terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O RETORNO ECONÔMICO DO ENSINO SUPERIOR. ESTUDOS DEMONSTRAM QUE PARA ALÉM DO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL, CIENTÍFICO, TECNOLÓGICO E EM INOVAÇÃO, O INVESTIMENTO GOVERNAMENTAL NO ENSINO SUPERIOR TRAZ ELEVADOS RETORNOS ECONÔMICO-FINANCEIROS PARA A SOCIEDADE

Na nova edição do Jornal da Ciência Especial, estudos demonstram que para além do desenvolvimento educacional, científico, tecnológico e em inovação, o investimento governamental no ensino superior traz elevados retornos econômico-financeiros para a sociedade.

Para cada R$ 1,00 aplicado nas três universidades públicas paulistas – USP, Unesp e Unicamp, a sociedade tem um retorno de 2,78% ao ano. A Universidade de Brasília (UnB) gerou 44.998 empregos na capital do Distrito Federal e proporcionou renda de R$ 2,4 bilhões, o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) local em 2019. Na Universidade Federal de Itajubá (Unifei) a cada R$ 1,00 que o governo aplica, a sociedade recebe R$ 3,28 em forma de acréscimo de renda para os alunos egressos.

Estes são alguns dos principais números levantados por um grupo de pesquisadores que têm se dedicado a medir o impacto econômico das universidades públicas. Os estudos foram realizados no período 2017- 19, alguns foram atualizados recentemente, mas todos chegam à mesma conclusão: para além do desenvolvimento educacional, científico, tecnológico e em inovação, o investimento governamental no ensino superior traz elevados retornos econômico-financeiros para a sociedade.

No artigo sobre as Instituições de Ensino Superior (IES) de São Paulo, intitulado “As três grandes universidades públicas paulistas valem o que custam? ” (2020), os pesquisadores Carlos Azzoni, Moisés Vassallo e Eduardo Haddad focaram na produtividade dos egressos em comparação com profissionais formados por outras IES e compararam esse diferencial com o investimento feito pela sociedade para realizá-lo.

O estudo consistiu em localizar no mercado de trabalho em 2018 os formados entre 2005 e 2015 pelas três universidades, e comparar seus níveis salariais com os dos demais profissionais de nível superior. A comparação de salários é equivalente à produtividade, pela lógica de que nenhuma empresa pagará salários superiores à contribuição que o empregado traz para o seu resultado. Os pesquisadores encontraram que egressos com graduação em uma das três IES paulistas teriam em 2018 níveis de produtividade 62% maiores em comparação a egressos de outras IES. Em valores, a renda dos egressos de um ano de formados ao longo de suas carreiras equivalia a um total de R$ 12,6 bilhões, comparado a R$ 10,98 bilhões do orçamento somado das instituições.

Para a UnB e a Unifei, foram calculados os impactos da ativação econômica regional associados à presença da IES na cidade. “Muitas vezes, principalmente em cidades menores, se fala ‘esses alunos vêm para cá só para fazer baderna’. E aí você traz números para discussão e mostra quanto do PIB da cidade é movimentado por esses estudantes, quanto gera de emprego”, diz o professor Moisés Diniz Vassalo, do Instituto de Engenharia de Produção e Gestão (IEPG) da Unifei. Economista de formação, ele é um dos pioneiros neste tipo de estudo e autor ou coautor em outras pesquisas sobre o tema.

O primeiro levantamento sobre a Unifei foi instigado pelo reitor à época que pretendia responder a um questionamento que se levantava na sociedade – e se disseminou durante o governo Bolsonaro – sobre a justificativa de se manter universidades federais com dinheiro do contribuinte.

“Aqui (em Itajubá, MG), o número é assustador: são 17% dos empregos da cidade gerados pela Unifei”, frisou Vassalo. “Em termos de renda, é um pouco menos, em torno de 4,5% do PIB. Mesmo porque, muitos dos empregos são de baixa renda, serviços domésticos que são contratados, caixa de supermercado, lanchonete, cozinheira, muito embora traga também um ecossistema de inovação com empregos de alta qualificação e salários, estes em menor número”, completou.

Um segundo aspecto é o que os usuários da universidade consomem no município, movimentando toda a cadeia de produção local, sejam alimentos, serviços públicos e privados, transportes, entretenimento ou vestuário. Os produtores locais, por sua vez, têm seus fornecedores em outros municípios ou estados e assim por diante, ativando, portanto, toda a economia da região e do País.

A questão da empregabilidade também é forte na UnB, com os estudos apontando a geração de quase 45 mil postos de trabalho na capital federal, diretos, indiretos e induzidos. Isso significa que a taxa de desemprego local subiria de 13,2% para 16,9% se a UnB não existisse, considerando os dados de 2019.

Vassalo já tinha experiência neste tipo de estudo de impacto econômico, tendo analisado desde jogos de futebol, Fórmula 1 e até investimentos no setor petrolífero. A abordagem no caso das universidades é basicamente a mesma: entender como a instituição movimenta a economia da cidade. “A universidade traz alunos de fora, esses alunos deixam de gastar em seus locais de origem, e gastam aqui. Muito dinheiro é despejado na economia da cidade com a folha de pagamentos, servidores, técnicos administrativos, professores, custeio, investimento”, explicou.

A metodologia utiliza uma técnica que se chama análise de insumo-produto interregional, em que é feito um mapeamento da inter-relação entre setores econômicos da cidade e desta com os de outras regiões. Os dados são provenientes da chamada “matriz insumo-produto”, um indicador calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para o Brasil como um todo e regionalizado pelo Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP.

Em estudo similar ao realizado para as três universidades estaduais paulistas, a partir da RAIS – registro de todos os trabalhadores formais do Brasil –, os pesquisadores identificaram em Itajubá que nos dez anos anteriores, um egresso da Unifei tinha um salário médio da ordem de R$ 8,4 mil mensais, comparado a R$ 5 mil da média dos trabalhadores brasileiros com ensino superior. Ou seja, a Unifei gera uma renda de R$ 3,4 mil mensais a mais para seus formandos. Esse valor a mais é o diferencial por um ensino que proporcionou àquele egresso um ganho de produtividade reconhecido pelo mercado, que o coloca em vagas onde ele produz mais do que isso, explica Vassallo.

Esse diferencial será carregado ao longo da vida desse trabalhador que, por hipótese, se forma com 23 anos (a idade média é entre 22 e 25 anos dos formados naquela IES) e vai se aposentar com 63 anos (algo entre 62 e 65). “Ele vai ficar 40 anos trabalhando, ganhando esses R$ 3,4 mil a mais. Isso é geração de renda por ter sido mais produtivo, o que ele vende vale mais, porque o trabalho dele é mais qualificado”, acrescenta.

O estudo de Vassalo projetou a geração de renda adicional dos egressos pelo período de vida economicamente ativa média da população brasileira, trazendo o valor presente e multiplicando pelo número de formados na Unifei anualmente. O cálculo levou a um valor estimado de R$ 700 milhões que, considerando uma carga tributária para esta faixa de renda em torno de 30%, correspondem a pouco mais de R$ 210 milhões, que é próximo do valor do orçamento anual da Unifei (na época do estudo).

Empregabilidade da pós-graduação

Em se tratando de pós-graduação das IES públicas, os resultados em termos de empregabilidade também são significativos, atesta o biólogo Carlos Frederico Martins Menck, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Embora não tivesse um estudo específico, Menck garante que há dados concretos nas estatísticas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) que comprovam o alto retorno em geração de emprego e renda.

Como avaliador dos Programas de PósGraduação (PPG) da área de Biologia, Menck contou ter ficado surpreso com o percentual de egressos que saíam empregados e trabalhando em área relacionada de todos os PPG: mais de 60%. “O ‘pior’ dos programas era 60 a 65%” relatou.

A Capes não tem divulgado estes dados, mas Menck – que teve contato com eles em seu trabalho de avaliação – afirma que também são fundamentados na RAIS e mostram “claramente” que, em todos os programas de pós-graduação, as pessoas que conseguem concluí-los saem com salários “bem maiores que a média do mercado”. “Óbvio que dependendo da área. Por exemplo, computação é mais, biologia, é menos”, acrescenta. Para ele, o elevado nível de empregabilidade de pós-graduados mostra que “o sistema funciona”.

A capacidade de geração de empregos da pós-graduação tem acompanhado um processo de expansão e descentralização dos programas que teve um ápice na primeira década dos anos 2000 e prosseguiu mesmo a partir de 2015, quando o orçamento federal para os PPGs começou a ser drasticamente cortado. De acordo com Menck, embora o número de PPGs ainda seja maior no Sul e Sudeste do País, ele vem aumentando mais nas outras regiões. “A pós-graduação está indo para o interior, para os estados menos favorecidos”, afirmou.

Outro dado relevante é que o número de pós-graduações de excelência – notas 6 e 7, que são nível internacional –, está caminhando também para o Norte-Nordeste (veja infográfico na página 6). “Tínhamos apenas uma pós-graduação nota 6 em 2007 na Região Norte. Em 2017, dez anos depois, a gente tem 7 no Norte. São quatro no Pará, 3 no Amazonas. Certamente esses números vão aumentar”, diz, otimista, o professor do ICB-USP. Os dados devem ser divulgados ainda em 2022.

No período analisado, os PPGs sofreram fortes restrições orçamentárias, seja no financiamento das IES, seja nas bolsas de estudos que acumulam mais de 60% de defasagem desde 2013. Apesar disso, os programas avançaram. Menck dá uma explicação: “A minha interpretação é um pouco da inércia de um crescimento que vinha de antes”, completou. Ele acredita que, por causa da pandemia, muitos projetos foram “tirados da gaveta” e resultaram em produção científica. “Os efeitos das restrições orçamentárias, no entanto, devem de fato aparecer nas análises a partir de 2021”. (JR)


Jornal da Ciência - SBPC

CN - Notícias

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

MCTI FORTALECE DIÁLOGO COM INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO


Ministra Luciana Santos recebeu representantes do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

                                                                        Foto: LUARA BAGGI


Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, recebeu, na quinta-feira (26), reitores e representantes do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). Durante o encontro, o presidente do Conif, Cláudio Alex Jorge da Rocha, defendeu o diálogo junto ao Ministério e a realização de parcerias. Já a ministra salientou a importância do trabalho realizado pela rede de Institutos e Centros Federais de Educação Tecnológica, que reúne diversos saberes em mais de 600 unidades em todo o país.

Essa rede fez uma revolução lá atrás. Os Institutos Federais foram uma grande revolução em termos de qualidade e de alcance na interiorização da educação no país”, avaliou Luciana Santos. “O MCTI está de portas abertas para estabelecer fluxo de diálogo permanente para ajudar nesse grande desafio, mas que é nobre, porque transforma a vida das pessoas”, completou.

“Precisamos do diálogo com o MCTI para construir políticas públicas e melhorar a infraestrutura”, acrescentou o presidente do Conif.

Interiorização – Reitora do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), Leopoldina Camelo chamou a atenção para a interiorização da educação e da pesquisa científica, processo promovido pela Rede Federal, e que teve, como consequência, geração de renda e desenvolvimento.

“Chegamos a territórios que vivem às margens dos grandes centros. Hoje temos 1,5 milhão de estudantes nos lugares mais distantes”, comentou. “Precisamos do apoio do MCTI para que haja desenvolvimento científico e tecnológico nos rincões desse país. Temos jovens sedentos de aprender e mudar sua realidade.”

Outro ponto de destaque da reunião foi a popularização da ciência, abordada pela reitora Luciana Massukado, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB). “Temos uma grande capilaridade e podemos ajudar na divulgação científica, nas grandes feiras, trazendo oficinas e protótipos para despertar a ciência e para estimular jovens de forma interativa”, afirmou. 

Fonte:

Jornal da Ciência SBPC

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

PESO-REAL, ESTE SERIA O NOME DA MOEDA COMUM PENSADO POR PAULO GUEDES EX-MINISTRO DA ECONOMIA DO BRASIL. TEXTO 02.

 

Moeda única sem simetrias do Mercosul é convite ao naufrágio

Se vem mesmo o Sur, ou qualquer outro nome para a moeda comum do Mercosul, como desde ontem os eufóricos presidentes Lula e Alberto Fernández anunciaram, vale dizer desde já que não deveria ser prioridade.

Falta arcabouço técnico que a torne viável, tanto em relação a estrutura do bloco quanto à desenvoltura econômica dos dois principais países. Vamos ver, a seguir.

Na realidade, tal mecanismo favorece especificamente a Argentina, carente de reservas internacionais em moeda forte. Não é o caso do Brasil, com reservas aproximadas em torno de US$ 390 bilhões.

Além disso, será criado um mecanismo de financiamento às exportações brasileiras via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a Argentina. A ideia é transacionar em moedas locais para poupar moeda forte e preservar as reservas internacionais.

Em 2008, foi autorizada não compulsoriamente a utilização de moedas locais para as transações, com o acerto final das paridades para conversão em dólares, por parte dos Bancos Centrais.

No passado recente, tínhamos o Convênio de Créditos Recíprocos (CCR), que tinha por objetivo compensar as exportações e importações dos países membros da ALADI (Associação Latino-Americana de Integração), sendo que o saldo das operações deveria ser liquidado pelos Bancos Centrais.

O Banco Central do Brasil decidiu sair do CCR em 2019.

Uma moeda única desviará as oportunidades

Porque insistir nessa ideia fará com que nos desviássemos do foco de onde estão as grandes oportunidades para o Mercosul.

Explicou-se que a ideia não seria substituir as moedas nacionais dos países do Mercosul, mas formatar uma moeda única para as transações comerciais entre eles, sem depender do dólar.

Mas a polêmica já estava lançada.

A teoria tem seus méritos, tanto que o próprio ministro Fernando Haddad, que a princípio teria uma linha de pensamento mais desenvolvimentista, escreveu em 2022 um artigo defendendo a ideia.

Mas não foi o único, já que seu antecessor, Paulo Guedes, que sempre defendeu ideias liberais, também já havia feito a mesma sugestão, e até sugerido um nome para a moeda, peso–real.

Haverá necessidade de diversas regulamentações dos Bancos Centrais dos países para determinar a compulsoriedade da utilização.

Não será tão fácil que os exportadores e importadores sintam confiança na medida para utilizar.

Entretanto para exportações de manufaturados, pode ser que dê certo.

A grande dúvida virá do setor automotriz. Independentemente de quem propôs, entre teoria e prática vai uma grande distância.

O complexo, demorado e arriscado processo de instituir uma moeda única nos desviaria da verdadeira oportunidade para o Mercosul, que é se adequar a receber as cadeias de produção que estão sendo desglobalizadas e remontadas em processos de nacionalização e regionalização continental, dos quais já temos falado há pelo menos 2 anos.

Para se criar uma moeda única para o Mercosul, que seria utilizada por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, teríamos de passar antes por todas as etapas de uma integração econômica regional, que seriam:

Zona de livre comércio perfeita;

União aduaneira com a adoção integral da Tarifa Externa Comum;

Mercado comum, com livre circulação de pessoas e capitais;

Harmonização de políticas macroeconômicas; e

Integração total das cadeias produtivas.

A situação do Mercosul Hoje

Zona de Livre Comércio: não há no Mercosul uma Zona de Livre Comércio, com exceção do setor automotriz, regido por cotas, e o setor de açúcar, também administrado.

União aduaneira: em relação à União aduaneira, tem se várias perfurações da Tarifa Externa Comum, com excepcionalidades de regimes especiais, como por exemplo, lista de exceções, ex-tarifários, reduções do imposto de importação para a Argentina, Uruguai e Paraguai para compras de bens de capital e equipamentos de terceiros países, entre outras perfurações.

Política Comercial Comum: não há uma política comercial comum para terceiros países, nem no caso do setor do agribusiness, ponto forte do bloco, que será uma exceção nos processos de desglobalização econômica, e é uma oportunidade que todos os países da região vêm deixando passar há tempos.

Aliás, pouco se avançou nos aspectos institucionais, que fazem com que os países do Bloco considerem o Mercosul um ator a ser considerado em seus interesses, e instância mais relevante nos acordos comerciais.

Se por um lado, há negociações em andamento com Singapura, Coreia do Sul, Canadá, Líbano e Tunísia, pelo outro o acordo comercial com a Mercosul – União Europeia está paralisado e o Uruguai quer fazer um acordo comercial individual com a China e países do Sudeste Asiático, quebrando as regras do bloco e enfrentando fortes resistências do Brasil, Paraguai e Argentina, que, por sua vez, também já ignorou as regras do bloco quando lhe foi conveniente.

União Monetária: finalmente, não faz sentido falar em união monetária, como se chamaria quando vários países têm uma única moeda, quando a Argentina tem cerca de 14 tipos de câmbio para o dólar, instabilidade monetária e cambial, com reservas em moeda forte escassas, e inflação anual em 2022 projetada em 100%.

No caso brasileiro, há uma alta volatilidade cambial, e a inflação anual fechou ao redor de 6% de 6%, alta para os padrões desejados, mas controlada. Ao contrário do que ocorre com nosso vizinho.

Entretanto, mesmo que resolvêssemos todos esses problemas, o que seria uma condição

necessária para uma união monetária no Mercosul, talvez não seja suficiente para que a ideiaseja interessante para o Brasil, como explicaremos a seguir, fazendo uma comparação com a única união monetária conhecida, a criação da Zona do Euro, na União Europeia.

Brasil não está preparado para uma moeda única no Mercosul

Prever o futuro continua um ofício tão arriscado quanto sempre foi, mas se podemos aprender algo com a experiência passada da União Europeia é que o Brasil não está preparado para uma moeda única no Mercosul, e não tiramos essa afirmação de nenhum tipo de “complexa de vira lata”, ou coisa do tipo.

A União Europeia, que começou sua integração econômica com a Comunidade Econômica Europeia em 1957, assinou o Tratado de Maastricht para a criação da União Europeia 45 anos depois, em 2002, e levou mais 7 anos para a implantação do Euro, em 2009.

Foram anos para a harmonização macroeconômica, com metas de inflação e fiscais, de acordo com o Tratado, e mesmo assim, nem todos os países da União Europeia adotaram o Euro.

Dos 27 países, atualmente membros da União Europeia, visto que o Reino Unido saiu no célebre, ou infame, Brexit, sem jamais abrir mão da libra esterlina, apenas 20 países usam como moeda o euro.

Alemanha é o elo mais forte da corrente da UE

Apesar de toda a lição de casa feita para permitir a integração econômica e monetária, ela não foi indolor.

Mesmo tendo entre seus membros alguns dos países mais ricos do mundo, como Alemanha, França e Itália, manter uma moeda forte para todos os países que adotaram o euro, em certos momentos teve altos custos para todo os países membros, especialmente para a Alemanha, o mais rico e industrializado do bloco.

Como alguns devem se lembrar, menos de 10 anos depois que o economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O’Neil cunhou o termo BRICS como o acrônimo que indicava Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul como economias emergentes e oportunidades de investimento, surgiu o termo PIIGS, que como você deve saber, significa “porco” em inglês, se referindo à performance econômica muito ruim de Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha.

Trocadilhos cruéis à parte, o fato é que a partir de 2010, todos esses países precisaram de socorro econômico, inclusive da União Europeia.

E a maior parte dessa conta coube justamente ao membro mais abonado da comunidade Europeia, a Alemanha.

O uso de uma moeda é um comportamento humano aprendido, que depende de percepção.

As pessoas acreditam que uma moeda que tem o valor impresso nela, e sabem que outros também acreditarão nisso, porque existem algo que garante isso.

O que garante o valor do euro é seu uso por economias como França e Alemanha, principalmente.

O euro permitiu que todo o continente europeu, incluindo os países mais pobres e instáveis, tivessem a mesma moeda que as potências econômicas.

Estas, por sua vez, faziam com que mercados aos quais já estavam integradas logisticamente, tivessem uma moeda forte o suficiente para consumirem suas manufaturas.

Quando a Crise dos PIIGS eclodiu, a Alemanha, e os demais países ricos e industrializados do bloco europeu, não tinham muita alternativa além do socorro financeiro.

Além de não interessar para eles que os mais frágeis quebrassem, se isso acontecesse, levariam junto as moedas que eles mesmos usavam. Não havia opção.

Transportando a história, e as situações pelo qual os países da Zona do Euro passaram, e atribuindo à maior economia da América Latina, o Brasil, o mesmo papel que a Alemanha tem na União Europeia, será que o Brasil, que apesar de uma situação fiscal melhor que a maioria de seus vizinhos, ainda luta para se manter equilibrado, teria condições de impor, ou pelo menos recomendar, um ajuste fiscal aos outros membros do Mercosul?

E caso isso acorresse, e mesmo assim houvesse percalços, o Brasil teria condições de socorrer financeiramente Argentina, Uruguai ou Paraguai, promovendo um resgate financeiro como o feito com a Grécia na década passada?

O que é preciso entender é que é preciso mais que a vontade política de governos para que uma moeda comece a ter valor em comércio internacional. Inclusive, é preciso mais do que uma economia poderosa, que nenhum dos países do Mercosul tem.

Para se ter uma ideia, com todo o poder econômico, e consequentemente político, da China, o Renminbi, a moeda chinesa, que nós erradamente chamamos de yuan, corresponde a apenas 6% das transações econômicas internacionais do mundo. 85% delas, por outro lado, acontecem em Dólar Americano.

Onde estão as oportunidades para o Mercosul?

Conforme falamos anteriormente, os descomunais esforços e recursos necessários para uma empreitada que nem sabemos se é possível, e cujo retorno, caso acontecesse, seria totalmente incerto, nos desviariam da grande oportunidade que se apresenta para o Brasil e para o Mercosul, que é a reversão da globalização econômica.

Durante a crise dos respiradores, no início de 2020, o mundo enxergou os riscos de concentrar a produção em um único lugar, por mais competitivo que ele seja.

Fábricas que antes estavam na China e outras partes da Ásia estão sendo movidas para outros países mais próximos dos centros consumidores, quando não para os próprios, mesmo que os custos de produção neles sejam mais altos, em nome da segurança logística.

Já tendo um arcabouço legal de integração, que sim, precisa ser aperfeiçoado, e alguma integração logística, que tem grandes possibilidades, inclusive se pensarmos em navegação de cabotagem, o Cone Sul é um forte candidato a concentrar grande parte da produção industrial da América do Sul.

A integração energética também é fundamental, principalmente a energia limpa.

Uma oportunidade e um alerta

Essas oportunidades criadas pela desglobalização econômica apareceram porque desde 2020 ocorreram dois fatos inesperados e imprevisíveis: a pandemia, e mais recentemente, a invasão russa na Ucrânia.

E, diz o ditado, que o ideograma chinês para crise é o mesmo que para oportunidade. E esse é um excelente exemplo.

Essa crise gerou oportunidades para o Mercosul.

Mas, cabe o alerta de que as oportunidades não ficam esperando eternamente para serem aproveitadas.

Fonte:

Moneytimes

Vem aí o “peso real”? Paulo Guedes defende criação de moeda única para Brasil e Argentina

A MOEDA ÚNICA OU MOEDA COMERCIAL SERIA RUIM PARA O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO?

 

Moeda com Argentina: Péssima pro agro?

A criação de uma moeda comum com a Argentina, ou mesmo incluindo os outros países do Mercosul, é avaliada como um erro – que pode custar caro para o Brasil. De acordo com especialistas consultados pelo Agrolink, a proposta discutida pelos presidentes Lula e Alberto Fernández força uma “sociedade entre economias totalmente incompatíveis”.

“Falta arcabouço técnico que a torne viável, tanto em relação a estrutura do bloco quanto à desenvoltura econômica dos dois principais países. Na realidade, tal mecanismo favorece especificamente a Argentina, carente de reservas internacionais em moeda forte. Não é o caso do Brasil, com reservas aproximadas em torno de US$ 390 bilhões”, afirma Michel Alaby, consultor da PNUD/ONU, membro do Conselho de Comex da Fiesp.

O mesmo entendimento tem o analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica, Luiz Pacheco, segundo o qual são duas economias que “giram em rotações completamente diferentes”: “Precisam, primeiro, entrar em sintonia. O Brasil tem um confortável colchão de quase meio bilhão de Dólares sobrando, e com ele pode honrar todos os compromissos internacionais, do governo e particulares e sobrariam uns 53 bilhões de dólares ainda”. 

“A Argentina não tem dinheiro para pagar seus compromissos internacionais, nem do governo, nem particulares e precisou pedir US $ 57 bilhões ao FMI para pagar compromissos e pedir aos sojicultores para adiantar os contratos de soja (Dollar soy) para ter algum caixa. E não teria dinheiro para colocar na sua parte do tal Fundo Soberano que o Haddad (ministro da Fazenda de Lula) falou, para garantir os créditos para os importadores argentinos”, completa o especialista.

Haddad afirmou esta semana que a ideia dos governos é criar uma nova linha de crédito destinada aos importadores argentinos que comprarem produtos brasileiros, com o objetivo de aumentar as exportações do Brasil para a Argentina.

“Nós vamos dar um fundo garantidor, que é um fundo soberano, que vai garantir as cartas de crédito para o exportador brasileiro”, prometeu o ministro da Fazenda brasileiro. Segundo o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, os detalhes da nova linha devem ser fechados em fevereiro.

De acordo o cientista político Paulo Moura, unificar as moedas de países com economias díspares “não é, nem simples, nem fácil nem rápido e nem viável. Por trás do discurso da unificação continental há outras intenções ocultas. É uma péssima notícia para os brasileiros e uma ótima notícia para os argentinos”.

“O que está embutido nessa notícia é uma transferência de riqueza, e no trânsito desse dinheiro daqui para lá, não sabemos exatamente onde ele vai parar, porque no bolso do povo argentino, não será. O que está por trás disso é uma tentativa de Lula de socorrer Fernández, que tem eleições e está em péssimas condições, com inflação beirando 100% e crise econômica”, conclui Moura. 

Fonte:
AGOLINK

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

O DIA EM QUE A TERRA PAROU.

 

Planeta Terra em imagem fornecida pela NasaNasa/Noaa/Goes/Project

Núcleo da Terra parou de girar e pode se inverter, sugere estudo.

A rotação do núcleo interno da Terra pode ter parado e pode até girar ao contrário, sugere uma nova pesquisa.

A Terra é formada pela crosta, pelo manto e pelos núcleos interno e externo. O núcleo interno sólido está situado a cerca de 5.100 quilômetros abaixo da crosta terrestre e é separado do manto semissólido pelo núcleo externo líquido, que permite que o núcleo interno gire a uma velocidade diferente da rotação da própria Terra.

Adobe Stock

As descobertas foram inesperadas, eles disseram. Desde 2009, os registros sísmicos, que antes mudavam ao longo do tempo, mostraram pouca diferença. Isso, disseram eles, sugeria que a rotação do núcleo interno havia parado.

“Mostramos observações surpreendentes que indicam que o núcleo interno quase cessou sua rotação na última década e pode estar passando por um retrocesso”, escreveram no estudo.

“Quando você olha para a década entre 1980 e 1990, vê uma mudança clara, mas quando observa de 2010 a 2020, não vê muita mudança”, acrescentou Song.

A rotação do núcleo interno é impulsionada pelo campo magnético gerado no núcleo externo e equilibrada pelos efeitos gravitacionais do manto. Saber como o núcleo interno gira pode esclarecer como essas camadas interagem e outros processos nas profundezas da Terra.

No entanto, a velocidade dessa rotação, e se ela varia, é debatida, disse Hrvoje Tkalcic, geofísico da Universidade Nacional Australiana, que não participou do estudo.

“O núcleo interno não para completamente”, disse ele. A descoberta do estudo, disse, “significa que o núcleo interno está agora mais sincronizado com o resto do planeta do que há uma década, quando girava um pouco mais rápido”.

“Nada cataclísmico está acontecendo”, acrescentou.

Song e Yang argumentam que, com base em seus cálculos, um pequeno desequilíbrio nas forças eletromagnética e gravitacional poderia diminuir e até mesmo reverter a rotação do núcleo interno. Eles acreditam que isso faz parte de um ciclo de sete décadas, e que a virada anterior àquela que detectaram em seus dados por volta de 2009/2010 ocorreu no início dos anos 1970.

Tkalcic, autor de “The Earth’s Inner Core: Revealed by Observational Sismology”, disse que a “análise de dados do estudo é sólida”. No entanto, as descobertas do estudo “devem ser entendidas com cautela”, pois “são necessários mais dados e métodos inovadores para esclarecer esse problema interessante”.

Song e Yang concordaram que mais pesquisas são necessárias.

Estudando o núcleo da Terra

Tkalcic, que dedica um capítulo inteiro de seu livro à rotação do núcleo interno, sugeriu que o ciclo do núcleo interno ocorre a cada 20 a 30 anos, em vez dos 70 propostos no estudo mais recente. Ele explicou por que tais variações ocorrem e por que é tão difícil entender o que acontece no interior do planeta.

“Os objetos de nossos estudos estão enterrados milhares de quilômetros sob nossos pés”, disse ele.

“Usamos métodos de inferência geofísica para estimar as propriedades internas da Terra, e deve-se ter cautela até que descobertas multidisciplinares confirmem nossas hipóteses e estruturas conceituais”, explicou ele.

“Você pode pensar nos sismólogos como médicos que estudam os órgãos internos dos corpos dos pacientes usando equipamentos imperfeitos ou limitados. Portanto, apesar do progresso, nossa imagem do interior da Terra ainda está embaçada e ainda estamos no estágio de descoberta”.

Fonte:

CNN Brasil

Edition CNN English



terça-feira, 24 de janeiro de 2023

ESCÂNDALO DAS LOJAS AMERICANAS: COMO O CAPITALISMO ACUMULA OS LUCROS E SOCIALIZA OS PREJUÍZOS!


Economista explica escândalo das Americanas ao DCM: “Mentindo para o Brasil”.

Escândalo das Lojas Americanas também se conecta com a privatização da Eletrobras e até com fundos do Nubank. Por:  Pedro Zambarda de Araujo

Assessor econômico na Câmara dos Deputados pelo PSOL, David Deccache é bacharel, mestre e doutorando em Economia pela UnB. É defensor da Teoria Monetária Moderna (MMT), que encara a moeda como “dívida pública”.

Em seus estudos, ele critica a austeridade fiscal de economistas neoliberais e se alinha a uma ala da esquerda que não deseja ver o governo Lula deixando de cumprir suas promessas mais desenvolvimentistas de campanha.

No dia 18 de janeiro, Deccache concedeu uma entrevista aos jornalistas Kiko Nogueira e Pedro Zambarda no DCMTV. De forma didática, ele explicou o escândalo bilionário contábil das Lojas Americanas e os sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.

Alguns highlights:

A mídia está escondendo a cobertura do caso Americanas porque o Jorge Paulo Lemann é dono da Ambev, que patrocina os veículos. É o feijão com arroz. Isso dá uma pista das resistências que o governo Lula enfrenta ao abordar salário mínimo, coisa que essa gente não gosta.

O caso das Lojas Americanas eu considero fundamental para a gente ter uma relação pedagógica com a população. A partir desse caso, a gente consegue puxar fios. A partir deles, a gente consegue revelar muitos esquemas.

São tantos esquemas que a gente não consegue sequer imaginar. As palavras do BTG [Pactual], do André Esteves, que teve o Paulo Guedes, e eu adoro quando os capitalistas começam a brigar entre si, é uma briga linda, quero que eles se matem, revelem os podres de um e do outro.

O BTG vai acabar tomando um calote milionário das Americanas. Eles estão revoltados. Disseram o seguinte: “O Lemann é um semideus do capitalismo mundial. Semideuses no capitalismo são protegidos pela Justiça. Os menores como nós, que temos só alguns bilhões, sofremos as opressões da Justiça”.

Eles reclamaram da Justiça. Que só vai para os menos bilionários, não para os mais bilionários. O André Esteves se ressente por ter estado em Bangu. É sério. Eles falam isso quando vão recorrer de uma decisão que protege as Americanas do saque dos credores.

Quem nunca contabilizou 40 bilhões “por acidente” na planilha do Excel? Esses caras que ganhavam milhões por conta da fraude, do crime. Esses 18 diretores ganhavam de forma “acidental”, certo? Não queriam fazer isso. Óbvio.

E o curioso é que essa “inconsistência” ocorre há pelo menos 10 anos. Inflando o valor da empresa. Olha só que curioso. Distribuindo dividendos em algo basicamente fictício. E quando distribui dividendos, não se paga imposto de renda no Brasil.

Quem tem “meritocracia” não tem que pagar imposto! Porque essa gente “trabalha”, certo?

Quem não trabalha é o operário da construção civil. Isso é mole. O duro é fazer fraude contábil. Por isso que eles não têm que pagar imposto de renda. Só professor tem que pagar. Porque ele fica lá ensinando crianças. Enfermeiro fica cuidando de pessoa doente. Isso não é “trabalho”. Isso que os executivos fizeram é que é trabalho.

Esses homens é que dão valor para o Brasil. Maquiando a contabilidade e mentindo para o Brasil. A partir disso a gente vai puxando fios e é curioso até onde a gente consegue chegar.

O fio entre a privatização da Eletrobras e o caso das Americanas

A gente puxa a Eletrobras. Lembro que, quando a gente questionava a avaliação da Petrobras, a precificação, diziam que é “coisa do PSOL que não sabe fazer conta”. Quem fez a auditoria das Americanas foi a PwC, meus caros parlamentares!

Você tem noção de quantos gênios tem na PwC? Da avaliação que os minoritários fizeram da Eletrobras? É isso que eles alegavam. Argumento de autoridade. “A PwC avaliou todos esses balanços”. “Balanços criminosos” segundo o BTG, que chama o Lemann de “criminoso”, não o que eu ou você falamos.

A PwC avaliou tudo positivamente e deixou passar, como um “esquema de corrupção”. E a mesma PwC que avaliou o “esquema de corrupção” do Lemann precificou a Eletrobras que é controlada principalmente pelo Lemann hoje.

Ele tem as principais ações preferenciais da empresa. Veja só. A mesma empresa que auditou as Lojas Americanas, fazendo com que Lemann tivesse capital fictício, fruto de uma grande manipulação, de um grande roubo, é a mesma que avaliou a Eletrobras que ele adquire a maior parte das ações preferenciais.

A gente começa a olhar esse esquema e é um negócio assustador. Os esquemas que Lemann faz para não tributar a Ambev também são assustadores. A defesa dele na Reforma Administrativa e Fiscal para destruir as universidades públicas.

É assustador porque ele também é dono de conglomerados de educação privada no Brasil, por isso ele ataca fortemente o ensino superior. Esse cara tem uma bancada de parlamentares. Quando a gente olha tudo com alguma distância, a gente vê os fundamentos da coisa toda.

E é interessantíssimo notar que esses caras, apesar de fazerem isso tudo, eles ainda são muito respeitados pela imprensa. Muito respeitados. E são criminosos. Quem fala isso é o BTG. Os caras tentaram sacar R$ 800 milhões horas antes da ação do banco. Sabiam disso?

Eles tentaram dar um golpe no BTG e o BTG não gostou. Não pode roubar ladrão. E ainda são levados a sério. São convocados a falar sobre Reforma Tributária. Colei no meu Twitter matérias do Valor Econômico elogiando a gestão das Americanas no meio do ano passado, recomendando a compra de ações.

Por que essa recomendação? Porque o Brasil “corre risco de insolvência” com a eleição do Lula. “Compre ações das Americanas”. Esses caras falavam isso. Porque o Lula iria subir o salário mínimo “para ferrar o povo”. Compre ação das Americanas e se dê bem.

Como o Nubank aparece no caso das Americanas

Outra coisa que é incrível. O Nubank criou um aplicativo muito intuitivo. Muito agradável de se usar. Nele, eles não chamam mais isso de fundos de investimento. Porque não é moderno para se usar.

É uma caixinha. Lá existe uma caixinha para você realizar o seu sonho futuro. Comprar o carro próprio. Viajar. Para pagar a faculdade do seu filho. E tem uma caixinha no Nubank de reserva de emergência.

É uma caixinha segura para você recorrer num momento de necessidade. É aquela parte da renda que o cara deixa com liquidez alta. O que tinha dentro desse troço? Papel das Lojas Americanas.

Um milhão de pessoas faziam parte dessa caixinha, que deveria estar não em ações, mas em títulos públicos. Ou em investimentos garantidos. 

É uma caixinha. Lá existe uma caixinha para você realizar o seu sonho futuro. Comprar o carro próprio. Viajar. Para pagar a faculdade do seu filho. E tem uma caixinha no Nubank de reserva de emergência.

É uma caixinha segura para você recorrer num momento de necessidade. É aquela parte da renda que o cara deixa com liquidez alta. O que tinha dentro desse troço? Papel das Lojas Americanas.

Um milhão de pessoas faziam parte dessa caixinha, que deveria estar não em ações, mas em títulos públicos. Ou em investimentos garantidos. 

Eles não chamam o caso das Americanas de “corrupção”. Para o povo entender, o que aconteceu foi simples. Ao invés de contabilizar empréstimos de banco como empréstimos, eles contabilizaram como caixa. Você inverte a sua situação financeira. É só isso.

Esse “erro” fazia a empresa turbinar seu valor de mercado.

Fonte: Canal DCM

Abaixo o link para entrevista.