segunda-feira, 16 de agosto de 2021

SEQUELAS DA COVID-19 REQUEREM TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR.


Cansaço, tontura, dor e dificuldade respiratória persistem em pacientes que tiveram alta há um ano

O alcance e os efeitos provocados no organismo pela covid-19 ainda não são totalmente conhecidos. Em alguns casos, mesmo curados do vírus, os pacientes têm sequelas graves que dificultam ainda mais o tratamento.

Segundo Linamara Rizzo Battistella, do Instituto de Medicina Física e Reabilitação (ImRea) do Hospital das Clínicas (HC) e professora titular de Fisiatria em Medicina Física e Reabilitação da Faculdade de Medicina (FM) da USP, o medo dos médicos ficou amplificado na ótica dos pacientes, que sofreram profundamente em todos os sistemas do organismo.

“Passamos de uma doença respiratória para uma infecção generalizada, que começa com o pulmão, mas não esquece nenhum pedacinho do nosso corpo”, afirma ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição. Por isso, a professora explica que o tratamento após a internação deve ser feito de maneira multidisciplinar.

Linamara conta que acompanha pacientes que tiveram alta há um ano e cansaço, tontura, dor e dificuldade respiratória ainda persistem. Mesmo os sintomas menores, como a alteração do paladar, levam a um desconforto e acabam desencadeando um quadro de depressão e ansiedade. “Não adianta tratar a melhora do movimento se eu não tiver melhorando a concentração dele”, diz.

Ao todo, foram mais de quatro mil altas e três mil sobreviventes em condições adequadas. Segundo a professora, foram identificados 1.200 pacientes que precisavam de uma avaliação, mas nem todos se dispuseram. “Eles ainda estão muito traumatizados pelo estresse.” São 801 pacientes que se disponibilizaram e participam de uma pesquisa para avaliar a duração das sequelas.

A recuperação é construída em três frentes: mobilidade, cognição e comunicação. Os médicos utilizam, por exemplo, terapias como a marcha assistida com suspensão de peso associada à realidade virtual e comando de voz, para estimular todas as frentes. Também são utilizadas tecnologias que avaliam com precisão a resposta dos pacientes a esses estímulos.

Jornal da Ciência

CÂMARA APROVA MEDIDA PROVISÓRIA QUE ALTERA REGRAS TRABALHISTAS E RENOVA PROGRAMA DE REDUÇÃO DE JORNADA


Entre os pontos incluídos no texto estão novos programas de primeiro emprego e qualificação profissional.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (12) a Medida Provisória (MP) 1045/21, Leia aqui o texto original que renova o programa de redução ou suspensão de salários e jornada de trabalho com o pagamento de um benefício emergencial aos trabalhadores. As regras valem para quem tem carteira assinada e para os contratos de aprendizagem e de jornada parcial. Agora a matéria será enviada ao Senado.

O substitutivo aprovado, do deputado Christino Aureo (PP-RJ), inclui vários outros temas no texto, como programas de primeiro emprego e de qualificação profissional, mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e definição de quem pode contar com gratuidade no acesso à Justiça.

Segundo a MP, o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda garantirá o pagamento de uma parte do seguro-desemprego ao trabalhador que tiver o contrato suspenso ou o salário e a jornada reduzidos.

Inicialmente, as regras serão por 120 dias contados da edição da medida provisória (28 de abril), mas poderão ser prorrogadas pelo Poder Executivo apenas para as gestantes.

Valor da redução
O valor a receber dependerá de quanto for a redução. Se o acordo entre empregador e empregado for individual, sem participação do sindicato, a redução só poderá ser de 25%, 50% ou 70%, tanto do salário quanto da jornada de trabalho.

Nessa situação, se houver redução de 50%, o trabalhador terá direito a 50% do salário e a 50% do seguro-desemprego por mês. Como o seguro é calculado sobre a média dos salários, o valor não chega a ser o mesmo que o reduzido.

Só poderão ser beneficiados os contratos já existentes quando a MP foi editada e, desta vez, ao contrário da primeira edição (Lei 14.020/20), os trabalhadores com contratos intermitentes não poderão receber o benefício.

Essas reduções ou suspensões poderão ser feitas por setor ou departamento da empresa e abranger todos ou alguns dos postos de trabalho.

Nesse tema, o relator introduziu dispositivo para permitir ao Poder Executivo usar o programa em outras situações de emergência de saúde pública nacional ou mesmo em estado de calamidade estadual ou municipal reconhecido pelo governo federal. Mas tudo dependerá de disponibilidade orçamentária.

“Muitos dos empreendedores merecem ter um equilíbrio dessas relações [entre capital e trabalho] e esses programas introduzidos já estavam tramitando na Casa”, disse Christino Aureo, referindo-se a pequenos empresários e aos programas de primeiro emprego.

Percentuais diferentes
A MP permite a redução de salário e jornada com percentuais diferentes por acordo coletivo, mas isso pode ser desvantajoso para o trabalhador. Se o acordo coletivo previr redução menor que 25%, o empregado não recebe nada do governo.

O benefício será de 25% do seguro-desemprego para reduções de 25% até 50%. Diminuições de salários maiores que 50% e até 70% resultarão em um benefício de metade do seguro-desemprego mensalmente. Redução maior que 70% do salário e da jornada de trabalho resultará em benefício de 70% do seguro-desemprego a que o empregado teria direito.

Acordo individual ou coletivo
Poderão negociar por acordo individual ou coletivo aqueles que ganham salário de até R$ 3.300,00 (três salários mínimos) ou que ganham salário igual ou maior a duas vezes o teto da Previdência Social (equivalente a R$ 12.867,14) e possuem diploma de curso superior.

Os que aceitarem redução de 25% no caso de qualquer salário poderão fazê-lo por acordo individual, assim como o trabalhador que continuar a ganhar o mesmo salário somando-se o benefício, o salário reduzido, se for o caso, e o complemento que o empregador pagar.

Nas demais situações, a redução ou suspensão dependerá de acordo coletivo ou convenção coletiva.

Devido às restrições por causa da pandemia de Covid-19, a MP permite a realização por meios eletrônicos dos acordos individuais escritos, que deverão ser comunicados pelos empregadores ao sindicato da categoria profissional dentro de dez dias de sua assinatura.

Se depois do acordo individual surgir um coletivo, as regras do individual valerão até que o acordo coletivo entre em vigor, exceto se as condições do acordo individual forem mais favoráveis ao trabalhador, quando elas deverão prevalecer sobre as regras coletivas.

Estabilidade provisória
Ao participar do programa, o trabalhador terá uma garantia provisória contra demissão sem justa causa durante esse período e, depois do fim da redução ou suspensão do contrato, por tempo igual ao que passou recebendo o benefício.

Se ocorrer demissão sem justa causa durante esse período, o empregador, além de ter de pagar as parcelas rescisórias previstas na legislação, deverá pagar indenização de:

- 50% do salário a que o empregado teria direito no período de garantia, se a redução de jornada e salário for de 25% até 50%;

- de 75% se a redução tiver sido maior que 50% e até 70%; ou

- de 100% do salário na redução superior a 70% ou na suspensão temporária do contrato de trabalho.

Entretanto, para os trabalhadores que ainda estiverem no prazo da garantia provisória decorrente do primeiro programa, a MP 1045/21 determina a suspensão desse prazo se ele participar da nova edição. O restante do tempo de garantia provisória do primeiro programa continuará a correr depois do prazo de garantia da nova edição do programa.

Gestantes
A MP 1045/21 acrescenta também regras específicas para a concessão do benefício a gestantes, inclusive empregadas domésticas.

Quando a gestante entrar em licença-maternidade, o empregador deverá informar o fato ao Ministério da Economia, suspender as regras do programa de redução ou suspensão salarial e de jornada e pagar o salário com base no que ela recebia antes de entrar no programa.

As regras preveem o pagamento pelo empregador e o desconto do valor do INSS a recolher dos demais empregados da folha de pagamento.

Isso se aplica ainda ao segurado ou à segurada da previdência social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção, observados os prazos de recebimento conforme a idade.

No caso da gestante, a garantia provisória contra demissão contará depois daquela prevista na Constituição, que vai do momento da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.

O relator incluiu ainda dispositivo para disciplinar o trabalho de gestante que não pode desempenhar suas atividades remotamente. Nesse caso, ela terá o contrato suspenso, e o empregador deverá pagar a diferença entre o que ela receber por meio do programa e o salário normal.

Serviços essenciais
Os acordos de redução de salário e jornada ou de suspensão do contrato de trabalho deverão resguardar o exercício e o funcionamento dos serviços públicos e das atividades essenciais, inclusive as definidas na primeira lei sobre as medidas contra o novo coronavírus.

Já o critério da dupla visita para o fiscal trabalhista poder multar as empresas não valerá nas fiscalizações desses acordos. A MP prevê fiscalização mais branda por 180 dias em razão do estado de calamidade pública.

Acúmulo de benefícios
A MP 1045/21 proíbe o recebimento do benefício por quem esteja ocupando cargo ou emprego público, cargo em comissão de livre nomeação ou titular de mandato eletivo.

Também não poderá ser beneficiado quem já recebe do INSS o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o seguro-desemprego ou benefício de qualificação profissional.

Segundo o texto do relator, haverá uma exceção para o aprendiz, que poderá receber o benefício emergencial e o BPC. Além disso, enquanto receber esse benefício, o aprendiz não poderá ter o BPC cancelado por irregularidade na concessão ou utilização.

Entretanto, quem tiver mais de um emprego com carteira assinada no setor privado poderá receber um benefício emergencial por cada vínculo formal de emprego.

Também será permitida a acumulação do benefício com o auxílio-doença e com a pensão por morte.

Suspensão do contrato
Quanto à suspensão do contrato de trabalho, o trabalhador não perde o vínculo trabalhista e recebe o valor equivalente ao do seguro-desemprego. Nesse período, ele continuará a contar com todos os benefícios porventura concedidos pelo empregador.

Durante o afastamento, o trabalhador poderá recolher para Previdência como segurado facultativo, mas se o empregado mantiver suas atividades junto ao empregador, mesmo parcialmente, seja com teletrabalho, trabalho remoto ou outra modalidade, o empregador deverá pagar imediatamente a remuneração, os encargos sociais de todo o tempo de suspensão e estará sujeito às penalidades da legislação e de acordo coletivo.

Empresas com receita bruta maior que R$ 4,8 milhões no ano de 2019 somente poderão suspender os contratos de trabalho se pagarem ao trabalhador 30% do salário durante o período. O benefício emergencial a ser pago pelo governo será de 70% do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito.

Ajuda voluntária
Em qualquer situação (redução ou suspensão), se o empregador desejar, poderá pagar uma ajuda compensatória mensal ao empregado. Essa ajuda terá caráter indenizatório e não poderá sofrer descontos para Imposto de Renda, Previdência Social ou Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Por parte do empregador, não integrará a base de cálculo para demais tributos incidentes sobre a folha de salários, para o Imposto de Renda nem para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

O projeto de lei de conversão permite ainda a dedução dos valores complementares do resultado da atividade rural.

Reportagem - Eduardo Piovesan
Edição - Natalia Doederlein

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Agência Câmara de Notícias

LEITURAS COMPLEMENTARES:

Medida provisória cria novo programa para primeiro emprego

Texto aprovado da MP cria programa de prestação de serviço voluntário

MP cria programa de requalificação de trabalhadores

Oposição critica novas regras incluídas em MP sobre contratos de trabalho Fonte: Agência Câmara de Notícias


sábado, 14 de agosto de 2021

TERRITÓRIO LITORAL SUL RECEBE PLANO DE AÇÃO PARA DINAMIZAR A ECONOMIA DOS MUNICÍPIOS. ITAJUÍPE PARTICIPOU?

                   

Representantes da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) se reuniram com gestores dos municípios que compõem o Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica (Cima), para apresentar a estratégia do Parceria Mais Forte, Juntos para Alimentar a Bahia, que tem o objetivo de integrar e qualificar os processos de gestão e de execução das políticas públicas para a agricultura familiar. A reunião aconteceu, nesta sexta-feira, (13), no município de Camacan, Território Litoral Sul, quando foi apresentado um plano de ação para dinamizar a economia dos municípios que participam do Consórcio.

Serão firmados novos convênios com o consórcio para a regularização fundiária, inspeção municipal e kits produtivos para levar melhorias na produção e renda para agricultores familiares que desenvolvem atividades nos sistemas produtivos da mandiocultura, cacauicultura, avicultura, piscicultura. Um investimento de cerca de R$6 milhões.

O consórcio já possui contrato do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), executado pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), e o Território Litoral Sul já possui investimentos das unidades da SDR, a exemplo da requalificação do laticínio em Jussari, construção de uma nova planta industrial em Canavieiras, novo equipamento para processamento de mandioca em Mascote, Camacã e Arataca e no sistema produtivo da psicultura em Camacã.

O chefe de gabinete da SDR, Jeandro Ribeiro, explicou que a discussão central foi uma política de desenvolvimento socioeconômico a partir do rural: “Fizemos uma estratégia de interagir os novos investimentos com os já existentes. A ideia é dinamizar a economia dos municípios, a partir do rural. A aceitação foi excelente, uma adesão de 100% das prefeituras, inclusive com ampliação do contrato de ATER, onde os municípios vão investir em mais técnicos para difundir essa tecnologia nova de integração das políticas públicas”

Serão beneficiados os municípios de: 

Arataca

Camacã

Canavieiras

 Itaju do Colônia

Jussari

Mascote

 Pau Brasil  

Santa Luzia

São José da Vitoria

Una

Fonte:

Costa do Cacau

terça-feira, 10 de agosto de 2021

ATENÇÃO MUNICÍPIO DE ITAJUÍPE: COLETA DE LIXO(resíduos sólidos) SERÁ NOTURNA A PARTIR DE 31 DE AGOSTO.



A Prefeitura de Itajuípe realiza, a partir do dia 31 de agosto, a mudança na coleta de lixo da cidade para o período noturno. A medida tem por objetivo ampliar a atuação do município na coleta de outros resíduos e entulhos no período da manhã e da tarde.

Para a realização desta mudança, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, através da Diretoria de Iluminação, tem realizado a instalação de postes ao longo do percurso, que agora será realizado pelos veículos do município no período noturno.

Para o Secretário de Desenvolvimento Urbano, Itamar Almeida Chagas, “é uma mudança importante, pois nos dá maiores condições de atender à demanda pela coleta durante um tempo ainda maior”, ressaltou.

Além da ampliação dos serviços de coleta de entulhos durante o dia, também serão beneficiadas as obras em andamento no município, que terão à sua disposição equipamentos como caçambas utilizadas na coleta diurna para transporte de materiais e outros serviços, bem como a inclusão de serviços como coleta seletiva de materiais recicláveis.

Outra pauta importante sobre a coleta de resíduos sólidos é a defesa realizada pelo prefeito Marcone Amaral para a implantação de aterros sanitários regionais, com tratamento adequado ao lixo coletado nos municípios.

Para o Prefeito Marcone Amaral “Esta mudança é significativa para o nosso município, pois além da ampliação da atuação de nossa equipe da limpeza urbana, proporcionará uma melhoria significativa nas condições de trabalho para os nossos servidores, que ficarão menos expostos ao sol durante a coleta do lixo doméstico. Nossa luta é ampliar estas melhorias até que seja possível a implantação dos aterros sanitários regionais”, declarou.

Nesta quarta-feira, 11, o Secretário de Desenvolvimento Urbano, Itamar Chagas, dará entrevista à Rádio 104.9 FM Cidade Nova de Itajuípe, às 11 horas, sobre as melhorias para a coleta de resíduos e outras ações sociais desenvolvidas pela pasta, com transmissão ao vivo pelo Facebook @itajuipeoficial.


COM INFORMAÇÕES:


iPOLÍTICA

A REALIDADE DO ESPORTE BRASILEIRO É ESSA: CINCO ATLETAS DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA EM TÓQUIO SÃO MOTORISTAS DE APPS.



A edição em casa, na Rio 2016, foi histórica, com recorde de atletas na delegação brasileira e o melhor resultado de todos os tempos. Agora, com 309 integrantes, a delegação de atletas do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio é o segundo maior em 101 anos de participação do país nas Olimpíadas. Mesmo com todos esses números positivos, atletas brasileiros ainda passam por apertos por conta da falta de investimentos no esporte.

Enquanto treinam arduamente, muitos esportistas, com e sem índices, fazem contas, promovem rifas e vaquinhas e trabalham em bicos para obter meios de financiar a principal empreitada da vida deles. Quando as receitas secam por falta de patrocínio, sobram poucas alternativas.

Outra profissão para manter a renda

Dos 309 atletas que estão representando Brasil em Tóquio, 33 atletas tem outras profissões para se manterem, como por exemplo, vendedor, empresário, professor, e por aí vai. Ou seja, 10% da delegação sequer vive do esporte que pratica, onde 15% destes atletas são motoristas de app. Segundo reportagem da Revista Veja, o atleta do decatlon Jefferson de Carvalho Santos, 25, que treina em uma pista pública em São Bernardo do Campo, trabalha como motorista de aplicativo para pagar suas contas.

“Em vez de treinar em dois períodos e descansar no terceiro para me recuperar para o dia seguinte, eu faço todos os treinos pela manhã; à tarde e à noite eu trabalho como motorista de aplicativo” 

Jefferson de Carvalho Santos

Em março do ano passado, durante a primeira onda da pandemia, sem local para se preparar devido ao fechamento dos clubes e parques, Santos chegou a praticar o esporte em um gramado às margens da Rodovia dos Imigrantes, em Diadema, onde mora.

Pouco mais de 100 reais por dia

Hoje, as corridas (ao volante) lhe rendem pouco mais de 100 reais limpos por dia, dinheiro suficiente para pagar o aluguel, o financiamento do carro e as despesas da casa. Sobra pouco para investir em equipamentos novos das dez modalidades que precisa exercitar diariamente.

O orçamento ficou apertado depois de perder seu último patrocínio, do Esporte Clube Pinheiros, que lhe rendia até janeiro deste ano cerca de 1 000 reais por mês. A Bolsa Atleta, paga pelo governo federal, atrasou em 2021 e ainda não foi paga. Os valores variam de 925 reais (atletas nacionais) a 1.850 reais (internacionais). Para os atletas olímpicos, o valor sobe para 3.100 reais.

“Se eu tivesse algum tipo de ajuda nesta reta final de preparação, poderia me dedicar exclusivamente para a obtenção da vaga olímpica”, diz o esportista.

Investimentos X resultados

A relação “investimento X resultado” não é uma coincidência. Sabe-se que cinco atletas que ganharam medalha até agora em Tóquio são patrocinados por grandes empresas como Avon, Adidas, Coca-Cola, Nike e Oi.

  • Ítalo Ferreira: Red Bull, Oi
  • Kelvin Hoefler: Banco BV, Monster Energy e empresas de Skate
  • Rayssa Leal: Nike, Monster Energy e BB
  • Daniel Cargnin: Dux Nutrition; Marinha
  • Mayra Aguiar: Avon, XP, Adidas, Coca Cola

De acordo com a matéria do Globo Esporte, dos 309 atletas que representam o país nas Olimpíadas de Tóquio, 231 recebem Bolsa Atleta. Desses 231, somente 87 atletas recebem Bolsa Pódio, que varia entre 5mil e 15 mil reais. 42% dos atletas que estão competindo pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de 2021 não têm nenhum patrocínio; 19% vivem com menos de R$ 2 mil de auxílio; 7% vivem com menos de R$ 1 mil de auxílio; 13% fizeram vaquinha pra ir aos jogos.

Atletas fazem investimentos do próprio bolso

Segundo uma matéria do Uol, depois de dizer aos repórteres de televisão que estava saindo de Tóquio orgulhoso por “colocar a canoagem em um lugar onde ninguém nunca imaginou”, o atleta Pedro Henrique Gonçalves da Silva, mais conhecido como Pepe Gonçalves, desabou. Eliminado na semifinal do K1 como penúltimo colocado da etapa na canoagem slalom dos Jogos Olímpicos de Tóquio, na sexta (30), ele abraçou o assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) e caiu no choro. Ficou alguns minutos ali, primeiro no ombro do amigo, depois ajoelhado chorando, até recuperar as energias.

Inicialmente, negou que estivesse chateado. “Chateado é uma palavra muito forte. Eu dei o meu máximo, deixei tudo na água, o que eu tinha e o que eu não tinha.” Depois, disse que estava “desapontado”. “O choro foi de saber que eu poderia estar com essa medalha no peito hoje, saber que eu estou pronto, saber que um detalhe me tirou da final. E o choro talvez seja mesmo por estar desapontado, por não ter entrado na final. Mas por outro lado estou orgulhoso, porque briguei de igual para igual num esporte que é feito por europeus, para europeus”.

E aí veio o desabafo. Primeiro, de fazer parte de uma modalidade que praticamente só acontece na Europa. “Eles toda vez tiram a gente da jogada, com campeonatos só na Europa, equipamentos só na Europa. A gente tem de fazer um esforço que eles não têm de fazer para participar deste esporte, destes campeonatos. A cada prova na Europa, os caras acabam e vão jantar com a mãe, com a esposa e com as filhas. A gente está no esporte de gaiato e fazendo história em um esporte que é feito por europeus e para europeus”, reclamou.

Mas o incômodo não é só com a estrutura internacional da canoagem. Como já havia feito Ana Sátila ontem (29), de forma mais discreta, depois de ficar sem medalha na final feminina do C1, Pepê reclamou de ter ficado quase todo o ciclo olímpico sem treinador. Ele fez duras críticas à CBCa, ressaltando, porém, que no último ano as coisas melhoraram.

“Fizeram escolhas depois da Rio-2016 que impactaram aqui. A gente ficou quatro anos sem treinador, a gente ficou quatro anos tendo que planejar da nossa cabeça algumas coisas, coisa que a gente não tem que fazer. Então o tempo que a gente tinha de gastar a energia só para entrar na água e treinar, a gente teve de ser o nosso treinador, o nosso preparador físico, a nossa logística”.

Pepê Gonçalves

“Talvez os erros que aconteceram hoje foram de um ciclo olímpico começando falho, já demitindo o Ettore Valti, que é o melhor treinador do mundo. Demitiram ele, demitiram o meu treinador. E vieram com uma ideia totalmente diferente, que impactou totalmente o nosso ciclo olímpico”, continuou. Segundo Pepê, ele teve que investir mais de R$ 100 mil do próprio bolso só comprando equipamentos, isso sem contar gastos com viagens, competições, treinamentos…

Ele fez questão de frisar, porém, que as coisas melhoraram no último ano. Em janeiro morreu João Tomasini, até então único presidente que a CBCa já tivera. Em março, a confederação elegeu como mandatário o gaúcho Jonatan Maia, então vice-presidente da gestão Tomasini.

“O Jonathan é muito aberto, a gente já expôs isso a ele, o COB também já está sabendo, e acredito que acabando aqui os Jogos de Tóquio, a gente já estará com a cabeça em Paris, e eles vão aprender com esses erros cometidos lá atrás”.

Pepê Gonçalves

Atletas militares recebem investimentos

O Governo Federal se define como principal patrocinador do esporte olímpico no Brasil, com recursos repassados anualmente pela Lei das Loterias, Lei de Incentivo ao Esporte e Bolsa Atleta. No dia 20 de julho, a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania lançou um guia completo com os 302 atletas brasileiros em Tóquio e detalhes do investimento do Governo Federal nos 242 que recebem Bolsa Família.

Segundo uma publicação do Governo Federal, “274 atletas têm o suporte da Bolsa Pódio, categoria mais alta do Bolsa Atleta, destinada aos esportistas mais bem posicionados no ranking mundial e com mais chances de medalhas olímpicas”, o que contraria o relato da reportagem do Globo Esporte. A publicação não esclarece o que seria esse “suporte” aos atletas.

Outra curiosidade é que atletas que estão inseridos na carreira militar têm investimentos. Segundo a publicação no site do Governo Federal, que pertence a pasta Cultura e Esporte, outro programa federal que garante incentivo aos esportes olímpicos é do Ministério da Defesa.

O Programa Atletas de Alto Rendimento, das Forças Armadas, investe cerca de R$ 38 milhões anuais em 540 atletas, que contam com direitos da carreira militar e suporte adicional à preparação para megaeventos. Dos 540 atletas que fazem parte do programa, 91 estão classificados para os Jogos Olímpicos, em 21 modalidades: 44 pertencem à Marinha do Brasil, 26 ao Exército Brasileiro e 21 à Força Aérea. Todos estão identificados nos perfis do guia lançado pelo Governo Federal.

Fonte:

Socialismo Criativo

sábado, 7 de agosto de 2021

EUA ACENAM COM PARCERIA MILITAR DO BRASIL NA OTAN, EM TROCA DO VETO A HUAWEI. A GUERRA FRIA RETORNA COM A ASCENSÃO DE UMA NOVA POTÊNCIA ECONÔMICA: CHINA!



Tema foi tratado em visita de conselheiro de segurança de Biden ao Brasil

Segundo matéria da Folha de São Paulo, o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, ofereceu ao governo Jair Bolsonaro apoio para que o Brasil se torne um sócio global da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em troca do veto à participação de empresas chinesas no 5G brasileiro.

A entrada do país no programa de cooperação dentro da aliança militar foi discutida com Sullivan e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, na manhã desta quinta-feira (5) em Brasília. Sullivan esteve ainda no Palácio do Planalto, para encontro com o presidente Bolsonaro.

A política oficial de Washington é que a presença de fornecedores considerados não confiáveis —como a Huawei e outras empresas chinesas— em redes de comunicação de quinta geração impedem o aprofundamento na cooperação de defesa e segurança.

Por isso, o acesso do Brasil ao programa da Otan só seria possível sem a participação dos chineses no 5G brasileiro. Em tese, segundo explicou um interlocutor, a adesão do Brasil na parceria dependeria do aval de outros integrantes da Otan, mas o apoio americano é considerado determinante.

Ao acenar com a possível entrada do Brasil num projeto de cooperação da aliança, o governo Joe Biden tenta angariar o apoio da ala militar do governo Bolsonaro nos esforços contra a presença da Huawei nas redes de 5G.

A eventual ascensão do Brasil como “sócio global” da Otan permitiria aos militares condições especiais para a compra de armamentos de países que integram a organização. Também abriria mais espaço para a capacitação de pessoal militar nas bases da aliança ao redor do mundo.

A associação também cria mecanismos de assistência de membros da Otan em situação de conflito internacional. No caso de alguma operação militar em cenário de contenda, o Brasil poderia ser chamado a participar, mas estaria liberado a decidir não se envolver.

Na América do Sul, o único país que tem o status de “sócio global” da Otan é a Colômbia, o mais tradicional aliado dos EUA na região e com amplo histórico de cooperação militar com os americanos. Possuem o mesmo status Afeganistão, Austrália, Iraque, Japão, Coreia do Sul, Mongólia, Nova Zelândia e Paquistão.

Fonte:

Forças Terrestres

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

O BRASIL PRODUZ MAIS PETRÓLEO DO QUE CONSOME. PORÉM, IMPORTA PETRÓLEO, GASOLINA E DIESEL. ENTENDA...

Brasil nunca comprou tanta gasolina e diesel de outros países como nos últimos anos.| 
Foto: Daniel Castellano/Arquivo/Gazeta do Povo

O Brasil tem comemorado um recorde atrás do outro quando o assunto é produção de petróleo. Em novembro do ano passado o país superou, pela primeira vez em sua história, a marca de 3 milhões de barris de petróleo produzidos diariamente. E fechou o ano com outra marca histórica: 1 bilhão de barris na soma dos 12 meses, aumento de 7,8% em relação ao volume produzido em 2018. Mas, contraditoriamente, vem aumentando a importação de gasolina e diesel.

O salto da produção se deu, em grande parte, graças ao pré-sal, que em dezembro correspondeu a 66,8% da produção nacional, totalizando 2,1 milhões de barris por dia. Na comparação com o mês anterior houve aumento de 2,6% e, em relação a dezembro de 2018, uma alta de 40,6%. O campo de Lula, localizado na Bacia de Santos, foi o maior produtor, registrando 1 milhão de barris/dia de petróleo.

Produção nacional

País duplicou a produção de petróleo nas últimas duas décadas:

Por dia

Em milhões de barris/meses de dezembro:


A abundância de combustível fóssil poderia levar alguém a imaginar que, finalmente, o país não precisa mais comprar derivados de petróleo de ninguém, especialmente gasolina e diesel, e que também os brasileiros poderão pagar menos na hora de abastecer o carro. Na prática, porém, não passa de ilusão. Mesmo com a produção acima do que os brasileiros consomem, o Brasil continua a importar petróleo bruto e derivados. E mais: o país nunca comprou tanta gasolina e diesel de outros países como nos últimos anos.

Os números da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que em 2010 a importação de gasolina ficou em 3,2 milhões de barris. De lá para cá houve um salto enorme e, no ano passado, as importações chegaram a mais de 30 milhões de barris, quase dez vezes mais que há uma década. O mesmo aconteceu com diesel: em 2000 eram pouco mais de 36 milhões de barris importados e em 2019 o número passou de 80 milhões.

Importação de derivados de petróleo
País nunca importou tanto gasolina e diesel como nos últimos anos:

Total do ano, em milhões de barris:


Capacidade de produção de gasolina e petróleo pesado

A explicação para a crescente importação de derivados e dos preços altos, segundo especialistas, está em uma série de fatores, mas basicamente podem ser resumidos em quatro pontos: o aumento do consumo, a baixa capacidade das refinarias instaladas no Brasil, a qualidade do petróleo produzido pelos poços brasileiros, a alta carga tributária sobre combustíveis e a influência dos preços no mercado internacional.

“Nós produzimos petróleo pesado e nossa capacidade de refino desse tipo de óleo ainda é muito limitada, sem contar que falta tecnologia. Para conseguirmos processar esse petróleo nós temos que importar óleos finos de outros países. Outro problema é que somos um país de dimensões continentais, tornando mais fácil importar e transportar gasolina e diesel para algumas regiões do país, distantes dos centros nacionais de produção”, diz o professor Celso Grisi, da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Para o economista José Mauro de Morais, coordenador de Estudos de Petróleo no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a grande importação de gasolina e diesel está ocorrendo porque não houve os investimentos necessários em refinarias. “Foram planejadas refinarias imensas no Maranhão e no Ceará, mas não deram em nada. Então nós vamos ficar assim por muitos e muitos anos, já que não estamos investindo em refinarias”, prevê.

Na avaliação do economista do Ipea, a solução a médio e longo prazos será privatizar o setor de refino de petróleo para atrair investidores – a Petrobras quer vender oito refinarias até 2021. “Mas para isso será preciso manter a liberdade de preços. Se o empresário perceber que os preços estão sendo controlados pelo governo, ele não vai investir no Brasil.”

Sergio Massillon, diretor institucional da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom), tem avaliação semelhante sobre os motivos da importação de gasolina e diesel, mas vê isso como um fator positivo para o país. “A importação de derivados de petróleo é consequência da diferença entre a demanda e a capacidade de os produtores de combustíveis fósseis atenderem à esta demanda. Destarte, a importação é fator positivo pois evita o desabastecimento destes produtos no mercado brasileiro”, ressalva.

Massillon defende ainda que a importação permite “comparar os preços ofertados pelo mercado internacional com aqueles ofertados pelos produtores nacionais” e assim evitar “altas desnecessárias ou reduções com origem política que, no passado, resultaram em enormes prejuízos ao principal produtor, a Petrobras”.

Compra e venda de petróleo bruto

Ritmo do crescimento das exportações foi maior que o da redução das importações:

Em milhões de barris:


Carga tributária e mercado globalizado

O preço da gasolina e diesel cobrado nos postos, segundo especialistas, não depende da produção nacional, apesar dos recordes recentes. Hoje, com a abertura do mercado brasileiro de petróleo e o fim das intervenções governamentais, os derivados passaram a ser regulados pelos preços internacionais.

“Antes da abertura do mercado, a Petrobras era monopolista e definia os preços de acordo com os interesses do governo. Os prejuízos da empresa eram cobertos pelo Tesouro Nacional, pelos contribuintes. Recentemente, com o mercado em livre competição, vieram outros ofertantes, ou seja, os preços passaram a ser regidos pelo mercado internacional. Mas não é só isso: a carga tributária é muito alta, de tal maneira que grande parte do preço da gasolina e do diesel é composto por impostos – ICMS, PIS, Cofins, Cide. E há ainda o câmbio. O dólar alto também impacta o preço”, explica Mauro de Morais.

Apesar de todos esses problemas, o economista do Ipea ressalta que o preço da gasolina no Brasil está na média mundial. “Na Noruega, por exemplo, a gasolina custa hoje ao consumidor mais ou menos R$ 7,70. Na França, R$ 6,80 e em Portugal, R$ 6,85. Vale observar que a Noruega é um grande produtor. Nesses países eles taxam alto os combustíveis fósseis e estão buscando outras fontes de energia. Não querem aumentar a poluição”, diz.

Para Mauro de Morais, no Brasil uma redução forçada dos preços da gasolina traria risco de destruir a produção nacional de álcool, que é um exemplo para o mundo, e quebrar financeiramente as usinas, que têm papel importante na economia.

Na avaliação do professor Celso Grisi, além do problema do "custo Brasil" – que inclui carga tributária, transportes, tarifas de embarque e desembarque nos portos, entre outros encargos –, e da cotação do dólar, a distribuição oligopolizada também afeta os preços. “São basicamente três grandes distribuidoras, conhecidas pelas marcas Shell, Ipiranga e BR Distribuidora”, cita ao defender maior abertura nesse setor.

Sergio Massillon vê a autossuficiência na produção de derivados não só como saída para melhorar os preços, mas também para a economia de divisas do país. “A decisão estratégica da Petrobras de desinvestir oito de suas refinarias reflete a necessidade de atrair investidores nacionais ou internacionais para suprir, com a expansão de parques de refino, a demanda brasileira”, diz o diretor da Brasilcom, entidade que tem entre seus membros empresas interessadas em adquirir refinarias da Petrobras.

Fonte:

Gazeta do Povo

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