terça-feira, 20 de agosto de 2019

NÃO HÁ OUTRO CAMINHO: A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL SE APROXIMA! EUA e CHINA, VÃO SE ENFRENTAR.

Rússia e China denunciam escalada militar após teste de míssil nos EUA. A guerra comercial entre EUA e China, será o pano de fundo desse conflito inexorável!



FOTO: SCOTT HOWE / DOD / AFP

Cette photo fournie par le ministère américain de la Défense montre le décollage d'un missile de croisière conventionnel américain depuis l'île de San Nicolas (Californie, ouest des Etats-Unis) pour un test, le 18 août 2019.

O teste marcou o fim do tratado sobre armas nucleares de médio alcance entre os EUA e a Rússia.


Rússia e China condenaram nesta terça-feira 20 o primeiro teste dos Estados Unidos de um míssil de médio alcance desde a Guerra Fria, ao mesmo tempo que denunciaram o risco de uma “escalada” de tensões militares e de retomada da corrida armamentista.
O teste marca o fim do tratado de desarmamento INF, que aboliu o uso pelos Estados Unidos e Rússia de mísseis terrestres com alcance de 500 a 5.500 quilômetros, oficialmente suspenso há menos de um mês pelas duas potências rivais.
O teste americano, que teve sucesso, aconteceu no domingo na ilha de San Nicolas, na costa da Califórnia, às 14H30 locais (18H30 de Brasília), segundo o Pentágono. O projétil era uma “variação de um míssil de cruzeiro de ataque terra-terra Tomahawk”.
Imagens publicadas pelo exército americano mostram o míssil disparado a partir de um sistema de lançamento vertical Mark 41.
“Lamentamos tudo isto. O governo dos Estados Unidos toma de maneira flagrante o caminho de uma escalada de tensões militares, mas não cederemos à provocação”, declarou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov.
O governo da China criticou uma “escalada de confrontos militares que terá graves consequências negativas para a segurança regional e internacional”. Pequim acusou Washington de buscar “a superioridade militar unilateral”.

EUA e Rússia rompem tratado

Rússia e Estados Unidos concretizaram no início de agosto o abandono do tratado sobre armas nucleares de médio alcance (INF), cuja assinatura no período final da Guerra Fria em 1987 acabou com a crise dos mísseis europeus, provocada pelo deslocamento na Europa dos SS-20 soviéticos com ogivas nucleares.
O presidente americano Donald Trump criticou o tratado no dia 1 de fevereiro e Moscou fez o mesmo no dia seguinte. Os países trocaram acusações de violação do texto.
Os americanos questionam especialmente o míssil russo 9M729, que tem alcance, segundo Washington, de 1.500 km, o que Moscou nega, insistindo que o novo projétil tem alcance máximo de “480 km”.
A Rússia denuncia o sistema de defesa antimísseis americano Aegis Ashore, instalado na Polônia e na Romênia.
As forças dos Estados Unidos posicionam há muito tempo mísseis de cruzeiro de médio alcance a bordo de navios de guerra, que geralmente são disparados a partir de sistemas Mark 41.
A novidade no teste de domingo foi o sistema de lançamento instalado em terra. O míssil era convencional, mas qualquer míssil pode posteriormente ser equipado com uma ogiva nuclear.
Para Riabkov, o “prazo extremamente apertado” que Washington precisou para executar com sucesso o teste demonstra que o governo americano já estava preparado para o fim do tratado.
O diplomata afirmou que o uso do Tomahawk e do Mark 41 significa que “estes sistemas serão utilizados para o lançamento não apenas de mísseis interceptores, mas também de mísseis de cruzeiro”, que têm longo alcance.

“Evitar o caos”

O presidente russo, Vladimir Putin, que visitou a França na segunda-feira 19, acusou Washington de “não ouvir” Moscou. “Os europeus devem nos escutar e reagir”, disse.
No início do mês, Putin solicitou a Washington um “diálogo sério” sobre o desarmamento para “evitar o caos”. Ele propôs uma moratória sobre a instalação das armas nucleares proibidas pelo tratado INF.
Putin ordenou em fevereiro o desenvolvimento de novos tipos de mísseis terrestres em dois anos, especialmente adaptando aparelhos de médio alcance já existentes mas posicionados no mar ou ar.
Também ameaçou instalar novas armas “invencíveis” desenvolvidas por seu país para atacar os “centros de decisão” nos países ocidentais.
Agora resta em vigor apenas um acordo nuclear entre os dois países: o tratado START, que mantém os arsenais nucleares dos dois países abaixo do nível da Guerra Fria e que expira em 2021.
FONTES:

domingo, 18 de agosto de 2019

PARA FINALMENTE ENTENDER A TEORIA DA RELATIVIDADE DE ALBERT EINSTEIN!

Resultado de imagem para teoria da relatividade Einstein


ASSISTA O VÍDEO E COMPREENDA DE UMA VEZ POR TODAS ESSA TEORIA! 




A teoria da relatividade geral de Albert Einstein, publicada em 1915, revolucionou completamente a compreensão da ciência sobre o universo.
Ela só foi confirmada pela primeira vez em 1919, com um experimento feito durante um eclipse total do Sol em Sobral, no Ceará, e na Ilha de Príncipe, no arquipélago de São Tomé e Príncipe.
A partir daí, o então desconhecido físico alemão se transformou em uma celebridade mundial, e passou a ser parado na rua para dar autógrafos.
Mas o que exatamente é essa teoria e por que foi tão revolucionária?
Até o início do século 20, a Física era regida pelas leis de Isaac Newton.
O físico e matemático inglês dizia que a gravidade era uma força causada pela massa dos objetos e fazia com que eles fossem atraídos um em direção ao outro. O objeto com mais massa atrai mais intensamente.
Por isso, nos mantemos sobre o chão na Terra. Ela nos atrai para o seu centro. Por isso também os planetas se movem ao redor do Sol.
Mas imagine que o Sol, de repente, desaparecesse por completo.
Segundo a teoria de Newton, os planetas do Sistema Solar sairiam instantaneamente de suas órbitas, já que não haveria mais a força de gravidade do Sol atraindo-os.
Para ele, a gravidade era uma força de ação imediata, independente da distância entre os corpos.
Mas Einstein encontrou um problema: segundo seus cálculos, a luz era a coisa mais rápida do Universo. Nenhum corpo com massa alcançava uma velocidade superior à da luz. Nem a gravidade.
Nos dez anos que passou pensando nisso, entre 1905 e 1915, o físico alemão criou a teoria da relatividade geral.
Ele imaginou as três dimensões do espaço e a dimensão do tempo juntas, como uma espécie de tecido que nos rodeia e que é deformado pela presença dos corpos celestes massivos, como os planetas e estrelas.
Essas deformações criam o que nós sentimos como força de gravidade
Então a Terra e os outros planetas permanecem em órbita não porque o Sol simplesmente os atrai, como pensava Newton.
Para Einstein, isso acontece porque o Sol é uma estrela tão massiva que os outros corpos seguem a curvatura que ela gera no tecido do espaço-tempo.
A relatividade geral permitiu explicar desde o nascimento do Universo até a órbita dos planetas e os buracos negros.
Até hoje, algumas de suas previsões são testadas e confirmadas pelos cientistas, que se surpreendem com a precisão das ideias do físico alemão.
Por causa dela, ele se tornou uma das figuras mais icônicas da ciência mundial.
Roteiro: Camilla Costa e Ana Pais
Voz: Camilla Costa
Design, Animação e som: Kako Abraham
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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

TERRA AMEAÇADA!!! A VIDA PODE SER EXTINTA?

Cientista está “100% certa” de que um asteroide colidirá com a Terra.

Apesar da certeza que o choque vai acontecer, cientista não acredita que o planeta será destruído - Foto: NASA/Reprodução
Apesar da certeza que o choque vai acontecer, cientista não acredita que o planeta será destruído - Foto: NASA/Reprodução


  • Já temos tecnologia suficiente para detectar a aproximação do corpo rochoso
  • Organização trabalha para prevenir desastres causados por choques com asteroides.

No último sábado (10), um asteroide maior que a Torre Eiffel se aproximou da Terra. Ele viajava a 16,7 mil quilômetros por hora e, se estivesse em rota de colisão, atingiria o planeta com uma força explosiva 500 vezes maior que a da bomba atômica de Hiroshima. Felizmente, o corpo conhecido como 2006 QQ23 passou a 7,4 milhões de quilômetros de distância da Terra. Não foi dessa vez que um gigantesco corpo celeste colidiu com o nosso planeta – mas, segundo a cientista Danica Remy, essa hora vai chegar.
"É 100% certo que seremos atingidos, mas não é 100% certo quando", disse a presidente da organização B612 Foundation, em entrevista à NBC News. A fundação trabalha justamente para proteger a Terra de colisões com asteroides.
Ela afirma que, com a tecnologia de que hoje dispõem as agências espaciais, é possível detectar corpos rochosos que se aproximam do nosso planeta. Por isso, a especialista acredita que, mesmo em caso de choque, o planeta não será destruído.
Mas a cientista destaca o perigo de asteroides menores: “O tipo de destruição que veremos é em nível regional, não no mundo inteiro. Mas ainda teremos um impacto global sobre transportes, redes de comunicação e clima.”
Como proteger a Terra dos choques? Para Remy, a solução é catalogar todos os asteroides. A NASA concorda: pelo menos 95% dos asteroides com mais de um quilômetro de diâmetro já foram identificados pela instituição, e nenhum deles apresenta risco para a Terra. Também já foi desenvolvida uma tecnologia para desviar a trajetória dos corpos celestes, que deve usada em 2021 no asteroide Didymos.

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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

ÍNDIA TEM REDUÇÃO DA MISÉRIA E BAIXA MOBILIDADE SOCIAL

País tirou 170 milhões de pessoas da pobreza desde a década de 1990, mas desigualdade subiu ao mesmo tempo que gerou bilionários.


Vista panorâmica de favela em Mumbai, na Índia, e indianos no dia a dia de suas atividades na comunidade - Moment Open/Getty Images e Puint Paranjpe/AFP

A mansão de Mukesh Ambani, homem mais rico da Índia, é uma das residências mais caras do mundo. Batizada de Antilia, está avaliada em US$ 2 bilhões (R$ 7,6 bilhões) só perde para o Palácio de Buckingham, onde vive a rainha da Inglaterra.
Uma única família de cinco pessoas ocupa os 27 andares de Antilia. Seis deles são estacionamentos para abrigar a coleção de carros dos Ambani. Há um cinema para 50 pessoas, clube com sala de ginástica e quadra de basquete.
Da calçada onde monta seu "escritório", o vendedor de chá Radeshyam Sahu, 45, consegue ver os últimos andares de Antilia. Todas as manhãs, Sahu sai de sua quitinete, onde divide um banheiro no corredor com outras quatro famílias, e vai até o bairro chique de Cumbala Hill para vender copinhos de chá a 6 rúpias (R$ 0,30) aos passantes.
Sahu só estudou até a primeira série, ganha 7.000 rúpias (R$ 390) por mês e tem pouca esperança de progredir.
Na Índia, histórias de ascensão social e econômica como a do primeiro-ministro Narendra Modi, que começou a vida vendendo chá como Sahu e chegou ao posto de líder do país, são cada vez mais improváveis.
A probabilidade de um indiano nascido de pais pobres subir na vida é cada vez menor, principalmente para aqueles com baixa escolaridade. Apenas 8% dos indianos cujos pais estavam no índice de escolaridade 50% mais baixo conseguiram chegar aos 25% superiores, enquanto na maioria dos países, essa taxa é de 12%, segundo levantamento do Banco Mundial. Fatores como religião e casta também colaboram para a Índia ter um dos menores índices de mobilidade social do mundo.
Desde a liberalização da economia nos anos 1990, no entanto, a Índia tirou 170 milhões de pessoas da pobreza. Mas a desigualdade subiu.
Segundo o Relatório da Desigualdade Global, enquanto a renda dos 10% mais ricos no país aumentou 390% entre 1980 e 2014, a dos 50% mais pobres subiu 90%. Isso é menos que a metade do crescimento médio da renda em todos os estratos no período, de 190%.
Até os anos 1980, a Índia era conhecida como Raj das Licenças (reino das licenças). A política econômica era estatista, com proteção a indústrias locais, restrição a investimento estrangeiro e planejamento centralizado. Nos anos 1970 e 1980, quando a economia ainda sofria grande intervenção do governo, o crescimento do PIB era baixo conhecido como taxa hindu, não passava de 3,5%, mas a desigualdade também era baixa.
Com a liberalização e desburocratização dos anos 1980 e 1990, a economia ganhou eficiência por causa da entrada da concorrência e reformas pró-mercado.
Mas a Índia passou de um Raj das Licenças para um Raj dos Bilionários. Nos anos 1990, havia apenas dois indianos na lista da Forbes de bilionários.
Hoje, há 106 bilionários indianos na lista da Forbes entre eles Mukesh Amabani, dono das Indústrias Reliance e da mansão-prédio Antilia.
Nos últimos anos, o crescimento do país acelerou e superou 8% em vários momentos. Em 2015, a desigualdade na Índia atingiu o maior nível desde 1922.
Parte dessa concentração de renda deve-se ao modelo de desenvolvimento adotado pela Índia.
Ao contrário da China, a Índia não conseguiu desenvolver um setor grande de manufatura após a liberalização. A indústria é um grande empregador, que poderia absorver boa parte das milhões de pessoas desempregadas ou subempregadas. No entanto, o crescimento indiano foi puxado pelo setor de tecnologia da informação, que não gera um número suficiente de empregos para grandes parcelas da população que não têm qualificação.
Essas pessoas continuam presas à agricultura, que vive uma crise de preços e cresce sistematicamente abaixo do PIB. Isso não deve mudar tão logo 66% da população indiana ainda vive na zona rural.
Sem emprego ou qualificação, grande parte da população da zona rural que migra para as cidades acaba morando em favelas como Dharavi, a maior da Índia.
Asha Jayawant Bagul, 65, veio de um vilarejo em Maharashtra, estado onde fica Mumbai, há cerca de 30 anos, e se estabeleceu em Dharavi.
Com 1 milhão de habitantes, é a terceira maior favela do mundo atrás apenas de Neza no México, e Orangi Town em Karachi, Paquistão. Ganhou fama como cenário do filme "Quem Quer Ser um Milionário".
A grande maioria dos moradores de Dharavi precisa usar os malcheirosos banheiros públicos espalhados pela favela. Não há saneamento básico e o esgoto corre ao ar livre.
Asha perdeu o marido há quatro anos, e seus dois filhos jovens já haviam morrido. Hoje, divide um cômodo em Dharavi com a filha, Shashikala, 30, e o neto, Mangesh, 9.
Shashikala é costureira e ganha 7.000 rúpias (R$ 390) por mês. Asha trabalhava como faxineira, mas teve que parar porque tem um problema de quadril e precisa de cirurgia. Não consegue ser operada nem no hospital público, onde os pacientes precisam pagar pelos materiais cirúrgicos e medicamentos. "É muito gasto para pouco dinheiro, a gente sempre acaba indo dormir com fome", diz Shashikala.
Asha Jayawant Bagul, que divide cômodo em favela com a filha, Shashikala - Javed Atique/Folhapress
O grande desejo de Asha é comer uma maçã. A caixa custa 200 rúpias (R$ 11). "Faz tanto tempo que não como fruta que até esqueci os nomes. Faz anos que não como uma maçã", diz Asha. Ela e a filha nunca foram ao cinema nem a um restaurante. A diversão da família é assistir a novelas e desenhos animados na pequena TV de tubo.
Arvind Panagariya, que foi vice-presidente da comissão de planejamento no governo Modi e continua muito próximo do primeiro-ministro, acredita que desigualdade de renda em si não é um problema. "Não existe nenhum país no mundo que cresça mais de 7% ao ano durante uma década sem ter aumento de alguns indicadores de desigualdade", disse à Folha Panagariya, atualmente professor de Economia na Universidade Columbia.
De 2004 a 2014, Índia registrou maior crescimento de sua história, média de 8% ao ano. "Na minha visão, para um país em desenvolvimento, combater a pobreza é muito mais importante do que ficar obcecado com a desigualdade. Se o crescimento está ajudando a reduzir pobreza, o que certamente é verdade na Índia, mesmo que a desigualdade aumente, ainda é melhor do que não ter redução de pobreza e ter uma distribuição mais equitativa. Nos anos 1950, nós éramos todos pobres e, portanto, havia uma distribuição bastante igualitária (de pobreza)", diz Panagariya.
Já Montek Singh Ahluwalia, que foi vice-presidente da comissão de planejamento no governo anterior, do partido do Congresso, tem visão oposta.
"É errado dizer que a desigualdade não importa. A desigualdade pode nutrir uma sensação de injustiça; quando isso acontece, o aumento da desigualdade é um problema mesmo que haja redução da pobreza", disse à Folha Ahluwalia, que foi diretor do escritório de avaliação independente do FMI.
O fato é que o país não tem gerado empregos suficientes para os cerca de 10 milhões de jovens que entram no mercado de trabalho todos os anos.
A taxa de desemprego está em 6,1%, a mais alta desde 1972. Comparada aos 12% registrados no Brasil, pode não parecer tão alta. Mas o índice era de apenas 2,2% em 2012.
Hoje, é particularmente alto entre jovens de 15 a 29 anos na área urbana, 18,7% dos homens dessa faixa etária e 27,2% das mulheres estão procurando emprego. Na zona rural, 18,7% dos homens e 13,6% das mulheres.
Neste país de 1,3 bilhão de habitantes, empregos formais são muito disputados. Em janeiro, por exemplo, 7.000 pessoas a maioria com nível superiorcandidataram-se a 13 vagas de garçom em um refeitório público em Maharashtra. Um concurso das Ferrovias Indianas para contratar 63 mil faxineiros, carregadores e porteiros atraiu 19 milhões de candidatos no fim do ano passado.
Há quem entreveja a possibilidade de uma vida melhor, só para retroceder tudo de novo.
Kaikasha Sheikh, 26, tirou toda a família da favela ao conseguir um emprego de comissária de bordo na Jet Airways.
Depois de dois anos, começou a engordar, por causa de hipotireoidismo, e a companhia a demitiu, alegando que ela não poderia mais voar por causa do problema de saúde.
Kaikasha está tentando arrumar outro emprego em companhia aérea, mas está difícil. Já se candidatou a vagas em todas, e nada. Vem fazendo bicos em eventos.
O pai não trabalha há anos. A irmã de 19 anos faz curso de esteticista e o irmão de 17 estuda animação. Kaikasha paga o aluguel, o curso da irmã, a conta de luz e a comida. Está endividada.
"Vai ser muito difícil voltar para Andheri (favela no norte de Mumbai), vi como a vida pode ser melhor fora da favela", diz.
A mãe dela pagou os estudos da filha em uma escola bilíngue (hindi e inglês) trabalhando como diarista. "Quando arrumei emprego, disse a ela, mãe, te devo tudo, você trabalhou duro para eu poder estudar, então, agora, você pode parar e descansar."
Ela tirava entre 45 mil e 60 mil rúpias (R$ 2.500 e R$ 3.300) por mês, dependendo de quanto voava. Queria fazer voos internacionais, mas, como morava na favela, seu pedido de passaporte foi rejeitado duas vezes.
Conseguiu mudar com a família para o apartamento de classe média baixa em que vive hoje, e finalmente tirou o passaporte. Mas foi demitida antes de realizar seu sonho de viajar para fora.
"Nós já temos uma desigualdade muito importante por causa do regime de castas", diz Rayaprol Nagaraj, professor de economia do Instituto de Pesquisas de Desenvolvimento Indira Gandhi, ligado ao Banco Central do país.
"A liberalização trouxe crescimento, mas apenas os trabalhadores mais qualificados se beneficiaram. Pusemos todos os ovos na mesma cesta, achando que seríamos uma potência do software, mas precisamos empregar milhões de pessoas."
FONTE:

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

SE LIGA NA LÍNGUA! PORTUGUÊS NÃO É PARA AMADORES!!!


O COMPLEXO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO DE ITABUNA
Campus Amélia Amado
APRESENTA



Acontece nos dias 08, 09, 14, 15 e 16 do mês de agosto, a partir das 19 horas, a Semana Temática:

 SE LIGA NA LÍNGUA!

O Núcleo de Ciências Humanas e Linguagens e suas tecnologias, trazem para a comunidade escolar da Modalidade Educação de Jovens e Adultos(EJA) e a sociedade em geral, a abordagem sobre a origem, expansão, usos e costumes da Língua Portuguesa.

A Semana Temática é um projeto pedagógico que proporciona aos educandos uma vivência mais aprofundada de temas do Currículo Escolar, que são abordados de forma lúdica, prática e mais intimista. 

É um momento único, onde a aprendizagem se estabelece a partir das diversas interações que ocorrem em vários níveis e práticas. Os educandos saem do tradicional papel passivo/ouvinte para protagonista da sua aprendizagem, mediada por colegas e professores.



Na recepção dum salão de convenções, em Fortaleza…

– Por favor, gostaria de fazer minha inscrição para o Congresso.
– Pelo seu sotaque vejo que o senhor não é brasileiro. O senhor é de onde?
– Sou de Maputo, Moçambique.
– Da África, né?
– Sim, sim, da África.
– Aqui está cheio de africanos, vindos de toda parte do mundo. O mundo está cheio de africanos.
– É verdade. Mas se pensar bem, veremos que todos somos africanos, pois a África é o berço antropológico da humanidade…
– Pronto, tem uma palestra agora na sala meia oito.
– Desculpe, qual sala?
– Meia oito.
– Podes escrever?
– Não sabe o que é meia oito? Sessenta e oito, assim, veja: 68.
– Ah, entendi, “meia” é “seis”.
– Isso mesmo, meia é seis. Mas não vá embora, só mais uma informação: A organização do Congresso está cobrando uma pequena taxa para quem quiser ficar com o material: DVD, apostilas, etc., gostaria de encomendar?
– Quanto tenho que pagar?
– Dez reais. Mas estrangeiros e estudantes pagam “meia”.
– Huummm! que bom. Ai está: “seis” reais.
– Não, o senhor paga meia. Só cinco, entende?
– Pago meia? Só cinco? “Meia” é “cinco”?
– Isso, meia é cinco.
– Tá bom, “meia” é “cinco”.
– Cuidado para não se atrasar, a palestra começa às nove e meia.
– Então já começou há quinze minutos, são nove e vinte.
– Não, ainda faltam dez minutos. Como falei, só começa às nove e meia.
– Pensei que fosse as 9h05, pois “meia” não é “cinco”? Você pode escrever aqui a hora que começa?
– Nove e meia, assim, veja: 9h30
– Ah, entendi, “meia” é “meia”.
– Isso, mesmo, nove e trinta. Mais uma coisa senhor, tenho aqui um fôlder de um hotel que está fazendo um preço especial para os congressistas, o senhor já está hospedado?
– Sim, já estou na casa de um amigo.
– Em que bairro?
– No Trinta Bocas.
– Trinta bocas? Não existe esse bairro em Fortaleza, não seria no Seis Bocas?
– Isso mesmo, no bairro “Meia” Boca.
– Não é meia boca, é um bairro nobre.
– Então deve ser “cinco” bocas.
– Não, Seis Bocas, entende, Seis Bocas. Chamam assim porque há um encontro de seis ruas, por isso seis bocas. Entendeu?
– Acabou?
– Não. Senhor é proibido entrar no evento de sandálias. Coloque uma meia e um sapato…

O africano enfartou…

Abraços Fraternos,

Autor desconhecido!


DIA 16 DE AGOSTO TEM:




terça-feira, 6 de agosto de 2019

GLOBALIZAÇÃO: ÁSIA TIRA MILHÕES DA MISÉRIA, MAS FOSSO DE RENDA SE ABRE. RICOS CADA VEZ MAIS RICOS, CLASSE MÉDIA PERDENDO RENDA E POBRES COM ELEVAÇÃO DE RENDA. ISSO MEXE COM OS VALORES E PRIVILÉGIOS DA CLASSE MÉDIA!

Casal de noivos posa para foto em viaduto de Pequim

Quando jovens nos anos 1980, os agricultores Li Hu Hu, 58, e Hao Sanhuan, 54, moradores de Hohhot, cidade no norte da China perto da divisa com a Mongólia, foram obrigados pelos pais a se casarem antes de terem se conhecido.
"Daquela época, não vale nem recordar. Era muito duro. Nossos pais tinham muitos filhos e não podiam cuidar de todos", diz Hao ao lado do marido.
Com roupas e mãos encardidas de terra, o casal mostra a pequena casa em reforma onde vive em meio a galinhas e carneiros.
Ambos trabalham em uma fazenda de cogumelos e é com o dinheiro dessa atividade que reconstroem a casa e que pagaram os estudos dos filhos.
Aos 28 anos, o caçula formou-se em química aplicada, fez mestrado e agora trabalha em Pequim.

Em um país com quase 1,4 bilhão de pessoas, Li e Hao fazem parte dos quase 800 milhões de chineses que deixaram para trás a pobreza extrema desde 1978.
Foi naquele ano dois após a morte de Mao Tse-tung (1893-1976), responsável por fazer da China um país comunista que o então secretário-geral do PCC (Partido Comunista Chinês), Deng Xiaoping (1904-1997), introduziu as reformas econômicas que levariam o país a crescer cerca de 10% por décadas. Até se transformar na segunda maior economia do mundo, atrás só dos EUA.
A rápida industrialização chinesa baseada na exportação, em baixos salários (cada vez mais raros) e na alta produtividade foram cruciais para a transformar o país.
Agora, a meta do atual dirigente com cargo vitalício, Xi Jinping, 66, é eliminar a miséria da China até 2020.
Após Xi tomar posse em 2013, o governo contabilizou 89 milhões de pessoas consideradas pobres no país. Em seis anos, segundo dados oficiais, esse total já foi reduzido para 13,1 milhões.
Concentradas sobretudo em áreas rurais, onde os rendimentos são 3,5 vezes menores do que nas cidades, elas agora são o alvo prioritário de projetos que têm por trás a mão pesada do Estado chinês.
Su Gouxia, do Gabinete de Combate à Pobreza, diz que a verba deste ano para a área equivale a 3,4% do orçamento público, ou 120 bilhões de yuans (R$ 67 bilhões, o dobro do Bolsa Família, que atende 13,7 milhões de famílias).
"Injetamos muito dinheiro também em transporte, educação e serviços médicos nas zonas rurais", diz Gouxia.
A fazenda de cogumelos onde Li e Hao trabalham em Hohhot faz parte desse gigantesco esforço de subsidiar negócios e empresas que contratem diretamente pessoas em situação miserável.
Na plantação foram investidos 650 milhões de yuans (R$ 360 milhões) em dinheiro público para a produção anual de 5.000 toneladas de diferentes tipos de cogumelos.
Não há lucro ainda, diz Wang Hailin, diretor do negócio que emprega cerca de 500 agricultores. Mas, em média, cada um deles ganha entre 3.000 e 4.000 yuans por mês (R$ 1.650 a R$ 2.200), dependendo da produtividade.
Essa é a mesma faixa de renda que o vendedor e criador de gado Liu Yongsheng, 43, obtém na feira de Cheng Feng, em Tongliao, mais ao leste do país e perto da fronteira com a Coreia do Norte.
Com a ajuda de empréstimos do governo, foram os administradores da própria feira que repassaram um financiamento de 100 mil yuans (R$ 56 mil) a Liu para que ele pudesse começar a criar e a comercializar gado. Como Liu, outras 41 pessoas foram ajudadas desde 2016.
"As mudanças aqui são muito grandes e estamos bem melhor do que quando éramos jovens", diz Liu, cujo sonho é fazer do filho de 17 anos um universitário.
A feira de Cheng Feng comercializa cerca de 8.000 cabeças por pregão e foi criada por um ex-militar do Exército chinês e membro do Partido Comunista Chinês.
Depois de montar a operação, ele constituiu uma célula do partido dentro do negócio, em uma configuração cada vez mais comum na China e testemunhada pela Folha em várias empresas visitadas.
Estima-se que atualmente mais de 70% das companhias privadas (inclusive estrangeiras) na China tenham células do partido em atividade, numa tendência que vem se acentuando desde a chegada de Xi Jinping ao poder.
Esses núcleos políticos servem tanto para que as empresas acompanhem melhor as políticas do governo central quanto para que possam se livrar de burocracias locais e obter vantagens como empréstimos subsidiados.
Em novembro de 2018, o jornal oficial Diário do Povo anunciou que Jack Ma, fundador do grupo Alibaba e uma das pessoas mais ricas do mundo, filiou-se ao partido, seguindo um caminho já trilhado por grandes empresários no país.
Ao todo, o PCC tem quase 90 milhões de membros na China e oferece um aplicativo para celulares a fim de que seus filiados acompanhem online as orientações do partido e os discursos de Xi Jinping.
"No nosso caso, a célula do PCC atraiu a participação de comerciantes vizinhos para a feira", diz Zhang Min, gerente de vendas da Cheng Feng e irmã do fundador.
Segundo Yu Xiaohua, professor da Universidade de Renmin, em Pequim, outra tendência do setor privado tem sido a de ampliar investimentos no interior, empregando mais pessoas em zonas ainda muito pobres, para fugir de custos e salários em alta nas áreas ricas do leste chinês.
Paralelamente, outra meta do governo para 2020 é elevar a 60% o total de chineses nas zonas urbanas. Para isso, cidades com população entre 3 milhões e 5 milhões foram franqueadas aos que possuem apenas registros rurais de residência o "hukou", uma espécie de passaporte interno.
Ações como essas e o formidável crescimento chinês nas últimas décadas levaram a China a protagonizar a maior história de sucesso da humanidade em termos de redução da pobreza.

Segundo o Relatório da Desigualdade Global da Escola de Economia de Paris, na qual atua o economista Thomas Piketty, desde o início das reformas de Deng Xiaoping, em 1978, a renda média chinesa saltou 780% como comparação, a alta nos EUA foi de 63%, e na França, de 38%.


Seguindo a tendência de quase todos os países do mundo, no entanto, isso veio acompanhado de um aprofundamento da desigualdade, deixando para trás uma época em que os 10% mais ricos na China e os 50% mais pobres ficavam com cerca de um quarto (27%) da renda cada.
Hoje, os 10% mais ricos se apropriam de mais de 40% dos rendimentos; e os 50% mais pobres, de menos de 15%.
A diferença se deu porque o ganho no topo da pirâmide nos últimos 40 anos foi muito maior, de 1.200%. Para a metade mais pobre, de 390%.
O fosso entre pobres e ricos abriu-se principalmente entre 1998 e 2006, quando muitas estatais do setor de serviços foram privatizadas.
No período, a classe média (os 40% "do meio" entre os 10% mais ricos e os 50% mais pobres) teve um ganho de 730%, apenas um pouco abaixo da média geral.
A boa notícia no caso chinês é que a desigualdade, embora estacionada em patamar elevado, vem parando de aumentar há quase 15 anos.

Por causa da China e também da maioria de seus vizinhos asiáticos, a Terra hoje poder ser considerada um "planeta classe média".
Nele, mais da metade da população (cerca de 3,8 bilhões de pessoas) vive com algo entre US$ 11 e US$ 110 ao dia (R$ 42 a R$ 416) e tem renda suficiente para comprar geladeiras ou motocicletas, segundo o Brookings Institution, de Washington.
"Mesmo onde a desigualdade ainda aumenta, o crescimento em países como China, Índia, Vietnã, Filipinas ou Indonésia é muito forte, a ponto de compensar a alta da disparidade de renda e causar a expansão de suas classes médias", diz Homi Kharas, do programa de Economia Global do Brookings Institution.
Na China, tanto a renda média dos 50% dos adultos mais pobres (cerca de R$ 1.400 mensais) quanto a da classe média (R$ 5.100) já superou, ainda que por pequena margem, a brasileira segundo o critério PPC (Paridade do Poder de Compra), que relaciona poder aquisitivo ao custo de vida local.
Para Lucas Chancel, coordenador do relatório, China e demais asiáticos protagonizam "o lado feliz da globalização", que proporcionou a melhora da renda nesses países altamente populosos e voltados à exportação.
"O outro lado da globalização é que a renda cresce em ritmo muito baixo para as classes trabalhadoras na América do Norte e em determinados países europeus. Alguns políticos já perceberam isso, e estamos vendo os efeitos", diz Chancel, em referência às ondas de populismo e protecionismo dos últimos anos.


Apesar das críticas de muitos líderes do Ocidente ao modelo de "capitalismo de Estado" chinês, sobretudo de Donald Trump nos EUA, alguns especialistas em desigualdade concordam que, em termos de combate à pobreza, ele traz resultados sólidos.
"Na China, as empresas privadas produzem cerca de 70% de todo o valor agregado e empregam quase 80% da força de trabalho, que é assalariada. Portanto, há pessoas legalmente livres trabalhando", diz Branko Milanovic, autor de "Global Inequality" (Harvard University Press).
"Isso não significa que o Estado chinês não tenha um papel ativo. Mas ele não é muito diferente do que o Estado francês teve nos anos 1980."
Ao longo das últimas décadas, o crescimento chinês foi baseado amplamente em investimentos em infraestrutura e empréstimos a empresas com recursos estatais para plataformas de exportação que usavam mão de obra em larga escala e barata.
Isso fez com que a taxa de investimentos da China alcançasse quase a metade do PIB e seja hoje equivalente a mais que o dobro da média dos países ricos. Já o consumo das famílias representa um terço do PIB, metade da taxa nos países desenvolvidos.
Com o aumento da renda média, a expectativa era de que os investimentos públicos pudessem refluir, que o Estado se desfizesse de boa parte de suas 150 mil estatais e que o consumo virasse o principal motor do crescimento.
Embora as grandes cidades chinesas agora estejam repletas de shoppings quase sempre cheios, a chegada de Xi Jinping ao poder parece ampliar novamente a participação do Estado na economia.
A partir de 2013, por exemplo, as estatais subiram de 35% para 80% sua participação em empréstimos bancários, segundo dados do economista Nicholas Lardy, do Peterson Institute for International Economics.
Por trás do novo intervencionismo estaria a tentativa de acelerar outra vez o investimento no menor patamar em 20 anos e a economia.
Com crescimento anualizado em torno de 10% até a crise global de 2008, o PIB perde força e neste ano deve ceder a 6% ou menos, dependendo do impacto da guerra comercial com os Estados Unidos.
O risco dessa estratégia, segundo especialistas, seria o de anabolizar demais a economia com empréstimos estatais para promover negócios que não encontrarão demanda correspondente no futuro.

Fernando CanzianLalo de Almeida (fotos)