É um escândalo e merece severa punição a
divulgação de dados sigilosos do diagnóstico da ex-primeira dama Marisa Letícia
em um grupo médico no WhatsApp.
Segundo reportagem do jornal "O Globo", horas depois da
internação de Marisa no Hospital Sírio-Libanês, uma médica reumatologista que
atuava no hospital enviou mensagens a um grupo de WhatsApp de antigos colegas
de faculdade, confirmando que dona Marisa estava no pronto-socorro com
diagnóstico de AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico de nível 4 na
escala Fisher (um dos mais graves).
A mensagem foi compartilhada no grupo "MED IX" e se
espalhou em outros grupos de WhatsApp. O boletim médico divulgado horas depois
pelo hospital falava em hemorragia cerebral por ruptura de um aneurisma, mas
não dava detalhes técnicos a respeito da gravidade do diagnóstico.
Neste mesmo dia, um outro médico de fora do Sírio-Libanês postou
no grupo imagens de uma tomografia atribuída a dona Marisa Letícia, acompanhada
de detalhes que foram confirmados, em seguida, pela médica reumatologista.
As informações foram compartilhadas em outro grupo de médicos,
intitulado "PS Engenho 3", e atribuídas a um cardiologista. Os
comentários que acompanham a troca de mensagens são assustadores.
Quando a médica diz que Marisa ainda não tinha sido levada para a
UTI, um colega residente em urologia dispara: "Ainda bem!". A médica
responde com risadas.
Outro médico do grupo, um neurocirurgião, também ironizou o quadro
de dona Marisa:
"Esses fdp vão embolizar ainda por cima", escreveu –o
procedimento de embolização provoca o fechamento de um vaso sanguíneo para
diminuir o fluxo de sangue em determinado local. "Tem que romper no
procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela", escreveu o
médico.
Em nota, a direção do Sírio-Libanês informa que "tomou as
medidas disciplinares cabíveis em relação à médica, assim que teve conhecimento
da troca de mensagens". Segundo uma fonte de dentro do Sírio, a médica foi
demitida.
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo)
já investigava o vazamento de imagem de um exame de tomografia de Marisa,
realizado logo após o AVC, e que divulgado em redes sociais nos últimos dias.
O que isso tudo mostra? Que o juramento de Hipócrates, de nunca
causar dano ou mal a alguém, foi vencido pelo ódio partidário, mais
precisamente pelo ódio ao PT. Que esses médicos que compartilharam dados
sigilosos ou mensagens de ódio perderam qualquer noção de ética médica. E que
nós, pacientes, estamos sob sério risco de virar objeto de chacota entre
profissionais médicos inescrupulosos.
*
Após a publicação da coluna, o Cremesp divulgou a seguinte nota pública:
"O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)
informa que instaurou nova sindicância para apurar a divulgação de novos dados
sigilosos do diagnóstico da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia, hospitalizada
desde o dia 24/1. A sindicância tramita em sigilo processual e, também,
investigará supostas ofensas à ex-primeira-dama que teriam sido praticadas por
médicos paulistas em redes sociais.
O exercício da Medicina deve respeitar e preservar todos os
aspectos do doente: físico, emocional e moral, transcendendo tabus, crenças e
preconceitos, em nome da fidelidade ao compromisso de tratar e cuidar de todos,
sem qualquer distinção. Sob o juramento hipocrático e os princípios
fundamentais da Medicina, todo médico deverá "guardar absoluto respeito
pelo ser humano e atuar sempre em seu benefício. Jamais utilizará seus
conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser
humano ou para permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e
integridade".
Na quinta-feira (26/1), o Cremesp iniciou uma sindicância para
apurar se a divulgação de um exame de tomografia de Marisa Letícia teve a
participação de médicos ou se era do conhecimento da diretoria técnica ou
clínica da instituição responsável pelo atendimento.
De acordo com o Código de Ética Médica, é vedado ao médico
"permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não
obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade". Também
não é permitido "liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando
autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a
sua própria defesa", esta última em situação de sindicância ou processo
ético-profissional. No cenário de doentes "notáveis", a informação
para o público deve ocorrer por meio de boletim médico autorizado pelo paciente
ou responsável.
Para o Cremesp, o compromisso e a ética ante a saúde de cada um
dos cidadãos colocam-se, sem distinções de qualquer natureza, sempre acima de
interesses que não sejam fiéis à dignidade inviolável da pessoa doente junto
aos seus entes queridos. Por conseguinte, o Cremesp lamenta a divulgação de
qualquer exame, dado privativo e ofensas feitas a doentes em redes
sociais."
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
2 de fevereiro de 2017
COPILADO DO SÍTIO DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO.
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudiacollucci/2017/02/1855365-dados-de-marisa-no-whatsapp-mostram-que-odio-venceu-etica-medica.shtml?cmpid=compfb
OS GOLPISTAS O TEMPO TODO GRITAVAM:
"VAI PRÁ CUBA, VAI PRÁ CUBA". Será que de fato não seria melhor ela estar nas mãos de médicos cubanos? Depois de uma situação dessas, o que mais esperar? Nem pensar é bom. Paro por aqui...