terça-feira, 26 de maio de 2020

SECRETARIAS DE ESTADO IMPLEMENTAM AÇÕES PARA A PEQUENA ECONOMIA NA CAPITAL E NO INTERIOR

Secretarias de Estado implementam ações para a pequena economia na capital e no interior


Aplicativo para compra e venda de produtos e serviços, produção de máscaras e serviço de delivery para produtos da agricultura familiar estão entre as ações  

Uma série de iniciativas para fomentar a pequena economia está sendo desenvolvida por diferentes secretarias do Governo do Estado da Bahia. O objetivo é dar a oportunidade para que o pequeno empresário ou prestador de serviço, o agricultor familiar ou o trabalhador autônomo possa manter suas atividades, mesmo com as limitações impostas pela pandemia da Covid-19. São exemplos das iniciativas a plataforma digital gratuita Fique no Lar, as iniciativas de delivery que estão sendo realizadas em toda a Bahia com apoio da Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR) para ajudar a cadeia da Agricultura familiar, e o projeto Trabalhando em Rede no Combate ao Coronavírus, com a produção de dois milhões de máscaras de proteção artesanais para distribuição gratuita.

Lançado em abril, o aplicativo Fique no Lar foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e disponibilizada para o Governo do Estado através de uma parceria com as secretarias de Desenvolvimento Econômico (SDE) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). Em um mês, a ferramenta alcançou 777 cadastros de empresas, em 108 municípios baianos. Salvador lidera os cadastrados com 286 estabelecimentos. O setor de alimentos é o campeão de cadastros. Em todos os territórios do estado, associações e cooperativas da agricultura familiar se adaptam à nova realidade e adotam o sistema delivery como uma das estratégias de comercialização. O app está disponível para android na Playstore e para iOS no

App Store

O superintendente de Desenvolvimento Econômico da SDE, Paulo Guimarães, reforça que a pandemia da Covid-19 tem trazido uma série de dificuldades e desafios para a economia, principalmente para as micro e pequenas empresas. “Não se sabe o que vai acontecer quando a pandemia passar, mas certamente, para sobreviver e para ter uma chance na nova economia que surgirá, será exigido das empresas criatividade e adaptação a novas formas de prestação de serviços e de se fazer comércio”.

Guimarães destaca que as empresas só estão conseguindo sobreviver  porque estão se adaptando à tecnologia da encomenda, da entrega e do atendimento virtual. “Isso deverá permanecer após o fim da pandemia e trará, com certeza, alterações nas relações de trabalho, nas relações comerciais. As empresas que se adaptarem melhor terão mais oportunidades no futuro. Os trabalhadores também precisam estar cada vez mais qualificados para o atendimento virtual, para trabalhar autonomamente, e isso vai exigir uma qualificação do profissional, diferente da que era exigida anteriormente no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, muitas serão as necessidades de investimentos públicos, para que a economia volte a crescer”.

Palavra de empreendedor

Para a coordenadora da Câmara Estadual da Mulher Empresária da Fecomércio-BA, Rosemma Maluf, o aplicativo é uma ferramenta que proporciona a sobrevivência das pequenas empresas durante o período de quarentena. “É muito importante a iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de criar uma aplicativo para que as pequenas empresas possam anunciar o seu negócio e os clientes possam, com a recomendação da quarentena, fazer os seus pedidos. Principalmente nessa fase em que a economia precisa girar, os pequenos negócios precisam encontrar uma alternativa para a sua sobrevivência”.

Um exemplo é o pequeno empreendedor André Brenha, proprietário de uma pizzaria no bairro de Piatã, em Salvador. Ele conta com a ferramenta para atravessar este momento difícil para a economia. “Eu quero agradecer a iniciativa do aplicativo Fique no Lar, que nos ajuda, pequenos empreendedores, a termos nosso estoque e a nossa produção sempre em alta. Eu aproveito e peço a todos para ficarem em casa e pedirem pelo delivery”.
 
Pequeno produtor delivery

A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) vem divulgando, em seus meios de comunicação, as iniciativas de delivery que estão sendo realizadas em toda a Bahia. No site da secretaria (www.sdr.ba.gov.br), por exemplo, está disponibilizado um catálogo com nome e contato de empreendimentos que estão realizando entregas, tanto em Salvador como no interior baiano. São diversos produtos que a população pode adquirir em casa, como morangos, chocolates, cafés, castanhas de caju, derivados do milho, do licuri e do umbu e diversos cortes de cordeiros e cabritos.

Entre as cooperativas que têm se destacado está a Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), localizada no Território Baixo Sul. Ela entrega, de domingo a sexta, produtos como goma para beiju, farinha de mandioca, doce de banana, além de produtos in natura como banana-da-terra, banana-maçã, aipim e abacaxi na rede Walmart. Os produtos industrializados da cooperativa também podem ser encontrados na Rede Mix.

De acordo com a representante da Coopatan, Adriana Sousa Resende, a cooperativa não parou suas atividades e nem seu abastecimento de Salvador e região. “Sabemos a importância de escoar a produção para a geração de renda dos agricultores familiares e para continuar nossas atividades. Redobramos os cuidados com o controle de qualidade para preservar a saúde dos cooperados, colaboradores e consumidores, levando até as gôndolas produtos saudáveis e rastreáveis. Estamos mostrando a importância dos pequenos produtores de alimentos no abastecimento das cidades”, afirmou Adriana.
 
Segundo dados da FAO, agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, cerca de 80% dos alimentos produzidos no mundo são da agricultura familiar. Hoje, é possível encontrar desde hortaliças, frutas e verduras até produtos diferenciados como azeite de licuri, palmito, cervejas artesanais de licuri e de umbu, chocolates sem lactose, geleia de mel de cacau, produtos lácteos, cortes nobres de caprinos e ovinos, dentre outros. São alimentos mais saudáveis, produzidos com o cuidado com o meio ambiente e a geração de renda para mais de três milhões de baianos que vivem da agricultura familiar.
 
Trabalhando em rede
 
Das mãos de 600 costureiras de Salvador, Itabuna, Senhor do Bonfim, Juazeiro, Vitória da Conquista e municípios vizinhos surge mais um reforço no enfrentamento à Covid-19 na Bahia. Por meio do projeto “Trabalhando em Rede no Combate ao Coronavírus”, através da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), as profissionais estão produzindo dois milhões de máscaras de proteção para distribuição gratuita. O secretário da Setre, Davidson Magalhães, destaca a importância da iniciativa. “O Projeto Trabalhando em Rede, além de ser mais uma ação do Governo do Estado no combate à pandemia do coronavírus, já que a máscara funciona como uma barreira contra a propagação do vírus, vai garantir, por dois meses, renda para 600 costureiras, que, nesse período, vão produzir dois milhões de máscaras". O financiamento é feito através do Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad) e executado por Organizações da Sociedade Civil (OSC).

Portal CBN

Link do App: 

Fique no lar

PORTAL CBN | CENTRO BRASILEIRO DE NOTÍCIAS/ SECOM 

segunda-feira, 25 de maio de 2020

DIRETOR DO HOSPITAL GERAL DE IPIAÚ TESTA POSITIVO PARA A COVID-19. ELE É ENFERMEIRO. MAIS UM PROFISSIONAL DA ÁREA INFECTADO!

Foto: Reprodução da internet.

O Diretor Geral do Hospital Geral de Ipiaú( HGI), enfermeiro Alex Miranda, testou positivo para o novo coronavírus. A informação foi confirmada por ele ao jornalista José Américo Castro. Em comunicado e em vídeo divulgado, o diretor do HGI diz: “Assim como milhares de guerreiros da saúde que dedicaram suas vidas para cuidar das pessoas, eu sou vitima do covid-19. O resultado do exame, no protocolo da SESAB, saiu hoje. Estou bem, sem sintomas, tomando todos os cuidados, pra mim e pra quem está à minha volta. Meus pais que fazem parte do grupo de risco estarão fazendo o teste ainda nesta segunda-feira, 25. Peço a Deus saúde pra mim, para minha família e todas as pessoas e sei que não irei perder essa guerra”. Alex já encontra-se em isolamento social. 

O Hospital Geral de  Ipiaú teve vários profissionais da área de saúde contaminados. Questão já trata por este BLOG em matéria anterior. Veja aqui: Veja mais aqui.

Veja o vídeo:



Com informações de: 



domingo, 24 de maio de 2020

URUÇUCA: ONDE A COVID-19, ESTÁ FAZENDO UM GRANDE ESTRAGO E MOSTRA TODA A FRAGILIDADE DO NOSSO SISTEMA DE SAÚDE.

Uruçuca: Cidade registra quarta morte em apenas 14 casos confirmados da Covid-19

Uruçuca é um município de apenas 20,5 mil habitantes, no Sul do estado, no coração da região cacaueira, entre Ilhéus e Itacaré. Nesta pequena cidade vem sendo escrita a história mais triste da covid-19 na Bahia. São 83 casos confirmados e 9 mortes, o que leva a uma assustadora taxa de mortalidade de 10,8%, ou 43,9 a cada 100 mil habitantes. Para se ter ideia, a média do país é de 6,6% de letalidade e de 9,5 por 100 mil habitantes. 

Na Bahia, os mesmos índices são de 3,5% e 2,5, respectivamente. Uruçuca é uma união de tudo o que pode prejudicar o combate à doença. Pessoas que escondem sintomas, desrespeito ao distanciamento social, ausência de uma estrutura básica de atendimento e dificuldades na transferência de pacientes para hospitais. A cidade dispõe apenas de um pronto-socorro municipal, o Promater, para atender a população. Não há leitos hospitalares, muito menos de UTI. Qualquer caso de média complexidade precisa ser encaminhado para Ilhéus, a 36 km.

Os problemas na transferência de pacientes, a chamada regulação no jargão da saúde, estão diretamente ligados a três das nove mortes. São pessoas que morreram no pronto-socorro de Uruçuca, aguardando por um leito. O Ministério Público está acompanhando os casos. Essa dependência não só de Ilhéus, mas também de Itabuna, que fica a 40 km, não ajuda. As metrópoles regionais são dois dos maiores focos da covid-19, segunda e terceira cidades com mais casos na Bahia. Foi assim que surgiram os primeiros casos em Uruçuca. 

O mesmo pronto-socorro é a maternidade da cidade e tornou-se um foco de contaminação do coronavírus em Uruçuca. Por ser o único no município, as pessoas com sintomas de covid-19 eram atendidas lado a lado de pessoas que apresentavam qualquer outro problema de saúde. "Lá acaba embolando todo mundo. 

Você entra com dor de barriga e sai com coronavírus”, continua Clemilton. Ele perdeu a avó, Alzira, por causa da doença, no domingo (17). Outros familiares estão infectados. Muitos profissionais do pronto-socorro também atuam no Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus. A unidade é referência na região para atendimentos em geral e tornou-se o principal internamento para casos de covid-19 no Sul. 

O Costa do Cacau viveu um surto de contaminação de profissionais e pacientes. Além disso, o fluxo de moradores que vão realizar atendimento lá e retornam para a cidade é intenso. De qualquer forma, a população de Uruçuca começou a evitar o pronto-socorro. “Se você estivesse com sua mãe hipertensa, com idade do grupo de risco, você ia levar no Promater sabendo que tem essa contaminação de covid?”, reflete Ediley Brito, morador da cidade. 

O pronto-socorro é mantido com recursos do município e não possuía equipamentos de proteção e de isolamento à altura da crise. O prefeito, Moacyr Leite Júnior, e sua equipe, reconhecem o problema. O medo da unidade ou de ser enviado para o Hospital Costa do Cacau teria piorado outro problema da cidade: pessoas que escondem os sintomas e não procuram assistência. 

O episódio mais triste disso levou à morte de Rejane Santana, 36 anos. Funcionária de uma clínica particular de Uruçuca, ela sofreu durante uma semana, sozinha, em casa. “Ela escondeu os sintomas da própria família. Quando procurou o pronto-socorro, estava num estado muito grave. O médico de plantão pôs ela na ambulância do município e a acompanhou até o Costa do Cacau. 

Chegou a dar entrada lá, mas faleceu pouco depois”, narra o prefeito. Rejane era obesa e diabética. Faleceu no dia 22 de abril. As circunstâncias da morte de Rejane chocaram a cidade: “Era um amor de pessoa, querida por todo mundo. Teve aplauso pela cidade com o corpo dela passando de carro. Foi através dela que o pessoal se ligou mais. Antes, estavam achando que só idoso morria”, conta Gil Baiano, atleta de futebol da cidade. 

Esse comportamento da população pode explicar a alta taxa de mortalidade de Uruçuca, equivalente à de Manaus, que tem 9% de taxa de letalidade e 48,4 em 100 mil habitantes. Segundo os técnicos do município, é provável que existam muito mais casos do que os 83 confirmados. Para que a taxa de mortalidade de Uruçuca estivesse proporcional à da Bahia (3,5%), seria necessário que houvesse pelo menos 254 infectados, três vezes mais do que o registrado. “Esse é um perfil que a gente nota também nas pessoas que foram encaminhadas para tratamento em hospitais. São casos que estavam subnotificados porque as pessoas não comunicaram ao sistema de saúde no início dos sintomas”, lamenta o diretor. 

Segundo Marcílio, Uruçuca tem aplicado testes seguindo as notas técnicas emitidas pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Os testes são enviados pelo núcleo regional de saúde de Ilhéus de acordo com o número de notificações. Somente no dia 12 de maio, quando Uruçuca já contava com 57 casos confirmados e seis óbitos, a prefeitura conseguiu inaugurar outra unidade de saúde, exclusiva para regular os suspeitos de covid-19 para hospitais da região. A demora ocorreu porque o município contou apenas com recursos próprios. (Correio da Bahia)

Fonte:

sábado, 23 de maio de 2020

TEMPO DE "VIDA" DO CORONAVÍRUS EM SUPERFÍCIES PRECISA DE MAIS PESQUISAS. POR ISSO TODO CUIDADO EM MANIPULAR OBJETOS É NECESSÁRIO.

Ilustração: Jonatan Sarmento/SAÚDE é Vital


EM PRIMEIRO LUGAR É PRECISO ESCLARECER AS ASPAS EM VIDA. NÃO HÁ CONSENSO SOBRE O VÍRUS POSSUIR VIDA. OU SEJA NÃO SE TEM CERTEZA SE ELE É UM SER VIVO.

Pesquisas têm se debruçado sobre o tempo que o vírus pode sobreviver em uma superfície após ter sido colocado ali por um espirro ou por uma mão infectada, por exemplo.

Um estudo publicado no dia 17 de março 2020, na revista científica New England Journal of Medicine relatou que em materiais como plástico e aço inoxidável, o novo coronavírus pode permanecer por até três dias, ainda que em quantidades muito pequenas. Uma carga viral mais perigosa foi detectada em até 24 horas após o início do experimento.

No papelão, o vírus foi encontrado com uma carga maior por até oito horas. O material mais hostil para o microrganismo foi o cobre, no qual o vírus suportou até 4 horas em quantidade considerada infecciosa.

Cientistas afirmam que os resultados do estudo são ainda muito iniciais e não definitivos, mas oferecem um parâmetro para estabelecer práticas básicas de cuidados com limpeza e manuseio quando recebemos um pacote em casa ou quando trazemos uma sacola do supermercado.

"Limpe a superfície de tudo o que for pegar na mão", diz Bernadette de Melo Franco, microbiologista e pesquisadora do Centro de Pesquisa em Alimentos da USP. "Em materiais como papelão e plástico, que não têm células vivas, o vírus não se multiplica, mas embalagens assim funcionam como um caminhãozinho que carrega o vírus", diz. 

Assim, se a pessoa tocar na superfície que tiver sido contaminada, deve evitar tocar o rosto em seguida e tem de lavar as mãos como é recomendado pelos especialistas – com água e sabão por pelo menos 20 segundos e esfregando todas as áreas.

As sacolas plásticas de supermercado devem ser evitadas e substituídas pelas bolsas reutilizáveis de pano, que precisam ser lavadas com água e sabão antes e depois do uso. 

Para entrega de comida em casa, os especialistas sugerem que o pagamento seja feito pela internet, e que a entrega aconteça sem o contato físico com o entregador, que antes de chegar até a sua casa passou por outras residências e, ainda que não esteja contaminado, pode carregar o vírus.

As embalagens devem ser jogadas fora ou, quando for o caso, higienizadas com álcool 70% ou solução de água sanitária (duas colheres de sopa para cada litro de água). A microbiologista lembra que não há evidência de que os alimentos possam transmitir a doença, mas recomenda a higienização adequada de embalagens e de frutas e vegetais que serão consumidos.

A solução de água sanitária (desde que não contenha alvejante) ou de hipoclorito de sódio (duas colheres de sopa para cada litro de água) pode ser usada para deixar os alimentos em imersão por 15 minutos. É preciso enxaguar em água tratada após o banho.

O tratamento pelo calor, que ocorre quando um alimento é assado, cozido ou frito, também elimina os microorganismos, mas é preciso estar atento ao tempo que o produto leva para ser entregue. Demoras de mais de uma hora podem fazer com que alguns microrganismos se multipliquem e causar gastroenterite ou intoxicação alimentar – e agora é um momento ainda mais crítico para precisar de cuidados médicos e hospitalares. 

Segundo Bernadette, não há evidências científicas de que é possível a transmissão da doença pelo manuseio de papel, como livros e jornais ou revistas impressos. Mas a recomendação da microbiologista é de que as mãos sejam corretamente lavadas antes e depois da leitura como uma medida preventiva.

A Organização Mundial da Saúde diz que o risco de adquirir o vírus que causa a Covid-19 de pacote que foi movimentado, transportado e exposto a diferentes condições e temperaturas, como é o caso dos jornais, é baixo. Já a International News Association (INMA), uma das principais organizações de mídia do mundo, publicou estudo segundo o qual não houve nenhuma contaminação por jornal até agora no mundo.

"Não existe medida que vá proteger nossa casa totalmente da entrada do vírus, mas podemos reduzir esse risco ao mínimo possível mantendo hábitos de higiene mais rigorosos", acrescenta Franco.

Ainda não se sabe qual a carga mínima do novo coronavírus necessária para iniciar uma infecção, mas para outros tipos de vírus cargas menores do que 100 doses infecciosas por mililitro do material – ou litro de ar – raramente chegam a causar doença.

"Mas isso não significa que essas doses menores não podem infectar uma pessoa. Ainda não temos essa informação para o coronavírus", alerta Jônatas Abrahão, virologista e professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Para ele, a principal maneira de transmissão conhecida é o contato físico com as superfícies, é ali que deve estar o principal cuidado com a limpeza. "É melhor partir do princípio que tudo o que entra em casa pode estar contaminado."

Os resultados do estudo mostram que as diferenças de resistência entre o novo coronavírus e seu antecessor, o Sars-Cov-1, não são significativas. "São características evolutivas do vírus que o tornam mais eficiente para causar infecção", diz Natália Pasternak, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Mesmo que o novo coronavírus não esteja completamente decifrado pela ciência, Pasternak diz que não é hora de histeria. "Limpar as superfícies e lavar as mãos são o suficiente para matar o vírus. O que mais precisamos para enfrentar a pandemia é bom senso.”


Com informações de:
Folha de Pernambuco

quarta-feira, 20 de maio de 2020

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ADIA ENEM. A PRESSÃO SOCIAL FOI MAIOR QUE A INSENSATEZ MINISTERIAL!


VITÓRIA DA SOCIEDADE

O Ministério da Educação (MEC) anunciou em comunicado oficial nesta quarta-feira, 20, que vai adiar o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem 2020, por 30 a 60 dias.

“Atento às demandas da sociedade e às manifestações do Poder Legislativo em função do impacto da pandemia do coronavírus no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) decidiram pelo adiamento da aplicação dos exames nas versões impressa e digital. As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que foi previsto nos editais”.

Informações:

Portal MEC

Exame - ENEM ADIADO

segunda-feira, 18 de maio de 2020

A FALTA DE RESPONSABILIDADE DOS BRASILEIROS CHEGA AO EXTREMO DE PRODUZIR E "REQUENTAR" NOTÍCIAS FALSAS PARA FAZER VALER SEU PONTO DE VISTA. MESMO QUE ISSO IMPLIQUE COLOCAR EM PERIGO VIDAS! A GUERRA POLÍTICA-PARTIDÁRIA-IDEOLÓGICA NESSE MOMENTO AINDA VAI CAUSAR UMA GRANDE TRAGÉDIA NACIONAL.



Começou mais uma FAKE NEWS a circular nas redes sociais uma notícia sobre suposta aprovação, pela Food and Drug Administration dos EUA, da droga anti-malárica cloroquina para tratamento da COVID-19. Ela foi atualizada, acrescentando mais texto para se adaptar ao momento.

O FDA, a agência americana de regulamentação de remédios, aprovou o uso de hidroxicloroquina em todos os pacientes com o Covid-19. O CEO da Novartis anunciou que já tem em mãos os resultados de pesquisas que comprovam que a hidroxicloroquina mata o vírus. Tanto que a empresa vai doar 130 milhões de doses. O custo médio do medicamento no mundo é de US$ 4,65 por mês. Ou seja, tudo indica que a solução vai chegar bem antes do que muita gente gostaria. Talvez seja, inclusive, decisiva para reverter o cenário apocalíptico previsto para as próximas semanas e mudar o curso deste rio. […] Pois por trás disso, para os que querem continuar lucrando, e enfatizo o politicamente, com o pânico e o desespero, o pensamento que predomina é: “A cura não pode chegar tão rapidamente assim!” Mas, se Deus quiser, já chegou. DIVULGUE AGORA”
ATUALIZAÇÃO 19/05/2020.
Já circula nas redes sociais esse mesmo texto enxertado com o seguinte: "O fato é que, desde o começo, do coronavírus o nosso presidente Jair Messias Bolsonaro mandou o Exército e a Fio Cruz produzir em larga escala a Cloroquina como a cura para esse vírus terrível e o seu próprio ministro foi contra como toda oposição, o que é o  politicamente correto para salvar o povo da morte. Portanto, para muitos agentes políticos (tanto os que militam em partidos, quanto os que estão no comando de instituições como OMS ou nas redações dos jornais) as notícias acima são, na verdade, um desastre."

A “Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade” interceptou essa fake-news…

Foi fácil e simples identificar a suposta fonte. Uma reportagem do Correio Braziliense (12/03/2019) reproduziu matéria da Agência Estado que, por sua vez, referia ao jornalismo investigativo da Folha de S. Paulo.


Naomar Almeida-Filho*


O que é um ensaio clínico controlado. 

Em Epidemiologia, num importante capítulo chamado de Epidemiologia Clínica que depois evoluiu para a “Medicina Baseada em Evidências”, preferimos chamá-los de “estudos de intervenção” .

Nesses estudos, pesquisadoras/es pretendem testar o efeito real (eficácia ou efetividade) de procedimentos diagnósticos, preventivos ou terapêuticos. O objetivo é identificar efeitos isolados e significativos de um remédio, uma vacina ou qualquer procedimento clínico ou cirúrgico, mediante comparação entre um grupo de participantes que recebem a intervenção e outro formado por sujeitos não-expostos à intervenção, para comparação.

Para termos confiança nas conclusões, precisamos introduzir controles rigorosos no experimento: 

(a) nas variáveis estudadas; 
(b) na composição dos grupos; 
(c) na medida do efeito esperado. 

Em primeiro lugar, com relação ao controle das variáveis, os estudos de intervenção podem ser classificados como controlados ou não-controlados, sendo desejada a presença de grupo de controle. Um estudo sem grupo de controle é praticamente inútil porque nunca poderemos afirmar conclusivamente que o efeito positivo (melhora ou cura) foi devido à intervenção. Se aplicarmos compressas quentes a todos os pacientes de Covid-19 que chegam num dado hospital e 80% se curam, não é possível atribuir às compressas qualquer efeito terapêutico real.

Em segundo lugar, é preciso também controlar a composição dos grupos. Nesse critério, os estudos de intervenção podem ser: 

1) randomizado – com grupos de casos e de controles selecionados por sorteio (sem interferência do pesquisador); 

2) pareado – estudo com grupos constituídos por pares de casos, garantindo composição rigorosamente equivalente em termos de variáveis selecionadas; 

3) rotativo – estudo com estrutura baseada na alternância de grupos, em que os participantes que compõem o grupo experimental são alocados, após um certo período, para o grupo controle, e vice-versa. 

Estudos com grupos experimentais escolhidos a partir de critérios de disponibilidade ou conveniência têm menor poder conclusivo.

Por último, considerando o controle da medida do desfecho dos estudos de intervenção: 

1) duplo-cego – a alocação dos grupos e as medidas são todas feitas às cegas (ou seja, nem os avaliadores nem os participantes têm conhecimento da alocação dos grupos); 

2) simples-cego – os participantes não têm conhecimento de sua pertinência aos grupos da pesquisa; 

3) aberto – quando todos os envolvidos têm acesso a informações capazes de indicar a alocação dos grupos experimental e de controle. Estudos abertos são vulneráveis à possibilidade de contaminação dos dados pela vontade do experimentador, que poderá, mesmo inconscientemente, interferir nos resultados.

Neste momento, em todo o mundo, milhões de médicos e profissionais de saúde estão cuidando de milhões de pessoas, milhares de pesquisadoras/es (clínicos, epidemiologistas, sanitaristas e outros cientistas) estão lidando com milhares de casos graves, investigando centenas de pistas terapêuticas, com dezenas de esquemas ainda sendo testados. Muitos são cientistas brasileiros, apesar do recente empenho do governo federal em desfinanciar e sucatear nosso parque científico. 

Notícias falsas como esta ainda vão circular por muito tempo, na medida em que, para diminuir o medo e a ansiedade, qualquer dose de esperança parece funcionar.


Professor titular de Epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva - UFBA