segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

ESTUDANTES DE LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA REPRESENTAM A BAHIA EM EVENTO CIENTÍFICO EM DUBAI


As estudantes da rede estadual de ensino, Tainá Nascimento e Júlya Pires, ambas com 18 anos, que concluíram os estudos em 2021, no Colégio Estadual João Vilas Boas, localizado no município de Livramento de Nossa Senhora, estão representando a Bahia na MILSET Expo-Sciences Asia 2022, iniciada neste domingo (20) e que segue até 25 de fevereiro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Trata-se de um dos maiores eventos científico do mundo, realizado pelo Movimento Internacional para o Recreio Científico (MILSET), onde se apresentam participantes vindos de mais de 30 países.

As jovens cientistas, que viajaram juntamente com a orientadora Ana Paula da Rocha, estão apresentando o projeto “Lima-da-pérsia como solução alternativa e natural para a desinfecção da água”, desenvolvido por meio do Programa Ciência na Escola, promovido pela Secretaria da Educação do Estado (SEC). Com o projeto, elas conquistaram o 1º lugar na área de Meio Ambiente na 16ª edição da Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia (FENECIT), ocorrida em 2020, em Recife, no Estado de Pernambuco. Como premiação, elas receberam credenciais para participar da Milset Expo-Sciences Ásia 2022.


Com o mesmo projeto, também em 2020, as estudantes ganharam três prêmios na 18ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), realizada de forma virtual. O projeto também foi apresentado na Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (FECIBA), em 2019, na qual conquistou o 3º lugar.

A estudante Júlya Pires explicou sobre a pesquisa. “Fizemos o projeto no intuito de procurar um meio natural para desinfecção da água. O método mais usado é o cloro que, quando usado excessivamente, traz prejuízos à nossa saúde. Fizemos pesquisas baseadas em estudos da John Hopkins School e chegamos à conclusão de que 15 ml por litro associado ao método Solar Water Disinfection (SODIS) consegue matar as bactérias, assim como o cloro. Esta é uma forma natural e sustentável, como também de fácil acesso a comunidades carentes”.




Tainá Nascimento falou da experiência de participar do evento internacional. “É uma oportunidade de crescimento, porque a partir do momento que vamos para outro país, ampliamos a nossa network, através do contato com pessoas de outras culturas e que têm ideais parecidos com os nossos. Além disso, conhecemos outros projetos, realidades e perspectivas. Voltamos para casa recheados de informações que poderemos aplicar ao longo de nossas vidas”.

Segundo a orientadora Ana Paula da Rocha, a participação no evento impactará diretamente no aprendizado das jovens cientistas. “Somos do sertão da Bahia e jamais imaginaríamos participar de um evento de extrema importância como este. É uma experiência imensurável no currículo das alunas e que marcará a história do colégio e minha na Educação da Bahia”, comentou.

Fonte: 



sábado, 12 de fevereiro de 2022

MÉDICO QUE DIVULGOU DESINFORMAÇÃO SOBRE VACINA NÃO SERÁ INDENIZADO POR CHECAGEM - MÉDICO PEDIU INDENIZAÇÃO POR SITE DE CHECAGEM DIVULGAR QUE A AFIRMAÇÃO DELE ERA UMA FAKE NEWS.

Vacinação / Crédito: Breno Esaki/Agência Saúde DF

Para juíza, médico assumiu o risco de ser taxado de propagador de fake news. Profissional arcará com R$ 7 mil de honorários.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Um médico renomado ser taxado como propagador de fake news numa checagem de informação sobre a vacinação da Covid-19 pode afetar a reputação do profissional a ponto de que ele seja indenizado? A resposta, para a juíza Patricia Persicano Pires, da 16ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo, é que, muito embora este fato possa trazer certa angústia ao profissional, ao divulgar informações que não encontram respaldo na realidade, o profissional assumiu o risco desse resultado.

Numa gravação divulgada em 12 de junho de 2021 no YouTube e que circulou no WhatsApp, o médico Paulo Porto responde a uma pergunta de uma internauta sobre o intervalo entre uma infecção pelo coronavírus e o posterior recebimento da vacina contra Covid-19: “Quem teve a doença está imunizado pela própria doença”, afirmou o médico, que tem 145 mil seguidores no Instagram e 112 mil inscritos em seu canal principal no YouTube.

Diante da afirmação que não encontra respaldo nas recomendações da Organização Mundial da Saúde e de outras autoridades sanitárias, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo postou uma checagem com a chamada de “fake news” junto a uma imagem do médico retirada do vídeo. “Não caia em #FakeNews. Vacine-se, independentemente de ter tido COVID-19, e procure sempre os canais oficiais para se informar”, publicou a secretaria.

O profissional de saúde acionou a Justiça para requerer uma indenização de R$ 70 mil por danos morais sob a justificativa de que a checagem o “angustiou profundamente” a repercussão “maculou a imagem e a credibilidade desse renomado cientista”.

A juíza não comprou a tese, e como a ação foi julgada improcedente, o médico foi condenado a pagar 10% do valor da causa em honorários, ou seja, R$ 7 mil.

Quanto ao uso de usa imagem, ela entendeu que, uma vez publicada em redes sociais, ela se torna pública, tendo o próprio médico renunciado à intimidade quando decidiu pela criação de um canal no qual expõe sua pessoa. Já em relação ao fato de ter sido apontado como propagador de uma fake news, Pires citou estudo publicado no “Jornal da USP” e informações de autoridades sanitárias para concluir que: “não é verdadeira a afirmação de que a infecção por Covid-19 garante a imunização natural. E o que não é verdadeiro, é falso”.

Além disso, ela afirma que o Estado agiu no exercício regular de seu direito-dever de informar, o que afasta a ilicitude. Para a magistrada, a Secretaria de Saúde paulista “tinha o dever de informar a população sobre a falsidade da afirmação, uma vez que o autor da falsidade não se trata de pessoa comum, como o próprio autor se qualifica na inicial”.

Para Marco Antonio Sabino, sócio de Mannrich e Vasconcelos e professor da FIA e do Ibmec, há um consenso de que figuras públicas têm menos proteção quantos aos direitos de personalidade que as comuns. A visibilidade à qual estão submetidas se traduz em maior responsabilidade e as sujeitam ao escrutínio público.

Por se tratar de médico renomado, com milhares de seguidores em suas redes, o profissional já estava ciente da repercussão que o caso poderia tomar, opina Mayra Mallofre Ribeiro Carrillo, sócia do Damiani Sociedade de Advogados, que acrescentou: “ainda mais considerando que estamos vivenciando uma das maiores crises pandêmicas da história da humanidade e que os estudos e orientações da Organização Mundial da Saúde são contrários ao posicionamento dele”.

Matéria de:

JOTA

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

SÉRGIO MORO NÃO DECOLA E HÁ DOIS MOTIVOS.


 

Um país faminto não tem tempo pra bravatas eleitorais

Sérgio Moro tem um problema para além de todos os demais problemas que tem. Historicamente, no Brasil, os temas mais relevantes em anos eleitorais giram em torno de Saúde, Segurança, Educação e Renda, conforme mostra o histórico dos institutos de pesquisa. Houve, no entanto, um momento em que uma palavra se intrometeu entre as preocupações correntes da população: no auge da Lava Jato, a Corrupção chegou a ser a segunda mais citada. 
 
Na semana passada eu conversei com Mauro Paulino (Datafolha) e Márcia Cavallari (Ipec, o ex-Ibope). Os mais experientes executivos de institutos de levantamento popular do país disseram o mesmo: a corrupção não deve ser eleitoralmente relevante, este ano, para decidir as eleições. Sabem quantas vezes Moro falou a palavra “corrupção” em uma entrevista dia desses? O canal Galãs Feios contou: 50. É morotemático.

Moro tem outro problema: o antipetismo está voltando a seu curso natural pré-Lava Jato. Sempre houve antipetismo no Brasil. Na eleição de 1989, lembro claramente da circulação de fake news pré-internet dizendo que o PT, caso vencesse as eleições, iria colocar estranhos morando nas nossas casas. Uma amiga, ainda criança, assustada, chegou a separar as bonecas que mais gostava – todas as outras ela teria que dar, compulsoriamente, para crianças que não tinham bonecas. A mando do PT, claro.
 
O antipetismo que definiu a eleição de Jair Bolsonaro não deve ter a mesma força esse ano. A popularidade do PT voltou a aumentar depois de junho de 2019, quando vocês sabem o que aconteceu. Moro teria muita força eleitoral caso antipetismo e combate à corrupção estivessem entre as prioridades da população. A impactante foto registrada no ano passado pelo jornalista Domingos Peixoto deveria gritar no rosto de Moro: há coisas mais urgente lá fora, e o governo que o senhor ajudou a eleger e do qual participou é responsável por elas.

Fonte:

The Intercept Brasil 

Leandro Demori

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO, MAS NÃO PERMITE MUDAR O CURSO DA HISTÓRIA.

WALDIR MARANHÃO: QUEM NÃO LEMBRA DESSE HOMEM QUE TENTOU SALVAR O BRASIL DO GOLPE? UM BRASILEIRO! UM RESISTENTE!

“O tempo é o senhor da razão”. Desconhece-se a autoria da frase que serve como bálsamo para muitas situações, mas é sabido que acabou conquistando o planeta por obra e graça do escritor francês Marcel Proust.


Na verdade, o tempo é o melhor e mais justo julgador dos homens, não sem antes ser a mais eficaz pena a escrever a história. Isso porque a vida, a depender da situação, dá voltas que a colocam diante dos que envergam a toga de Cromos.

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin anulou várias ações penais eivadas pelo vício e que impuseram condenações ao ex-presidente Lula. A Constituição estabelece que todos, sem exceção, têm direito ao contraditório e ao devido processo legal, não cabendo ao julgador condenar com base em indícios.

Ao tomar tal decisão, o ministro Fachin lembrou que a forma como alguns processos da Operação Lava Jato representou um golpe contra a nação e contra a democracia brasileira.

O ministro Luís Roberto Barroso, também do STF, afirmou em artigo para a edição de estreia da revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), que “o motivo real” para o processo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) foi a falta de apoio político, não as “pedaladas fiscais”. Em outras palavras, golpe!

Barroso já havia manifestado esse entendimento em julho de 2021, durante um simpósio. “Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela [Dilma] não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas, sim, foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história”, disse o magistrado.

Aliás, se “pedaladas fiscais” fossem motivo para a abertura de processo de impeachment contra o presidente da República, o atual chefe do Executivo já teria deixado há muito o Palácio do Planalto. Afinal, aproximadamente 140 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro estão parados na presidência da Câmara dos Deputados, aguardando a boa vontade de Arthur Lira.

A mim cabe, na condição de ex-presidente da Câmara dos Deputados, ressaltar que esses dois importantes vagões do Estado Democrático de Direito, somente agora posicionados e movimentados nos trilhos da democracia, se negaram a apoiar a locomotiva que propôs manter o trem na linha da verdade dos fatos e da legalidade, evitando, certamente, que hoje estivéssemos a assistir a um Brasil descarrilhado e sem comando.

À época dos fatos, no comando da Câmara dos Deputados, anulei o ato golpista tramado de forma maquiavélica contra a presidente Dilma Rousseff e contra o Brasil.

Cumpri com a minha obrigação não apenas de presidente da Câmara, mas de quem defende a democracia. Paguei com a minha quota de sacrifício, mas não me arrependo de ter defendido a verdade e o povo brasileiro.

Em relação aos que entoaram zombarias na minha direção, até porque só eu sei o que vi e vivi, sugiro um exame de consciência, se é que são capazes de enfrentar tal desafio. Os algozes de então, hoje percebem e captam, entre dores de todos os matizes, que são eles os verdadeiros abandonados, alguns no pântano da decepção, outros nas areias movediças dos preconceitos e das próprias idiossincrasias.

Preconiza um conhecido provérbio latino que “a consciência tranquila é o melhor travesseiro”. Apesar de todos os ataques sórdidos de que fui alvo, continuo tranquilo e sereno em relação à decisão de anular a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

(*) Waldir Maranhão – Médico veterinário e ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), onde lecionou durante anos, foi deputado federal, 1º vice-presidente e presidente da Câmara dos Deputados.

Fonte

UCHO.INFO