Este Blog se destina a Divulgação Científica, Popularização da Ciência, Geopolítica e esclarecimento político nesse momento que as fake news dominam os noticiários.
Os 10 Super-Heróis Negros Mais Importantes dos Comics
Eba! Hoje é Dia da Consciência Negra! E para conscientizar ainda mais nossos pares leitores de quadrinhos, vamos falar da importância de 10 super-heróis negros nos quadrinhos americanos. Antes de começar a lista, porém, eu gostaria de frisar que o primeiro personagem negro de grande importância numa história em quadrinhos de super-heróis foi Robbie Robertson, o co-editor do Clarim Diário, ao lado de J. Jonah Jameson, o hater oficial do Homem-Aranha! E vamos à lista!
Charlie’s Xavier’s Angel!
PANTERA NEGRA
Eu já falei que não gosto do Pantera por N motivos, mas ele foi muito importante para assegurar o lugar dos negros nos quadrinhos de super-heróis. Em primeiro lugar porque ele foi o primeiro a ter histórias solos na antologia Jungle Action (Ação na Selva) – é, o nome não pega muito bem para os negros, mas… – e depois ganhou sua revista própria lá pelos anos 70. Poderoso soberano de uma nação tecnológica encravada no meio da África, T’Challa, o pantera, também é o guardião do país. Ao comer uma raiz poderosa ele se torna o incrível Pantera Negra. O Pantera aparecerá no terceiro filme do Capitão América do Marvel Studios, Guerra Civil e ganhará em breve seu filme solo!
FALCÃO
O Falcão sim, foi o primeiro herói negro dos quadrinhos, embora haja algumas discordâncias dizendo que ele foi precedido pelo Pantera. A verdade é que ele apareceu antes, mas como um inimigo do Capitão América, que havia sido feito vítima de lavagem cerebral por seus inimigos do Império Secreto. Somente mais tarde é que ele foi se tornar parceiro do Capitão assumindo seu clássico uniforme branco e vermelho. Sam Wilson, o Falcão, cresceu na Harlem criando um falcão de estimação, o Asa Vermelha, que respondia aos seus comandos. Mais tarde essa habilidade foi amplificada permitindo a Sam controlar outros animais aéreos. O Falcão apareceu pela primeira vez nos cinemas no segundo filme do Capitão América!
LUKE CAGE
A origem de Luke envolve muita blaxpoitation, pois naquela época filmes com esse tema estavam em voga. A origem de Luke conta que ele era um prisioneiro que foi submetido à experiências horrendas na cadeia e acabou adquirindo uma pele super-resistente e força descomunal. Ao escapar da cadeia, John Lucas adotou o pseudônimo de Luke Cage e passou a oferecer seus serviços de proteção super-heroica como herói de aluguel para a vizinhança do Harlem. Mais tarde, adotou a alcunha de Poderoso e se juntou ao herói Punho de Ferro, com o qual fez uma parceria duradoura. Hoje é casado com Jessica Jones e juntos tem uma filha chamada Danielle. Luke ganhará série própria pelo Netflix ano que vem!
TEMPESTADE
Ororo Munroe, é uma afro-americana mutante e uma dos principais líderes dos X-Men. Após um desastre de avião que matou seus pais em sua frente, a pequena Ororo passou dias enterrada junto aos corpos e destroços até ser libertada, o que lhe desenvolveu claustrofobia. Aos oito anos nas ruas do Cairo, a garota se tornou batedora de carteiras profissional, tendo se encontrado com o Professor Xavier e o Rei das Sombras. Após um ebate entre os dois para saber quem controlava o destino da menina, ela fugiu para o Quênia. Lá, aos quatorze anos, era considerada uma deusa das chuvas, até que o Professor Xavier a reencontrou e a levou para os X-Men. Tempestade é o bastião da força feminina e negra, tendo passado por uma fase radical e punk e teve de enfrentar um bom tempo sem seus poderes e sua ligação com a natureza. Hoje ela é uma das principais heroínas da Marvel, se não a principal!
RAIO NEGRO
Raio Negro, assim como Luke Cage, surgiu na onda da blaxpoitaition lá nos anos 70, porém, na DC Comics. Na verdade, ele foi o primeiro grande super-herói negro a aparecer na editora das lendas, tendo surgido mais de 10 anos depois do primeiro grande super-herói negro da Marvel. A revista do Raio Negro durou menos de um ano na DC Comics, tendo sido cancelada no “evento” conhecido como Implosão da DC. Jefferson Pierce chegou a ser vice-presidente dos EUA após Lex Luthor ser deposto. Ele possui duas filhas que também tem poderes elétricos: Tormenta, que participou dos Renegados e Relâmpago, que participou da Sociedade da Justiça. Na iniciativa dos Novos 52, Jefferson ficou descaracterizado fazendo parceria com o Demônio Azul e acabaram, os dois, esquecidos pela editora.
CIBORGUE
Victor Stone era um promissor jogador de futebol americano, até que um acidente tecnológico destruiu seu corpo. Seu pai, um renomado cientista, resolveu salvar seu filho unindo o que sobrou seu corpo com próteses cibernéticas, fazendo dele mais poderoso e hábil do que nunca, porém, prejudicando sua aparência. Logo que se tornou Ciborgue, Victor se uniu à equipe dos Novos Titãs. Embora tendo tocado em muitos assuntos caros aos negros, o personagem Ciborgue sofreu, mais para frente, um whitewashing tendo se tornado inclusive totalmente dourado por um tempo. Existem muitas críticas à origem do personagem e do fato de um negro ter se tornado uma espécie de monstro de Frankenstein moderno. Porém, nos novos 52, Ciborgue tomou o lugar do Caçador de Marte na Liga da Justiça e é, hoje, um de seus principais membros, com filme agendado pela Warner Bros.
BLADE
Nascido Eric Brooks, Blade é filho de uma prostituta negra. Porém, ele não é um vampiro comum e completo, pois sua mãe foi mordida por um vampiro antes de entrar em trabalho de parto. Mais uma vez, temos uma complicação nessa origem: a mãe de Blade é uma prostituta. Nenhum herói branco possui mãe prostituta, mas um negro tem de ter. Enfim, a primeira aparição de Blade se deu na revista do Drácula em que ele auxiliava Frank Drake e Rachel van Helsing a darem cabo no Senhor dos Vampiros. A importância de Blade aumentou nos anos 70 com o boom dos monstros na Marvel, mas ganhou o mundo com a trilogia de filmes dos anos 2000, que abriu as portas para que outros heróis da Marvel tivessem passe-livre nos cinemas.
VIXEN
Vixen, para quem não sabe, é o feminino de Raposa (Fox) em inglês. Mas na DC Comics esse é o codinome de Mari Jiwe McCabe. Criada nos anos 70, Vixen foi a primeira grande super-heroína negra da DC, mas que também foi cancelada com a Implosão da DC. Vixen utiliza o totem Tantu, criado pelo deus africano Anansi com o intuito de proteger os animais e os sere-humanos da destruição. Mari foi criada na África e após muita matança tribal em sua família, ela se mudou para a América onde se tornou uma modelo de sucesso. Com esse dinheiro pode fazer viagens à África onde acabou encontrando o totem Tantu, que era uma lenda contada por sua mãe. Mari participou da famigerada Liga de Detroit, que era liderada pelo Aquaman, foi assim que ela entrou definitivamente para o rol de heróis do Universo DC.
AÇO
John Henry Irons, o Aço, é um grande engenheiro afro-americano que quis, com sua armadura e seu martelo, preencher o vácuo deixado pelo Superman após sua morte no evento conhecido como A Morte do Superman. Baseado no personagem folclórico John Henry, herói dos escravos americanos, Aço, ao lado de Superboy, Superciborgue e Erradicador ajudaram a dar cabo das ameaças resultantes da derrota do Homem de Aço. Aço teve várias versões e encarnações, uma dela tendo sido a sobrinha de John Henry, Natasha. Aço também fez parte da extensão da Liga da Justiça de Grant Morrison. Na iniciativa Novos 52, Aço aparece logo nos primeiros anos dos Superman ajudando-o a debelar a ameaça de Brainiac.
SUPER CHOQUE
A importância de Virgil Hawkings para os quadrinhos de super-heróis, na verdade, só começou quando ele se tornou série animada de TV. Com o nome original de Static, ele era um personagem do selo Milestone Media, de Dwayne McDuffie e Denis Cowan, dois proeminentes nomes negros dos quadrinhos americanos. Porém, com a série, começada no final dos anos 90, ele se tornou uma espécie de Homem-Aranha daquela geração. Com problemas adolescentes, uma família disfuncional e um grande números de coadjuvantes interessantes, Virgil, com seus poderes elétricos conquistou uma geração de fãs na televisão, ainda que suas revistas em quadrinhos não tenham logrado o mesmo sucesso.
É isso aí, comemore o dia da consciência negra, conscientizando mais gente que super-heróis negros podem ser bem legais também, como comprovamos com todos esses dez amigos aqui. Claro, que muitos ficaram de fora, mas tivemos de escolher os 10 mais importantes. Se lembrou de algum que deveria estar aqui? Deixe seu comentário! Abraços!
'Não quero ser o único negro em nenhum lugar', diz professor ofendido em SP.
Eduardo Schiavoni
Colaboração para o UOL, em Bauru (SP)
Um mundo no qual um
negro não tenha o peso de ser o primeiro e não precise ser o único. Assim o
jornalista e professor universitário Juarez Tadeu de Paula Xavier, 57, descreve
a sociedade na qual gostaria de viver.
Alvo
demensagens racistas
escritas por alunos da Unesp(Universidade Estadual Paulista) em
Bauru, no interior paulista, em julho de 2015, Xavier tenta não levar o racismo
como algo pessoal. "Acho que não foi uma crítica a mim, mas sim ao
coordenador do Nupe [Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão]."
Xavier
foi o único negro em sua sala durante a graduação, feita na PUC (Pontifícia
Universidade Católica) deSão Paulo, no início da década de 1980.
Nos
anos 1990, foi o único negro no mestrado e o único no doutorado, ambos feitos
na USP (Universidade de São Paulo). Hoje, é o único professor negro no
Departamento de Comunicação Social da Unesp em Bauru, onde trabalha.
"Costumo
dizer que sou a manutenção da cota em vários lugares pelos quais passei. Em
muitos momentos, fui o único negro em muitas situações. Fui o primeiro negro a
entrar na faculdade na minha família, fui o primeiro a se doutorar. Hoje não,
temos mais doutores, mas eu era o único", lembra. "Tenho orgulho de
ter sido o primeiro, mas não quero ser o único. E desejo que nenhum negro
precise carregar o peso de nenhuma dessas situações", relata.
“É difícil achar um negro que
não tenha vivido constrangimento racial. Não é a primeira vez que sofro uma situação
semelhante na universidade. Hoje sou um homem velho, tenho
aprendido a reagir”
Juarez Xavier, professor da Unesp
Malavolta Jr./Unesp
O jornalista fala em evento sobre as ofensas recebidas na Unesp
Ele conta, porém, que vê uma "mudança
extraordinária" da década de 1980 para os dias atuais. "Estudei
durante a ditadura, e o estudante hoje tem uma chance de debater que nem sempre
existia. Na questão racional, o panorama era ainda mais restrito. Como exemplo,
fizemos um evento, em 1983, na PUC, para debater a experiência negra na
academia, mas não havia negros debatendo. Os debatedores eram os professores
Octávio Ianni e Florestan Fernandes, ambos brancos."
Um dicionário que
tirou do rumo do crime.
Quando fala sobre sua trajetória, o professor é econômico com as
palavras. Nascido na Vila Mazzei, zona norte da capital, é filho de um
caminhoneiro e uma empregada doméstica.
O pai foi preso nos anos 1960 e acabou morto em 1970. Com isso, teve de
abandonar a escola aos dez anos e só voltou a estudar depois dos 17.
"Nesse meio tempo, comigo ainda criança, minha mãe teve a sabedoria de
praticamente me internar em um centro de candomblé, e lá refiz minha
vida", conta.
O professor também lembra com carinho de seu Anísio, comerciante do
bairro que deu a ele a primeira oportunidade profissional. "Ele tinha uma
quitanda e me empregou, contra todas as expectativas e estatísticas. Ele também
era dono de uma banca de jornal e me colocou para trabalhar lá e me obrigava a
ler os jornais e revistas. Também me deu o primeiro livro, um dicionário de
língua portuguesa. Hoje tenho muitos livros, quase milhares, mas tenho um lugar
especial para esse", conta.
Dedicatória do 1º livro do professor: "Que este dicionário 'silva' para iluminar sua mente', assinada por seu amigo Anísio
"Seu Anísio me ajudou a não trilhar o caminho
do crime. Infelizmente, ele morreu nos anos 1970 sem eu poder mostrar que tinha
entrado na universidade. Gostaria de ter agradecido a ele."
Adolescente, deixou a Vila Mazzei e foi trabalhar em uma metalúrgica.
Lá, conheceu Milton Garcia, que o incentivou a voltar a estudar. "Fiz
supletivo do primeiro e do segundo grau. Depois, fiz um concurso para o INSS,
passei e comecei a trabalhar", diz.
"O Milton foi fundamental. Me instigava, perguntava se eu ia querer
ser peão a vida inteira. Não fosse ele, certamente eu não teria voltado a
estudar."
Sob a influência dele, fez o cursinho oferecido pela Escola Politécnica,
na USP, e prestou história, na própria USP, e jornalismo, na PUC. Optou pela
PUC. "O jornalismo falou mais alto. Durante a graduação, tive contato com
o movimento negro e militei no movimento estudantil. Mas saí devendo
parcelas", conta.
Dicionário de língua portuguesa presenteado pelo seu primeiro empregador tirou o professor Juarez do rumo do crime.
'Macaco'
De
fala serena e articulada, o professor, casado há mais de 20 anos e pai de uma
filha de 18 anos, prefere não levar para o campo pessoal as ofensas que sofreu.
Em julho de 2015, pouco depois da implantação do sistema de cotas na Unesp, ele
foi chamado de "macaco" em uma série de pichações racistas nos
banheiros da universidade.
Pelo
sistema, 15% das vagas da universidade são reservadas para pessoas de escola
pública e, dentre esses, 35% são de negros. A ideia é que, em 2018, esse total
chegue a 50%.
O
professor relata que, em sua concepção, a sociedade brasileira, incluindo a
universidade, privilegia uma classe média, branca, patrimonialista, urbana e
escolarizada e que as ofensas, por paradoxal, são um indicativo que mudanças
estão ocorrendo.
"Nas
universidades, esse é o perfil majoritário, mesmo não sendo esse o perfil
social brasileiro. É o que chamo de cota ao inverso. Quando isso começou a ser
mudado, as reações vieram. Passamos a ter alunos de escola pública e alunos
negros, que não existiam em alguns cursos. Isso criou uma situação nova na
universidade", disse.
Além
de Bauru, ele afirma que houve situações similares nos campi de Franca,
Ourinhos, Presidente Prudente, Marília, Assis e São Paulo. "Isso mostra
que é uma questão sistemática, não local. Paradoxalmente, em razão do sucesso
dessa política, temos reações. Temos que dar um tratamento legal, já que se
trata de um crime, e também pedagógico, para a universidade debater essa
situação."
Ele
ressalta ainda que a política de cotas, ainda que tenha causado reações,
mostrou-se "muito positiva". "As meninas e meninos que
ingressaram nos cursos tiveram bom desempenho e ampliou-se a diversidade
epistêmica nas pesquisas da universidade, o que é muito favorável ao
Brasil."
Ele
afirma, entretanto, que o racismo no Brasil é expresso de forma mais indireta.
"A pessoa não se sente confortável para expressar seu racismo. É um
racismo velado. A pessoa não enuncia o desconforto em estar em frente a um
negro, mas o olhar, o comportamento, o gesto, denunciam. É o segurar a bolsa,
não sentar ao lado, mudar de calçada. São mecanismos e mostram que o negro é
sujeito dessas ações."
Mas,
para o professor, a mudança de atitude do próprio negro, que passou a não
aceitar o preconceito, é a força motriz que ajuda a combater o racismo.
"Graças
à Constituição de 1988, que criminaliza o racismo, houve uma mudança no próprio
negro, que passou a se colocar de forma diferente. Mais recentemente, houve a
emergência de uma juventude negra mais ativa, com uma base mais militante, o que
fez com que um grupo de pessoas tivesse mais coragem, instrumentos e
possibilidades legais para fazer as denúncias", disse. "Antes, o
negro sofria calado as violências físicas simbólicas, mas hoje não."
"Ser
negro não é uma condição biológica, subjetiva. Ser negro é uma construção
histórica e social. É se identificar com a história política, com a
ancestralidade e se solidarizar com as condições políticas e de vida da
população negra", completa.
Em reunião com Cármen Lúcia, juízes criticam ações do Legislativo.
REYNALDO TUROLLO JR.
DE BRASÍLIA
Presidentes de algumas das principais associações de juízes do país se reuniram nesta quinta(17) com a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), para tratar da comissão do Senado criada para passar um pente-fino em supersalários nos três Poderes e de propostas em discussão no Congresso vistas como tentativa de enfraquecer o Judiciário.
"Temos uma pauta que nos preocupa no Congresso, que são essas investidas no sentido de desestruturar a magistratura e o Ministério Público. Investida que já não é uma desconfiança, é uma certeza de que alguns parlamentares estão tentando reprimir o sistema de Justiça que hoje está fazendo as investigações mais importantes do país", disse o presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), João Ricardo Santos Costa.
Segundo ele, as iniciativas que preocupam são a inclusão, no pacote anticorrupção discutido na Câmara, do crime de responsabilidade para magistrados, a possível anistia aos políticos que praticaram caixa dois, o projeto de lei de abuso de autoridade e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), em trâmite no Senado, que encerra o efeito-cascata que reajusta os salários de magistrados das demais instâncias sempre que houver aumento para os ministros do Supremo.
O fim do efeito-cascata no Judiciário tem sido defendido pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), relatora da comissão especial instalada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nesta quarta (16), ela se encontrou com a ministra Cármen Lúcia e, após a reunião, disse que a cúpula do Judiciário apoia o fim do reajuste automático para juízes estaduais.
"Manifestamos [a Cármen Lúcia] a nossa preocupação como sendo essa comissão uma manobra, mais uma iniciativa do Congresso, porque eles não perdem uma oportunidade. Já tentaram duas vezes anistiar o caixa dois e não desistiram disso. Eles usam uma cortina de fumaça, que é a questão remuneratória, a questão do abuso de autoridade, agora a lei anticorrupção, para, debaixo do pano, se anistiarem do que foi o pior que aconteceu neste país nos últimos anos: a apropriação de recursos públicos direcionados a caixa dois", declarou Ricardo.
O presidente da AMB disse ainda que, neste momento, os Poderes deveriam se unir para tirar o país da crise, "o que nós não estamos vendo por parte do presidente do Senado".
"Nós percebemos que ele [Renan] está muito mais interessado em resolver o seu problema, em relação ao seu envolvimento na Operação Lava Jato ou o seu indiciamento. O que importa é que durante muito tempo em que ele esteve no poder o país foi saqueado. Acho que isso já é justificativa suficiente para um homem público ou se afastar do cargo ou tomar providências que sejam positivas", afirmou.
O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Roberto Veloso, classificou a comissão dos supersalários e as medidas em discussão no Congresso, como o crime de responsabilidade para magistrados, como "retaliação" contra o Judiciário, que tem conduzido grandes operações como a Lava Jato e a Zelotes.
"O Congresso deveria estar preocupado em criar mecanismos adequados para nós combatermos a corrupção, e não mecanismos para punir os juízes que estão fazendo justamente o julgamento desses casos. Isso é o que nós estranhamos, que estamos denunciando e que não vamos aceitar de maneira nenhuma", disse Veloso.
Já o presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Germano Siqueira, defendeu que a comissão do Senado analise a questão remuneratória também no Legislativo e no Executivo.
Questionado sobre o auxílio-moradia garantido a juízes de todo o país por força de uma liminar do Supremo –o que muitas vezes leva os proventos a ultrapassarem o teto (hoje de R$ 33,7 mil)–, Siqueira respondeu que o benefício deve ser extinto, desde que volte a ser pago o adicional por tempo de serviço, "uma luta antiga da magistratura".
SEM 'CAÇA ÀS BRUXAS'
Pela manhã, a senadora Kátia Abreu esteve na Procuradoria-Geral da República para conversar com o procurador-geral, Rodrigo Janot, sobre as atribuições da comissão dos supersalários. Na saída, ela defendeu que o abate-teto incida também sobre gratificações que hoje escapam do redutor, como o auxílio-moradia. "Teto é teto", afirmou.
A senadora reiterou que é preciso acabar com o efeito-cascata nos reajustes do Judiciário e disse que, se a mudança não vier internamente, por ação do CNJ, virá pela aprovação da PEC 62, que tramita no Senado.
"Garantimos [a Janot] que não existe uma caça às bruxas, que nós estamos tentando fazer a nossa parte. Eu, particularmente, como relatora [da comissão especial], fiz questão de não verificar salário por salário, porque não é a minha intenção. Minha intenção é fazer a norma, e não desmoralizar as instituições do país", disse Abreu.
Acusação contra Geddel é grave e joga crise no colo de Temer.
LEANDRO COLON
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
19/11/2016 09h05
É grave a acusação de Marcelo Calero contra o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) publicada na edição deste sábado (19) da Folha.
Diante das declarações do ministro da Cultura, que anunciou na sexta (18) sua saída do cargo, o presidente Michel Temer tem duas alternativas: ignorá-las e aceitar as justificativas de Geddel, ou demitir uma figura do núcleo duro de sua gestão.
A demissão de Calero deixou de ser uma mera divergência interna, como tentou transparecer o Planalto na sexta. Os motivos de sua saída são muito mais sérios do que se imaginava.
As duas medidas desgastam o governo. Segurar Geddel, acusado por Calero de pressioná-lo para favorecer interesses pessoais, joga para dentro do Planalto uma crise inesperada.
Uma crise inconveniente para Temer pelo fato de Geddel ser estratégico como articulador político nas negociações com o Senado para aprovar a PEC do teto de gastos públicos, carro-chefe do governo para tirar a economia do buraco em 2017.
A segunda possibilidade para o presidente é controlar a turbulência imediatamente, tirar Geddel, mas ao mesmo tempo admitir que um dos seus principais assessores de confiança atuou para se beneficiar pessoalmente. É crise do mesmo jeito.
Na entrevista a Natuza Nery e Paulo Gama, Calero fornece detalhes da pressão que teria sofrido por parte de Geddel.
Segundo ele, o ministro o procurou por cinco vezes para que intercedesse na aprovação do projeto imobiliário La Vue Ladeira de Barra, em Salvador, sob avaliação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado ao Ministério da Cultura.
De acordo com Calero, o ministro afirmou ser proprietário de um apartamento no complexo. "E aí, como é que eu fico nessa história?", teria dito Geddel.
Calero afirma que Geddel agiu de maneira "truculenta e assertiva", tendo feito uma ameaça ao colega de Esplanada: "Se for o caso eu falo até com o presidente da República".
O ministro da Cultura foi o quinto a deixar o governo desde que Temer assumiu a presidência, em maio.
Antes deles, saíram Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Alves (Turismo) e Fábio Osório (Advocacia-Geral da União).
Geddel será o sexto? A decisão está nas mãos de Temer ou do próprio Geddel.
(Segundo um velho amigo de minha
mãe, Sr. Lelinho, “o que começa errado não pode terminar certo”)
Não
havia para mim nenhum motivo para escrever sobre a Proclamação da República
brasileira, até entrar no facebook, e deparar-me com a mensagem do Senado
Federal tratando da questão.
Já
me chamou a atenção, está apenas o nome Deodoro da Fonseca. Quando a história o
conhece por MARECHAL Deodoro da Fonseca.
E o povo dele dizia: (Deodoro da Fonseca, perna mole e bunda seca), repeti muito isso no antigo ginásio. Seu primeiro
nome poucos ouviram falar, (Manuel).Já
começa escondendo de fato, o fato mais importante: um golpe militar.
A
mensagem fala de primeiro presidente
do Brasil. Mas, não fala como chegou lá. Eleito? Não. Um golpe militar, por ele
liderado e por ele assumido na presidência da República.
No
final vem a explicação do significado da palavra República.
Mas
é ai que para mim começa a problemática. Saímos da Monarquia Constitucional,
para a Res publicae – coisa pública – imposta.
De
fato, nós brasileiros nos sentimos numa res publicae? Percebemos que de fato o
Estado brasileiro é uma “coisa do povo”? Uma “coisa pública”. Nos sentimos republican?
Nossa
república começou com um golpe militar e não uma revolta popular.
Os
setores sociais que queriam o fim da monarquia, nunca em nenhum momento
quiseram a melhoria do país, queria mais poder e mais privilégios. Para isso
usava o discurso social para as camadas populares.
Tanto
assim que, das desculpas aplicadas para darem o golpe no imperador, nenhuma
delas até hoje, 127 anos depois, estão resolvidas DE FATO: “Os setores progressistas do Brasil eram
contrários a uma série de situações mantidas pelo regime monárquico, tais como:
*voto censitário, falta de justiça social, miséria, ensino público para
poucos, elevado índice de analfabetismo.”
Algo
mudou?
Temos
127 anos de República e nem 01 dia de sentimento da Res Publicae.
O
império concedeu a libertação dos escravos, saíram dos canaviais, cafezais e
das senzalas. Mas, foram empurrados para as favelas, morros e mendicância.
O
analfabetismo tradicional diminuiu, mas além de não ter sido extinto, criou-se
o analfabeto funcional. Uma evolução negativa da escolarização universal sem
qualidade.
Qual
justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se
até um hospital, único da cidade, não possui médicos para atendimento ao
público?
Qual
justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se
um “ladrão de galinha” é preso, julgado e condenado com rapidez de um raio e
quem rouba BILHÕES, fica no conforto do seu lar (construído muitos com o
próprio roubo) se dizendo em prisão domiciliar?
Qual justiça social pode-se elencar como
conquista nesses 127 anos de república, se um governo congela o salário da
população e aos deles e de quem poderia lhe causar problemas (judiciário), são
reajustados antes para evitar o prejuízo?
Qual
justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se
um banco toma seu dinheiro emprestado a 0,5% ao mês (poupança) e quando você
precisa de um alívio no cheque especial, lhe cobra 18% ao mês?
Qual
justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se
quando a educação pública de fato começa a ser pública no nível superior um
golpe vem e lança uma PEC que vai dificultar senão proibir esse acesso?
Qual
justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se
quando você que tem um plano ou seguro de saúde (por ineficiência do público) adoece, esse plano/seguro faz de tudo para não
cobrir suas despesas e ainda alegam pré-existência da doença?
Qual
justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se
aquele que você elege para lhe representar no parlamento, legisla contra você?
Vamos
parar por aqui, o espaço e tempo são curtos demais.
A
Res Publica foi proclamada, só não foi entregue ao publican.
O
golpe que a Monarquia sofreu nos deixou como legado um sistema que efetivamente
não funciona com Res Publica.
Dos
traidores consagrados na história do Brasil, como Domingos Fernandes Calabar ou
Joaquim Silvério dos Reis. Manuel Deodoro da Fonseca, é o maior dos Judas da
nossa história. Os dois primeiros tinham seus motivos pessoais para tal atitude
“traidora”, Marechal Deodoro da Fonseca, não. Traiu a quem mais lhe apoiou e
confiou, o imperador D. Pedro II.
D.
Pedro II, ao receber o comunicado da proclamação da república, pergunta ao emissário:
“E Manuel já sabe disso?”, quando o emissário lhe responde; “ele é o líder”.
Quer pior?
Por
isso, a Res publicae, foi proclamada e a monarquia caiu sem uma gota de sangue
derramado. Nascia da maior traição histórica, resistir como? Se seu melhor
amigo, homem que lhe foi dada a maior confiança, era o líder da traição?
Comemorar
o quê? Um ato de traição?
E
o resultado? Não demorou muito.
"Majestade, perdoe-me. Eu não sabia que a república seria assim"
Fala
de Ruy Barbosa ao visitar D. Pedro II, no seu exílio em Paris. Tinha sido
Ministro do golpista Marechal Deodoro da Fonseca.