Este Blog se destina a Divulgação Científica, Popularização da Ciência, Geopolítica e esclarecimento político nesse momento que as fake news dominam os noticiários.
quarta-feira, 21 de junho de 2017
TEMER PERDE MAIS UMA E NÃO PODERÁ PROCESSAR JOESLEY POR CALÚNIA.
Juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara do Distrito Federal, negou abertura de processo por calúnia e difamação movido por Michel Temer contra o empresário Joesley Batista; anunciada por Temer como resposta às acusações de que é "chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil", feitas por Joesley na revista Época, a ação não convenceu o magistrado; de acordo com o despacho do juiz, Joesley apenas repetiu na entrevista o que havia dito na delação premiada aprovada pelo MPF; e que por isso não tinha intenção de caluniar o presidente.
Vocês sabiam que existem celulas VIVAS em laboratório e que são usadas para pesquisa?
Vocês sabiam que essas células foram retiradas de uma pessoa viva, sem sua autorização e a indústria farmacêutica ganha BILHÕES essas células?
Ontem assisti um filme que me chamou a atenção.
The Immortal Life Of Henrietta Lacks, 2017.
A história da mulher com células imortais que salvam vidas há 60 anos!
O ano de 1951 marcou o início de um grande avanço para a biotecnologia. Tudo começou com a chegada de uma mulher de origem humilde a um hospital nos Estados Unidos. As células dela revolucionariam a ciência médica.
Henrietta Lacks teve câncer no colo do útero pouco antes de morrer, e um médico retirou um pedaço de tecido para uma biópsia, sem pedir autorização, já que na época ainda não havia legislação específica sobre o assunto.
Desde então, as células removidas do corpo dela vêm crescendo e se multiplicando. Há bilhões delas em laboratórios do mundo todo sendo usadas por cientistas, que as batizaram de linha celular HeLa, uma referência ao nome de Henrietta.
"Não dá para saber quantas células de Henrietta ainda circulam. Um pesquisador estima que, juntas, pesariam 50 milhões de toneladas, algo inconcebível, porque cada uma pesa quase nada", disse Rebecca Skloot, autora do livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks.
Como a retirada foi feita sem autorização, os familiares dela - ainda vivos - precisaram lutar por muitos anos por seus direitos e chegaram a acionar a Justiça por uma compensação financeira, já que são cobrados altos valores pelas células de Henrietta.
No mês passado, o filho mais velho, Lawrence, afirmou que os parentes devem ainda neste ano tentar novamente processar o Centro John Hopkins, onde o procedimento foi feito.
História
Em 1860, o proprietário de uma plantação na Virgínia chamado Benjamin Lacks se casou com uma das mulheres que trabalhavam na fazenda. Eles tiveram dois filhos.
Em 1942, Henrietta Lacks decidiu se mudar para a cidade, por isso, seu marido - bisneto de Benjamin - a levou para Baltimore: em tempos de guerra, o trabalho era escasso.
A 10 km de onde morava Henrietta, ficava o laboratório do Dr. George Gey, cuja ambição era livrar o mundo do câncer. Ele estava convencido de que encontraria a chave para a cura da doença nas próprias células humanas.
Por 30 anos, ele vinha tentando cultivar células cancerosas em laboratório. Para isso, misturava tecidos doentes com sangue de corações de galinhas vivas, esperando que estas células doentes se reproduzissem para que ele pudesse estudá-las. Mas elas sempre morriam.
Até que, em 1º de fevereiro de 1951, Henrietta Lacks foi levada ao Hospital John Hopkins. "Eu nunca vi nada assim, nem nunca voltei a ver", disse o ginecologista que a examinou, Howard Jones, à BBC em 1997.
"Era algo muito diferente e especial, que se revelou um tipo de tumor. A história era simples: ela sangrava entre as menstruações, tinha dores abdominais, o que não é necessariamente um sinal de câncer", diz o médico.
"Quando examinei o colo do útero, fiquei surpreso, porque não era um tumor normal. Era roxo e sangrava facilmente quando tocado."
O tumor não respondeu bem ao tratamento, e Henrietta Lacks morreu de câncer cervical em outubro de 1951, quando tinha apenas 31 anos.Sua família a enterrou perto das ruínas da casa onde ele nasceu. E a ciência a esqueceu.
Células imortais
As células do tumor que foram retiradas do corpo de Henrietta foram mantidas na unidade hospitalar de câncer do hospital, porque Gey havia descoberto que elas podiam ser cultivadas indefinidamente no laboratório.
Era o que ele tinha procurado por tantos anos e até batizou a sequência celular de HeLa, pelas duas primeiras letras do nome e do sobrenome de Henrietta Lacks.
"Em poucas horas, a HeLa pode ser multiplicada prolificamente", diz John Burn, professor de Genética na Universidade de Newcastle, Reino Unido.
De fato, uma leva inteira de células de Henrietta pode ser reproduzida em 24 horas. Foram as primeiras células humanas imortais cultivadas em laboratório e já vivem há mais tempo fora do que dentro do corpo de Henrietta.
Por que são tão importantes?
"Há muitas situações em que precisamos estudar tecidos ou patógenos no laboratório", diz Burn.
"O exemplo clássico é a vacina contra a poliomielite. Para desenvolvê-la, era necessário que o vírus crescesse em células de laboratório, e, para isso, eram necessárias células humanas".
As células HeLa acabaram sendo perfeitas para esse experimento, e as vacinas salvaram milhões de pessoas, fazendo com que essa linha celular ficasse mundialmente conhecida.
Elas não somente permitiram o desenvolvimento de uma vacina contra a poliomielite e inúmeros tratamentos médicos, mas foram levadas nas primeiras missões espaciais e ajudaram cientistas a prever o que aconteceria com o tecido humano em situações de gravidade zero.
Além disso, os militares dos EUA colocavam grandes garrafas com células HeLa em lugares que em que eram realizados experimentos atômicos.
Elas também foram as primeiras a serem compradas, vendidas, embaladas e enviadas para milhões de laboratórios em todo o mundo - alguns deles dedicados a experiências com cosméticos, para avaliar os eventuais efeitos colaterais indesejados dos produtos.
Resumindo, além da contribuição científica, faturou-se bilhões de dólares em produtos testados em células HeLa. E tudo foi feito sem o conhecimento e consentimento da família de Henrietta Lacks.
"Nos anos 1940 e 1950, os tumores e tecidos retirados em um procedimento médico eram considerados como "abandonados", e, por isso, não estava claro que seria necessário pedir permissão para usá-los em investigações que iriam além do tratamento do paciente.
Família
Foi somente em 1973 que a família de Lacks soube pela primeira vez que as células de Henrietta ainda estavam vivas. Uma equipe de geneticistas procurou os familiares para fazer um exame DNA após a suspeita de uma teoria de que a cura do câncer poderia estar na manipulação dos genes.
Eles encontraram o marido de Henrietta e seus quatro filhos, que ainda viviam em Baltimore. Foi um verdadeiro "choque de culturas", como classificou e descreveu Rebecca Skloot quando publicou no livro sobre a história de Henrietta.
"Um dia, um pesquisador de pós-doutorado chamou o marido de Henrietta, que não tinha terminado a escola e não sabia o que era uma célula e disse a ele: sua esposa viva em um laboratório e a utilizamos na pesquisa científica há 25 anos. Agora, quero examinar seus filhos para ver se eles têm câncer", resumiu ela.
"Eles tiraram amostras de sangue de todos os filhos de minha mãe e disseram que queriam verificar se o que ela tinha era hereditário", disse David Lacks Jr. à BBC em 1997.
Bobbette Lacks, filha de Henrietta, ficou chocada: "Eu disse, 'estão trabalhando com células da minha mãe?". E ele respondeu: 'sim, as células ainda estão vivas'. Fiquei chocada, e ele me disse que já trabalhava com elas há anos". Enquanto isso, as células HeLa eram vendidas em grande volume e por milhões de dólares.
Quando a família Lacks percebeu o que eles estavam fazendo com as células de Henrietta, dediciram consultar advogados para ver se eles tinham direito a receber dinheiro da indústria de biotecnologia.
"Pesquisei e descobri que as células tinham sido vendidas para todos os lugares e queria saber quem havia enriquecido com as células da minha mãe. Estava enojado", disse David Lacks Jnr.
Contribuição
Além da questão financeira, a família de Henrietta lutou pelo reconhecimento da contribuição dela para a ciência e lançou uma campanha. "Apesar de ter sido uma contribuição involuntária, foi muito significativa", disse John Burn.
"As células dela têm sido a base de dezenas de milhares de estudos médicos em todo o mundo e em diversos tamos da ciência biológica. Foi um elemento crucial para o desenvolvimento no século 20", diz o geneticista.
Como resultado da campanha de sua família, Henrietta Lacks tornou-se uma heroína científica. Mas a família não teve sorte até agora no que diz respeito à compensação.
Em agosto de 2013, a família Lacks conquistou o controle parcial sobre o acesso de cientistas ao código de DNA das células de Henrietta.
Seu filho mais velho, Lawrence, de 82 anos, afirmou que a família ainda não está satisfeita e quer uma indenização, além do reconhecimento sobre a contribuição dela para a ciência.
Em fevereiro, a família anunciou que deve continuar a batalha na Justiça contra o Centro Médico John Hopkins para receber compensações pelas vendas das células. O centro nega que tenha lucrado com a venda e distribuição da linha celular HeLa.
A coisa não está ficando boa para o juiz Sérgio Moro. Não gostaria de estar na pele dele.
Tem que condenar Lula custe o que custar, mas não tem uma prova contra o cara.
A cada delação, mais distante Lula fica dessa sujeirada. Quando se referem a ele é sempre para agradar ao juiz Moro, que adora ouvir o nome Lula, Lula, Lula.
Toda delação que se anuncia. A esperança se renova.
AGORA LULA VAI, AGORA LULA VAI.
E Lula vai! Vai se livrando cada vez mais desse mar de lama. Os desejos não se concretizam em provas. Nem documentais nem em gravações.
Os delatores podem dizer o que quiser contra Lula, afinal, é a senha para sair da cadeia. O juiz Moro tem um fetiche jurídico por esse nome.
Olha o que Joesley Batista diz sobre Lula:
Perguntado por que não gravou conversa com Lula, como fez com o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador Aécio Neves (PSDB), Joesley disse que nunca tratou com o petista sobre propina e afirma que o contato dele para resolver esse tipo de questão era o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. "Nunca tive conversa não republicana com o Lula. Zero. Eu tinha com o Guido. Conheci o Lula no final de 2013", disse. O empresário conta à revista que esteve com Lula, antes disso, em 2006, quando assumiu a presidência da JBS. "Pedi audiência oficial. Deve estar nos registros. Fui com meu pai apresentar a empresa. Nunca mais vi o Lula até o fim de 2013. Não precisou ter conversa. Meu contato era o Guido".
Em entrevista exclusiva a ÉPOCA, o empresário diz que o presidente não tinha “cerimônia” para pedir dinheiro e que Eduardo Cunha cobrava propina em nome de Temer.
ÉPOCA – Qual, afinal, a natureza da relação do senhor com o presidente Temer? Joesley – Nunca foi uma relação de amizade. Sempre foi uma relação institucional, de um empresário que precisava resolver problemas e via nele a condição de resolver problemas. Acho que ele me via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele – e fazer esquemas que renderiam propina. Toda a vida tive total acesso a ele. Ele por vezes me ligava para conversar, me chamava, e eu ia lá.
........
ÉPOCA – Como era a relação entre Temer e Eduardo Cunha? Joesley – A pessoa a qual o Eduardo se referia como seu superior hierárquico sempre foi o Temer. Sempre falando em nome do Temer. Tudo que o Eduardo conseguia resolver sozinho, ele resolvia. Quando ficava difícil, levava para o Temer. Essa era a hierarquia. Funcionava assim: primeiro vinha o Lúcio [o operador Lúcio Funaro]. O que ele não conseguia resolver pedia para o Eduardo. Se o Eduardo não conseguia resolver, envolvia o Michel.
.......
ÉPOCA – O senhor realmente precisava tanto assim desse grupo de Eduardo Cunha, Lúcio Funaro e Temer? Joesley – Eles foram crescendo no FI-FGTS, na Caixa, na Agricultura – todos órgãos onde tínhamos interesses. Eu morria de medo de eles encamparem o Ministério da Agricultura. Eu sabia que o achaque ia ser grande. Eles tentaram. Graças a Deus, mudou o governo e eles saíram. O mais relevante foi quando Eduardo tomou a Câmara. Aí virou CPI para cá, achaque para lá. Tinha de tudo. Eduardo sempre deixava claro que o fortalecimento dele era o fortalecimento do grupo da Câmara e do próprio Michel. Aquele grupo tem o estilo de entrar na sua vida sem ser convidado.
.......
ÉPOCA – Pode dar um exemplo? Joesley – O Eduardo, quando já era presidente da Câmara, um dia me disse assim: “Joesley, tão querendo abrir uma CPI contra a JBS para investigar o BNDES. É o seguinte: você me dá R$ 5 milhões que eu acabo com a CPI”. Falei: “Eduardo, pode abrir, não tem problema”. “Como não tem problema? Investigar o BNDES, vocês.” Falei: “Não, não tem problema”. “Você tá louco?” Depois de tanto insistir, ele virou bem sério: “É sério que não tem problema?”. Eu: “É sério”. Ele: “Não vai te prejudicar em nada?”. “Não, Eduardo.” Ele imediatamente falou assim: “Seu concorrente me paga R$ 5 milhões para abrir essa CPI. Se não vai te prejudicar, se não tem problema… Eu acho que eles me dão os R$ 5 milhões”. “Uai, Eduardo, vai sua consciência. Faz o que você achar melhor.” Esse é o Eduardo. Não paguei e não abriu. Não sei se ele foi atrás. Esse é o exemplo mais bem-acabado da lógica dessa Orcrim.
.....
ÉPOCA – O chefe é o presidente Temer? Joesley – O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância: nem deixando eles aproximarem demais nem deixando eles longe demais. Para não armar alguma coisa contra mim. A realidade é que esse grupo é o de mais difícil convívio que já tive na minha vida. Daquele sujeito que nunca tive coragem de romper, mas também morria de medo de me abraçar com ele.
....
ÉPOCA – No decorrer de 2016, o senhor, segundo admite e as provas corroboram, estava pagando pelo silêncio de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, ambos já presos na Lava Jato, com quem o senhor tivera acertos na Caixa e na Câmara. O custo de manter esse silêncio ficou alto demais? Muito arriscado? Joesley – Virei refém de dois presidiários. Combinei quando já estava claro que eles seriam presos, no ano passado. O Eduardo me pediu R$ 5 milhões. Disse que eu devia a ele. Não devia, mas como ia brigar com ele? Dez dias depois ele foi preso. Eu tinha perguntado para ele: “Se você for preso, quem é a pessoa que posso considerar seu mensageiro?”. Ele disse: “O Altair procura vocês. Qualquer outra pessoa não atenda”. Passou um mês, veio o Altair. Meu Deus, como vou dar esse dinheiro para o cara que está preso? Aí o Altair disse que a família do Eduardo precisava e que ele estaria solto logo, logo. E que o dinheiro duraria até março deste ano. Fui pagando, em dinheiro vivo, ao longo de 2016. E eu sabia que, quando ele não saísse da cadeia, ia mandar recados.
.....
TRECHOS DA ENTREVISTA DE JOESLEY BATISTA DADA A REVISTA ÉPOCA.