El País
Estados Unidos aprovam
primeiro tratamento genético contra o câncer.
Nova terapia se mostrou
eficiente em pacientes com leucemia e prognóstico ruim.
Os Estados
Unidos aprovaram a primeira terapia genética de uso comercial
do país para o tratamento de câncer. A FDA, agência que regulamenta o uso de medicamentos, deu sinal verde para a aplicação de um tratamento que
demonstrou ser eficiente em pacientes com leucemia e prognóstico ruim. Os
pacientes que podem se beneficiar com a técnica são crianças ou jovens de até
25 anos com leucemia linfoide aguda que não reagem aos tratamentos normais. Em
um teste realizado em 12 países, 83% dos participantes viram sua doença perder
intensidade. Um ano depois, dois terços estavam livres do câncer.
O
tratamento, desenvolvido pela Novartis e batizado de Kymriah, baseia-se na
técnica CART. A terapia começa com a extração de linfócitos do paciente, os
quais serão depois levados a um laboratório da empresa farmacêutica. Ali, com o
uso de vírus da aids mutilados, os linfócitos são alterados geneticamente a fim
de melhorá-los e transmitir-lhes capacidade para atacar as células tumorais que
normalmente escapariam de sua ação. Por fim, essas células imunes aperfeiçoadas
são injetadas na expectativa de que realizem o seu trabalho.
Esse tipo de glóbulo
branco melhorado já provocou efeitos colaterais graves no passado. A morte de
cinco pacientes por inflamação do cérebro levou a empresa Juno Therapeutics,
dos EUA, a suspender um teste que utilizava uma técnica semelhante. A Novartis
não registrou esse tipo de problema em seus testes.
Segundo o jornal The Washington Post publicou há algumas semanas, embora a Novartis
não tenha revelado os custos de sua terapia contra a leucemia, os analistas
estimam que a injeção única custará entre 250.000 euros e 500.000 euros
(925.000 reais e 1,8 milhão de reais). A empresa afirma que irá trabalharno sentido de fazer com
que o preço do medicamento “se baseie nos resultados clínicos atingidos, que
eliminariam as deficiências do sistema e saúde”. Ela estaria fazendo uma
negociação para que o tratamento só seja pago quando os pacientes reagirem em
até um mês desde a sua aplicação.
A
aprovação é um novo passo que aproxima mais a terapia genética da prática
médica comum. A ideia vem sendo testada há mais de duas décadas, mas parece que
finalmente começam a ser superadas as dificuldades técnicas para encontrar os
vírus apropriados para promover as alterações genéticas nas células humanas sem
causar efeitos colaterais muito graves. No começo deste século, o uso de
retrovírus como vetores para os novos genes provocou vários casos de leucemia.
Com as novas técnicas, que usam lentivirus, a segurança é muito maior.
FONTE:
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/30/ciencia/1504108056_367642.html
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