Helinando Oliveira analisa o processo consumista e autodestrutivo da sociedade e do nosso planeta
A lógica produtivista que move o planeta é mantida por poucas famílias que lutam pela preservação de seu status quo. No entanto, já está mais que provado que este modo de produção não é sustentável, dada a finitude dos recursos naturais.
Uma economia movida a petróleo vê os custos de seus produtos crescerem à medida em que as reservas esvaziam. E na busca pelo líquido precioso, são escavados poços a profundidades abissais. Com a escassez da matéria prima e a necessidade da manutenção do lucro, o poder hegemônico necessita reduzir os custos de produção, quebrando as velhas barreiras protecionistas. No mundo globalizado, as nações são empecilhos para a manutenção dos poucos bilionários em sua posição de controle.
A solução para esta problemática passa pela escravização das nações, processo este que tem início com o conceito do estado mínimo e a privatização dos serviços essenciais: um povo mergulhado em dívidas é facilmente escravizado.
Com o retorno da classe trabalhadora às senzalas e o aprisionamento da classe média/alta nos ambientes artificiais de condomínios fechados tem-se o desfecho do desmantelamento do Estado.
Este é o sinal verde para o controle das grandes multinacionais (outro nome para os tentáculos do poder hegemônico) sobre as reservas naturais das nações escravizadas e o barateamento da mão de obra, o que leva à ilusão da sobrevida de um modo de produção falido.
Este processo autodestrutivo que consome o meio ambiente e empobrece/mata nações inteiras chegará ao seu auge em algumas décadas: nossos netos viverão em um planeta extremamente pobre e faminto, condição necessária para a manutenção de uma elite cada vez menor e mais rica.
Sem petróleo, sem água e com uma qualidade do ar cada vez pior, a raça humana poderá avançar rumo à fuga final: toda a riqueza do poder hegemônico poderá, enfim, ser investida em uma viagem dos “escolhidos” a uma estação espacial, último local acessível em que a vida será possível.
Alimentados por uma farinata gourmet (um tipo de ração humana espacial) os antigos donos do planeta definharão assistindo pela janela da estação espacial o passar de uma planetinha azul que agora parece inabitável.
Não sabem eles que o planeta sobreviverá e em alguns poucos mil anos depois estará totalmente recuperado da ação humana.
Na verdade, o planeta já estava preparado pelo Cosmos para essa possibilidade: antes da virada de seu primeiro aninho, este jovem foi acometido de um vírus grave, que se instalou no último segundo da véspera do ano novo. O diagnóstico da doença foi o vírus raríssimo conhecido por Homo sapiens. Dizem que este vírus já rondou por alguns planetas do Universo, de forma que o tratamento para sua extinção já é conhecido por toda a via láctea.
Para combater o vírus homo sapiens, o planeta Terra tomou uma dose cavalar do melhor veneno que há: o neoliberalismo.
Obs: Se considerarmos o calendário cósmico e dissermos que o Big Bang aconteceu no dia 01 de janeiro, os dinossauros teriam surgido em 25 de dezembro e toda a história do Homo sapiens se resume a 21 segundos.
FONTE:
http://nossaciencia.com.br/colunas/homo-sapiens-e-as-escalas-de-tempo/
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