segunda-feira, 8 de março de 2021

AS UTIs FORAM TOMADAS PELOS NEGACIONISTAS! E NA ESCOLHA DE QUEM DEVE TER DIREITO A UMA UTI, O ADULTO OU IDOSO TRABALHADOR PERDERÁ A VAGA PARA O JOVEM BALADEIRO! É HORA DE REFLETIR

          

Os governadores vão se proteger, adotando em conjunto medidas restritivas à circulação de pessoas, para que possam agir e se defender em bloco dos ataques do bolsonarismo.

Não só do bolsonarista clássico, do racista e homofóbico, que não quer saber de contenções. Há uma classe média jovem mobilizada contra as restrições.

São egoístas disseminados por todo o país. Eles são personagens de uma questão ética que todos, governos, servidores da área da saúde e suas entidades, já deveriam estar debatendo.

É a situação criada pelo negacionista que enfrenta medidas restritivas, desafia leis e bom senso e faz festa, promove aglomerações e sabota qualquer medida com alguma tentativa de racionalidade.

A questão ética, límpida, transparente, sem nenhuma complexidade, é esta: o negacionista jovem sem limites está lotando as UTIs e ficando cada vez mais tempo sob cuidados intensivos. Ele toma o lugar de quem se cuidou.

Por falta de vagas, os hospitais estão fazendo escolhas admitidas pelos médicos em todo o Brasil. E nessas escolhas está acontecendo o seguinte.

Um trabalhador com mais de 60 anos, com alguma comorbidade, em situação crítica e perspectivas desalentadoras, se estiver na fila, vai perder o lugar na UTI para um jovem festeiro de 25 anos.

O trabalhador adotou todos os cuidados, mas usou quatro ônibus por dia para ir e voltar da fábrica e acabou sendo infectado pelos riscos que não consegue evitar.

O jovem festeiro, que não usa máscara, sofreu contágio numa das tantas baladas que frequentou. Os dois chegaram juntos ao hospital na disputa pela vaga na UTI. O trabalhador sairá perdendo, porque a chance será dada aos jovens.

Ninguém pretende sugerir que se pergunte a um baladeiro se ele é um negacionista amoral contumaz e se não está constrangido.

Mas as famílias de festeiros deveriam saber, pela voz dos médicos, que seus filhos estão matando trabalhadores por tomar suas vagas nas UTIs. São criminosos que sabem o que fazem nas gandaias da pandemia.

Esse dilema ético deveria ser explicitado dentro das unidades de saúde, em publicações, cartazes nas paredes, em falas, em conversas com os pacientes, para que não seja normalizado. As decisões silenciosas sobre a prioridade aos negacionistas são uma questão a ser enfrentada.

Vivemos tempos de apelos pela transparência em todas as áreas. A família de um trabalhador na fila da UTI deveria ser informada de que ele foi deslocado para a área de cuidados paliativos por uma escolha.

Ah, dirão, mas não pode. Deveria poder. A ética médica, que não mais esconde dos pacientes a perspectiva da morte inevitável, por admitir que essa informação é um direito de quem está em situação terminal, deveria arranjar um jeito de lidar explicitamente com as escolhas.

Os familiares dos que perderam a preferência podem se revoltar? Podem. Mas a escolha sigilosa, que esconde do paciente o fato de que ele foi preterido, é uma crueldade.

E uma brutalidade ainda maior quando o escolhido é um negacionista que não só se dedicava à propagação do vírus, como muitas vezes conspirava abertamente contra tudo o que tenta conter a disseminação da doença.

Os jovens sem escrúpulos potencializaram a transmissão da Covid-19 e tiveram contribuição decisiva para o caos dos hospitais. Os servidores da saúde estão salvando quem ataca os próprios servidores da saúde.

São essas figuras repulsivas que tomam os lugares dos trabalhadores na fila da UTI. Eles são a imagem do Brasil do bolsonarismo do vale tudo.

Os negacionistas talvez ainda não sejam, mas daqui a pouco podem ser maioria nas UTIs do Brasil, quando forem tomando o lugar dos idosos, porque são jovens e importantes para o futuro do país. Muitos deles são assumidamente fascistas.

Fonte:

Blog do Moisés

sexta-feira, 5 de março de 2021

DO COMPLEXO DE DONA FLORINDA AO COMPLEXO DE VIRA LATAS: UMA TRAJETÓRIA DE NEGACIONISMO, TRAUMAS E ÓDIO A SI PRÓPRIO.



O ESPELHO NÃO ME REFLETE! 

O Complexo de Dona Florinda


Esse termo diz muito especificamente em um tipo de indivíduo bastante comum em nossa sociedade, aquele que é pobre, porém, acredita nos conceitos e princípios produzidos pelas elites para justificar as desigualdades como algo natural. 


É um tipo de pessoa que se acha da elite e pensa que logo irá melhorar de vida, que aquela sua situação é passageira e que as causas sociais de seus problemas vem não da exploração, mas da quantidade de conquistas conseguidas pelos sindicatos e pelos direitos humanos, que atrapalham o andar natural das coisas e não o deixa sair da pobreza. 


Trata-se de um tipo de indivíduo tão colonizado culturalmente que ele pensa pela lógica daquele que lhe causa a condição de pobreza e se vê espelhado nesse, se tornando distante de sua própria condição social, que para ele é uma questão meramente momentânea. 


Ele arraiga em si todo o discurso das elites e o corrobora, se vendo como parte integrante daquele grupo social, como superior aos demais pobres que vivem ao seu redor e que possuem as mesmas condições que ele.


Em outras palavras, é um indivíduo que mesmo sendo pobre, sendo de origem humilde, se acha superior aos demais a sua volta, se acha mesmo um indivíduo especial, que tem mais capacidade de raciocínio, que tem maior censo crítico e, ao mesmo tempo, corrobora todos os discursos reacionários e costuma ter aversão ao povo e a tudo o que é do povão, a tudo o que é popular. 


Ele valoriza coisas estrangeiras como as músicas, filmes, cultura, acha o Brasil e o restante do terceiro mundo um lugar ruim, patético, que não é sério, sempre comparando esses lugares com países como o Canadá, Eua, Suécia, Suíça e outros países, não levando em conta o processo que fez esses países se desenvolverem e nem os processos históricos da produção da sociedade brasileira.


Esse indivíduo também tem um grande ódio para com os movimentos sociais, com as esquerdas e crê em uma meritocracia em que basta que o indivíduo se esforce para conseguir tudo o que deseja, como se não houvesse qualquer tipo de desigualdade e de diferença de oportunidades entre o filho de um gari e o filho de um médico. 


No fim das contas ele se acha superior aos demais, se vê como um pobre que logo irá vencer na vida ou que ainda não venceu devido às implantações de cotas e de coisas do tipo, o que estaria barrando a sua ascensão.


O termo foi inspirado em um personagem clássico do seriado mexicano Chaves, muito popular no Brasil. Esse personagem, Dona Florinda, vive de aluguel em um pobre cortiço, sobrevivendo com o filho da pensão deixada pelo seu marido, que morrera no exercício do ofício de marinheiro. 


É uma senhora que passa boa parte do dia ocupada com os seus afazeres domésticos, principalmente estendendo roupa no varal comum da vila (onde ocorre a maior parte das cenas da série). Ela usa rolinhos na cabeça e um vestido simples, com um avental. Mesmo vivendo nessas condições, ela se entende como uma pessoa da alta sociedade, debocha e se desfaz das pessoas que moram ao seu redor por se entender como parte da elite e ensina isso ao seu filho, usando muitas vezes uma frase clássica dita ao seu filho: “Não se misture com essa gentalha!”.


No Brasil há muita gente com uma forma de pensar muito semelhante, o que eu comecei a chamar de Complexo de Dona Florinda. Trata-se de pessoas de origem pobre e que ainda vivem em certo grau de pobreza, mas que abominam as pessoas ao seu redor, se entendem como diferentes, se acham mais inteligentes, mais estudadas, (quase nunca são realmente mais estudadas, mesmo assim se julgam mais instruídas), superiores, com uma compreensão mais clara do mundo.


Eles entendem as pessoas ao seu redor como ignorantes e manipuláveis. No caso do Brasil, muitas vezes ainda existe a questão “racial”, ou seja, o indivíduo ainda se entende como branco, mesmo que seu rosto no espelho mostre outra coisa.


Então, para se diferenciarem eles adotam o discurso da elite, para serem como a elite, para se sentirem como a elite. Passam a concordar com os pensadores da elite, com os jornais, jornalistas e revistas que as elites possuem e passam a dizer o mesmo discurso das elites e a votar nas elites. 


Não é por acaso que vemos alguns pobres contra o bolsa família, contra o Prouni, contra o Fies, contra o Minha Casa, Minha Vida, para não falar em outras questões, ao mesmo tempo em que acham uma boa medida as privatizações, desejam pena de morte e adoram criticar qualquer medida que tenha por objetivo dar oportunidade aos mais pobres.


Esse é o complexo de Dona Florinda, uma situação em que o pobre passa a pensar como o rico, defendendo as ideias da classe média e dos ricos, ideias que em vários sentidos vão prejudicá-lo no futuro, que vão tirar seu emprego, a sua bolsa de estudos ou a de seu filho, que vão criar arrocho salarial exatamente para ele, que ganha salário mínimo. Mesmo assim ele continua, pois ele se entende diferente dessa situação. Por fim ele vota no rico e desenvolve um grande ódio a quem defende direitos iguais aos mais pobres.


Fonte: Brasil em Discussão


Átila Siqueira é Historiador, Bacharel em História pela PUC-MG e Mestrando em História, pelo programa de pós-graduação em História da UFMG, na linha de História e Culturas Políticas.



terça-feira, 2 de março de 2021

GOVERNO DO ESTADO DETALHA NOVO DECRETO SOBRE MEDIDAS RESTRITIVAS; VENDA DE BEBIDAS ALCOÓLICAS ESTÁ PROIBIDA NO FIM DE SEMANA

                                                              Foto: Carol Garcia/GOVBA

Durante reunião com prefeitos da capital e Região Metropolitana de Salvador (RMS), na tarde desta terça-feira (2), o governador Rui Costa acordou a prorrogação das medidas mais restritivas até as 5h da próxima segunda-feira (8), em Salvador e RMS. Desta forma, será permitido apenas o funcionamento das atividades consideradas essenciais.

As medidas estabelecidas serão publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (3), que também manterá o toque de recolher, das 20h às 5h, em todo o território baiano, de 3 de março até o dia 1º de abril.

Para o interior do estado, com exceção da RMS, todas as atividades poderão ser retomadas nesta quarta-feira (3), mas com horário de encerramento estabelecido para as 20h e abertura após as 5h.

O decreto ainda estabelece que, das 18h da próxima sexta-feira (5) até as 5h de segunda-feira (8), apenas poderão funcionar serviços essenciais em toda a Bahia. A restrição da venda de bebidas alcoólicas seguirá valendo em todo o estado a partir das 18h de sexta (5) até as 5h de segunda-feira (8), inclusive por sistema de entrega em domicílio (delivery).

São considerados serviços essenciais as atividades relacionadas à saúde e ao enfrentamento da pandemia, como transporte, serviço de entrega de medicamentos e demais insumos necessários para manutenção das atividades de saúde, bem como à comercialização de gêneros alimentícios e feiras livres, à segurança e a atividades de urgência e emergência.

Os atos religiosos litúrgicos poderão ocorrer na Bahia, respeitados os protocolos sanitários estabelecidos, especialmente o distanciamento social adequado e o uso de máscaras, bem como com capacidade máxima de lotação de 30%.

Ficam vedados, até o dia 8 de março, procedimentos cirúrgicos eletivos não urgentes ou emergenciais, nas unidades hospitalares de saúde públicas e privadas do Estado da Bahia.

Salvador e RMS

Até as 5h da manhã do dia 8 de março, é permitido somente o funcionamento dos serviços essenciais em Salvador e RMS, em especial as atividades relacionadas à saúde e comercialização de gêneros alimentícios, o transporte e o serviço de entrega de medicamentos e demais insumos necessários para manutenção das atividades de saúde.

O funcionamento de restaurantes e bares fica restrito à operação de portas fechadas, na modalidade de entrega em domicílio (delivery), até as 24h, com validade até as 5h do dia 8 de março.

A circulação dos meios de transporte metropolitanos (ônibus e metrô) deverá ser suspensa das 20h30 às 5h, no período 3 de março a 8 de março de 2021. O sistema aquaviário (ferry boat e lanchinhas) ficará totalmente suspenso das 20h30 de 5 de março até as 5h do dia 8 de março.

Ficam suspensos também na capital e RMS, no período de 3 de março até as 5h de 08 de março, as atividades presenciais nos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual não enquadrados como serviços públicos essenciais, devendo ser adotado o regime de trabalho remoto.

Os municípios que integram a RMS são: Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Simões Filho e Vera Cruz.

Toque de recolher para todo o estado

Segue restrita a circulação noturna de pessoas na rua em todo o estado, das 20h às 5h, até 1º de abril. A exceção é para deslocamentos por motivos de saúde ou que fique comprovada a urgência. Os estabelecimentos comerciais e de serviços deverão encerrar as atividades com até 30 minutos de antecedência, de modo a garantir o deslocamento dos seus funcionários e colaboradores às suas residências.

Os estabelecimentos comerciais que funcionem como restaurantes, bares e congêneres deverão encerrar o atendimento presencial às 18h, permitidos os serviços de entrega em domicílio (delivery) de alimentação até as 24h.

Estão fora do decreto as atividades ligadas ao funcionamento dos terminais rodoviários, metroviários, aquaviários e aeroviários, bem como o deslocamento de funcionários e colaboradores que atuem na operacionalização destes. O mesmo vale para os serviços de limpeza pública e manutenção urbana e os serviços de entrega em domicílio (delivery) de farmácia e medicamentos, além das atividades profissionais de transporte privado de passageiros.

Ficam suspensos ainda eventos e atividades, em todo o território do estado da Bahia, independentemente do número de participantes, ainda que previamente autorizados, que envolvam aglomeração de pessoas, tais como: eventos desportivos coletivos e amadores, cerimônias de casamento, eventos recreativos em logradouros públicos ou privados, circos, eventos científicos, solenidades de formatura, passeatas e afins, bem como aulas em academias de dança e ginástica no período de 3 de março a 1º de abril.

Secom GovBA

Notícias VCA

CORONAVÍRUS: O ALARMANTE AUMENTO DOS SUICÍDIOS DE MULHERES DURANTE A PANDEMIA NO JAPÃO.

                       
                                                                              Bandeira Oficial do Japão

CORONAVÍRUS: O ALARMANTE AUMENTO DOS SUICÍDIOS DE MULHERES DURANTE A PANDEMIA NO JAPÃO

O Japão registra suicídios com mais rapidez e precisão do que qualquer outro país do mundo. Ao contrário da maioria dos países, os números são coletados no final de cada mês.

Durante a pandemia de covid-19, eles contam uma história perturbadora.

Em 2020, as taxas de suicídio no Japão aumentaram pela primeira vez em 11 anos. O mais surpreendente é que, enquanto os suicídios masculinos caíram ligeiramente, as taxas entre as mulheres subiram quase 15%.

Só em outubro, a taxa de suicídio feminino do país aumentou mais de 70%, em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Por que a pandemia parece estar afetando as mulheres com tanta força no país? Algumas das respostas a essa pergunta refletem realidades comuns também no Brasil.

Ficar cara a cara com uma jovem que tentou o suicídio repetidamente é uma experiência perturbadora. Isso despertou em mim um novo respeito por aqueles que trabalham na prevenção do suicídio.

Estou sentado em um abrigo no distrito da luz vermelha de Yokohama, administrado por uma instituição de caridade dedicada à prevenção do suicídio chamada Project Bond.

Do outro lado da mesa está uma mulher de 19 anos com o cabelo preso. Está sentada. Muito quieta.

Em silêncio, sem demonstrar emoção, ela começa a me contar sua história.

Ela diz que tudo começou quando tinha 15 anos. Seu irmão mais velho começou a abusar dela violentamente. Ela fugiu de casa, mas isso não acabou com a dor e a solidão.

Colocar fim à sua vida parecia a única saída.

"Desde essa época, no ano passado, tenho entrado e saído do hospital muitas vezes", ela me conta.

"Tentei muitas vezes me matar, mas não consegui, então agora acho que desisti de tentar morrer."

O que a impediu foi a intervenção do Project Bond. Eles encontraram para ela um lugar seguro para morar e começaram um aconselhamento intensivo.

Jun Tachibana é o fundador do Project Bond. Ela é uma mulher forte, de 40 anos, com um otimismo invejável.

Quando as meninas têm problemas reais e sofrem, elas realmente não sabem o que fazer", diz ela.

"Estamos aqui, prontos para ouvi-los, para lhes dizer: estamos com vocês".

Tachibana diz que a pandemia parece estar levando aqueles já vulneráveis ao limite.

Ele descreve algumas das ligações dolorosas que sua equipe recebeu nos últimos meses.

"Ouvimos muitas frases como 'Quero morrer' ou 'Não tenho para onde ir'", conta. "Eles dizem: 'É tão doloroso, me sinto tão só que quero desaparecer'."

Para aqueles que sofrem abuso físico ou sexual, a pandemia piorou muito a situação.

"Uma menina com quem conversei outro dia me confessou que seu pai a assedia sexualmente", disse Tachibana. "Mas por causa da pandemia, o pai dela não trabalha muito e fica mais em casa, então ela não pode fugir dele."

Um padrão "muito incomum"

Em períodos anteriores de crise no Japão, como a crise bancária de 2008 ou o crash do mercado de ações e a bolha imobiliária no início da década de 1990, o impacto foi sentido principalmente por homens de meia-idade.

Naquelas ocasiões, grandes picos foram observados nas taxas de suicídio masculino.

Mas a pandemia de covid-19 é diferente: está afetando os jovens e, em particular, as mulheres. As razões são complexas.

O Japão costumava ter a maior taxa de suicídio do mundo desenvolvido. Na última década, teve grande sucesso em reduzi-las - elas caíram cerca de um terço.

A professora Michiko Ueda é uma das maiores especialistas japonesas em suicídio. Ele me conta como foi chocante testemunhar o retrocesso nos últimos meses.

"Esse padrão de suicídio feminino é muito, muito incomum", assinala.

"Nunca vi um aumento tão grande na minha carreira de pesquisadora desse tema. O que acontece com a pandemia do coronavírus é que os setores mais afetados são aqueles com alto porcentual de mulheres, como turismo e varejo".

O Japão viu o número de mulheres solteiras que vivem sozinhas - muitas das quais optam por viver assim em vez de se casar - aumentar consideravelmente, desafiando os papéis tradicionais de gênero que ainda persistem no país.

A professora Ueda afirma que as mulheres jovens também têm muito mais probabilidade de ocupar empregos precários.

"Muitas mulheres não são mais casadas", diz Ueda.

"Eles têm que sustentar suas próprias vidas e não têm empregos fixos. Então, quando algo acontece, é claro, elas são duramente atingidas. O número de demissões entre quem não tem um trabalho fixo foi enorme nos últimos oito meses."

Um mês se destacou, no entanto. Em outubro do ano passado, 879 mulheres se suicidaram. Isso representa um aumento de mais de 70% em relação ao mesmo mês de 2019.

As manchetes dos jornais soaram o alarme 

A imprensa japonesa comparou o número total de suicídios de homens e mulheres em outubro (2.199) com o número total de mortes no Japão por coronavírus até agora (2.087).

Algo particularmente estranho estava acontecendo.

Em 27 de setembro do ano passado, uma atriz muito famosa e popular chamada Yuko Takeuchi foi encontrada morta em sua casa. Mais tarde, soube-se que ela havia tirado a própria vida.

"A partir do dia em que se torna público que uma pessoa famosa tirou a própria vida, o número de suicídios aumenta e permanece assim por cerca de 10 dias", explica Yasuyuki Shimizu, ex-jornalista que agora dirige uma instituição de caridade dedicada a combater o problema do suicídio no Japão.

"Pelos dados, pudemos ver que o suicídio da atriz em 27 de setembro causou 207 suicídios femininos nos 10 dias seguintes."

Levando-se em conta os dados sobre suicídios de mulheres da mesma idade que Yuko Takeuchi, as estatísticas são ainda mais reveladoras.

"Mulheres de 40 anos foram as mais influenciadas de todas as faixas etárias", diz Shimizu. "Para esse grupo, (a taxa de suicídio) mais que dobrou."

Outros especialistas concordam que há uma conexão muito forte entre os suicídios de celebridades e um aumento imediato nos suicídios nos dias seguintes.

Comportamento de imitação

Esse fenômeno não é exclusivo do Japão, e essa é uma das razões pelas quais é tão difícil informar a população sobre casos de suicídio.

Quanto mais se fala no suicídio de uma celebridade na mídia e nas redes sociais, maior o impacto sobre outras pessoas vulneráveis.

Mai Suganuma estuda o tema. Ela própria experimentou de pertos os impactos de um suicídio. Quando era adolescente, seu pai se suicidou.

Agora, Suganuma ajuda famílias de outras pessoas que cometeram suicídio.

E assim como o coronavírus está deixando as famílias sem poder chorar seus entes queridos, também está tornando a vida mais difícil para parentes de pessoas que tiraram a própria vida.

"Quando converso com os familiares, é muito forte o sentimento de não ter podido salvar o ente querido, o que muitas vezes os leva a se culparem", explica Suganuma.

Também me culpei por não ter sido capaz de salvar meu pai. Agora as autoridades dizem que todos devem ficar em casa. Tenho medo de que a culpa fique mais forte. Para começar, os japoneses não falam sobre morte. Não temos uma cultura de falar sobre suicídios."

O Japão está agora na terceira onda de infecções por covid-19, e o governo decretou um segundo estado de emergência.

Para Ueda, há outra questão persistente. Se esse fenômeno acontece no Japão, que não teve lockdowns rígidos e registrou relativamente poucas mortes pelo vírus, é de se imaginar a situação emocional das pessoas em países onde a pandemia tem sido muito mais devastadora.

  • Rupert Wingfield-Hayes
  • BBC News, Tóquio (Japão)

segunda-feira, 1 de março de 2021

E VAMOS DE AUMENTO DE COMBUSTÍVEIS!! Dólar opera em baixa! Fato. Barril do petróleo operando em baixa. ENTENDA ESSA POLÍTICA ECONÔMICA E DE PREÇOS DESSE GOVERNO!

                                                                                          Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Petrobras anunciou hoje (1º) um novo aumento nos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de botijão vendidos nas refinarias. A partir de amanhã (2), a gasolina ficará 4,8% mais cara, ou seja, R$ 0,12 por litro. Com isso, o combustível será vendido às distribuidoras por R$ 2,60 por litro.

O óleo diesel terá um aumento de 5%: R$ 0,13 por litro. Com o reajuste, o preço para as distribuidoras passará a ser de R$ 2,71 por litro a partir de amanhã.

Já o gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de botijão ou gás de cozinha, ficará 5,2% mais caro também a partir de amanhã. O preço para as distribuidoras será de R$ 3,05 por quilo (R$ 0,15 mais caro), ou seja R$ 36,69 por 13 kg (ou R$ 1,90 mais caro).

Segundo a Petrobras, seus preços são baseados no valor do produto no mercado internacional e na taxa de câmbio.

“Importante ressaltar também que os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”, destaca nota divulgada pela empresa.

Fonte:

Notícia Limpa

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

ENFERMEIRA BOLSONARISTA FOI INFECTADA PELO CORONA VÍRUS. SE CUROU. RECUSOU TOMAR A VACINA CORONAVAC (CHINA/BRASIL). SE REINFECTOU E VEIO A ÓBITO.!

 
Priscila Veríssimo, de 35 anos, era enfermeira e atuava na linha de frente da Covid-19 - (crédito: Reprodução/Redes Sociais) 

A enfermeira Priscila Veríssimo, de 35 anos, morreu nessa quarta-feira (24/2), em Arapicara (AL), após reinfecção da COVID-19.

Ela se recusou a tomar a dose de CoronaVac, a vacina chinesa, a que tinha direito por ser profissional da saúde. Apoiadora de Jair Bolsonaro (sem partido), ela compartilhava frequentemente vídeos do presidente na conta do Facebook.

Priscila era funcionária do Complexo Hospitalar Manoel Andre (CHAMA) e já havia sido infectada uma vez. Por isso, achou que não pegaria a doença novamente e, seguindo o raciocínio do presidente, tinha dúvidas quanto à eficácia da vacina chinesa.

O hospital demitiu a enfermeira por ela se recusar a tomar a vacina e, na semana passada, ela pegou a doença novamente. Com complicações do novo coronavírus, Priscila morreu nessa quarta-feira (24/2), deixando um filho de 2 anos.

A reportagem do Estado de Minas tentou contato com o Hospital em que Priscila trabalhava, mas não teve resposta até o momento.

Além da vacina, ela também compartilhava outros vídeos e imagens envolvendo o nome do presidente. "Atirar a pedra é fácil, conveniente! Difícil é encarar uma guerra desta! FORÇA SENHOR PRESIDENTE! O tempo mostrará", escreveu em uma das publicações. Até mesmo em assuntos polêmicos, como o aborto.

Mais informações em:


NEM CAFÉ O BRASILEIRO PODERÁ TOMAR EM BREVE! OFERTA EM QUEDA E EXPORTAÇÃO COM DÓLAR EM ALTA. CHÁ COMEÇA A SER OPÇÃO!

https://www.dw.com/pt-br/caf%C3%A9-da-manh%C3%A3-reduz-risco-de-diabetes/a-46299356 

Demanda aquecida e oferta menor levam os preços do café para patamar superior a R$ 700 por saca.


Acendeu o sinal vermelho nas indústrias de café. O preço da matéria-prima disparou e está deixando as empresas de menor porte sem condições de equilibrar os gastos com as receitas.

A saída para muitas é uma desaceleração das atividades ou até mesmo uma interrupção, à espera de um cenário mais confortável, segundo Nathan Herszkowicz, presidente do Sindicafé (sindicato da indústria no estado de São Paulo).

A alta acelerada do café ocorre devido a uma produção menor no Brasil e em outros concorrentes do país. Além disso, há uma expectativa da volta de um consumo normal nos Estados Unidos, Europa e Ásia a partir do segundo semestre, com o avanço da imunização da população contra a Covid-19.

Nathan diz que, quando se olha para oferta de matéria-prima e preços, as perspectivas para este ano e o seguinte não são boas. O pior, segundo ele, é que não é cena dos produtores em busca de valorização de seu produto, mas uma queda real da oferta.

As dificuldades das empresas pequenas e médias se acentuam tanto pela concentração no próprio setor, onde as grandes têm uma vantagem competitiva, como pela concentração do varejo, que dificulta qualquer reajuste de preços.

Tradicionalmente, o setor de café é um dos que têm os menores reajustes de preços ao consumidor. Os dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicam que o café teve alta de 45% no campo nos últimos 12 meses.

A alta acumulada nos supermercados foi de 8,8% em 2020, bem abaixo da média de 16% da alimentação em geral. Alguns produtos, como arroz e óleo de soja, têm maiores possibilidades de recomposição. Em 2020, o cereal subiu 77%, e o derivado de soja, 116%, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Os números da safra de café e os das exportações apontam para um quadro apertado, sendo que indústria e governo não têm estoques.

Neste ano, a produção de café deverá ficar um pouco abaixo dos 50 milhões de sacas, conforme números ainda provisórios da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). No ano passado, foram colhidos 63 milhões.

O consumo interno é de 22 milhões de sacas.

As vendas externas brasileiras mostram o quanto o mercado externo está repondo seus estoques. Nos últimos dois anos, pela primeira vez, o país ultrapassa a média de 40 milhões de sacas exportadas. No ano passado, foram 44,7 milhões, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

O país tem 1.400 indústrias, e as que estão comprometidas com um padrão de qualidade têm de manter esse patamar diante dos consumidores para não perder imagem, segundo Nathan.

Atualmente, uma empresa que coloca o café a R$ 14 por quilo no supermercado tem receita apenas para cobrir o custo de R$ 600 por saca. Os custos, no entanto, são bastante amplos e não se limitam apenas à matéria-prima, segundo ele. A saca de café custa atualmente R$ 760.

Se as indústrias têm um sério problema de custos, as cafeterias são vítimas dessa prolongada pandemia. O preço do café acaba sendo pouco relevante para essas empresas, mas a falta de consumidor é fatal.

Foi o que levou a Suplicy Cafés Especiais a fechar as portas de algumas unidades, ao ver o movimento cair abruptamente.

“Estamos voltados para o mercado corporativo, e a circulação de pessoas em prédios e escritórios são importantes para a manutenção das lojas”, afirma Marco Suplicy.

A empresa, que chegou a perder 99% do faturamento no início da pandemia, ainda mantém lojas fechadas. Outras estão abertas, mas com movimento bem menor do que o normal, e há esperança de reaberturas nos próximos meses.

Fonte:

Folha - UOL