quarta-feira, 4 de setembro de 2019

AFROFLIX REÚNE 100 FILMES QUE ROMPEM NARRATIVA ESTEREOTIPADA SOBRE POPULAÇÃO NEGRA

Seis mulheres selecionam audiovisuais em que pelo menos um afrodescentente participe da direção, roteiro ou atuação.

Gisele Brito

Cena do documentário Mwany, do alagoano Nivaldo Vasconcelos. Site conta com filmes de dez estados - Créditos: Reprodução
Cena do documentário Mwany, do alagoano Nivaldo Vasconcelos. Site conta com filmes de dez estados / Reprodução

Cerca de 100 filmes de dez estados que contam com a participação de negros em pelo menos uma área técnica da produção estão disponíveis no Afroflix, plataforma de pesquisa online lançada na última quarta-feira (17). Os filmes são enviados por seus autores e passam por uma curadoria da equipe do projeto, composta por seis mulheres afrodescendentes.
Apesar do nome, o site tem muitas diferenças em relação ao Netflix. Uma delas é que, enquanto a plataforma internacional disponibiliza filmes via streaming, esta iniciativa não armazena os vídeos, mas os linka para sua fonte original (seja o YouTube, o Vimeo ou o site do filme, por exemplo). A plataforma reúne filmes que já estão na internet, organizados de forma a facilitar a busca de referências.
"A gente não baixa o vídeo. Não gera visualizações para nós. Todo play que é dado vai para o próprio realizador. E já estamos recebendo retornos de que as visualizações aumentaram. Tem sido bem legal", afirma a cineasta Yasmin Thayná, idealizadora do projeto e diretora e roteirista de Kbela - O Filme, lançado em 2015.
O site também indica vlogs, programas, séries e videoclipes e não conta com nenhum tipo de financiamento. Todo ele foi produzido por meio da cooperação das participantes do coletivo. "É uma ideia para o futuro, um sonho nosso para que possamos ter conteúdos originais. Séries originais, filmes. A ideia é trabalhar no campo da produção, difusão e formação. Mas para isso precisamos de investimento", pondera Yasmin. 
Para assistir ou disponibilizar obras, acesse http://www.afroflix.com.br/.

Origem da ideia

Outras diferenças em relação ao Netflix são a gratuidade e a vontade de enegrecer as narrativas contadas no país. "Tem uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro que aponta que entre o ano 2002 e 2012, ou seja, em dez anos de cinema nacional, não teve nenhum filme dirigido por mulheres negras, nenhum filme escrito por mulheres negras e apenas 2% dos filmes produzidos no país são protagonizados por pessoas negras. Devem sair 100 filmes por ano, então multiplica isso por dez. É um número assustador", afirma Yasmin Thayná. "Muitos desses filmes são feitos com dinheiro público. Isso significa que o grupo que representa a maior parcela da população não está recebendo recursos", destaca.
Foi justamente durante os debates ocorridos após as exibições de Kbela,filme que trata da transição capilar de mulheres negras, que Yasmin teve a ideia inicial para criar o Afroflix. "Nos debates surgiam muitas perguntas sobre novas formas de divulgação de cinema, de novas formas de tornar as produções com foco em protagonismo negro mais visíveis no Brasil, já que tínhamos um número bastantes expressivo delas", explica Yasmin.

Novas narrativas

A cineasta enfatiza que a ideia não é apenas para negros, por isso basta que haja um em pelo menos uma das áreas de produção do filme. Mas pondera que o principal critério para que o filme seja incluído na curadoria do site é a criação de novas narrativas.
"Tem gente disputando esse campo da imagem que media nossas relações. A imagem é muito poderosa. É o que faz você acreditar nas coisas, dita o seu gosto. Então, é muito importante produzir narrativas alternativas àquelas que colocam o negro o tempo todo como bandido ou empregada doméstica. Essas produções do Afroflix tentam produzir outros sentidos. As características principais das produções é a desconstrução da narrativa clássica, da visão que se tem sobre o negro".
Edição: Camila Rodrigues da Silva
FONTE:

Brasil de Fato

IF BAIANO ADOTA PROVA PARA O PROCESSO SELETIVO 2020

Edital com informações sobre vagas e

cursos está previsto para ser lançado

neste mês de setembro.



O processo seletivo para ingresso de estudantes em cursos técnicos de nível médio do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) em 2020 terá como método de classificação o exame de conhecimentos, é o que informa o Núcleo de Ingresso da instituição.

“A mudança do processo seletivo veio porque identificamos uma carga burocrática muito alta para os nossos candidatos. Isso era um motivo de reclamação deles. E o IF Baiano gostaria de tornar o processo um pouco menos burocrático e mais inclusivo. Então, foi feita uma consulta à comunidade, que decidiu por exame de conhecimentos como uma forma de avaliação”, esclarece Eduardo Perovano, chefe do Núcleo de Ingresso. Nos processos seletivos dos últimos três anos, o IF Baiano adotava a análise de histórico escolar como critério de classificação dos candidatos.

A previsão é de que o edital, contendo todas as informações sobre o processo seletivo, seja publicado no início de setembro e mais de 3 mil vagas em cursos técnicos, nas formas integrada e subsequente ao ensino médio, sejam ofertadas em todos os campi do IF Baiano.

As inscrições serão via internet e estão com abertura prevista para a segunda quinzena de setembro. No momento do cadastro, o candidato terá a possibilidade de se inscrever em duas opções de curso. “Uma outra facilidade também é que ele vai poder fazer o exame em qualquer um dos quatorze campi do Instituto”, acrescenta Perovano.

Isenção da taxa de inscrição

Candidatos com cadastro no CadÚnico devem ficar atentos ao prazo para solicitar isenção da taxa de inscrição. Durante o período estipulado em edital, eles poderão pedir a dispensa do pagamento da taxa, fornecendo o Número de Identificação Social (NIS).

Exame de conhecimentos

O exame de conhecimentos do Processo Seletivo 2020 do IF Baiano será composto por questões objetivas relacionadas às áreas língua portuguesa, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. “Estamos tomando cuidado para que a prova não tenha um aspecto conteudista, mas que valorize as habilidades e as competências do candidato na hora da classificação dele”, destaca Perovano.







segunda-feira, 2 de setembro de 2019

CIENTISTAS ESTUDAM POR QUE NORDESTE FOI REGIÃO COM MAIS CASOS DE MICROCEFALIA ASSOCIADOS AO VÍRUS DA ZIKA

Pesquisadores buscam explicações para esse fenômeno dentro dos laboratórios e na realidade das cidades do interior nordestino.
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Um estudo traz uma explicação surpreendente para uma questão que intrigava os cientistas: por que o Nordeste foi a região com mais casos de microcefalia associados ao vírus da zika?
A doença viral atingiu 144 mil pessoas no país, incluindo 12 mil grávidas. O Nordeste não foi a região que mais teve casos da doença. Mas concentrou 88,4% dos casos de malformação em cérebro de bebês, enquanto o Sudeste, por exemplo, teve 8,7% dos casos de microcefalia. Os pesquisadores agora buscam explicações para esse fenômeno dentro dos laboratórios e na realidade das cidades do interior nordestino.
Saiba mais em:


FUTURO DO MERCADO DE TRABALHO DEPENDE DE INVESTIMENTOS NA CIÊNCIA!


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Até o ano de 2030, 50% dos empregos que você conhece hoje deixarão de existir. O dado é de um levantamento  Futuro do Trabalho 2018 do Fórum Econômico Mundial. E para que a humanidade possa preencher com eficiência os novos postos de trabalho, é preciso investir em ciência e tecnologia, conforme indicaram pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. 
Durante a conferência The Future of Work, realizado em São Paulo na última quinta-feira (29 de agosto) e organizado pelo MIT Sloan para a América Latina, os especialistas indicaram que a Inteligência Artificial (IA) e o Aprendizado de Máquinas serão algumas das tecnologias que vão demandar novos profissionais nas próximas décadas.
“Invenção não é o suficiente para a inovação, que basicamente trata-se de uma ideia nova. A ciência é a base para a inovação", disse Ezequiel Zylberberg, pesquisador do MIT e coautor do estudo Innovation in Brazil: Advancing Development in the 21st Century (Inovação no Brasil: Avançando o Desenvolvimento no Século 21, em tradução livre). A pesquisa, que foi publicada em inglês, será disponibilizada em português até o final deste ano. 
Na visão dele, o Brasil passa por um momento crítico devido ao corte de bolsas científicas anunciado pelo governo federal. Zylberberg acredita que instituições como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) são importantes para formar e treinar pesquisadores, que podem gerar a base para a cadeia de inovações no Brasil. 
“O que está acontecendo com a comunidade científica, de sofrer corte de verbas dos estudantes, pode gerar um cenário catastrófico para o país”, ele declarou. “A ciência e a tecnologia são ferramentas para gerar novas indústrias, o que gera empregos e cria trabalho para o futuro.”

Trabalho com robôs
Para o holandês Gijs van Delft, diretor do Page Group Brasil, empresa de recrutamento, os robôs serão essenciais para o futuro do trabalho. Entretanto, ele acredita que nunca irão substituir 100% a necessidade de trabalhadores, pois as máquinas não possuem potencial de discernimento como os humanos. “Não podemos tratar com medo as profissões que não existem ainda”, ele comentou. “O fator humano é chave para promover a diversidade nas empresas e serão necessários postos de lideranças para gerenciar a atuação de pessoas e das máquinas.”

Roberto Rigobon, professor de economia aplicada do MIT Sloan, acredita que as áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) contribuirão significativamente com melhorias e novas criações para o mercado de trabalho. Ele considera que, no futuro, não haverá competição entre tecnologia e pessoas, mas sim a colaboração do conhecimento humano e o processamento das máquinas.
Rigobon ainda sugeriu que cada vez mais as empresas vão precisar considerar o que ele chama de E.P.O.C.H.: sigla para os termos em inglês que significam "Ética; Presença e Contato Humano; Abertura e Empatia; Criatividade e Imaginação; e Esperança". “Vamos precisar de STEM para programar as máquinas, mas os dados podem cometer erros. O E.P.O.C.H. será complementar a Inteligência Artificial para tornar o trabalho mais rico”, afirmou.
FONTE:


sábado, 31 de agosto de 2019

CAMINHÃO COM CIÊNCIAS EM ITAJUÍPE!

O Colégio Polivalente e a Pró-Reitoria de Extensão-Proex da Universidade Estadual de Santa Cruz convidam toda comunidade de Itajuipe para participarem  do "Caminhão com Ciência " onde serão realizadas oficinas e exposições científicas. Acontecerá neste sábado (31) de agosto, a partir das 8:00h no Colégio Polivalente de Itajuipe. Venha participar!! 
O que: Caminhão com Ciências 
Data: 31 de agosto (sábado)
Local: Colégio Polivalente de Itajuipe 
Horário: A partir das 8:00h









terça-feira, 27 de agosto de 2019

A ESCOLA TAMBÉM É LUGAR DE CIÊNCIA


A necessidade de fortalecimento da visão científica dentro das escolas foi um consenso do 1º Seminário Catarinense Escola é Lugar de Ciência, realizado segunda-feira (26) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Para tanto, os participantes levantaram uma série de propostas destinadas a criar um movimento nesse sentido, que poderá ser amplificado para todo o estado e todo o País.
Entre as principais medidas, a promoção de seminários regionais e a abertura de discussões sobre as condições para a realização de pesquisas no ambiente escolar. Também foi proposto o estreitamento das relações entre a Comissão de Educação da Assembleia, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e o Fórum Estadual Popular de Educação com a Secretaria Estadual da Educação e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação no Estado de Santa Catarina (Fapesc). O esforço conjunto poderá levar à criação de uma Frente Parlamentar em Defesa da Ciência e da Educação.


As propostas constarão de uma carta a ser encaminhada às lideranças políticas estaduais e nacionais e apresentadas no 2º Encontro Nacional dos Presidentes de Comissões de Educação dos Legislativos Estaduais, a ser realizado entre os dias 12 e 13 de setembro em Cuiabá (MT).
“A reunião foi muito importante e significativa para o setor de educação básica de Santa Catarina”, avaliou o professor André Ramos, secretário regional da seção catarinense da SBPC. Além de participar na organização e promoção do seminário, a SBPC inspira o movimento que nasceu na Assembleia com o projeto SBPC Vai à Escola, que já leva ciência para diversas instituições de ensino fundamental no estado.
“Essa carta vai trazer uma sistematização do debate entre professores, palestrantes e entidades participantes e propor ações para que as escolas de ensino básico se tornem um modelo de formação científica democrática e inovadora”, afirmou a deputada Luciana Carminatti (PT/SC), uma das idealizadoras do encontro.
O presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira, participou do seminário ministrando a palestra “A escola em debate: o papel da Ciência e de outros saberes”. Ele defendeu que as universidades se aproximem mais das comunidades onde estão inseridas e que prestem contas de suas atividades, não tendo vergonha de mostrar que a educação é cara. “A universidade tem sua autonomia, mas ao mesmo tempo tem que prestar contas à sociedade. Tem que estar mais próxima da comunidade, apoiar o ensino básico, discutir melhorias, além de valorizar os professores, investindo na formação e condições de trabalho”, resumiu.
André Ramos destacou o sucesso de público do evento. A Secretaria Estadual de Educação fomentou a presença de escolas do interior (com dispensa do ponto e apoio financeiro para transporte e alimentação) em um número limitado de 300 profissionais. Porém, mais de 500 professores lotaram o Auditório Deputada Antonieta de Barros, que tem capacidade para 420 pessoas. Dezenas de pessoas ocuparam uma sala contígua onde foi instalado um telão para quem quisesse acompanhar os debates e não conseguiu entrar.
Um dos temas mais debatidos, segundo Ramos, foi o avanço do obscurantismo e os ataques à ciência e ao meio ambiente. “Isso mostra que os professores no chão da escola estão ávidos pelo debate em rede desses temas”, afirmou o secretário regional da SBPC.
Janes Rocha – Jornal da Ciência, com informações da Agência Alesc

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

ZACIMBA GABA, A PRINCESA ANGOLANA QUE FOI ESCRAVIZADA E LUTOU PELA LIBERDADE DE SEU POVO



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Zacimba Gaba foi uma princesa guerreira cuja história foi, por muitos, esquecida, devido ao projeto que se impôs no Brasil de apagar a memória da escravidão.
Trata-se de uma princesa do reino de Cabinda, na Angola, África, nascida no século 17, que comandou seu povo numa guerra contra a invasão portuguesa na região costeira. Cabinda, na década de 1690, foi praticamente dizimada pelas tropas portuguesas e seus sobreviventes foram capturados e mandados ao Brasil como escravos.
No Espírito Santo, Brasil, ela foi vendida junto a 12 de seus súditos ao fazendeiro português José Trancoso. No campo de trabalho, Zacimba foi cruelmente castigada por não se submeter às ordens do senhor. Num primeiro momento, Trancoso não tinha noção do status de Zacimba entre os angolanos, mas percebeu logo o diferente tratamento dado a ela.
Um dia, a princesa foi levada à Casa Grande, onde Trancoso a interrogou por dias, para confirmar que ela era uma soberana. Nesse tempo, foi chicoteada e agredida, até admitir sua posição. Satisfeito, Trancoso estuprou Zacimba.
O fazendeiro também percebeu o poder dessa informação, e deixou claro que se houvesse qualquer levante e algo ocorresse com ele ou sua família, ele mataria Zacimba.

A princesa foi proibida de sair da Casa Grande e submetida a sessões de tortura física e psicológica. O mesmo ocorreu em massa entre os homens de seu povo, chicoteados diariamente nos campos. O sentimento de revolta pela sua libertação aumentava.
Uma arma muito utilizada entre os escravos brasileiros, como retruco contra capatazes violentos, era o envenenamento. Era comum o uso de um veneno proveniente da cabeça de uma cobra conhecida como Preguiçosa — possivelmente, uma jararaca — no Valo do Cricaré, que é mortal em pequenas doses constantes. O veneno era conhecido como pó de amassar sinhô.
O veneno devia ser dado em várias doses pequenas, pois não funcionava instantaneamente. Porém, com medo desse tipo de golpe, os senhores costumavam obrigar os escravos a provar das comidas que traziam, para provar que não estaria envenenada. Com essa consciência, Zacimba demorou anos para envenenar José Trancoso sem matar nenhum de seus irmãos.
Quando finalmente Trancoso morreu envenenado, Zacimba estava preparada e ordenou a invasão da Casa Grande pelos escravizados presos na senzala. Todos os torturadores foram mortos, mas a família do português foi poupada. Zacimba guiou seu povo pela fazenda, guerreando contra os capatazes, e fugiu, fundando um quilombo no Norte do Espírito SAnto, hoje município de Itaúnas.
Finalmente livre, o povo de Zacimba se tornou grande condutor de revoltas pela liberdade, e seu quilombo se tornou ponto de referência para escravos fugidos. A princesa passou o resto da vida guiando batalhas no porto de São Matheus, pela libertação dos negros que eram vendidos chegados de África, e a destruição dos navios negreiros.
Persistente em sua luta pela liberdade, a princesa guerreira morreu invadindo um navio português, lutando pela libertação de seu povo cabindense.
Aventuras na História