domingo, 3 de novembro de 2019

SOBRE OS SURTOS NEOFASCISTAS E A COVARDIA




Dilma Rousseff

Ninguém, dos órgãos de imprensa, pode se declarar surpreendido pela manifestação do deputado Eduardo Bolsonaro a favor do AI-5. Na verdade, ninguém pode se surpreender porque já houve seguidas manifestações contra a democracia por parte da família Bolsonaro. Defenderam a ditadura militar e, portanto, o AI-5; reverenciaram regimes totalitários e ditadores; homenagearam o torturador e a tortura; confraternizaram com milicianos. Desde sempre pensaram e agiram a favor do retrocesso. Antes das eleições não havia duvidas a respeito. Durante as eleições e depois dela, muito menos, pois têm se expressado contra a democracia e os princípios civilizatórios em todas as oportunidades que tiveram.

O grave é que nunca receberam da imprensa a oposição enérgica que mereciam. Ao contrário, acredito que a imprensa fez vista grossa ao crescimento do neofascismo bolsonarista, porque este adotara a agenda neoliberal. É que, além das pautas neofascistas, a extrema direita defende a retirada de direitos e de garantias ao trabalho e à aposentadoria; as privatizações desnacionalizantes das empresas públicas e da educação universitária e a suspensão da fiscalização e da proteção ambiental à Amazônia e às populações indígenas. Não é possível alegar surpresa ou se estarrecer diante da defesa do AI-5. Na verdade, em prol da realização da agenda neoliberal, na melhor hipótese se auto iludiram, acreditando que poderiam cooptar ou moderar Bolsonaro.

Mas a defesa do AI-5 e da ditadura sempre esteve lá.

Vamos novamente lembrar, o chamado filho 03, que agora diz que considera o AI-5 necessário, é o mesmo que, há algum tempo, disse que “um soldado e um cabo” bastavam para fechar o STF. Óbvio que sem o poder coercitivo de um AI-5, isto nunca seria possível.

O presidente, então ainda deputado, proferiu no plenário da Câmara um voto em que homenageou um dos mais notórios e sanguinários torturadores do regime militar. Aquele coronel só agiu com tal brutalidade contra os opositores do regime militar porque estava protegido pelo AI-5.

Jair Bolsonaro afirmou em entrevista que a ditadura militar cometeu poucos assassinatos de opositores políticos. E que os militares deviam ter matado “pelo menos uns 30 mil”. Também afirmou, na campanha do ano passado, que, se vencesse a eleição, só restariam dois caminhos aos petistas – o exílio ou a prisão – e de que maneira isto seria possível sem a força brutal de um ato institucional como o AI-5?

É estranho que me perguntem o que eu acho da última declaração sobre o AI-5, pois a minha vida toda lutei, e continuo lutando, contra o AI-5, seus assemelhados e seus defensores. O Estadão, que me faz esta pergunta, também deve e precisa responder, pois sua posição editorial tem sido, diga-se com muita gentileza, no mínimo ambígua diante da ascensão da extrema direita no País.

Quem nunca questionou as ameaças da família Bolsonaro com a firmeza necessária e que, em nome de uma oposição cega, covarde e irracional ao PT, se omitiu diante do crescimento do ódio e da extrema-direita, tornou-se cúmplice da defesa canhestra do autoritarismo neofascista.

Fonte:

ETIÓPIA OU BOTSUANA???? NÃO IMPORTA DE QUAL PARTE VEIO. VEIO DA ÁFRICA! ISSO É O QUE NOS IMPORTA!


A polêmica por trás do estudo que indica Botsuana como berço da humanidade.

Um artigo publicado na revista Nature na última segunda-feira (29) está dando o que falar entre especialistas da comunidade científica. O estudo indica o sul da África como o local exato do surgimento da humanidade — e muitos outros cientistas acreditam que, com as informações que temos hoje, não é possível tirar conclusões tão precisas assim.

Vanessa Hayes, da Universidade de Sidney, na Austrália, liderou uma equipe de especialistas que analisou o código genético 1217 pessoas da África Meridional (a parte sul do continente) e criou uma árvore genealógica. Cruzando esses dados com informações de outros estudos, os cientistas concluíram que os humanos modernos se originaram nas zonas úmidas em Makgadikgadi, no nordeste de Botsuana.

"Já ficou claro há algum tempo que humanos anatomicamente modernos apareceram na África cerca de 200 mil anos atrás. Há muito se debate a localização exata desse surgimento e a subsequente dispersão de nossos ancestrais mais antigos", afirmou a especialista, em comunicado à imprensa.

Os especialistas explicam que analisaram o DNA mitocondrial das células dos voluntários. Essa organela é transmitida diretamente da mãe para o bebê. Isso significa que, seguindo a "linhagem" genética, é possível descobrir as origens de alguém baseando-se apenas nessa informação.

Para fazer isso, os estudiosos mesclaram 198 mitogenomas (DNAs mitocondriais) atuais com informações genéticas da primeira linhagem conhecida de humanos modernos, a L0. "Isso nos permitiu refinar a árvore evolutiva de nossos primeiros ramos ancestrais melhor do que nunca”, explicou Eva Chan, do Garvan Institute of Medical Research, que liderou as análises filogenéticas.

Foi relacionando essas descobertas com as evidências geológicas, arqueológicas e fósseis existentes que os especialistas concluíram que a origem dos humanos modernos se deu em algum lugar próximo do Lago Makgadikgadi. “O lago havia começado a drenar devido a mudanças nas placas tectônicas subjacentes. Isso criaria um vasto pantanal, conhecido por ser um dos ecossistemas mais produtivos para sustentar a vida”, observa o geologista Andy Moore, que também participou do estudo.

Migrações

Segundo o artigo publicado na Nature, o clima da região possibilitou que a humanidade prosperasse ali por cerca de 70 mil anos, quando ondas de migração tiveram início. “Os primeiros migrantes se aventuraram no nordeste, seguidos por uma segunda onda de migrantes que viajaram para o sudoeste. Uma terceira população permaneceu na terra natal [e está lá] até hoje", explicou Hayes.
Enquanto os autores especulam que os habitantes da região permaneceram lá porque conseguiram de adaptar, eles não sabem ao certo por que uma parte dos nossos ancestrais resolveu migrar. Axel Timmermann, da Universidade Nacional de Busan, na Coreia do Sul, acredita que isso ocorreu por conta de mudanças climáticas.

De acordo com Timmermann, que também fez parte da nova pesquisa, a lenta oscilação do eixo da Terra altera a radiação solar no verão no Hemisfério Sul, o que leva a mudanças periódicas nas chuvas no sul da África. Esse fator teria resultado em mudanças climáticas naquela época, criando um "corredor de vegetação", que viabilizou a vida em outras regiões.

Polêmica

Descobrir o "berço" da humanidade é um sonho dos evolucionistas há muito tempo — e justamente por isso o artigo da Nature está dando o que falar entre outros membros da comunidade científica. Para eles, um estudo que observa apenas uma parcela do DNA de pessoas vivas não é o suficiente para conclusões tão incisivas sobre a origem dos seres humanos modernos.
Em entrevista à revista Science, Aylwyn Scally, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, explica que rastrear apenas o DNA mitocondrial pode gerar muitas imprecisões, pois desconsidera a evolução de fatores genéticos herdados dos pais. Para ele, se isso tivesse sido analisado, as respostas do estudo poderiam ser muito diferentes.

"Estou convencido de que o sul da África é uma área importante para a evolução humana", disse o geneticista, que não fez parte da pesquisa. "[Mas] seria surpreendente se toda a nossa ascendência genética neste momento tivesse surgido de uma pequena região."

Quando questionada sobre isso, Hayes explicou que a equipe escolheu avaliar apenas o DNA mitocondrial porque ele não é alterado durante o desenvolvimento fetal, diferentemente de outros fatores genéticos. "Funciona como uma cápsula do tempo para nossas mães ancestrais. A maioria dos dados sobre os cromossomos Y [masculinos] dos moradores da região desapareceu quando os homens se misturaram com outros grupos", apontou a especialista.

Ainda assim, especialistas como a arqueóloga Eleanor Scerri, do Instituto Max Planck, acredita que o artigo ignora um fator crucial: os registros fósseis e os artefatos arqueológicos encontrados em outras partes do mundo que têm a mesma idade da população que teria surgido em Botsuana. "Esse estudo ignora uma série de evidências que sustentam uma origem mais antiga de nossa espécie", disse a pesquisadora ao The Atlantic.

Carina Schlebusch, geneticista da Universidade de Uppsala, na Suécia, concorda com Scerri. Ela descreveu as alegações da equipe como "exageradas" e disse que os resultados publicados na Nature dizem muito pouco sobre as origens da humanidade como um todo. "A pesquisa só nos fala sobre a origem de uma parte muito pequena do genoma humano e nada mais”, afirmou ao The Atlantic.

Resto do mundo

Os protestos dos especialistas que não fizeram parte do estudo fazem sentido, principalmente considerando descobertas arqueológicas recentes. Em 2017, por exemplo, ossos de 315 mil anos foram encontrados no Marrocos.
Pouco tempo depois, um maxilar de 180 mil anos foi encontrado na caverna Misliya, em Israel. Para os pesquisadores que participaram da descoberta, isso indica que os seres humanos saíram da África muito antes do que imaginávamos.

Uma descoberta de 2019 corrobora a hipótese: restos mortais de um Homo Sapiens de 210 mil anos foram encontrados na Grécia, sugerindo que a espécie de espalhou muito antes do que no período proposto pela equipe de Hayes.

Para Eleanor Scerri, é impossível basear toda a história da humanidade em respostas genéticas, pois elas "representam uma pequena fração da ancestralidade humana", disse em entrevista. "Reconstruir nossa ancestralidade profunda com DNA mitocondrial é como tentar reconstruir um idioma inteiro a partir de algumas palavras."

Passado conturbado

Essa não é a primeira vez que um estudo de Vanessa Hayes é questionado. Em 2010, ela publicou o genoma completo de quatro anciões da Namíbia, em uma tentativa de aumentar a representação do sul da África na pesquisa genética. Entretanto, uma ONG chamada Grupo de Trabalho de Minorias Indígenas na África Austral (WIMSA, na sigla em inglês) acusou sua equipe de "arrogância absoluta, ignorância e miopia cultural".
Enquanto a equipe de Hayes se defendeu dizendo que os homens haviam consentido o uso de seu DNA, os ativistas questionaram a eficácia desse consentimento e acusaram a equipe de usar termos pejorativos em seu estudo.


sexta-feira, 1 de novembro de 2019

JOSÉ MUJICA PREVÊ SEGUNDO TURNO DURO PARA A ESQUERDA NO URUGUAI


Ex-presidente admite dificuldade a brasileiros. Frente Ampla encara fadiga de 15 anos no poder e união de direita e extrema-direita


O ex-presidente uruguaio José Mujica (Rubens Fraulini/Itaipu Binacional)
O EX-PRESIDENTE URUGUAIO JOSÉ MUJICA (RUBENS FRAULINI/ITAIPU BINACIONAL)
José Mujica, ex-presidente do Uruguai, recebeu dois brasileiros em casa em 4 de agosto, Carlos Siqueira, presidente do PSB, e Alessandro Molon, chefe da área internacional do partido. O líder de 84 anos estava preocupado. Se a sua Frente Ampla, coalizão de esquerda no poder desde 2005, não vencesse no primeiro turno a eleição de 27 de outubro, ganhar no segundo seria muito difícil.
O candidato da Frente, Daniel Martínez, de 62 anos, ficou na dianteira, com 39% dos votos, mas não levou, pois lá é igual aqui: triunfo em primeiro turno exige metade mais um dos eleitores. E agora irá encarar um turno final, em 24 de novembro, duro como previa Mujica.
Além do desgaste de 15 anos no poder, a Frente terá de enfrentar a união da direita em torno do adversário de Martínez, Luis Lacalle Pou, de 46 anos, do Partido Nacional (blanco). Juntos, os três nomes principais da direita tiveram 50% dos votos: 28% de Pou, 12% de Ernesto Talvi, do Partido Colorado, da direita tradicional, e 10% de Guido Manini Rios, general de extrema-direita.
Pou é filho de um ex-presidente, Luis Alberto Lacalle, que comandou o Uruguai de 1990 a 1995 (lá os mandatos são de cinco anos, sem possibilidade de reeleição). Alberto Lacalle foi um dos cabeças do que um ex-deputado da República Dominicana, Manolo Pichardo, chama de “plano Atlanta”. Uma articulação de líderes direitistas na América Latina para sabotar líderes progressistas.
CartaCapital contou em janeiro de 2018 a história desse “plano”. Em 2012, houve uma reunião em um hotel na cidade americana de Atlanta, da qual participaram Alberto Lacalle e Pichardo, entre outros. Ali, o uruguaio disse, segundo Pichardo, que “como não podemos ganhar desses comunistas pela via eleitoral, compartilho o que segue”. E o que se seguiu foi o roteiro a seguir.
Para derrotar a esquerda na América Latina, era preciso desmoralizar seus líderes com acusações de corrupção, inclusive a familiares, e ataques ao comportamento privado deles. A mídia seria aliada, nomes de meios de comunicação foram citados. Depois, era converter os escândalos em processos judiciais que acabassem com a carreira dos rivais.
Lula, Cristina Kirchnner (Argentina) e Rafael Correa (Equador) parecem terem sido alvos de tal “plano”.
Hipótese à parte, a presença da extrema-direita como ator eleitoral é uma novidade no Uruguai desde o fim da ditadura militar que vigorou de 1973 a 1985. Desde então, a direita tradicional (blancos e colorados) sempre se alternou no poder, até o triunfo da Frente Ampla, em 2005.
O extremista Rios, de 60 anos, foi chefe do Exército no atual governo. Foi demitido pelo presidente Tabaré Vázquez, da Frente, em março de 2019, devido a uma série de declarações contrárias ao governo. Seis meses antes, em setembro de 2018, havia sido punido com 30 dias de cadeia por falar publicamente contra a reforma da Previdência dos militares defendida por Vázquez.
A presença do general deu peso ao tema “segurança pública” na eleição. Além de votarem para presidente e parlamentares, os uruguaios decidiram ainda um plebiscito sobre mudar a Constituição para criar uma guarda nacional, formada por militares, que patrulhasse as ruas. A proposta, chamada “viver sem medo”, teve 46% dos votos. Precisava de 50% para ser aprovada.
A derrota da proposta no plebiscito é tida pela Frente Ampla como uma vitória em meio às dificuldades gerais. Dos 2,6 milhões de eleitores, 90% votaram em 27 de outubro, participação elevada a sinalizar desejo de mudança no governo por parte da população. Outro sinal ruim: a Frente perdeu a maioria na Câmara dos Deputados. Elegeu 42 de um total de 99 vagas.
E não é que a vida dos uruguaios tenha piorado durante a hegemonia da Frente Ampla. Durante esse governo de esquerda, o PIB per capita triplicou. Era de 5,2 mil dólares anuais em 2005 (cerca de 1,7 mil reais por mês em valores de hoje) e em 2018 estava em cerca de 16 mil dólares anuais (cerca de 5,3 mil reais por mês).
Segundo analistas uruguaios, para ganhar mais uma vez, a Frente Ampla terá de convencer parte do eleitorado que as conquistas obtidas nos últimos 15 anos não terão sua continuidade garantida, em caso de vitória da direita. “Temos um mês para trabalhar em cima da rejeição a Lacalle Pou e a seus aliados da extrema-direita”, diz uma fonte da Frente Ampla.
Fonte:

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

EQUADOR - CRISE E PETRÓLEO. ENTENDER AS CRISES É O MELHOR REMÉDIO PARA SE PREVENIR DELAS!



Um país rico em petróleo, mas muito endividado, o Equador acaba de lançar reformas que provocaram uma alta dos preços do combustível e deflagraram os maiores protestos do país em décadas.
Veja abaixo algumas das características deste país de 17,3 milhões de habitantes, de maioria católica:
- Instabilidade -
Outrora parte do império inca, o Equador foi governado pela Espanha até 1822, quando integrou a Grande Colômbia liderada pelo herói da independência sul-americana, Simón Bolívar.
Após se tornar uma república independente em 1830, o país ficou nas mãos de uma ditadura militar entre 1972 e 1979, quando voltou à democracia.
O Estado sofreu um período de instabilidade entre 1997 e 2005, durante o qual três presidentes foram destituídos após enormes protestos.
- Esquerda no poder -
A eleição em 2006 do economista de esquerda Rafael Correa trouxe uma década de calma. O mandatário foi reeleito uma primeira vez em 2009, após a aprovação de uma Constituição que reforçou o controle estatal sobre a economia, e novamente em 2013.
Em 2012, concedeu asilo ao australiano Julian Assange, responsável pelo WikiLeaks, acolhendo-o na embaixada do país em Londres.
O sucessor de Correa em 2017 foi seu ex-vice Lenín Moreno (2007-2013).
Correa e ele se confrontaram pouco depois de sua posse e, em 2018, Moreno convocou um referendo que impôs um limite de mandatos presidenciais, impedindo assim o retorno de seu antecessor à Presidência.
Investigado em vários processos em seu país, um deles por sequestro, Correa vive na Bélgica desde 2017.
Em abril de 2019, Moreno retirou o asilo de Assange.
- Queda dos lucros com petróleo -
O Equador é o maior exportador mundial de bananas e um dos principais produtores de café e cacau.
Também tem reservas de 4 bilhões de barris de petróleo. Em agosto de 2019, sua produção foi de mais de 500 mil barris por dia.
Em 1º de outubro, anunciou sua saída da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) no começo de 2020, devido a problemas financeiros.
O país já tinha deixado a Opep em 1992. À época, alegou que o cartel prejudicava sua economia, ao se negar a ampliar sua cota de produção. Voltou a integrar a organização em 2007.
A exploração do petróleo estimulou o crescimento equatoriano, reduzindo a pobreza e a desigualdade.
A queda dos preços do petróleo, a alta do dólar - a economia do país é dolarizada desde 2000 - e a desvalorização das moedas de países vizinhos reduziram, porém, a receita do Equador.
Em março, o país recorreu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter um empréstimo de 4,2 bilhões de dólares em troca de reformas econômicas em um período de três anos.
Como parte do acordo, o governo anunciou o fim de um subsídio para combustíveis, o que levou a uma alta dos preços de 123% e foi o detonador de protestos que levaram Moreno a declarar estado de emergência em 3 de outubro.
- Vulcões, florestas -
Situado à margem do oceano Pacífico, o Equador inclui as ilhas Galápagos, declaradas patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O país se encontra em uma zona de alta atividade sísmica, com cerca de 100 vulcões distribuídos ao longo da Cordilheira dos Andes. Em 2016, um terremoto de 7,8 graus de magnitude matou 673 pessoas.
A floresta amazônica cobre parte do Equador e é lar de povos indígenas - entre eles, os waorani - ameaçados pela exploração dos recursos petroleiros na região.
Fonte:

YAHOO NOTÍCIAS

PADRES CASADOS É A OPÇÃO PARA SUPRIR NECESSIDADES DE PÁROCOS NA AMAZÔNIA.

A FALTA DE PADRES ESTÁ FAZENDO A IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA COM SEDE EM ROMA E DO RITO LATINO (Romano), PENSAR SERIAMENTE NA ORDENAÇÃO DE PADRES, HOMENS CASADOS!
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O REAL SE IMPONDO AO IDEAL

Sínodo aprova padres casados para suprir a escassez na Amazônia.

ORDENAR PADRES HOMENS CASADOS. NÃO É O MESMO QUE PADRES SE CASAREM!

A assembleia do Sínodo para a Amazônia recomendou neste sábado (26) a ordenação de homens casados para tentar solucionar a escassez de padres na região amazônica. Caso o documento aprovado pelos bispos receba o aval do papa Francisco, o Brasil será o primeiro país do mundo a ter padres casados em séculos de tradição católica.
A maioria dos sacerdotes presentes votou a favor de que a Igreja permita que homens casados se tornem padres: foram 128 votos a 41. Estatisticamente, há na Amazônia um padre por 17 mil católicos batizados.
Segundo as regras do sínodo, cada um dos pontos do documento final, incluídos após os debates das últimas três semanas, precisava ser aprovado por dois terços dos bispos presentes. A regra de ordenar padres casados foi a que mais recebeu votos contrários.
O papa prometeu analisar os pontos e decidir se as medidas serão implementadas pela Igreja até o final do ano.
“Considerando que a legítima diversidade não prejudica a comunhão e a diversidade da Igreja, […] propomos […] ordenar sacerdotes homens idôneos e reconhecidos pela comunidade, que tenham um diaconato permanente fecundo e recebam uma formação adequada para o presbiterato, podendo ter família legitimamente constituída e estável”, diz um trecho do relatório final.
O celibato tem sido obrigatório para padres católicos há quase mil anos. A recomendação feita neste sábado prevê que homens casados possam ser ordenados na Amazônia a fim de aumentar a presença em comunidades distantes, mas não que sacerdotes possam se casar.
Mulheres
Francisco afirmou também que reativará a comissão de estudo sobre a possível ordenação de mulheres, criada em 2016. Após dois anos de estudo, o grupo não chegou a uma conclusão sobre qual foi o papel ou se existiram as chamadas diaconisas nos primeiros anos do cristianismo.
“Ainda não nos demos conta do que foi a mulher na Igreja. Temos sempre focado na parte funcional, que elas devem estar nos conselhos, mas isso vai além”, disse o papa em seu discurso de encerramento.
O pontífice disse ainda que ouviu a mensagem lançada pelas 35 mulheres que participaram do sínodo neste ano. Elas pediram, em carta enviada a Francisco, que pudessem votar o documento final, igualando-se assim ao status já concedido a alguns representantes de congregações de homens no ano passado, por autorização do papa. Antigamente, só os bispos votavam.
Colaboração, Revista Fórum. 
Fonte:

domingo, 27 de outubro de 2019

UM DOS GANHADORES DO NOBEL DE FÍSICA É VELHO CONHECIDO DO BRASIL


Como o Nobel tornou uma universidade do Nordeste referência em astronomia - 11/10/2019 - UOL Notícias

Como o Nobel tornou uma universidade do Nordeste referência em astronomia.
Como o Nobel tornou uma universidade do Nordeste referência em astronomia - 11/10/2019 - UOL Notícias
Michel Mayor (à esquerda) ao lado do professor José Renan e do ex-reitor Ivonildo Rego durante recebimento do título honoris causa na UFRN, em 2006
Imagem: Arquivo/UFRN

Prêmio Nobel de Física 2019, o cientista suíço Michel Mayor tem uma estreita relação que ajudou uma universidade do Nordeste a ser referência em pesquisas de astronomia. Ainda em 2006, a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande Norte) concedeu a Mayor o título de doutor honoris causa por conta dos serviços prestados à instituição. 

Tudo começou ainda em 1985, quando o físico José Renan de Medeiros —hoje professor e pesquisador do Departamento de Física Teórica e Experimental da UFRN— foi fazer doutorado em Genebra, na Suíça. Lá, os dois astrônomos se conheceram, pesquisaram juntos e estreitaram laços que viriam a dar frutos científicos à instituição nordestina.

"A participação de Mayor foi decisiva porque, quando fui para Genebra, em outubro de 1985, a astronomia era inexistente aqui na UFRN. Quando voltei do doutorado, em 1990, as condições eram as mesmas: havia muita dificuldade financeira. Nos dois primeiros anos após minha volta, ele abriu as portas para financiamentos, missões internacionais, material de computação, ou seja, os recursos mínimos para que a atividade de astronomia existisse", conta. 

Segundo Medeiros, a partir dali foram feitas colaborações e pesquisas conjuntas, que renderam 17 artigos científicos assinados pelos dois. Com isso, a área foi ganhando corpo científico e estrutural.

"Ele deu a mão como se fosse um dos participantes do nosso time, abriu um leque de publicações conjuntas. Das 17 publicações com ele, três eram também com estudantes meus em dissertações de mestrado", conta. 

Michel Mayor, James Peebles, e Didier Queloz foram os vencedores do Prêmio Nobel 2019 de Física, em anúncio feito no último dia 8 pela Academia Sueca. Eles foram premiados por suas contribuições para "uma nova compreensão da estrutura e da história do Universo". As pesquisas envolvem descobertas teóricas em cosmologia física.

Após o contato, o departamento da UFRN iniciou em 2014 a participação em projeto de ponta tecnológica: o desenvolvimento de um novo "caçador de planetas", que será instalado em abril de 2020 no ESO (Observatório Europeu do Sul), no Chile. Além da UFRN e do ESO, participam da confecção do equipamento o Instituto de Astrofísica de Canárias, em Tenerife (Espanha), e o Instituto Max Planck, em Munique (Alemanha). 

"Esse equipamento vai buscar planetas no espaço, só que de forma muito mais sofisticada do que os que existem hoje. Esse espectrômetro —chamado de Nirps— vai dar condições de descobrirmos planetas como a Terra", conta. 

O convite para participar da pesquisa veio pelo sucesso em uma área da astronomia que hoje coloca a UFRN como referência: o estudo da rotação de estrelas e detecção de multiplicidade entre as estrelas. "Foi a partir desse reconhecimento internacional, impulsionado por Michel Mayor, que começamos a ser chamados para compor grandes consórcios internacionais para construção de instrumentos de ponta", diz Medeiros. 

"Esse instrumento coloca a UFRN no estreito círculo de instituições que trabalham no desenvolvimento de instrumentação científica para a astronomia. Ele vai representar um divisor de águas na nossa busca por planetas iguais à Terra devido às precisões de detecções que ele vai oferecer", completa o cientista da UFRN. A montagem do equipamento começa em novembro.

Como o Nobel tornou uma universidade do Nordeste referência em astronomia - 11/10/2019 - UOL Notícias
Também em 2006 pesquisador José Dias ao lado do professor Michel Mayor Imagem: Arquivo/UFRN.


Imagem Fonte: 
C. Pontoni/ESO

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MUITO SE TEM FALADO DO CHILE. PARA BEM OU PARA OU MAL. A GOSTO DO EMISSOR. MAS, E A VERDADE?

                                                                                   Foto: Susana Hidalgo
*Você sabe quem e o que representa a bandeira que está mais alta no monumento? 

O PROBLEMA DO CHILE NÃO ESTÁ NA MACROECONOMIA. 
O PROBLEMA ESTÁ LOCALIZADO  NA MICROECONOMIA.


"Mais de um milhão de pessoas saíram às ruas de Santiago pedir por melhorias sociais nesta sexta-feira (25). Pessoas de várias regiões do país de 18 milhões de habitantes se juntaram à concentração na Plaza Itália, no centro da capital do Chile. As marchas fazem parte dos protestos contra o governo que já duram mais de uma semana e deixaram pelo menos 19 mortes."



"O estopim da crise foi o aumento do preço da passagem de metrô na capital. Estudantes começaram a protestar na segunda-feira, 14, pulando a catraca nas estações, e as manifestações foram escalando ao longo da semana. Na sexta-feira passada, os atos se tornaram violentos, com manifestantes ateando fogo e danificando estações de metrô. Um dia depois, o presidente de centro-direita Sebastián Piñera decidiu revogar o aumento da passagem do metrô, mas os protestos não pararam, e se intensificaram. Os manifestantes passaram a demandar melhorias nos salários, aposentadorias e nos setores de pensões e ensino público, entre outras reivindicações."




Milhares de pessoas protestam em Santiago, capital do Chile, 25 de outubro de 2019
"Milhares de pessoas protestam em Santiago, capital do Chile, 25 de outubro de 2019| Foto: PEDRO UGARTE / AFP"

O Chile vendeu para o mundo uma estabilidade econômica e social maravilhosa. Porém...

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Bandeira de Mapuche do território de Nagche.

Os índios mapuches, do Chile e Argentina, foram o único povo nativo da América a vencer militarmente os conquistadores espanhóis, no século 16. Com táticas inéditas de guerrilha, sua resistência durou nada menos que 300 anos. Foram os criadores dos primeiros sindicatos de trabalhadores chilenos e hoje — apesar de espremidos no sul daquele país e numa pequena área da Argentina — ainda lutam bravamente. Nos últimos anos, parte dos presos políticos chilenos, acusados de terrorismo, pertencem à esta tribo.