unidos acabam funcionando para os Trabalhadores Descartáveis da América como um possível espaço para restabelecer vínculos comunitários que o trabalho já não mais permite, através de uma rede de solidariedade e de trocas de pequenos bens e serviços.

Bob Wells parece querer desenvolver uma filosofia de vida minimalista, diante da “tirania do dólar”. Embora não se constitua propriamente em um movimento político, o estilo de vida nômade, que tem crescido muito nos EUA, é sem dúvida uma forma de contestação a um sistema de trabalho cada vez mais excludente. De acordo com o escritório do Censo dos EUA, em 2019 140 mil americanos declararam viver no seu automóvel. Esse número era de 102 mil em 2016, ou seja, um crescimento de aproximadamente 40% em apenas três anos.

“Nomadland” suscita reflexões políticas em um momento oportuno, quando muitos acreditam que a Revolução Digital melhorará a vida de todos, inclusive da classe trabalhadora. Como todas as demais etapas da Revolução Industrial, esta provocará progresso e também sofrimento, principalmente para quem está fora do sistema. E o filme nos lembra que ter um trabalho precário hoje nos Estados Unidos não garante sequer que você está dentro do sistema.

Matéria original em:

Jota Informações 

Texto de:

CÁSSIO CASAGRANDE – Doutor em Ciência Política, professor de Direito Constitucional da graduação e mestrado (PPGDC) da Universidade Federal Fluminense – UFF. Procurador do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro.

domingo, 3 de outubro de 2021

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA É PROCESSADO PELA DPU POR LIBERAR USO DE CLOROQUINA

Reuquinol (hidroxicloroquina), do laboratório Apsen (Foto: Márcio Pinheiro/SESA)

Defensoria diz que CFM contribuiu para agravamento da pandemia e pede reparação de não menos que R$ 60 milhões.

A Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou ação por danos morais coletivos contra o Conselho Federal de Medicina (CFM) em razão da aprovação, em abril de 2020, de parecer que liberou o uso de cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19.

A petição foi protocolada nesta sexta-feira (1/10), na 22ª Vara Cível de São Paulo, com assinatura do defensor público federal João Paulo Dorini, também defensor regional dos Direitos Humanos de São Paulo. O processo é o 5028266-85.2021.4.03.6100.

O parecer propunha considerar o uso dos medicamentos, naquele momento, sem eficácia comprovada contra a doença em pacientes com sintomas leves, importantes e críticos – neste último grupo, apenas o uso compassivo. Posteriormente, o Ministério da Saúde reconheceu que os medicamentos são ineficazes contra a Covid-19 e podem causar efeitos colaterais.

No documento, o CFM também incluiu a afastabilidade do artigo do Código de Ética Médica que veda o uso de medicamentos cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente.

Um dia antes da ratificação do parecer, narra a DPU na petição, o Conselho Nacional de Saúde publicou a Recomendação 41, de 22 de maio de 2020, recomendando a suspensão imediata de orientações sobre o “tratamento precoce” a pacientes infectados pelo novo coronavírus. A mesma linha seguiu o Conselho Federal de Farmácia.

Apesar dos posicionamentos contrários e embora diversos estudos internacionais e os próprios fabricantes não recomendassem o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina a pacientes com Covid-19, o CFM disse que não mudaria sua postura.

A DPU, então, indagou o Conselho sobre a manutenção do parecer. A resposta foi que o documento exaltava a autonomia do médico e do paciente na utilização da medicamentos e procedimentos.

Ao ajuizar a ação, a DPU ressalta que a força da orientação de uma atividade como o CFM reverbera em toda a atividade médica e, por isso, o parecer deveria ser mais cuidadoso. “O CFM não pode dizer o que quiser, apesar da ciência. Tampouco ‘interpretar’ a ciência, como se algo normativo fosse. A autonomia do CFM é a de mudar e alterar suas decisões a todo o tempo sempre que novos conhecimentos científicos estejam à disposição”.

Sobre a alegada autonomia médica, diz a DPU: “A autonomia médica não se confunde com a possibilidade de utilização de qualquer tratamento. Ela se limita ao conhecimento científico disponível, podendo o médico adotar, de acordo com as condições do paciente, o tratamento que melhor se adequa àquela particular situação”.

Por considerar que o CFM contribuiu para o agravamento da pandemia, a Defensoria pediu:

  • Liminarmente, para que o parecer perca a eficácia;
  • Liminarmente, para que o CFM oriente ostensivamente a comunidade médica e a população em geral sobre a ineficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina;
  • Condenação por danos morais coletivos, em valor não inferior a R$ 60 milhões
  • Condenação a indenização a familiares de pacientes tratados com cloroquina e hidroxicloroquina e que morreram ou tiveram sequelas
  • Condenação do CFM a custear os tratamentos para as pessoas descritas no item anterior

“Não há dúvida de que as ações e omissões erráticas do Conselho Federal de Medicina contribuíram decisivamente para um quadro sociocultural de diminuição da gravidade da pandemia, de normalização das infecções e das mortes, e divulgação de tratamentos precoces milagrosos para o enfrentamento da pandemia, que desestimularam em parcela da população a adoção de medidas efetivamente eficazes”, afirma a DPU.

Com informações de:

Jota Informações