domingo, 21 de junho de 2020

ANVISA ALERTA PARA PRODUTOS DE LIMPEZA QUE NÃO MATAM O CORONAVÍRUS.

 (Tatomm/Thinkstock)

OS RELATOS DE INTOXICAÇÃO POR ÁLCOOL GEL SALTARAM DE 17, DE JANEIRO A ABRIL DE 2019, PARA 108, NO MESMO PERÍODO DESTE ANO.

RIO — Desde que começou a pandemia de Covid-19, a limpeza da casa, de roupas e de  alimentos virou uma obsessão para os brasileiros. A ânsia por atender a essa busca crescente por produtos que possam exterminar o novo coronavírus já virou motivo de disputa entre empresas e entrou no radar da Justiça, com direito a cancelamento de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e abertura de processo pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

A Anvisa já realizou 77 cancelamentos de produtos de limpeza neste ano. Segundo o órgão regulador, os casos envolvem produtos que afirmam ter uma ação desinfetante, mas não contam com o registro obrigatório para este fim.

A agência recebeu ainda 286 solicitações de alteração de rótulos. Parte desses pedidos pretende incluir informações como “ajuda no combate a microrganismos semelhantes aos da Covid-19”.

O levantamento ainda não foi finalizado, mas a Anvisa antecipa que, entre esses pedidos, há seis questionamentos de empresas que já haviam comprovado, no momento do registro, que combatiam outros vírus como o H1N1.

O assunto ganhou holofotes, na semana passada, quando o sabão em pó da Tixan Ypê teve a venda proibida pela Justiça e o registro cancelado pela Anvisa após queixa da concorrente Unilever.

A embalagem trazia informações que, na avaliação dos reguladores, poderiam induzir o consumidor a crer que o produto elimina o coronavírus, o que não estaria comprovado.

A Senacon informou que expediu, na sexta-feira, uma notificação a Unilever para prestar esclarecimentos sob alegação similar feita na embalagem do sabão em pó Brilhante. Essa denúncia, por sua vez, foi feita pela Tixan Ypê.

A polêmica acendeu um sinal de alerta para consumidores como a aposentada Claudia Soares, de 65 anos:

— O sabão em pó dizia que era sanitizante e falava em combate a germes e bactérias. Mas combate como? Mata tudo? As informações precisam ser mais claras. Eu uso mesmo é água sanitária.

Juliana Domingues, diretora do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Senacon, diz que, na pandemia, os consumidores estão em situação de hipervulnerabilidade:

— A preocupação é protegê-los de propagandas que possam ser enganosas. Por isso, estamos pedindo esclarecimentos de associações de representantes de supermercados, indústria e da própria Anvisa, para nos munirmos de informações para análise dos casos.

Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária Municipal do Rio, diz que os produtos de limpeza são aliados no combate ao vírus, mas é preciso atenção aos rótulos:

— A primeira informação a verificar é o registro da Anvisa. Deve-se ter atenção ainda ao fato de que há produtos de limpeza e de desinfecção, como água sanitária e álcool.

A associação da indústria do setor, Abipla, chama atenção para o fato de que os itens chamados de limpadores, como diz o nome, apenas limpam e dão cheiro. Para eles, os fabricantes precisam de um registro simples na Anvisa.

Já os ditos sanitizantes (que eliminam os micro-organismos a níveis seguros) e desinfetantes (que matam todos os germes) precisam de comprovação de resultado em laboratório para obter o registro na agência.

Mais casos de intoxicação

Wilenes Souza, farmacêutica que atua na Coordenadoria de Saúde da Vigilância do Rio, diz que não é preciso gastar mais para se proteger:

— Em relação ao coronavírus, água e sabão resolvem. E é preciso limpar, antes de usar um desinfetante. O uso excessivo de produtos não melhora a eficiência e causa risco de intoxicação. Sem falar nos casos de queimaduras por uso indevido do álcool.

Segundo boletim da Anvisa, os relatos de intoxicação por álcool gel saltaram de 17, de janeiro a abril de 2019, para 108, no mesmo período deste ano.

Diante de dúvidas e acidentes, Márcia diz que o órgão publica, esta semana, protocolo com orientação para escolha e uso de produtos de limpeza.

A Química Amparo, dona da TIxan Ypê, disse que, embora o mérito da ação judicial e do procedimento administrativo ainda não tenham sido julgados, resolveu recolher do varejo embalagens com menção ao vírus.

A Unilever disse que a nova linha Brilhante é sanitizante e aprovada pela Anvisa, o que comprova o poder de combate a vírus, germes e bactérias.

Veja a diferença entre os produtos:

São saneantes e o que fazem:

Detergente líquido: tira as sujeiras de pratos, copos, garfos, facas;

Detergente em pó e sabão em pó: tira sujeiras de roupas;

Água sanitária: desinfeta pisos, azulejos, banheiros, cozinhas e deixa mais brancas as roupas;

Desinfetante: mata germes e bactérias.

Limpadores:

São itens que apenas limpam a superfície e não têm ação comprovada no combate a microrganismos patogênicos (chamados de germes), como bactérias, vírus e fungos, por exemplo. Por serem considerados itens mais simples, precisam apenas de uma notificação da Anvisa.

Sanitizantes:

São produtos que reduzem o número de microrganismos “a níveis seguros”, segundo o Ministério da Saúde. Esse tipo de classificação exige comprovação e precisa ser registrado na Anvisa.

Desinfetantes:

Eliminam todos os microrganismos patogênicos. Assim como o sanitizante, esse tipo de produto também precisa ter seu resultado comprado em testes de laboratórios e obter um registro da Anvisa.

Como usar:

A orientação dos especialistas é que seja usado um produto de limpeza, antes da aplicação de desinfetantes, pois eles não tiram a sujeira. Se a superfície estiver suja, sua ação será prejudicada.

Como saber se o produto é regular:

Uma opção é consultar no portal da Anvisa, em “Consulte produtos”. No mercado, com o produto na mão, observe se a rotulagem apresenta, além do número de registro ou notificação, o nome da empresa, CNPJ, autorização de funcionamento na Anvisa, endereço, orientações de uso e cuidados com o produto. Características de um produto regular.

O que substitui o álcool 70:

Segundo a Anvisa, desinfetantes comuns e solução diluída de água sanitária são capazes de matar o novo coronavírus na desinfecção de objeto. São necessários dez minutos de contato para inativar os microrganismos.

A recomendação é de não limpar imediatamente a superfície logo após o uso do desinfetante, de modo que o vírus possa ficar em contato com a solução e ser destruído.

Cuidados na compra:

Não compre produtos clandestinos. Eles estão à venda sem a permissão do Ministério da Saúde, ou seja, são produtos que não têm qualquer avaliação de que dão bons resultados e de que são seguros para o uso, manuseio ou armazenagem.

Na maioria das vezes, não têm ação contra os germes ou não limpam as superfícies, porque suas formulações não têm ingredientes próprios para isso, ou quando os contêm, não estão em quantidades suficientes.

Atenção no uso:

Leia atentamente e siga as instruções descritas no rótulo das embalagens. Mantenha os produtos fora do alcance das crianças e de animais, pois podem causar acidentes graves. Não misture produtos químicos.

Garanta a ventilação adequada quando for manusear esses produtos, lembre-se que há risco de intoxicação e que são inflamáveis. Em caso de emergências toxicológicas, não provoque vômito e ligue para o Centro de Intoxicações no 0800 722 6001.

Fontes: Anvisa, Vigilância Sanitária Municipal do Rio e Abipla

Exame: ANVISA alerta...

sexta-feira, 19 de junho de 2020

COVID-19: ALUNOS DA REDE ESTADUAL SERÃO TESTADOS; ITAJUÍPE, IPIAÚ E URUÇUCA INICIAM AÇÃO

Covid-19: Alunos da rede estadual serão testados; Itajuípe, Ipiaú e Uruçuca iniciam ação
Foto: Divulgação / GOV-BA

O governador Rui Costa (PT) anunciou que os estudantes, professores e servidores da rede estadual de ensino das cidades de Itajuípe, Ipiaú e Uruçuca serão convocados para a realização de testes rápido da Covid-19. A ação será iniciada na próxima terça-feira (23) e integra o plano do governo estadual com o propósito de "avaliar a situação das escolas" em relação à doença.

A proposta é mensurar, por meio de amostra, a situação de infecção dos alunos da rede estadual. "Vamos começar uma nova etapa do monitoramento. Escolhemos essas três cidades porque, de forma acumulada, têm o maior percentual [de casos da Covid-19). 1% da cidade oficialmente já tiveram caso",disse o governador durante transmissão ao vivo nas redes sociais nesta noite (19).

 

Os estudantes, conforme anunciado, receberão a chamada por meio de mensagem de celular. Os testes serão realizados nas unidades escolares onde estão matriculados. 


Segundo Rui, igual medida será adotada em outras cidades baianas e o objetivo é conhecer a "realidade das escolas" em relação à Covid-19.A medida integra o planejamento quem vem sendo feito pelo governo estadual para a retomada das atividades escolares (reveja aqui). 
 

O decreto estadual que suspende as atividades escolares, que venceria neste domingo (21), será prorrogado por mais 15 dias. 


Bahia Notícias

A SELIC NO PAÍS DAS MARAVILHAS! NUNCA COMEMORE TUDO QUE NA APARÊNCIA É BOM. O IMPORTANTE É A ESSÊNCIA! O INTERIOR DO FENÔMENO.

Alice no país das maravilhas' completa 151 anos e permanece atual ...

BC alerta sobre o “limite efetivo mínimo” para taxas de juros, definido como um nível abaixo do qual a redução da Selic causaria encarecimento do dólar e piora do balanço de empresas devedoras em moeda estrangeira. Mostramos que, como regra, o dólar mais alto melhora os balanços, incentivando a atividade por este canal.

Na ata de sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) levantou a questão da existência de um “limite efetivo mínimo” para a taxa básica de juros brasileira, que, concretamente, à luz da promessa expressa no mesmo documento quanto a promover “um último ajuste, não maior do que o atual [0,75%], para complementar o grau de estímulo necessário”, foi identificado como 2,25% ao ano.

Embora a ata mencione a possibilidade de reduções além desse nível serem “acompanhadas de instabilidade nos mercados financeiros e preços de ativos”, não houve aprofundamento maior do tema.

Segundo, porém, a imprensa especializada em vocalizar o pensamento de membros do comitê, tal limite seria alcançado “quando os juros chegam a um patamar em que, passando dele, começam a ter efeitos contrários ao esperado na inflação”, ou seja, a queda de juros faria a inflação cair ainda mais, em vez de se aproximar da meta.

O mecanismo para o efeito Selic no País das Maravilhas se daria pela interação entre a taxa de juros, o dólar e o balanço das empresas.

A redução da taxa básica para níveis inferiores à soma do juro americano (hoje perto de zero) com o risco-país poderia levar ao aumento mais vigoroso do dólar, “uma ameaça para o balanço de empresas endividadas em dólares – e um risco para a estabilidade financeira”, o que reduziria o investimento e o emprego, trazendo a inflação ainda mais para baixo.

O argumento faz sentido, exceto por não encontrar qualquer correspondência com os dados. Ao contrário, números do próprio BC sugerem que dificilmente a desvalorização da moeda nacional face ao dólar teria um efeito negativo generalizado sobre as empresas brasileiras.

Basicamente, porque estas têm, como veremos, mais ativos do que passivos em moeda estrangeira. Ou seja, como regra, o dólar mais forte melhora o balanço de tais empresas.

Os números provêm do relatório sobre a Posição Internacional de Investimento (PII) do país, que contabiliza tanto ativos de residentes contra o resto do mundo, quanto seu passivo.

Ativos e passivos, note-se, englobam não apenas instrumentos de dívida, mas também (e crucialmente) posições relativas a investimentos em ações, seja na categoria investimento direto (que normalmente envolve o controle acionário de uma empresa), seja como investimento em portfólio, tipicamente em bolsas de valores.

Para tornar tal definição um pouco mais concreta, o PII contabiliza como passivo de uma dada empresa não apenas quanto ela deve a credores não-residentes (dívida externa), mas também quanto do seu capital próprio pertence a investidores não-residentes.

Este dado é essencial se lembrarmos que nos últimos 10 anos houve ingresso (incluindo lucros reinvestidos) de pouco mais de US$ 590 bilhões no país a título de “participação no capital”, aos quais se somam ao menos US$ 20 bilhões de investimentos líquidos de portfólio em ações no mesmo período. Vale dizer, houve aumento de US$ 610 bilhões nos direitos de não-residentes quanto aos lucros gerados por empresas brasileiras.

O PII traz não apenas uma abertura mais detalhada quanto às fontes de financiamento externo do país (seus passivos) e suas aplicações no exterior (ativos), mas faz distinção também entre o setor público (no caso, governo geral e Banco Central) e o setor privado (todo o resto).

É possível, portanto, estimar não apenas o passivo externo líquido de cada setor, mas também aproximar, de maneira bastante razoável, quanto deste passivo líquido representa em termos de exposição às variações do dólar, preocupação expressa pelo BC com relação à inversão dos efeitos dos juros sobre a atividade e inflação.

Do lado dos ativos (US$ 892 bilhões), noto em primeiro lugar que não há direitos de brasileiros contra não-residentes expressos em moeda nacional (ninguém nos deve em reais).

Em setembro de 2019, o setor público tinha ativos equivalentes a US$ 357 bilhões, correspondentes principalmente às reservas internacionais de propriedade do Banco Central.

Já o setor privado detinha US$ 536 bilhões em ativos denominados em moeda estrangeira, dos quais US$ 400 bilhões em investimentos diretos (no caso US$ 373 bilhões em participação no capital e US$ 27 bilhões em operações intercompanhia), US$ 50 bilhões em investimento de portfólio e US$ 85 bilhões em investimentos diversos (financiamento comercial, empréstimos, moeda e depósitos, derivativos, etc.).

O passivo externo (US$ 1,6 trilhão) supera em muito o ativo, reflexo de anos de déficits nas contas externas. Todavia, apenas 35% deste passivo, US$ 574 bilhões, está denominado em moeda estrangeira.

Do lado do setor público temos US$ 123 bilhões, representando dívidas em moeda estrangeira, enquanto no setor privado este valor alcança US$ 451 bilhões (empréstimos intercompanhia, empréstimos em geral, linhas comerciais, etc.).

A maior parcela do passivo externo, mais de US$ 1 trilhão, corresponde a direitos de investidores estrangeiros em moeda doméstica, dos quais US$ 102 bilhões em títulos públicos negociados localmente.

Já o passivo externo do setor privado em moeda doméstica chega a US$ 948 bilhões, correspondente à participação no capital de empresas nacionais (US$ 569 bilhões) e investimentos em ações (US$ 379 bilhões).

Assim, como resumido na tabela acima, tanto o setor público como o privado têm mais ativos do que passivos externos em moeda estrangeira, respectivamente US$ 234 bilhões e US$ 85 bilhões. O passivo externo líquido das empresas brasileiras é denominado majoritariamente, portanto, em moeda nacional.

Posto de outra forma, o setor privado liquidamente se beneficia da valorização do dólar no que diz respeito ao seu balanço, isto é, seus ativos se valorizam mais do que seus passivos.

Ao contrário, então, do que postula o BC, mesmo que a redução dos juros locais leve à depreciação da moeda (encarecimento do dólar), não haveria motivo em geral para crer que isto ocasionasse a deterioração dos balanços das empresas e, portanto, redução do investimento e emprego.

O limite para a redução de juro é o comportamento futuro da inflação em resposta à política monetária corrente.

Enquanto houver indicação, com segurança razoável, de que a inflação permanecerá abaixo da meta (no caso, para 2021), o BC, respeitando as regras do nosso regime monetário, deverá seguir reduzindo a taxa básica de juros, ao menos até achar algum motivo de verdade para o tal “limite efetivo mínimo”.

Infomoney

Alexandre Schwartsman

Alexandre Schwartsman foi diretor de assuntos internacionais do Banco Central e economista-chefe dos bancos ABN Amro e Santander. Hoje, comanda a consultoria econômica Schwartsman & Associados. Formou-se em administração pela Fundação Getulio Vargas, fez mestrado em economia na Universidade de São Paulo e doutorado em economia na Universidade da Califórnia em Berkeley.

EX-MINISTRO ABRAHAM WEINTRAUB AGRADECE A QUEM TRABALHOU PELA SUA SAÍDA DO MEC!!!! CAIU PARA CIMA!

Da balbúrdia a ofensas ao STF: por que Weintraub vive ameaça de ...

Com a indicação para ser diretor do Banco Mundial, ele terá um salário de aproximadamente 115 mil reais. Um aumento de 400%. NUMA CRISE DESSAS UM AUMENTO DESSES, É UM MANJAR DOS DEUSES!

O salário é de US$ 250 mil ao ano (cerca de R$ 1,34 milhão, em valores de hoje), e o ocupante do cargo precisa morar em Washington.

A partir da indicação oficial, feita pelo Ministério da Economia, a confirmação do ocupante do cargo leva cerca de um mês, após consulta aos demais países do grupo.


SENADO APROVA SUSPENSÃO DE PAGAMENTOS DE CONSIGNADOS POR QUATRO MESES.

O Plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira (18) o projeto que suspende por quatro meses os pagamentos das prestações de créditos consignados de aposentados e pensionistas. Também serão beneficiados os servidores e empregados públicos e do setor privado, ativos e inativos. A matéria segue agora para análise da Câmara dos Deputados.

As prestações suspensas serão convertidas em prestações extras e deverão ser pagas nos meses subsequentes à data de vencimento da última prestação prevista para o financiamento. Além disso, o texto proíbe a incidência de multa ou de juros sobre as parcelas suspensas.

De autoria do senador Otto Alencar (PSD-BA), o projeto original (PL 1.328/2020) suspendia a cobrança das prestações de crédito consignado a aposentados enquanto durar a calamidade decorrente do novo coronavírus. No entanto, o texto foi modificado pelo relator, senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que considerou a solução proposta por Alencar “uma interferência abusiva” do Poder Público em contratos privados.

Segundo Oriovisto, o texto poderia causar insegurança jurídica e ser declarado inconstitucional por ferir a livre iniciativa e a propriedade privada. Contudo, depois da aprovação do texto principal, os senadores aprovaram, contra o voto do relator, um destaque que retomava pontos-chave do texto original de Otto Alencar.

Além de retomar a suspensão dos pagamentos, foi retirada do texto a exigência de comprovação de redução salarial. O relator condicionava  a renegociação de empréstimos consignados a quem estive com a remuneração reduzida ou com o contrato de trabalho suspenso.

“A medida não representa qualquer anistia aos valores devidos, mas apenas a suspensão temporária dos descontos referentes a empréstimos consignados contratados por empregados, servidores públicos, pensionistas e aposentados”, escreveu o autor da emenda, senador Weverton (PDT-MA). “Está na hora de quem ganha muito neste país também fazer a sua parte”, disse ele.

Outro ponto do texto refere-se aos empregados que forem demitidos até o final deste ano, quando termina o estado de calamidade. Esses empregados terão direito à transferência do saldo devedor do empréstimo consignado para um contrato de empréstimo pessoal, com as mesmas condições de prazo e taxas de juros originalmente pactuadas e carência de quatro meses.

Justiça do DF havia determinado suspensão

Em 20 de abril, a Justiça Federal do Distrito Federal determinou a suspensão do débito em folha de empréstimos consignados tomados por aposentados em bancos. A decisão do juiz Renato Coelho Borelli, em ação popular, suspendeu os pagamentos pelo prazo de quatro meses, tanto para os aposentados do INSS quanto para os do serviço público.

Outra proposta de alteração do texto acabou rejeitada pelos senadores. Tratava-se de um destaque proposto pelo senador Fernando Collor (Pros-AL) que visava suspender o pagamento de prestações de financiamento imobiliário durante a pandemia. O texto não conseguiu o apoio da maioria dos senadores.

Com informações:

Congresso em Foco - Empréstimos consignados

quinta-feira, 18 de junho de 2020

UNIÃO INDISSOCIÁVEL: NEOLIBERALISMO & NEOFASCISMO

UNIÃO INDISSOCIÁVEL: NEOLIBERALISMO & NEOFASCISMO

Há equívoco de ordem aparentemente conceitual que paira no ar, e as suas consequências imediatas e mediatas são consideráveis tanto no plano teórico quanto empírico. Dissemina-se entre setores do campo político progressista a percepção de que é possível separar o neofascismo do neoliberalismo, e que no campo da política ambos correm em vias paralelas. Inversamente, o que proponho é que a presente quadra histórica está marcada pela existência de novo modelo teórico em matéria filosófico-política refletido na emersão de regime híbrido até então estranho, todavia, não explorado em sua inteireza, ao qual classifico como fáscio-neoliberalismo,[1] que reúne indissociavelmente neofascismo e neoliberalismo.

Há equívoco de ordem aparentemente conceitual que paira no ar, e as suas consequências imediatas e mediatas são consideráveis tanto no plano teórico quanto empírico. Dissemina-se entre setores do campo político progressista a percepção de que é possível separar o neofascismo do neoliberalismo, e que no campo da política ambos correm em vias paralelas. Inversamente, o que proponho é que a presente quadra histórica está marcada pela existência de novo modelo teórico em matéria filosófico-política refletido na emersão de regime híbrido até então estranho, todavia, não explorado em sua inteireza, ao qual classifico como fáscio-neoliberalismo,[1] que reúne indissociavelmente neofascismo e neoliberalismo.


Este novo modelo teórico mobiliza categorias típicas das versões clássicas do fascismo, italiano e alemão, às quais acresce sofisticados recursos tecnológicos, atribuindo-lhes função central para realizar os seus propósitos de fins estritamente econômicos, instrumentalizando todas as demais instâncias de valor da vida, prestando-se a manipular fortemente a massa de indivíduos tanto do ponto de vista ideológico como cultural e religioso. Para fins de maximização de seus interesses econômico-financeiros operativos em escala planetária são adensadas as massas junto ao corpo do rei, não desprezando qualquer recurso, nem sequer a aplicação de políticas compatíveis com a produção de vítimas humanas em escala exponencial, observável na adoção de políticas de restrição de verbas para a saúde pública mesmo em tempos críticos de pandemia como aqueles em que atualmente vivemos.


Partindo desta premissa teórica mostra-se um equívoco a tentativa de separar o que seja um modelo político neofascista em curso em diversos países do âmbito econômico neoliberal que o acompanha. O que postulo é que ambos não são estranhos, são uma e inseparável realidade. Setores da esquerda cometem equívoco ao conceber a separação do neofascismo enquanto modelo político do neoliberalismo enquanto modelo econômico, pois ambos não podem realizar os seus propósitos sem a concorrência do outro, e por isto compactuam e organizam a aplicação da violência radical. A arregimentação do ódio relativamente a um grupo qualificado como “inimigo” é a alavanca para a violência, instrumento eficiente e indispensável para o cumprimento de seu fim superior de expropriação econômica popular.


O equívoco de propor a separação entre neofascismo e neoliberalismo foi recentemente compartilhado pela expressiva voz de liderança da ex-Presidente Dilma Rousseff ao declarar que “Parte da direita rompeu com neofascismo, mas sustenta o neoliberalismo de Guedes”. O raciocínio da ex-Presidente supõe a viabilidade de diferenciação entre o neofascismo no poder e sua visão autoritária de um grupo concorrente que depositaria fé absoluta no neoliberalismo. Neste segundo caso trata-se de espécie de fé que reúne interessadamente em um só bloco ideologia e teologia, específica construção ultraconservadora endereçada ao específico fim de expropriação de riquezas da população e a subsequente intensificação do processo de concentração nas mãos da elite. A violência típica do neofascismo é instrumento indispensável para a concretização deste propósito econômico, configurando assim a aliança ideológica constitutiva do conceito aqui apresentado como fáscio-neoliberalismo, cuja dimensão teológico-financista é o seu arremate prático.


O equívoco da proposta da separação entre neofascismo e neoliberalismo tem a importante dimensão prática de supor que inexiste um bloco rígido a enfrentar. O erro de interpretação consiste na admissão da separabilidade deste marmóreo bloco, pois a prática e continuada sustentação do que a ex-Presidente Dilma reputa ser o “neoliberalismo de Guedes”, em realidade, está visceralmente articulado com a dimensão neofascista que depende da aplicação da violência em diversos níveis e da provocação da perda de vidas em diversa quantificação. Contudo, acerta a ex-Presidente ao sustentar que a política econômica de Guedes recebe apoio da elite em face de que apenas vislumbra ampliar ainda mais a sua amplíssima e, sublinho o caráter pornográfico, de sua fatia de detenção das riquezas do país.  


Avalio ser equívoco compartilhado entre setores da esquerda a suposição de que “Uma parte da direita brasileira rompeu com o neofascismo, mas sustenta o neoliberalismo de Guedes”, e a inviabilidade disto é expressa na indispensável instrumentalização da violência que apenas o neofascismo pode disponibilizar para que “o neoliberalismo de Guedes” consiga atingir os seus fins. É uma segmentação cuja proposição apresentada qualifica como teoricamente inviável, e o plano empírico de nossa política não a contraria, e eventuais enfrentamentos traduzem disputas internas pelo poder mais do que fragmentação teórica neste marmóreo bloco que reúne neofascismo e neoliberalismo.


Considerando que é possível o enfrentamento e disputa por maior fatia de poder entre atores predominantemente persuadidos pelo neofascismo e os neoliberais, no plano empírico é inviável a caminhada em separado, e o eventual enfrentamento entre diversos setores do mesmo bloco da extrema-direita ocorre por posições de poder e de maior privilégio na obtenção dos resultados da expropriação das riquezas nacionais, mas não denota diferenciação. Não há que considerar a relevância da tantas vezes alegada “vergonha” do personagem que deprimiria qualquer moralidade média como decisiva para causar a fragmentação do bloco da extrema-direita, pois a dimensão econômica se sobrepõe e triunfa com sobras sobre qualquer noção de moralidade. Não está em jogo uma disputa entre moralidades concorrentes, nem de que setores disponham de versão mais elevada senão, exclusivamente, está em causa a disputa por posições de poder que redundem em condições de acesso privilegiado a maior fatia dos resultados da exploração das riquezas do povo brasileiro.


A instituição do fáscio-neoliberalismo e o seu recurso a manipulação de conceitos e categorias de corte teológicas e culturais para fins de maximização de interesses financistas são recorrentes na periferia global. É neste espaço que o marmóreo bloco de poder lança mão de outro importante recurso, a instrumentalização das Forças Armadas nacionais como substitutas locais cooptadas para operar como genuínos exércitos de ocupação aplicando todo potencial coercitivo e grau de força para cumprir a sua missão instrumental de assegurar aos grupos políticos no poder que efetivamente disponham das condições ideais para a implementação de política econômica formalmente legitimadora da substancial expropriação, e que possa ser aplicada com o menor sobressalto possível.


Nesta medida propomos ser equívoco supor que esteja em curso a aplicação de agenda neoliberal em matéria de política econômica, por mais brutal que seja, e que ocorra em paralelo, e possível conflito, com o neofascismo. Estas linhas contém a proposta de que estamos experimentando um grave momento da história das relações internacionais e das formas de neocolonialismo em que tem ocorrência a constituição de uma fase superior da exploração do capital em escala planetária que demandou a articulação de marmóreo bloco marmóreo que reúne neofascismo e neoliberalismo.


Observo ser equívoca a proposta de segmentação de grupos autoritários neofascistas e neoliberais por descortinar horizonte político problemático ao admitir que possam correr em vias paralelas e talvez concorrentes em algum momento histórico quando, em verdade, permanecem radicalmente unidas. Reconhecer o plano do real é o primeiro passo para nele intervir exitosamente em favor dos interesses populares e democráticos. É radical a união dos atores que coordenam o fáscio-neoliberalismo impondo manipulações teológico-culturais com orientação econômico-financista, força antípoda a qualquer versão que a democracia popular possa encarnar.


[1] Tenho em preparação para próxima publicação livro de minha autoria especificamente sobre este tema.

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Professor Associado da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Doutor em Filosofia do Direito (UFPR). Mestre em Filosofia (Universidade Federal do Ceará / UFC). Mestre em Filosofia do Direito e Teoria do Estado (UNIVEM). Especialista em Direito Constitucional e Ciência Política (Centro de Estudios Políticos y Constitucionales / Madrid). Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Direito (UnB) (2016-2019). Pós-Doutor em Filosofia do Direito e Teoria do Estado (UNIVEM). 


REDEPT - Artigos - Roberto Bueno

quarta-feira, 17 de junho de 2020

E AÍ? PAULO GUEDES GANHOU 500 BILHÕES NO MERCADO FINANCEIRO? ÁREA QUE CONHECE E ATUOU E GANHOU DINHEIRO PARA ELE OU É MAIS UMA FAKE NEWS OU MAIS MODERNO AINDA: UMA PÓS-VERDADE?

 Foto: Alexandro Martello/G1


Existe circulando pela velha e boa internet que Paulo Guedes GANHOU 500 BILHÕES NO MERCADO FINANCEIRO PARA O BRASIL. O Banco Central transferiu para o Tesouro Nacional essa cifra: 500 BILHÕES DE REAIS!

FAKE NEWS OU PÓS-VERDADE??

Nesse caso específico temos uma FAKE NEWS SUSTENTADA POSTERIORMENTE PELO CONCEITO DA PÓS-VERDADE.

É sabido por todos que quando o PT "quebrou o Brasil", entregou a Michel Temer/Jair Bolsonaro. Uma reserva cambial de quase 380 BILHÕES DE DÓLARES.

Lula recebeu de FHC em 2002 com a seguinte realidade:

Reservas de 37 bilhões de dólares, porém, DEVENDO 20 bilhões de dólares ao FMI. A reserva líquida era então algo em torno de 17 bilhões de dólares.

Em 2005, o Brasil antecipa o pagamento da dívida que venceria em 2007 e PAGA TUDO QUE DEVE AO FMI. Com isso, economiza DE FATO 900 MILHÕES DE DÓLARES DE JUROS!

Em 2009, o país está TÃO QUEBRADO que empresta 10 BILHÕES DE DÓLARES AO FMI. O empréstimo foi feito por meio da aquisição de bônus do FMI, expressos em Direito Especial de Saque (DES), um ativo financeiro do Fundo.

Situados, vamos aos fatos!

Cotação do dólar em dezembro de 2018: US$ 1,00  = R$ 3,88.  

Reservas cambiais em dezembro de 2018: US$ 374,72 BILHÕES

Se fosse vendida a reserva cambial pela cotação do mês dezembro/2018, o Banco Central do Brasil conseguiria algo em torno de: R$ 1.453 TRILHÃO. 

Cotação do dólar em dezembro de 2019: US$ 1,00 = R$ 4,01

Reservas cambiais em dezembro de 2019: US$ 356,88 BILHÕES.

Se fosse vendida a reserva cambial pela cotação do mês dezembro/2019, o Banco Central do Brasil conseguiria algo em torno de: R$ 1.431 TRILHÃO

Mesmo com a venda de TODA A RESERVA CAMBIAL no final 2019, o Banco Central conseguiria MENOS REAIS QUE NO FINAL DE 2018, mesmo com a valorização do dólar. Donde se conclui que houve venda desses ativos ou fuga de dólares do país feito por especuladores que aplicavam na bolsa de valores do Brasil.

Em junho de 2019, as reservas cambiais chegaram a ser de US$ 390,50 BILHÕES. Maior volume histórico. Até o mês de julho de 2019, o governo não tinha vendido nada das reservas cambiais.  Já em agosto de 2019, as reservas cambiais estavam em aproximadamente US$ 388 BILHÕES. Mostrando já uma leve queda.

DESVENDANDO PAULO GUEDES!

Ao tomar posse em 1º de janeiro de 2019, o novo governo encontrou as reservas cambiais 

Cotação do dólar em 02, de janeiro de 2019: US$ 1,00  = R$ 3,88.  

Reservas cambiais em 02, de janeiro de 2019: US$ 374,72 BILHÕES.

Se fosse vendida a reserva cambial pela cotação do dia 02, de janeiro de 2019, o Banco Central do Brasil conseguiria algo em torno de: R$ 1.453 TRILHÃO. Isto não foi feito. Conforme já citado acima, as vendas começaram em agosto de 2019.

Em 31, de dezembro de 2019, o Brasil apresentava uma reserva cambial de aproximadamente US$ 356,88 BILHÕES. E a cotação do dólar em US$ 1,00 = R$ 4,01. 

Houve uma queda de aproximadamente US$ 18 BILHÕES de dólares. 

Contudo é necessário explicar como se comportou as contas brasileiras em 2019. Números frios não se explicam, complicam!

Na balança comercial, fluxo de importações exportações obteve-se um SALDO POSITIVO de aproximadamente US$ 17,47 BILHÕES de dólares.

Já na questão do fluxo financeiro a realidade foi de uma saída líquida de US$ 62,24 BILHÕES de dólares. Sendo US$ 44,5 BILHÕES da Bolsa de Valores. Uma total falta de confiança do mercado internacional no "Posto Ypiranga" que comanda a economia nacional.

O Brasil vendeu em 2019, algo em torno de US$ 37 BILHÕES À VISTA, ou seja, de fato a moeda SAIU dos cofres do Banco Central. Isso ocorreu de agosto até dezembro de 2019. A cotação mais alta do ano que foi no dia 27, de novembro que foi vendido na cotação de: US$ 1,00 = R$ 4,26. Cotação mais alta do ano para venda.

Considerando que os US$ 37 BILHÕES VENDIDOS À VISTA, fossem vendidos na cotação maior, o Banco Central teria arrecadado algo em torno de R$ 157,62 BILHÕES. Muito longe dos FESTEJADOS E OVACIONADOS R$ 500 BILHÕES. Se for considerar descontar o preço de compra dessa moeda, afinal, o Banco Central compra dólares no mercado também, esse valor vai cair mais ainda. Afinal, lucrar é vender mais caro do que se compra.

Considerando a cotação do dólar no dia 01 de fevereiro de 2019, US$ 1,00 = R$ 3,36. Cotação mais baixa para compra, o Banco Central teria comprado os US$ 37 BILHÕES, por aproximadamente R$ 124,32 BILHÕES

Operando essas contas, o "Posto Ypiranga", teria de fato lucrado com essa operação R$ 33,3 BILHÕES. Mas, não foi isso que aconteceu!!

O ano de 2020, começou com o dólar pressionando para cima. O Real perdia valor a cada dia. Com a desvalorização do real os contratos SWAP, começaram a impor fortes prejuízos ao BCB (Banco Central do Brasil). 

Até o dia 08 de abril, informações dão conta que o BCB, vendeu US$ 25 BILHÕES à vista. Isso rendeu algo em torno de R$ 148,25 BILHÕES. Venda pela cotação do dólar do dia 14 de maio, cotação mais alta do período. US$ 1,00 = R$ 5,93. Se for feito o desconto do custo, vai cair mais ainda a margem de "lucro". 

Em resumo, PAULO GUEDES fez o que sempre soube fazer: Operação no mercado financeiro. Deixou o Real se desvalorizar fortemente ao longo do período de agosto de 2019 até o mês de maio de 2020. Com a desvalorização do Real frente ao dólar as reservas cambiais tiveram um crescimento MERAMENTE CONTÁBIL. Essa diferença a imprensa sabendo que o brasileiro NÃO ENTENDE DE MERCADO FINANCEIRO, apelidou de "LUCRO". 

Bem, a desvalorização do Real foi ao topo. Agora começar a baixar. O Real começa a se valorizar. Os especuladores já sacaram a " jogada". Ele não terá esse "TRADE" pela segunda vez.

Inclusive esse repasse de recursos do Banco Central para o Tesouro Nacional era permito até 2019, quando ao governo atual vetou essa por lei essa transferência. Mas, deixou uma brecha: em caso de crise econômica e falta de liquidez do Tesouro Nacional. 

Vamos aguardar a longo prazo como essa jogada vai refletir e suas consequências. Os contratos de SWAP, irão vencer, nesse momento veremos se essa jogada foi realmente a jogada.