Este Blog se destina a Divulgação Científica, Popularização da Ciência, Geopolítica e esclarecimento político nesse momento que as fake news dominam os noticiários.
domingo, 2 de julho de 2017
Símbolo da Independência da Bahia 02 DE JULHO
INDEPENDÊNCIA DA BAHIA E CONSOLIDAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL!
Como compreender a independência da Bahia em 02 de julho de 1823, se quase um ano antes, em 07 de setembro de 1822, D. Pedro, príncipe regente, já havia declarado a independência de todo o Brasil em relação a Portugal?
Essa é a ingratidão da história. D. Pedro gritou!!
Nós baianos morremos para garantir o grito!
Nós baianos, consolidamos um grito, mal dado e mal conduzido. Ele gritou: INDEPENDÊNCIA OU MORTE! Ele ficou com a independência, tornou-se D. Pedro I, primeiro imperador do Brasil, brigou com o pai e ficou independente. E nós baianos com a morte!!!
Precisamos enquanto baianos, re-significar essa luta, a independência do Brasil não foi um grito. Ali foi apenas o ato simbólico do fato.
Foram nas várias lutas pelo território brasileiro que a independência se consolidou.
Nossa história exalta o grito e esquece os gemidos!
Até o grito da independência de 07 de setembro, muito sangue foi derramado. O grito, "ESCUTOU", os gritos de liberdade que não eram ouvidos.
E nós baianos? Nós? Nós garantimos a liberdade!
Fala-se muito e demais, na Inconfidência Mineira. Sabe-se de 01(um) enforcado e esquartejado.
Na Conjuração baiana, tivemos 04 enforcados e esquartejados. Você sabia disso? Oh, história ingrata!!!
Na Bahia, a guerra para garantir a independência do Brasil, já havia começado em 15 de fevereiro de 1822. Quando o comandante Madeira de Melo, recebeu no comando das tropas da Bahia. Português que era, tinha que garantir para Portugal a colônia brasileira.
Como os soldados brasileiros não aceitaram o comando de Madeira de Melo. As tropas portuguesas tomaram os quartéis à bala!!
Salvador fica ocupada pelas tropas portuguesas!!!
Em 19 de fevereiro de 1822, a Sóror Joana Angélica é assassinada no Convento da Lapa, por soldados portugueses!!!
O "beré", começou a inchar e os "portugas", não perceberam!
Matar freira, não é um bom preságio, já diziam os antigos!!!
D. Pedro pode ter dado o grito de independência em 07 de setembro de 1822, mas foi antes, em 25 de junho de 1822 que a Bahia, via o Recôncavo baiano, ali na cidade de Cachoeira, que a GUERRA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL COMEÇOU!
Foi nessa data que D. Pedro de Alcântara, foi declarado pelo Senado da Câmara de Cachoeira: Regente e Defensor Perpétuo e Protetor do Reino do Brasil! Antes do grito, ele já era o "Imperador do Brasil", para os baianos. É NÓIS NA FITA!!!
Enquanto D. Pedro articulava com outros brasileiros a independência EM CONVERSAS, a Bahia já estava abrindo caminho À BALA!
D. Pedro, sabendo que a Bahia já havia lhe reconhecido o poder, pela Câmara do Senado de Cachoeira, nos ajuda contratando e enviando, o General Francês Pierre Labatut, aportuguesado para Pedro!
O General era duro. Severo. Chegou à Bahia e começou o treinamento e organização das tropas brasileiras/baianas. Treinamento duro!! Disciplinado e organizado. O General, em 08 de novembro de 1822, na Batalha de Pirajá, mostrou o quão importante foi a re-organização do exército "tupiniquim".
Proclamada a Independência do Brasil, a capital Rio de Janeiro, encontrava-se em festa. Na Bahia o sangue continuava jorrando!
Na batalha de Pirajá, tenta-se desonrar as tropas brasileiras. Os portugueses sob o comando de Madeira de Melo, partiram para o ataque.
O comandante das tropas brasileiras, era o pernambucano, José de Barros Falcão de Lacerda sentindo-se em desvantagem, ordenou que se desse o toque de corneta para retirada. Mas, não sabia ele, que: "que está na chuva é para se molhar"!
Não sabia que baiano é outro nível!!
O cabo Luiz Lopes, corneteiro. DESOBEDECEU!! Tocou "Cavalaria avançar"!!!!!!!! Seguido logo depois de "cavalaria degolar".
Os portugueses não ficaram para conferir se era erro ou acerto, do corneteiro. BATERAM EM RETIRADA!!!
Várias batalhas ocorrem, mas os portugueses isolados e sitiados em Salvador, não tinham mais como resistir. o Comandante Madeira de Melo, resolve abandonar a cidade. Não se entrega. Prefere fugir. Mas não aceita a humilhação de uma rendição.
Em 1º de julho de 1823, as tropas portuguesas se retiram de Salvador.
Em 02 de julho de 1823, as tropas brasileiras, antes chamadas de Exército Pacificador e depois de Exército Libertador, entra em Salvador em formação de colunas. Hasteia a Bandeira do Império do Brasil, no forte do Barbalho.
Libertada Salvador. O Brasil estava independente, pois, as demais tropas portuguesas espalhadas pelo Brasil, sabiam que, era aqui na Bahia que os portuguesas tinham maior contingente e condições de batalha, perdendo a Bahia, os portugueses perderam o Brasil!!
Salve 02 de Julho!!!
E NÃO SE ESQUEÇAM!!!
A história gosta de esconder, eu gosto de revelar:
Na composição do Exército Libertador que entrou em Salvador encontrava-se além dos brasileiros descendentes de portugueses e outra etnias brancas. As tropas do Batalhão dos Henriques, compostos de negros que remontavam a lembrança de Henrique Dias, negro que lutou contra os holandeses em Pernambuco.
Também havia o Batalhão dos Libertos, como o próprio nome já diz. LIBERTOS. Negros livres que formaram um batalhão e lutaram pela independência.
Enfim, a independência da Bahia, não foi obra da elite branca, muito muito sangue negro, mulato e indígena foi derramado!!!!
Se o Brasil hoje está independente, a essas tropas, desvalorizadas e segregadas, devemos muitos!!
sábado, 1 de julho de 2017
NÃO ADIANTA!
GESTÃO MARCONE AMARAL FECHOU O PRIMEIRO SEMESTRE DE SUA ADMINISTRAÇÃO COM CHAVE DE OURO.
Podem falar o que quiser. Buscar mil e uma razões para criticar, mas ninguém esperava um fechamento de primeiro semestre com um MICA PEDRO dessa magnitude.
Essa magnitude não está atrelada tão somente ao tamanho das bandas, volume público, infraestrutura ou outro fator métrico mais materialmente ponderável. Mas, ao resgate da memória histórica dos grandes eventos festivos de/em Itajuípe. Memória esta, que estava se perdendo pela falta dessas realizações mais recentemente.
Não estou afirmando com isto que a administração esteja "as mil maravilhas". Que tudo já esteja resolvido na cidade. Longe disso!! Muito há o que se fazer, muito há o que se realizar, muito há o que se concretizar. Passamos o primeiro semestre esperando alguma ação de impacto e visibilidade. Já que, os ajustes eram administrativos, não se viam E sentiam no cotidiano da sociedade em geral. As críticas estavam tomando a atmosfera. A piada era: "Quando é que a prefeitura vai fazer isso? RESPOSTA: Calma, estão estudando..." Vão fazer dotôrado... O estudo, a tomada de decisão baseada em estudos e ponderações, passou a ser pecado. O certo era: fazer primeiro e buscar a legalidade depois. A nova gestão optou por: buscar a legalidade primeiro e a ação depois. Para quem conhece as Leis no Brasil, eis uma opção que atrasa qualquer ação. Mas, é o caminho mais seguro para um sono tranquilo de quem executa as ações. Os primeiros 100 dias de governo foi mostrado a sociedade, não ações de impacto, mas, ações no terreno administrativo e financeiro, Mais de 02 milhões de reais em caixa. Porém, diante de tantas necessidades pelas quais passa o município, ter dinheiro em caixa soa mais como provocação do quê ação. Eis uma triste dicotomia! Mas, para quem tem responsabilidade administrativa, fluxo de caixa positivo é o objetivo. Afinal a Lei de Responsabilidade Fiscal, não apoia gastos a maior que a receita. Logo, despesa menor que receita, gera saldo positivo. Qual o pecado? Fazer o diferente e correto! A outra piada era: "A prefeitura é banco para guardar dinheiro?" Lembro que na primeira gestão de Marcos Dantas ele também fez reserva de caixa. E hoje os que criticam a de Marcone Amaral, eram os que elogiavam a de Marcos Dantas e os elogiam a de Marcone Amaral, criticavam a de Marcos. Vai entender Itajuípe!!! AVANÇA ITAJUÍPE!! A administração Municipal, apresentou um quadrimestre muito positivo. Todos os gastos dentro dos limites que Lei de Responsabilidade, o que estava fora como não podia deixar de ser era o gasto com pessoal, mas já em queda. Ou seja, podemos vir a ter um segundo semestre muito dinâmico. Agora que já está provado que austeridade gera resultados. Vamos aplicar esse resultado nas demandas reprimidas e nas necessidades diárias. Itajuípe já esperou demais por ações de resultados SUSTENTÁVEIS. O trivial, todos fizeram. Itajuípe precisa do acima do trivial. Marcas do fechamento positivo do primeiro semestre da Administração Marcone Amaral e equipe, pois, sozinho, não se faz nada! O servidor público municipal. Teve seu salário do mês de junho antecipado e uma parcela do Décimo Terceiro adiantado. Assim, os servidores poderão desfrutar com mais tranquilidade financeira o MICA PEDRO 2017!
Observar a legenda. PRIMEIRA PARCELA, NÃO SE FALOU 50% DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO.
Repovoamento do lago Humberto Badaró. Foram 10.000(dez mil) alevinos da especie Tambaqui. Essa é a primeira etapa, o compromisso é de 200 mil exemplares em no máximo dois meses. E estudo para implantação da atividade econômica de piscicultura aqui em Itajuípe.
Sr. Dernival Oliveira, presidente da Bahia Pesca; prof Luiz Carlos, prefeito municipal Marcone Amaral
Equipe da Bahia Pesca. Deputados Nelson Pelegrino e Zé neto. Prefeito Marcone, vice-prefeito Leandro Junquilho. Secretários municipais, vereador Gean e membros da Associação de piscicultura de Itajuípe.
Os alevinos
O MICA PEDRO. Esse foi, está sendo e será o comentário até a festa do dia da cidade em dezembro. Esse MICA PEDRO, não era para acontecer!!!! Não estava no script!!! Pegou todo mundo de "calça curta". A equipe de governo, conduziu o processo de forma a tudo sair na mais perfeita ordem. Como dizem os jovens: BROCOU!
À equipe que montou a decoração do MICA PEDRO. Meus parabéns, não poderia ter sido melhor. Poderia ser diferente, melhor? IMPOSSÍVEL!
sexta-feira, 30 de junho de 2017
Se alguém me contasse diria que é calúnia e difamação.
Retrocedendo a história, Fernando Gomes nasceu MDB, NUNCA ARENA.
Foi eleito prefeito de Itabuna em 1976, pelo MDB. Deputado Federal pelo MDB, em 1982.
Nascia um político de oposição ao regime militar. Quando era presidente o então General de Exército, Ernest Backmann Geisel, o alemão.
Afastou-se dessa linha política e foi para os braços do carlismo. Mas, nunca foi nunca carlista "PURO SANGUE", "quatro costados".
Tinha votos, tinha carisma, tinha capacidade de articulação. Tudo que ACM precisava no sul da Bahia.
Hoje, essa foto, pode ser a foto que registra o retorno do sr. Fernando Gomes de Oliveira, ao nascedouro da sua vida pública.
Não uma aliança com o PT. Longe disso!!! Quanto mais longe do PT, melhor para mim.
Mas, ele Fernando, voltando a sua posição inicial de quando o prefeito José Oduque Teixeira, o chamou para ser Secretário Municipal de Administração.
Matéria Local sobre o Leilão do Hospital, situação CONCRETIZADA EM 2017.
Após mudar gestão, Santa Casa de Santa Cruz das Palmeiras(SP), quita dívida e aumenta número de funcionários.
O hospital não possui dívidas co fornecedores ou impostos atrasados, salários dos funcionários em dias.
Havia uma dívida geral de 1,9 milhão de reais. Salários dos funcionários atrasados 03 meses e 03 anos sem 13º.
Houve um choque de gestão. O novo administrador, Eric Adriano Talamoni, modificou toda a forma de compras e pagamentos do hospital.
Com o nome limpo, com a CND(Certidão Negativa de Débitos), o hospital é beneficiado com emendas parlamentares que viabilizam a aquisição de materiais necessários.
Inclusive, a entidade possui uma poupança financeira de 300 mil reais. Tudo isso resultado de uma gestão que mudou a forma de trabalhar.
De 2005, para 2017. 12 anos que um gerenciamento responsável tiraram a Santa Casa do vermelho, melhorou o atendimento, fez até poupança financeira.
ISSO NÃO INTERESSA A ITAJUÍPE!
O que interessa é a não funcionalidade.
O que interessa é gritar aos quatro cantos que o prefeito é desumano quando não faz o repasse dos plantões médicos.
O que interessa é dizer que tem médico no plantão. Pouco importa se eles não podem fazer NADA, de primeiros socorros por falta de condições materiais. Pois, são médicos, não são Deuses para operar milagres.
Depois que o prefeito começou a realizar o repasse dos plantões médicos e eu parei de cobrar da gestão do hospital ações e transparência, TODOS OS PROBLEMAS FORAM RESOLVIDOS.
Eu não fui mais ameaçado. A câmara de vereadores, se aquietou. A mobilização esfriou. A palavras de ordem em grupos de rede social, SUMIRAM.
Conclui-se então que: para o prefeito ter sossego: É só fazer o repasse dos plantões que tudo o mais torna-se detalhe.
Não interessa as condições do atendimento; a falta de transparência; a dívida que só aumenta; o leilão que houve e NUNCA FOI EXPLICADO.
O QUE IMPORTA É O DINHEIRO DOS PLANTÕES SER EFETUADO.
Aprendi!
A situação só é empurrada com a bariga. Essas matérias são de 2013. O que foi resolvido ou melhorado?
Essa foi em 2016, pré campanha eleitoral. http://g1.globo.com/bahia/noticia/2016/05/funcionarios-de-hospital-queimam-pneus-e-fecham-ponte-no-sul-da-ba.html
'Elite da elite', governo Temer não entende o que é estar desempregado no Brasil, diz economista.
Formado majoritariamente por homens brancos e ricos - "a elite da elite" -, o governo do presidente Michel Temer não tem ideia do que é estar desempregado no Brasil.
A opinião é da economista Monica de Bolle, para quem a distância entre os governantes e o brasileiro comum é um ponto-chave para entender comportamentos da equipe de Temer, como a ideia de usar recursos do FGTS para pagar o seguro-desemprego. Antecipada pelo jornal O Globo na semana passada, a medida estava sendo estudada pela área econômica e foi descartada pelo presidente nesta terça-feira.
Para vice-líder do governo, Janot acusa Temer para frear reformas Para De Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington, ações como essa deixam evidente quão pouco os membros do governo conhecem a situação das 13 milhões de pessoas que estão sem emprego no Brasil.
"Parece que este governo não consegue entender a realidade dessas pessoas. Você, nesta situação, falar em tirar o seguro-desemprego é de um absurdo completo", diz a economista, que foi diretora da Casa das Garças, conhecido instituto de estudos de viés liberal, também já dirigido por Ilan Goldfajn, atual presidente do Banco Central.
Autora do livro Como matar a borboleta-azul: Uma crônica da Era Dilma, muito crítico à gestão da petista, a economista diz que a separação entre Brasília e o resto do país já era grande no governo Dilma, mas aumentou devido ao perfil dos ministros e assessores de Temer: bem menos diverso do que em anos anteriores.
"Este governo é formado por gente que sempre esteve muito afastada do dia a dia do brasileiro comum. O governo Dilma tinha vários defeitos, mas havia muita gente em cargos técnicos e de assessoria que entendia o que é ser de classe média baixa no Brasil. Este governo não tem isso. É um governo que vêm da elite da elite."
Leia abaixo os principais trechos da entrevista de De Bolle à BBC Brasil.
BBC Brasil - Você costuma dizer que o governo Temer está apresentando "fatos alternativos" sobre a economia, falando em recuperação enquanto a crise se aprofunda. Como identificou esse comportamento?
Monica de Bolle - Não é estranho que isso esteja acontecendo no governo Temer porque temos um histórico rico de desconexão entre os governantes em Brasília e a realidade. Atravessamos os anos Dilma com uma torcida feita pelo ministro da Fazenda quando qualquer número saía. E a realidade se revelava sempre pior. Isso agora está ainda mais forte porque existe uma ansiedade por parte do governo de contar boas notícias. Por várias razões, inclusive por questões de sobrevivência política de Temer.
É incrível como ganhou corpo a história de o governo usar qualquer indicadorzinho para dizer que a recuperação está vindo. A função do presidente é um pouco essa. O que me surpreende é o (ministro da Fazenda, Henrique) Meirelles estar fazendo esse papel. Estamos vendo o presidente e o ministro da Fazenda, que era para ter um perfil técnico, fazendo exatamente a mesma coisa que o (ex-ministro de Dilma) Guido Mantega fazia quando estava nessa posição.
A coisa mais surpreendente para mim, reveladora da desconexão com a realidade, é a discussão introduzida na semana passada sobre o FGTS (bancar os gastos com) o seguro-desemprego.
BBC Brasil - Por quê?
Monica de Bolle - Você pegar a poupança forçada do trabalhador para cobrir o que deveria gastar com seguro-desemprego, numa situação em que o desemprego está subindo…
Isso mostra uma desconexão da realidade porque desemprego está aumentando e você tira a única rede de apoio que o trabalhador tem.
Você pode interpretar essa medida de duas formas: ou é um confisco do FGTS ou é uma extinção temporária do seguro-desemprego.
O simples fato de terem considerado a proposta mostra uma completa falta de noção do que é a vida das pessoas desempregadas e a de tantas outras que têm medo de perder seu emprego.
BBC Brasil - Quais são as origens dessa desconexão com a realidade?
Monica de Bolle - Da parte do governo, a falta de conexão vem um pouco do desespero de não entregar nada do que havia sido prometido. A (reforma da) Previdência está indo por água abaixo, a trabalhista já teve um resultado surpreendente na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, onde foi rejeitada. Isso vai dando um certo desespero no Ministério da Fazenda. Também tem o desespero político do Temer, tendo em vista a denúncia do (procurador-geral da República Rodrigo) Janot.
Por outro lado, existe uma falta de percepção dos integrantes do governo de qual é a realidade cotidiana das pessoas. Este governo é formado por gente que sempre esteve muito afastada do dia a dia do brasileiro comum. O governo Dilma tinha vários defeitos, mas havia muita gente em cargos técnicos e de assessoria que tinha um entendimento do que é ser uma pessoa de classe média baixa no Brasil. Este governo não tem isso. É um governo de pessoas que vêm da elite da elite.
O ministro da Fazenda foi o presidente mundial do BankBoston e ocupou cargos altíssimos. Isso não o descredita de nenhuma maneira, mas também faz com que essas pessoas não tenham muito entendimento do que é a realidade do país. O próprio presidente já revelou isso.
BBC Brasil - No caso de usar o FGTS para bancar o seguro-desemprego, o governo não entenderia completamente a importância do seguro-desemprego para os brasileiros?
Monica de Bolle - Falta uma noção de como fica a vida de pessoas que são tão impactadas por desemprego. Eu, por exemplo, tenho parentes próximos, pessoas com anos de estudo, que ficaram recentemente desempregadas.
Parece que o governo não consegue entender a realidade dessas pessoas. Você, nesta situação, falar em tirar o seguro-desemprego é de um absurdo completo.
BBC Brasil - Qual é a importância da composição da equipe nesse cenário? O fato de não haver mulheres atrapalha?
Monica de Bolle - Por mais que o governo Dilma tenha sido, no final, uma catástrofe para o Brasil, ele podia não ter as melhores pessoas nem as mais competentes, mas o ministério era muito diverso. No governo Temer, não tem diversidade. Não é possível que não existam mulheres e negros extremamente capazes de ocupar cargos neste governo. Mas a verdade é que é um governo de homens brancos.
BBC Brasil - Antes da delação da JBS, você já falava que o sucesso das reformas não era garantido. E agora? Como fica a aprovação das medidas?
Monica de Bolle - Com o Temer no olho do furacão das denúncias, haverá um ruído enorme em torno dele, uma mobilização dentro do Congresso e um gasto de capital político tão grande por parte do presidente que não vai sobrar nada para continuar a tocar as reformas. Na melhor da hipóteses, o que vai acontecer com a reforma da Previdência é a aprovação de uma idade mínima de aposentadoria. Só. Porque vai estar todo mundo mobilizado decidindo o que fazer com o Temer.
Ele vai tentar manter a base de apoio e a base fará cada vez mais cobranças para ver se vale a pena apoiá-lo.
O fato é que não importa o acontecido no primeiro trimestre (quando a economia cresceu), no pós-Joesley (Batista) tudo isso já era. Com o grau de incerteza que há no Brasil, vamos ver o mesmo que aconteceu no final no governo Dilma: os planos de investimento vão ser postergados, as empresas vão ficar esperando. Nesse quadro não tem melhora econômica.
BBC Brasil - Você falou que Meirelles está adotando um discurso de marketing, diferente do que se esperava dele. Há uma decepção em relação ao ministro?
Monica de Bolle - Sim, com certeza. Pelo menos não se esperava que ele fizesse a mesma coisa que o Guido Mantega fazia. (Imaginei) o Mantega quando o Meirelles falou sobre o PIB, logo depois que ele foi divulgado no Brasil. Toda vez que tem tuíte no ministério da Fazenda, vejo o Mantega na minha frente, porque (vende-se a ideia de que) tudo está bom, tudo está uma beleza. 'Olha só, agora a gente teve a rebimboca da parafuseta melhorando, sinal de que a economia está bem!'
BBC Brasil - Em uma entrevista anterior, você falou que a proposta da reforma trabalhista enfraquecia as relações de trabalho e tirava garantias do trabalhador. Mantém a mesma posição?
Monica de Bolle - Continuo com a mesma sensação de que o Brasil precisa discutir e começar a fazer essas reformas, mas tudo está sendo feito a toque de caixa só para o governo dizer que é reformista. Não tenho segurança de que a reforma trabalhista que estamos fazendo é a melhor possível.
Tem um clichê que ouço de vários economistas do Brasil quando faço essa críticas: o perfeito é inimigo do bom. Odeio esse clichê. Não podemos nos satisfazer só com o bom, porque o bom não dá em nada, como a gente viu tantas vezes. Fazer uma coisa meia-boca significa dizer que daqui a pouquíssimos anos estaremos discutindo a mesma coisa outra vez. Então, ou a gente faz uma coisa para realmente consertar o sistema ou espera para fazer direito.
BBC Brasil - Essa situação tem a ver com a necessidade dos governos brasileiros de deixar sua marca? Falamos da reforma da Previdência como uma medida do governo Temer, por exemplo, e não como um projeto para o país.
Monica de Bolle - Exato. E não é uma reforma do governo Temer, a reforma tem que ser para a Previdência do Brasil, para todos os brasileiros. Não é para Temer poder dizer depois 'olha, conseguimos fazer a reforma X'. Isso é uma cabeça subdesenvolvida. Não importa qual é o governo que fez a reforma da Previdência, importa que a reforma seja feita da melhor forma possível.
Ah, as pessoas que estão trabalhando na proposta querem colocar seus nomes na reforma? Então elas já têm uma agenda que não é a agenda do país. A agenda é fazer o melhor para o Brasil, não colocar seu nome na reforma.
BBC Brasil - Mas isso aconteceu em vários governos, não?
Monica de Bolle - Tivemos a experiência do Plano Real, que foi feito por um governo e por um determinado time de economistas que até hoje são citados pela imprensa como 'os pais do real'. Todos são grandes economistas e merecem esse rótulos, mas essa experiência é reveladora de como as pessoas ainda se sentem no Brasil nesse aspecto.
Por exemplo, logo no início do governo Temer, teve gente no Ministério da Fazenda dizendo que eles queriam fazer o 'Plano Real do fiscal'. Por quê? Eles querem ser identificados depois como os pais do Plano Real do fiscal? Ou querem fazer diferença no país? Quais são os objetivos? Não fica claro, porque os governos se apropriam das reformas. A sociedade não quer mais isso, claramente. Aliás, o governo se apropriar das reformas é a maneira mais certa de haver uma enorme pressão contra elas.
BBC Brasil - Nesse cenário, as reformas se tornam ideológicas? Reformas da direita, como muitos se referem hoje às medidas do governo Temer?
Monica de Bolle - A reforma em si não deveria ter nada a ver com o governo que a implementa, principalmente em áreas nas quais estamos tão atrasados. As nossas leis trabalhistas precisam ser modernizadas, ninguém discute isso. Nosso sistema previdenciário está quebrado. Essas questões são técnicas, não deveriam ter carga ideológica. Agora, quando o governo se apropria disso, acaba tendo uma carga ideológica.
BBC Brasil - No caso da reforma trabalhista, essa apropriação influenciou o desenho da proposta?
Monica de Bolle - Com certeza. Quando você vê esse tema sendo discutido em outros países, existe uma preocupação em introduzir mais flexibilidade no mercado sem retirar a rede de proteção ao trabalhador. Essa rede pode não ser a que temos no Brasil hoje, que gera incentivos perversos no sistema, mas você precisa ter uma rede de amparo ao trabalhador. Não pode ser só sobre ganhos de eficiência, tem que haver equilíbrio. O trabalhador que perde a rede de proteção futuramente estará numa situação mais precária.
BBC Brasil - A proposta brasileira atinge esse equilíbrio?
Monica de Bolle - Ela me parece tender muito mais para o lado flexibilidade e eficiência do que para o lado proteção ao trabalhador.
BBC Brasil - Com a apresentação de denúncia por Janot, como vê o futuro do governo Temer?
Monica de Bolle - Se Temer fizer de fato o jogo do 'fico a qualquer custo e vou até o fim', vai levar a economia para o buraco junto com ele, porque tudo ficará em função do presidente. A briga institucional que já existe entre Executivo, Legislativo e Judiciário vai continuar, e paralisar o país inteiro.