quarta-feira, 21 de julho de 2021

COVID JÁ É MAIOR CAUSA DE MORTES POR DOENÇA DE PESSOAS ENTRE 10 E 19 ANOS.

A covid-19 matou, somente este ano, 1.581 jovens entre 10 e 19 anos no Brasil. Apesar de termos cruzado apenas o meio do ano, o número já é mais alto que o total de mortes do até então principal responsável de óbitos por causas naturais (resultantes de uma doença ou um mau funcionamento interno do corpo, não provocado diretamente por forças externas) nesta faixa etária: o câncer, que em 2019 vitimou 1.406 jovens em 12 meses.

Segundo dados dos cartórios de registro civil, até (19), a pandemia matou em média 168 crianças e jovens de 10 a 19 anos por mês no Brasil. Elas representam 0,5% do total dos 543 mil óbitos registrados da doença pelo país.

VivaBem consultou o SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde, sobre as mortes nessa faixa etária nos cinco anos anteriores à pandemia (2015-2019) e viu que nenhuma doença ou mesmo conjunto de causas naturais matou tantas crianças e jovens como a covid-19.

O número médio de mortes mensais pela covid-19 só perde para duas causas externas —acidentes de trânsito e agressões— e ultrapassa qualquer doença ou conjunto de doenças.

Assassinatos - 803 

Acidente de trânsito - 263 

Cânceres - 124 

Suicídios - 84 

Afogamento - 74 

Doenças do aparelho circulatório - 73 

Doenças do sistema nervoso - 69 

Doenças infecciosas - 52 

Pneumonia - 36 

Doenças do aparelho respiratório - 29.

Os dados de 2020 ainda não estão publicados pelo SIM.

"Esse aumento no número de hospitalizações e óbitos pela covid-19, observado especialmente a partir de fevereiro e março, é reflexo da alta taxa de transmissão comunitária e da circulação de variantes de preocupação em território nacional", afirma Paulo Martins-Filho, epidemiologista e professor da UFS (Universidade Federal de Sergipe).

Covid-19 em crianças e adolescentes.

Segundo o epidemiologista, o que mais chama a atenção é que, apesar das taxas de mortalidade serem baixas, elas são influenciadas pelas condições socioeconômicas.

"Para as crianças, a pandemia também foi associada a profundas mudanças educacionais, sociais e psicológicas, insegurança alimentar e aumento do risco de resultados adversos graves que podem resultar em morte em regiões mais carentes. A mortalidade por covid-19 em crianças em países de alta renda é extremamente rara, mas a doença surgiu como uma nova causa de morte entre crianças em comunidades pobres, conforme observado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil", explica..

Martins-Filho explica ainda que evidências científicas apontam que crianças têm menor suscetibilidade ao Sars-CoV-2..

"Isso ocorre possivelmente devido à diminuição da expressão da enzima conversora de angiotensina 2 [ACE2] nas vias aéreas superiores", diz. "Nós temos encontrado uma taxa maior de hospitalização especialmente entre aquelas com menos de 2 anos. Resultados semelhantes têm sido descritos em pacientes pediátricos com covid-19 na China, África do Sul e Estados Unidos, por exemplo."

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UOL - VIVA BEM

21 DE JULHO DE 1542: O PAPA PAULO III CRIA A CONGREGAÇÃO DO SANTO OFÍCIO. TRIBUNAL QUE EM NOME DA FÉ DECRETOU A MORTE NA FOGUEIRA DE GRANDES NOMES DA CIÊNCIA. E TEVE AS MULHERES COMO GRANDES VÍTIMAS.

                Foto: https://www.youtube.com/watch?v=v5wi3QxPXrI

O Santo Ofício foi fundado pelo Papa Paulo III em 21 de Julho de 1542 para combater a heresia. Tem as suas raízes num tribunal romano chamado a “Inquisição Romana”, fundado por Inocêncio III no século XIII, para confrontar os albigenses. No século XVI, devido aos avanços do protestantismo, Paulo III reorganizou a Inquisição Romana fazendo dela o supremo tribunal doutrinário para todo o mundo. O Santo Ofício teve seu nome mudado em 1966 para Congregação para a Doutrina da Fé.

O condenado pelo Santo Ofício era muitas vezes responsabilizado por uma "crise da fé", pestes, terramotos, doenças e miséria social, sendo entregue às autoridades do Estado, para que fosse punido. As penas variavam desde o confisco de bens e perda de liberdade, até à pena de morte, muitas vezes na fogueira. O seu significado era basicamente religioso, simbolizava a purificação, configurando a ideia de desobediência a Deus e ilustrando a imagem do Inferno.

Fortemente influenciada pelo poder civil, a Inquisição tornou-se, por vezes, meio de desembaraçar-se de inimigos políticos indesejáveis e culpada de crueldades e torturas que hoje são vigorosamente repudiadas. 

Cardeal Alessandro Farnese, futuro Paulo II - Rafael

A Inquisição Medieval desenvolveu-se como instituição nas primeiras décadas do século XIII, quando foram constituídos tribunais eclesiásticos para julgar os albigenses. De acordo com os decretos do Concílio Francês (1229) em cada paróquia devia instalar-se um tribunal eclesiástico presidido por um legado de Gregório IX e constituído por um sacerdote e dois leigos.


Papa Paulo III - Ticiano

Estes tribunais foram substituídos pela Inquisição Papal, instituída directa­mente por Gregório IX, confiada por ele aos dominicanos. Entre 1230 e 1235, Gregório IX enviou inquisidores a várias partes da Europa para julgar casos de suspeita de heresia. Estes juízes constituíram a Inquisição Medieval. Embora nomeados pela Santa Sé, só era permitido aos inquisidores trabalhar com a cooperação do bispo diocesano.

Quando um acusado de heresia era levado ante a Inquisição, a confissão e o arrependimento davam como resultado apenas um castigo simbólico. Porém, se o acusado se obstinava na sua heresia, era entregue às autoridades seculares, pois o estado considerava a heresia uma traição à pátria. Ao réu era negada a defesa, permitia-se o testemunho de hereges e excomungados contra eles e  usavam-se  muitas vezes torturas cruéis para arrancar confissões. Uma variante da Inquisição Medieval foi a Inquisição Espanhola fundada pelos Reis Católicos em 1478, que julgavam a uniformidade religiosa desejável e útil ao Estado. Exerceram grande pressão sobre judeus e mouros para que se convertessem ao cristianismo. Para evitar a expulsão do país, muitos cederam. Diante de incontáveis denúncias, fundamentadas amiúde em questiúnculas pessoais, os reis criaram a Inquisição para examinar a sinceridade das convicções cristãs de suspeitos hereges.

Os principais inquisidores eram sempre clérigos aprovados pela Igreja. Judeus e mouros convertidos, chamados cristãos novos ou marranos, despertavam mais facilmente a suspeita de ter recaído na heresia. Eram logo denunciados à Inquisição, julgados e punidos. Outros crimes além de heresia estavam sob a jurisdição deste tribunal.

Fontes:

Opera Mundi

Estórias da História

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terça-feira, 20 de julho de 2021

A GUERRA FRIA PELA CONQUISTA DO ESPAÇO TEVE COMO PONTO MAIS ALTO O DIA 20 DE JULHO DE 1969: NEIL ARMSTRONG TORNA-SE O PRIMEIRO HOMEM A PISAR A LUA. A UNIÃO SOVIÉTICA QUE VINHA LIDERANDO A CORRIDA(GUERRA) ESPACIAL, PERDE AOS 45 MINUTOS DO SEGUNDO TEMPO.

Neil ArmstrongMichael Collins e Edwin Aldrin

No dia 20 de Julho de 1969, o astronauta norte-americano Neil Armstrong, torna-se o primeiro homem a pisar a lua. Naquele dia, após descer do módulo lunar Eagle (águia), ele pronuncia estas palavras:

“Este é um pequeno passo para o homem, mas um  salto gigantesco para a humanidade".

O esforço norte-americano de enviar astronautas à lua teve origem num apelo do presidente John Kennedy feito numa sessão especial conjunta do congresso, em 25 de Maio de 1961. "Acredito que esta nação pode comprometer-se em atingir este objectivo antes que esta década termine, em colocar um homem na lua e fazê-lo retornar à Terra", disse o presidente na ocasião.

Na época, Os Estados Unidos ainda estavam atrás da União Soviética em conquistas espaciais. A corajosa proposta de Kennedy foi bem recebida pela opinião pública norte americana. Em 1966, após cinco anos de trabalho feito por uma equipa internacional de engenheiros e cientistas, a NASA dirigiu a primeira missão Apolo não tripulada, testando a integridade estrutural do veículo de lançamento proposto combinado com a nave espacial. Em 27 de Janeiro de 1967, uma tragédia abateu-se no centro espacial de Cabo Canaveral, quando o fogo se instalou na cabine da Apolo ainda na plataforma de lançamento. Três astronautas morreram no acidente.

Buzz Aldrin em continência à bandeira  norte americana

A despeito do contratempo, a NASA prosseguiu e, em Outubro de 1968, a missão Apolo 7, a primeira tripulada, orbitou a Terra e testou com sucesso muitos dos sofisticados sistemas necessários para concretizar uma viagem à lua. Em Dezembro do mesmo ano, a Apolo 8 levou três astronautas ao lado oculto da lua, trazendo-os de volta. Em Março de 1969, a Apolo 9 testou o módulo lunar pela primeira vez em órbita terrestre. Em Maio, finalmente, os três astronautas da Apolo 10 fizeram o primeiro voo orbital em torno da lua num ensaio geral para a missão de desembarque lunar programada para Julho.


No dia 16 de Julho, a Apolo 11 parte do Centro Espacial Kennedy com os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin Jr. e Michael Collins a bordo. Armstrong, um piloto de provas civil de 38 anos, era o comandante da missão. Depois de percorrer 385 mil quilómetros em 76 horas, a Apolo 11 entrou em órbita lunar no dia 19 de Julho. No dia seguinte, o modulo lunar Eagle, tripulado por Armstrong e Aldrin, separou-se do módulo de comando, onde Collins permaneceu. Duas horas mais tarde, o Eagle começou a sua descida à superfície lunar. 


Cinco horas após a programação oficial, Armstrong abriu a escotilha do módulo lunar. À medida que descia a escada do módulo lunar, uma câmara de televisão acoplada ao aparelho registava as suas acções e transmitia o sinal à Terra, onde centenas de milhões de olhos colados às televisões o acompanhavam com enorme excitação. Entretanto Armstrong pronuncia a sua famosa frase, que mais tarde sustentou ter sido levemente alterada.

"Buzz" Aldrin juntou-se a ele posteriormente e juntos tiraram fotos do terreno, colocaram uma bandeira dos Estados Unidos, fizeram algumas experiências científicas simples e falaram com o presidente Nixon via Houston. Entretanto ambos os astronautas regressaram ao módulo lunar e a escotilha foi fechada. Os dois dormiram naquela noite na superfície da Lua. Já no dia 21 a Eagle começou a levantar voo lentamente para se acoplar novamente ao módulo de comando. 

Entre os vários itens deixados na superfície da lua havia uma placa que dizia: 

"Aqui, homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez o solo da lua – Julho de 1969 d. C."

"Viemos em paz em nome de toda a humanidade." 


Vídeo da chegada do ser humano à Lua



Fontes:

Estórias da História

Arapiraca CEFET MG

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segunda-feira, 19 de julho de 2021

18 DE JULHO DE 0064: GRANDE INCÊNDIO DE ROMA, ATRIBUÍDO A NERO.

                   

O incêndio de Roma, 18 de julho de 64, óleo de Hubert Robert


O imperador Nero Lúcio Domécio Aenobarbo (54-68), filho de Agripina, a Menor, irmã do imperador Calígula e quarta esposa do Imperador Cláudio, que o adotou, tendo-lhe prometido a sucessão, foi proclamado imperador ainda muito jovem.

Dotado de grande inteligência, com qualidades artísticas e literárias bastante grandes, pois tinha como precetores o filósofo Séneca e o prefeito dos pretorianos Burro, durante os primeiros anos do seu governo mostrou-se tolerante para com a população, o exército e a administração que o admiravam, ao contrário do seu antecessor Cláudio.

Porém, para além destas qualidades, Nero era um homem extremamente vaidoso, dado à luxúria, prepotente e sanguinário. Mandou assassinar o irmão, Britânico, a mãe, as suas esposas Octávia e Popeia Sabina e até Séneca, para além de inúmeros patrícios, cavaleiros e senadores que ele próprio matou no Circo, aclamando-se como gladiador ou queimando-os vivos para dar como oferenda aos deuses.

Como se isto não bastasse, aparecia em público a cantar e tocar lira e quem não aplaudisse as suas melodias e encenações ficava sujeito a ser condenado à morte.

É evidente que ao adotar esta conduta, a maior parte dos seus súbditos perdeu o respeito ao imperador. Foi assim que, a 18 de julho do ano de 64, deflagrou um gigantesco incêndio em Roma, destroçando 10 das 14 zonas da urbe, três das quais ficaram completamente destruídas, dando a Nero a possibilidade de se apropriar de uma parte dos terrenos, nos quais mandou edificar, mais tarde, a sua sumptuosa residência, a Domus Aurea, que se opõe à miséria de uma Roma destruída pelo incêndio.

Nero foi apontado como o seu principal causador, já que enquanto a cidade era consumida pelas chamas, e segundo as fontes, Nero deleitava-se a contemplar o cenário, tocando a sua lira. O povo amotinou-se e, para calar as suspeitas, o imperador resolveu perseguir os membros de uma nova seita judaica, os cristãos, iniciando, assim, a primeira grande perseguição a esta religião nascente.

Esta catástrofe inspirou a Nero o projeto de uma nova cidade que se baseou, não na criação de novos bairros, mas na reconstrução racional dos destruídos, segundo os princípios até então não experimentados que se baseavam nos alinhamentos retificados, na altura limitada dos edifícios, nas ruas ladeadas por pórticos, na proibição de paredes-meias, etc. Por outras palavras, pode-se dizer que foi a primeira tentativa de criar um urbanismo racionalizado e disciplinado, que até aí se tinha desenvolvido desordenadamente.

No ano de 65, uma conspiração foi organizada contra Nero que, aterrorizado, ordenou inúmeras execuções. Em 68, várias rebeliões estalaram em vários pontos do Império e Nero não se atreveu a pedir a colaboração dos exércitos fronteiriços leais. Os pretorianos abandonaram-no, sendo proscrito pelo Senado. Vendo-se sozinho, acabou por se suicidar.

Parte do filme QUO VADIS, 1951, que retrata o incêndio de Roma.


Fonte:

Estórias da História


sábado, 17 de julho de 2021

HAVANA 17 DE JULHO DE 2021: APÓS MANIFESTAÇÕES CONTRÁRIAS AOS GOVERNO CUBANO. OCORRE MANIFESTAÇÃO EM APOIO A REVOLUÇÃO CUBANA QUE REÚNE MAIS 100 MIL PESSOAS


Primeiros manifestantes começaram a chegar ao Malecón ainda na madrugada; presidente Díaz-Canel e Rául Castro participam do evento.

Cerca de 100 mil pessoas, segundo o governo de Cuba, participam, desde as primeiras horas deste sábado (17/07), de uma manifestação no Malecón de Havana em defesa da Revolução Cubana. Entre os presentes, estão o presidente Miguel Díaz-Canel e o ex-mandatário Raúl Castro.

Os primeiros participantes começaram a chegar à região por volta das 5h30 locais (6h30 em Brasília), e o ato começou às 7h (8h em Brasília). Segundo o Cubadebate, atos similares acontecem em diversas outras cidades do pais.

Díaz-Canel discursou no início do evento e afirmou que a reunião não acontecia ali “por capricho”. Ele pediu o fim do que chamou de “mentiras, infâmias e ódio”.


“Cuba é profundamente alérgica ao ódio, e nunca será terra de ódio. Não se constrói nada bom a partir do ódio. Experimentamos [o ódio] nestes dias nas redes sociais, que acompanharam esta campanha [de desestabilização] permanente”, disse.


“Uma mãe me contava ontem que sua filha adolescente perguntou se isso era Cuba, ao ver com lágrimas nos olhos as imagens dos atos de violência que alguns de seus amigos compartilharam no Facebook. Os donos destas redes, os donos de seus algoritmos, abriram caminho para o ódio sem o mínimo controle ético das portas de suas poderosas plataformas”, prosseguiu Díaz-Canel.

O presidente cubano voltou a acusar grupos dos EUA de envolvimento, nesta semana, nos episódios que considera serem de desestabilização.

“Aconteceu uma ‘infoxicação’ midiática financiada a partir da Flórida, nos EUA. Seu objetivo era incentivar distúrbios e instabilidade no país, aproveitando a crise da pandemia, o bloqueio recrudescido e as mais de 240 medidas impostas por Trump contra Cuba”, afirmou.


Gerardo Hernández, que fazia parte do grupo que ficou conhecido como Cinco Cubanos (agentes da inteligência da ilha que foram presos nos EUA no final dos anos 90 sob a acusação de conspiração para homicídio, mas que, segundo Havana, estavam em Miami para investigar organizações terroristas), também discursou no evento e falou em “orgulho nacional”.






Vídeo abaixo:

Povo Cubano vai às ruas pela Revolução

Twitter Presidência de Cuba

Fontes:

Twitter Partido Comunista de Cuba

Opera Mundi


EM 17 DE JULHO DE 1918, O ÚLTIMO CZAR DE TODAS AS RÚSSIAS É ASSASSINADO. ENCERRA A DINASTIA ROMANOV E A RÚSSIA CZARISTA

                 

17 DE JULHO DE 1918: EXECUÇÃO DO CZAR NICOLAU II E FAMÍLIA, PELAS AUTORIDADES BOLCHEVIQUES, EM EKATERINBURGO.

Último monarca da longa dinastia dos Romanov e derradeiro czar da Rússia, Nicolau II ascendeu ao trono em 1894, com 26 anos, sucedendo a Alexandre III.

Pautou-se por uma política absolutista, por vezes mesmo cruel, o que leva muitos historiadores a considerá-lo um monarca a quem faltava sentido político. Os desastres na guerra contra o Japão (1904-1905) suscitaram o descontentamento, que se viria a alastrar com a entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial. O país encontrava-se fortemente marcado pelas desigualdades, causadoras de grande revolta nas classes operárias, já fortemente influenciadas pelas ideias comunistas, que faziam greves incontroláveis.

A situação, de facto, era propícia a uma mudança radical. Em fevereiro de 1917, dava-se a Revolução Russa. Os revolucionários responsabilizaram o monarca pela repressão das manifestações populares, e a 3 de março de 1917, Nicolau II viu-se forçado a abdicar do trono. Era, aliás, uma decisão apoiada pela Alemanha, que desejava ver a Rússia fora do palco da guerra. A partir daí, o czar e a sua família foram aprisionados, primeiro no Palácio de Alexandre em Tsarskoye Selo, depois na Casa do Governador em Tobolsk e finalmente na Casa Ipatiev em Ecaterimburgo.

Nicolau II, a sua mulher, o seu filho, as suas quatro filhas, o médico da família imperial, um servo pessoal, a camareira da Imperatriz e o cozinheiro da família foram executados no porão da casa pelos bolcheviques na madrugada de 16 para 17 de julho de 1918. Mais tarde Nicolau II, a sua mulher e os seus filhos foram canonizados como mártires por grupos ligados à Igreja Ortodoxa Russa no exílio.

Durante muitos anos, circularam lendas que evocavam a sobrevivência de alguns membros da família. Foi preciso esperar pela década de 90 para que os cientistas provassem, através de análises ao ADN(DNA), que os restos descobertos do czar e da sua família lhes pertenciam efetivamente, e que ninguém sobrevivera.

Estórias da História

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GUERRA CIVIL ESPANHOLA: PALCO DE TESTE DAS ARMAS DA ALEMANHA NAZISTA. UMA GUERRA CIVIL, QUE GANHOU CARÁTER INERNACIONAL: PELA PARTICIPAÇÃO DE ESTRAGEIROS NOS CAMPOS DE BATALHA.

As facções em luta no início do conflito (Verão de 1936); a zona nacionalista está em azul, a republicana a vermelho, e o verde expressa os avanços dos nacionalistas.

17 de Julho de 1936: Início da Guerra Civil Espanhola com a insurreição das forças instaladas em Melilla, contra o poder republicano.

 A guarnição espanhola de Melilla subleva-se contra o governo republicano no dia 17 de Julho de 1936. É o começo de uma guerra civil de três anos e um prelúdio aos horrores da Segunda Guerra Mundial. A acção do dia 17 de Julho que tentou derrubar o governo republicano, no entanto, foi derrotada parcialmente. No entanto, causou profunda crise política no governo. Mais tarde, o decorrer dos factos deu abertura para o estabelecimento do regime franquista, que permaneceu no poder em Espanha até 1975.

A jovem república espanhola era à época vítima de uma espiral de violência, resultado da instabilidade política, tendo como consequência várias centenas de mortos. Poucos meses antes, a Frente Popular, em 16 de Fevereiro, conquistava uma vitória eleitoral e o confronto tornou-se inevitável após o assassinato do deputado monárquico José Calvo Sotelo em 13 de Julho.

A sublevação militar, chamada de “Glorioso Movimiento”  para os seus chefes, era resultado de um plano preparado minuciosamente por um longo período. A principal inspiração foi o general  Emilio Mola, ex-chefe de polícia e que se tornou governador militar de Pamplona, região de pequenos proprietários de terra carlistas e católicos, ferozmente hostis à República, a Navarra.

                                             Emilio Mola foi inspiração para o movimento golpista

No dia seguinte, Franco deixa o seu posto nas Ilhas Canárias e viaja secretamente para Melilla, desembarcando dois dias mais tarde na Andaluzia com as suas tropas. Tratava-se essencialmente de marroquinos muçulmanos ou "mouros" e soldados da Legião Estrangeira. Guarnições de muitas das grandes cidades também se sublevam, mas uma boa parte do exército permanece fiel ao governo.

Em três dias, os rebeldes "nacionalistas" tomam a Galiza e a Velha-Castela, perto da fronteira com Portugal, bem como parte de Navarra, Leão e Astúrias. Em Navarra e Aragão, os insurgentes beneficiam do apoio das milícias carlistas, os requetés. Eram camponeses-soldados bem treinados, católicos fervorosos e entusiasmados monárquicos. O carlismo era um movimento político tradicionalista de carácter antiliberal e contra revolucionário surgido na Espanha no século XIX.

Os nacionalistas conseguem penetrar também na Andaluzia, Córdova, Granada e Cádis, com a ajuda de batalhões mouros e de unidades da Legião. Contudo, em Barcelona, são repelidos pelas milícias operárias. Fracassam também em Valência e no Levante Mediterrâneo.

                                                       Hoje ponto turístico, cidade de Melilla foi em 1936 cenário de confronto civil

Os nacionalistas contavam com uma rápida rendição do governo, porém grandes cidades  escapavam-lhes ao controlo – Madrid, Barcelona, Valência. Elas conseguiram manter-se principalmente no Sul com a ajuda de tropas marroquinas.

O general Mola projecta então tomar Madrid fazendo convergir sobre a capital quatro colunas de tropas, combinando a sua acção com a insurreição de civis madrilenos, supostamente partidários do governo mas na verdade favoráveis ao ‘Movimento’. Era o que a história consagrou como a Quinta Coluna.

A manobra, porém, fracassa diante da mobilização inesperada da população. A capital permanece em mãos das tropas legalistas comandadas pelo general. Ao cabo dos 3 dias de Julho - 18, 19 e 20 de Julho – a Espanha emerge dividida em dois, com uma ligeira vantagem do governo, que mantém sob o seu controlo as principais zonas industriais, bem como 14 milhões de habitantes contra 10,5  milhões dos insurgentes. Era o início da guerra civil.

A guerra civil prolongou-se durante dois anos e meio, opondo exércitos de mais de 800 mil homens em cada lado, com apoio activo do estrangeiro. E, ao internacionalizar-se, iria servir de ensaio para a guerra que se iria travar na Europa contra o nazismo e o fascismo. Com efeito, a Alemanha nazi iria testar em Espanha algumas das suas armas mais modernas, inclusive em Guernica que se tornaria símbolo do terror nazi.

Um dado a considerar no resultado da guerra civil espanhola é que nas vésperas do golpe de Estado militar de Franco, as divisões da Frente Popular e os excessos da ultra-esquerda eram latentes.

A frente de esquerda tinha a legitimidade das urnas para levar adiante uma revolução social. Contudo a acção de pequenos grupos que enveredaram para a pilhagem e os assassinatos, especialmente no Norte, debilitaram-na. Entre esses grupos destacaram-se a Confederación Nacional del Trabajo e Federación Anarchista Iberica, ambas anarquistas e o Partido Obrero de Unificaciòn Marxista de ultra-esquerda.

Os militantes do POUM eram vistos com hostilidade pelo Partido Comunista Espanhol. Essas rivalidades entre os partidos de esquerda atingiriam o auge em Barcelona em 1937 quando ocorreram violentos embates fratricidas. Esses episódios enfraqueceram gravemente o campo republicano durante anos.

Fontes: 

Opera Mundi

Estórias da História