sexta-feira, 25 de maio de 2018

COMBUSTÍVEIS: NÃO ADIANTA BAIXAR OS PREÇOS NO MOMENTO SE A POLÍTICA DE PREÇOS CONTINUAR A MESMA!

Petrobras reduz preço da gasolina, mas descarta mudar política de reajuste

  • Desde que a Petrobras iniciou sua nova política de preços para os combustíveis, o óleo diesel subiu 56,5% na refinaria.
  • Petrobras reduzirá os preços de diesel e gasolina nas refinarias a partir de quarta-feira. O diesel será reduzido em 1,54%, para 2,3351 reais por litro, no primeiro corte desde 12 de maio. Já a gasolina diminuirá em 2,08%, para 2,0433 reais por litro, a primeira redução desde 3 de maio.
  • https://www.google.com.br/amp/s/veja.abril.com.br/economia/petrobras-reduz-preco-da-gasolina-mas-descarta-mudar-politica-de-preco/amp/
  • Com essa decisão, não adianta se enganar: os preços vão continuar oscilando *para cima*. O petróleo passou a ser tratado não como combustível estratégico, mas como commodities. Que são negociadas livremente ao sabor dos "especuladores internacionais". Que não produzem uma gota de petróleo, contudo, controlam preços de insumos estratégicos como o petróleo. As empresas de cargas que comandam o locaute, chamada de greve, não querem a queda dos preços dos insumos energéticos, querem baixar o que eles usam "diesel". Via preferencial, isenção de impostos. A exemplo da CIDE, PIS, CONFINS dentre outros. 
  • Não vai adiantar! Pode "tapiar" no momento, mas a longo prazo, se a oscilação do barril continuar subindo e a política de preços for mantida, teremos sim preços mais altos. Só a mudança na política de preços, pode efetivamente garantir preços mais compatíveis com nossa realidade. É preciso um equilíbrio entre o livre mercado e realidade socioeconômica do Brasil. Reprimir o aumento de preços jogando nas costas da PETROBRÁS a conta, não é a solução. Mas, os intervalos de reajustes de preços podem ser maiores. Considerando que esse mercado oscila diariamente, uma média mensal para análise de correção pode ser uma bom intervalo. E num ciclo de alta como nesse momento, outras políticas podem e devem ser pensadas. 
  • O certo é que, se estamos num mundo globalizado, teremos 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Por que os combustíveis estão subindo tanto.

Adotamos nova política de preços de diesel e gasolina

14.Out.2016

A nova política terá como base dois fatores: a paridade com o mercado internacional - também conhecido como PPI e que inclui custos como frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias – mais uma margem que será praticada para remunerar riscos inerentes à operação, como, por exemplo, volatilidade da taxa de câmbio e dos preços sobre estadias em portos e lucro, além de tributos. A diretoria executiva definiu que não praticaremos preços abaixo desta paridade internacional.

A principal diferença em relação ao que ocorre hoje é o prazo para os ajustes em relação ao mercado internacional. A nova política prevê avaliações para revisões de preços pelo menos uma vez por mês. É importante ressaltar que, como o valor desses combustíveis acompanhará a tendência do mercado internacional, poderá haver manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias.

A necessidade de ajustes nos valores dos combustíveis nas refinarias será tomada pelo Grupo Executivo de Mercados e Preços, formado pelo presidente da empresa, o diretor de Refino e Gás Natural e o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.

A primeira avaliação feita pelo grupo executivo indicou a necessidade de reduzir o diesel em 2,7% e a gasolina em 3,2% na refinaria. Esses preços entrarão em vigor para vendas realizadas a partir de zero hora de sábado, 15/10.

Para permitir maior flexibilidade na gestão comercial de derivados e estimular aumentos de vendas, também avaliaremos conceder descontos pontuais para o diesel e a gasolina em mercados específicos. Em hipótese alguma, esses descontos ficarão abaixo dos custos da empresa.

A decisão do comitê executivo levou em conta o crescente volume de importações, o que reduz a participação da Petrobras, e também a sazonalidade do mercado mundial de petróleo. O aumento das compras externas vem sendo observado especialmente no caso do diesel, onde a entrada de produtos já responde por 14% da demanda do país. No caso da gasolina, as importações cresceram 28% ao mês entre março e setembro desse ano.

Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas pela Petrobras nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de petróleo, especialmente distribuidoras e postos de combustíveis. Se o ajuste feito hoje for integralmente repassado, o diesel pode cair 1,8% ou cerca de R$ 0,05 por litro, e a gasolina 1,4% ou R$ 0,05 por litro.
http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/adotamos-nova-politica-de-precos-de-diesel-e-gasolina.htm

segunda-feira, 21 de maio de 2018



O Projeto Escolas Culturais tem a honra de convidar a população de Itajuípe para participar do Encontro Intergeracional de Dança e Música, a ser realizado no Colégio Polivalente de Itajuípe, dia 24 de maio, as 14:00h. Venha conhecer mais sobre o Projeto e interagir com a juventude e a terceira idade, a partir da música e a dança. Contamos com a sua participação, a entrada é gratuita! 
Maiores informações: (73)98165-7618 – Whatsap ou 
itajuipe@escolasculturais.org.br

sexta-feira, 18 de maio de 2018

“O cientista precisa da sociedade e a sociedade precisa da ciência”.


Em conferência sobre plantas populares durante a Reunião Regional em Rio Verde (GO), pesquisadora do IF Goiano defendeu que, juntos, a ciência e o saber popular são mais fortes
Tanto a cultura popular quanto o rigor científico devem ser levados em consideração quando o assunto é planta de uso popular. Essa foi a síntese da conferência “Plantas de uso popular: Verdades e mitos”, proferida pela professora Cássia Cristina Fernandes Alves, pesquisadora do Laboratório de Química de Produtos Naturais do Instituto Federal Goiano (IF).
A apresentação, que integra a Reunião Regional (RR) da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), reuniu um público de aproximadamente 100 pessoas no Auditório Goiano do campus Rio Verde do IF, e aproximou nomes conhecidos na região do Cerrado brasileiro, como a Gabiroba ou o Breu branco, de suas nomenclaturas na literatura científica, no caso a Campomanesia e a Eugenia klotzschiana.
Especialista no assunto, Alves falou sobre todas as etapas da pesquisa, desde a concepção no laboratório, em que ela ressalta que a revisão bibliográfica tem um papel importante quando se estuda os potenciais usos das plantas: “Não adianta, a parte mais importante da pesquisa é a revisão bibliográfica. O Brasil, sobretudo, o Cerrado, é maravilhoso em matéria de biodiversidade, mas o pesquisador tem de saber sobre aquilo que vai pesquisar, porque mesmo com toda a variedade, você está sujeito a entrar no tema de outra pessoa”, destaca.
Após a revisão bibliográfica, vem a parte dos recursos para pesquisa, em que a pesquisadora do IF Goiano vê uma falta de interesse da indústria para investir em pesquisas no Cerrado, além da crise por qual passa o País, que reduziu os aportes financeiros. Alves destacou o tema da RR como provocação para a inovação e a saída da crise.
“Qual o tema desta reunião que nós estamos participando?”, e seguiu: “‘Cerrado: Ciência, Inovação, Crescimento Econômico, Desenvolvimento Sustentável e Sociedade’”, respondeu. “Nós precisamos inovar nos métodos e ser firmes na ação, seguir em frente com nossas pesquisas para alcançarmos o crescimento econômico e o desenvolvimento para esse bioma que nós amamos. É um campo muito rico e importante para nossa área de atuação e nosso País”, defendeu.
A pesquisadora do Laboratório de Química de Produtos Naturais falou também dos processos, em que ela salientou que os métodos são impreteríveis para uma boa pesquisa em produtos naturais. “O horário de coleta apresenta diferentes reações das composições químicas, ou seja, você não pode esperar a extração do mesmo óleo essencial de uma planta que você colheu às seis da manhã ou às oito da noite”, exemplificou.
Se valendo de um chá bastante popular no Brasil, Alves mostrou como o rigor científico auxilia a cultura popular neste sentido: “Dizem que o chá de erva cidreira tem efeito calmante, será que o efeito será o mesmo com a panela tampada ou destampada? Com a água fervendo ou não? Tudo isso influencia”. Isso porque o princípio ativo é um óleo essencial volátil, que quando a água verve, ele evapora. Por isso a tampa é importante.
Embora Alves tenha falado sobre os problemas para levantar recursos para a pesquisa, ela apontou também a necessidade de um ambiente mais aberto e alerta para radicalismos: “Nem tudo que é natural é bom e nem tudo que é sintético é ruim.”
Você pode usar o conhecimento popular para se aprofundar em um estudo sobre um determinado composto e chegar a um produto comercializável. A professora, portanto, refuta a dicotomia cultura popular x método científico e prefere a colaboração entre as áreas. “Existem muitos indícios e poucas comprovações acerca de muitas plantas que podem ser benéficas, mas a pesquisa científica não é tão rápida quanto os relatos, a sabedoria popular. Então, eu acho que as duas coisas precisam caminhar juntas. O cientista precisa da sociedade e a sociedade precisa da ciência”, concluiu.
Marcelo Rodrigues, estagiário da SBPC, para o Jornal da Ciência

FONTE: 
http://www.jornaldaciencia.org.br/edicoes/?url=http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/3-o-cientista-precisa-da-sociedade-e-a-sociedade-precisa-da-ciencia/

O CÂNCER E A OBESIDADE

Cânceres ligados à obesidade devem dobrar até 2025 no Brasil.





[SÃO PAULO] O número de pessoas que sofrem de cânceres associados com a obesidade ou excesso de peso - como tumores de mama, cólon e próstata - deve dobrar no Brasil até 2025, em comparação com pouco mais de 15.000 para cada 470.000 novos casos diagnosticados em 2012. 



Estes são as conclusões de um estudo , publicado na revista Cancer Epidemiology , que estimou o grau de associação do índice de massa corporal (IMC) com a incidência de câncer no Brasil.

Os resultados são preocupantes porque a prevalência de sobrepeso e obesidade deve aumentar nos próximos anos, de acordo com Thomas Ong, pesquisador associado do Centro de Pesquisa de Alimentos no Brasil. Juntamente com o envelhecimento da população, isso deve contribuir para o aumento dos casos de câncer no país, diz ele. 

Os pesquisadores usaram dados da Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares e da Pesquisa Nacional de Saúde de 2002 a 2013, procurando a distribuição e a prevalência de sobrepeso e obesidade entre adultos com mais de 20 anos em todo o país.

Eles também usaram dados do Instituto Nacional do Câncer e do projeto Globocan - um banco de dados que coleta informações sobre incidência, mortalidade e prevalência dos principais tipos de câncer em 184 países em todo o mundo - para estimar a incidência de câncer no país em 2012. 

Sua análise verificou que o excesso de peso ou obesidade estão associados a um risco maior para 14 tipos de tumores, que juntos representaram quase metade de todos os diagnósticos de câncer em 2012. 

Excesso de peso ou obesidade foi associado a cerca de 10.000 (5.2 por cento) e 5.000 (2.6 por cento) casos de câncer em mulheres e homens, respectivamente. Segundo os autores, as mulheres enfrentam um risco maior, uma vez que a prevalência da obesidade vem aumentando nas últimas décadas, afetando 25,2% das mulheres com mais de 20 anos em 2013.

Para as mulheres, o câncer de colo do útero, cólon e mama contribuiu mais para os casos associados com sobrepeso e obesidade; enquanto para os homens, excesso de peso ou obesidade estava principalmente relacionado ao desenvolvimento de tumores de cólon, próstata e fígado. 

Os pesquisadores também encontraram números mais altos de casos de câncer ligados ao sobrepeso ou à obesidade nos estados do sul e sudeste do país, que são mais ricos e desenvolvidos. 

“As pessoas que vivem nessas regiões têm mais acesso a alimentos ultraprocessados, fabricados em fábricas com ingredientes industriais e aditivos inventados por tecnólogos de alimentos”, disse Leandro Fórnias Machado de Rezende, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e principal autor do estudo. SciDev.Net .

“As vendas de produtos ultraprocessados ​​aumentaram em 103% entre 2000 e 2013 na América Latina. No mesmo período houve um aumento acentuado nas taxas de sobrepeso e obesidade entre os adultos da região ”, ressalta. 

Rezende argumenta que as políticas governamentais que regulam a rotulagem, marketing e vendas de produtos ultraprocessados ​​são necessárias para reduzir o excesso de peso e a obesidade e, consequentemente, mitigar o risco de desenvolvimento do câncer.

FONTE:

https://www.scidev.net/global/health/news/cancers-linked-to-obesity-to-double-by-2025-in-brazil.html

Pesquisa indica vereadores mais bem avaliados em Itajuípe





O Instituto Tiradentes, realizou segundo informações uma pesquisa em Itajuípe, buscando identificar os vereadores mais bem avaliados pela comunidade do município. Segundo informações, a pesquisa popular ocorreu entre os dias 10 e 14 abril.

Pelo gráfico em pizza apresentado acima, foram entrevistados 481 eleitores. 

Pelos dados apresentados, o vereador Mateus Mattos, mais conhecido popularmente como Mateus Mala, apresentou a melhor frequência de aceitação popular.

O nobre edil obteve 90 indicações, o equivalente a aproximadamente 18,71% das indicações dadas.

Deve-se considerar que Itajuípe possui 11 vereadores. Onde por obrigação metodológica, todos devem esta na lista de opções, esse percentual de visibilidade é muito bom.

O interessante dessa pesquisa, é que, os três primeiros colocados, apresentam uma proximidade muito grande de votos. A diferença numérica do 1º colocado para o 2º colocado, são de 04 votos e do 1º colocado para o 3º colocado 09 votos.

Esses nobres edis, disputam a preferência popular em representatividade, segundo dados da pesquisa em tela.

O vereador Mateus Matos é novato no legislativo. Está no seu primeiro mandato, mas apresenta um mandato, que tem buscado ser representativo em várias questões. 

Foi eleito numa coligação de oposição ao governo eleito e tem mantido esse perfil. 

Crítico à administração atual, vem trabalhando na trincheira da oposição buscando espaço de representatividade nessa seara.

Tem apresentado uma atuação de interação direta com a comunidade. Atuando significadamente nas mídias sociais, formando a partir dela uma opinião positiva ao seu mandato.




Resultado de imagem para Mateus mala vereador Itajuípe


Vídeo mostrando a metodologia de como é feita a pesquisa.

https://www.youtube.com/watch?v=H4TyVZnTXO4



quarta-feira, 16 de maio de 2018

Imagem relacionada

PARABÉNS A TODOS AQUELES QUE PROMOVEM SOB AS MAIS ADVERSAS CONDIÇÕES E PRECONCEITOS SOCIAIS UMA ATIVIDADE DE VITAL IMPORTÂNCIA PARA A VIDA URBANA.

Hoje é Dia do Gari. A palavra gari é uma homenagem ao empresário francês Aleixo Gary, que se destacou na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro. Em 11 de outubro de 1876, ele assinou um contrato com o Ministério Imperial para organizar o serviço de limpeza da cidade, que incluía a retirada de lixo de casas e praias e o transporte para a Ilha de Sapucaia, atual bairro Caju. Seu contrato venceu em 1891 e seu primo Luciano Gari o substituiu. A empresa acabou em 1892 e foi criada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da Cidade, cujos serviços não eram bons. No ano de 1906, o órgão tinha somente 1.084 animais de carga para trabalharem na coleta das 560 toneladas de lixo. A partir dessa data, teve início a coleta de lixo com equipamentos mecânicos. A data lembra o dia da publicação da Lei que instituiu a categoria, em 16 de maio de 1962.

FONTE:

http://guiadoscuriosos.uol.com.br/categorias/5425/1/a-origem-do-dia-do-gari-16-05.html

Fingi Ser Gari por 8 Anos.

‘Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível’

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da ‘invisibilidade pública’. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social. 
  ‘Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência’, explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. ‘Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão’, diz.
 
No primeiro dia de trabalho paramos para o café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:
-‘E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?’ 

E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar.                            
O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são ‘seres invisíveis, sem nome’. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da ‘invisibilidade pública’, ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.

Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

-O que você sentiu na pele, trabalhando como gari?
-Uma vez, um dos garis me convidou para almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.
 
-E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou?
-Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando – professor meu – até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.
 
-E quando você volta para casa, para seu mundo real?
-Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, frequento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma ‘COISA’. 
 
Ser ignorado é uma das piores sensações que existem na vida!


Plínio Delphino, Diário de São Paulo.


FONTE:

http://www.imagick.com.br/?p=20551