TEXTO DE MARCOS WENSE
Copiado do grupo de rede social ipolítica.
Não foi boa a participação do presidente Jair Messias Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. De 1 a 10, a nota é 4.
Seria injusto dizer que foi um desastre total. Deu seu recado na base do, digamos, feijão com arroz. A superficialidade marcou sua curta fala de pouco mais de 6 minutos, quando tinha 45 disponíveis. A verdade é que sua vontade era de não falar nada.
Aliás, essa participação de Bolsonaro no encontro de Davos foi comentada aqui assim que saiu o resultado da sucessão de Michel Temer. Disse na época que a preocupação com a fala do então presidente eleito era grande, que os próprios bolsonaristas sabiam das suas limitações.
A mais importante reforma, sem dúvida a Previdenciária, encarada pelo mercado como imprescindível para equilibrar as contas públicas, ficou a ver navios. Não se sabe como o governo Bolsonaro pretende resolver esse grave e inadiável problema.
O presidente contou com a ajuda de Klaus Schwab, o fundador do fórum, que fez perguntas relativamente dóceis, talvez, como educado anfitrião, na intenção de não criar um clima desfavorável ao ilustre convidado.
A participação de Bolsobaro, com já falei, não foi um horror. Mas passou bem longe de causar uma boa impressão, principalmente lá fora. Importantes agentes econômicos ficaram decepcionados e espantados com a falta de respostas em relação a recuperação econômica do Brasil.
Em conversas reservadas, alguns bolsonaristas, bem próximos do mandatário, admitiram que Bolsonaro poderia ter uma participação melhor no esperado encontro. Mas deram graças a Deus que o presidente deixou de lado o chamado globalismo ao modo do chanceler Ernesto Araújo.
Entre os que reagiram negativamente ao desempenho de Bolsonaro no Fórum Internacional, dois se destacaram: um banqueiro alemão que não quis se identificar e Robert Shiller, prêmio Nobel de Economia.
"Ele deu manchetes. Mas nós queremos detalhes. Talvez não haveria como pedir mais dele", disse o banqueiro. A crítica mais mordaz ficou com Robert Shiller: "O Brasil é um grande país. Merece alguém melhor".
Concluo o modesto editorial de hoje, com a opinião da jornalista Vera Magalhães, do jornal Estado de São Paulo: "Tornar o Brasil atrativo a investimentos vai requerer mais do que convidar as "famílias" a desfrutarem das nossas praias".