terça-feira, 10 de agosto de 2021

ATENÇÃO MUNICÍPIO DE ITAJUÍPE: COLETA DE LIXO(resíduos sólidos) SERÁ NOTURNA A PARTIR DE 31 DE AGOSTO.



A Prefeitura de Itajuípe realiza, a partir do dia 31 de agosto, a mudança na coleta de lixo da cidade para o período noturno. A medida tem por objetivo ampliar a atuação do município na coleta de outros resíduos e entulhos no período da manhã e da tarde.

Para a realização desta mudança, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, através da Diretoria de Iluminação, tem realizado a instalação de postes ao longo do percurso, que agora será realizado pelos veículos do município no período noturno.

Para o Secretário de Desenvolvimento Urbano, Itamar Almeida Chagas, “é uma mudança importante, pois nos dá maiores condições de atender à demanda pela coleta durante um tempo ainda maior”, ressaltou.

Além da ampliação dos serviços de coleta de entulhos durante o dia, também serão beneficiadas as obras em andamento no município, que terão à sua disposição equipamentos como caçambas utilizadas na coleta diurna para transporte de materiais e outros serviços, bem como a inclusão de serviços como coleta seletiva de materiais recicláveis.

Outra pauta importante sobre a coleta de resíduos sólidos é a defesa realizada pelo prefeito Marcone Amaral para a implantação de aterros sanitários regionais, com tratamento adequado ao lixo coletado nos municípios.

Para o Prefeito Marcone Amaral “Esta mudança é significativa para o nosso município, pois além da ampliação da atuação de nossa equipe da limpeza urbana, proporcionará uma melhoria significativa nas condições de trabalho para os nossos servidores, que ficarão menos expostos ao sol durante a coleta do lixo doméstico. Nossa luta é ampliar estas melhorias até que seja possível a implantação dos aterros sanitários regionais”, declarou.

Nesta quarta-feira, 11, o Secretário de Desenvolvimento Urbano, Itamar Chagas, dará entrevista à Rádio 104.9 FM Cidade Nova de Itajuípe, às 11 horas, sobre as melhorias para a coleta de resíduos e outras ações sociais desenvolvidas pela pasta, com transmissão ao vivo pelo Facebook @itajuipeoficial.


COM INFORMAÇÕES:


iPOLÍTICA

A REALIDADE DO ESPORTE BRASILEIRO É ESSA: CINCO ATLETAS DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA EM TÓQUIO SÃO MOTORISTAS DE APPS.



A edição em casa, na Rio 2016, foi histórica, com recorde de atletas na delegação brasileira e o melhor resultado de todos os tempos. Agora, com 309 integrantes, a delegação de atletas do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio é o segundo maior em 101 anos de participação do país nas Olimpíadas. Mesmo com todos esses números positivos, atletas brasileiros ainda passam por apertos por conta da falta de investimentos no esporte.

Enquanto treinam arduamente, muitos esportistas, com e sem índices, fazem contas, promovem rifas e vaquinhas e trabalham em bicos para obter meios de financiar a principal empreitada da vida deles. Quando as receitas secam por falta de patrocínio, sobram poucas alternativas.

Outra profissão para manter a renda

Dos 309 atletas que estão representando Brasil em Tóquio, 33 atletas tem outras profissões para se manterem, como por exemplo, vendedor, empresário, professor, e por aí vai. Ou seja, 10% da delegação sequer vive do esporte que pratica, onde 15% destes atletas são motoristas de app. Segundo reportagem da Revista Veja, o atleta do decatlon Jefferson de Carvalho Santos, 25, que treina em uma pista pública em São Bernardo do Campo, trabalha como motorista de aplicativo para pagar suas contas.

“Em vez de treinar em dois períodos e descansar no terceiro para me recuperar para o dia seguinte, eu faço todos os treinos pela manhã; à tarde e à noite eu trabalho como motorista de aplicativo” 

Jefferson de Carvalho Santos

Em março do ano passado, durante a primeira onda da pandemia, sem local para se preparar devido ao fechamento dos clubes e parques, Santos chegou a praticar o esporte em um gramado às margens da Rodovia dos Imigrantes, em Diadema, onde mora.

Pouco mais de 100 reais por dia

Hoje, as corridas (ao volante) lhe rendem pouco mais de 100 reais limpos por dia, dinheiro suficiente para pagar o aluguel, o financiamento do carro e as despesas da casa. Sobra pouco para investir em equipamentos novos das dez modalidades que precisa exercitar diariamente.

O orçamento ficou apertado depois de perder seu último patrocínio, do Esporte Clube Pinheiros, que lhe rendia até janeiro deste ano cerca de 1 000 reais por mês. A Bolsa Atleta, paga pelo governo federal, atrasou em 2021 e ainda não foi paga. Os valores variam de 925 reais (atletas nacionais) a 1.850 reais (internacionais). Para os atletas olímpicos, o valor sobe para 3.100 reais.

“Se eu tivesse algum tipo de ajuda nesta reta final de preparação, poderia me dedicar exclusivamente para a obtenção da vaga olímpica”, diz o esportista.

Investimentos X resultados

A relação “investimento X resultado” não é uma coincidência. Sabe-se que cinco atletas que ganharam medalha até agora em Tóquio são patrocinados por grandes empresas como Avon, Adidas, Coca-Cola, Nike e Oi.

  • Ítalo Ferreira: Red Bull, Oi
  • Kelvin Hoefler: Banco BV, Monster Energy e empresas de Skate
  • Rayssa Leal: Nike, Monster Energy e BB
  • Daniel Cargnin: Dux Nutrition; Marinha
  • Mayra Aguiar: Avon, XP, Adidas, Coca Cola

De acordo com a matéria do Globo Esporte, dos 309 atletas que representam o país nas Olimpíadas de Tóquio, 231 recebem Bolsa Atleta. Desses 231, somente 87 atletas recebem Bolsa Pódio, que varia entre 5mil e 15 mil reais. 42% dos atletas que estão competindo pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de 2021 não têm nenhum patrocínio; 19% vivem com menos de R$ 2 mil de auxílio; 7% vivem com menos de R$ 1 mil de auxílio; 13% fizeram vaquinha pra ir aos jogos.

Atletas fazem investimentos do próprio bolso

Segundo uma matéria do Uol, depois de dizer aos repórteres de televisão que estava saindo de Tóquio orgulhoso por “colocar a canoagem em um lugar onde ninguém nunca imaginou”, o atleta Pedro Henrique Gonçalves da Silva, mais conhecido como Pepe Gonçalves, desabou. Eliminado na semifinal do K1 como penúltimo colocado da etapa na canoagem slalom dos Jogos Olímpicos de Tóquio, na sexta (30), ele abraçou o assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) e caiu no choro. Ficou alguns minutos ali, primeiro no ombro do amigo, depois ajoelhado chorando, até recuperar as energias.

Inicialmente, negou que estivesse chateado. “Chateado é uma palavra muito forte. Eu dei o meu máximo, deixei tudo na água, o que eu tinha e o que eu não tinha.” Depois, disse que estava “desapontado”. “O choro foi de saber que eu poderia estar com essa medalha no peito hoje, saber que eu estou pronto, saber que um detalhe me tirou da final. E o choro talvez seja mesmo por estar desapontado, por não ter entrado na final. Mas por outro lado estou orgulhoso, porque briguei de igual para igual num esporte que é feito por europeus, para europeus”.

E aí veio o desabafo. Primeiro, de fazer parte de uma modalidade que praticamente só acontece na Europa. “Eles toda vez tiram a gente da jogada, com campeonatos só na Europa, equipamentos só na Europa. A gente tem de fazer um esforço que eles não têm de fazer para participar deste esporte, destes campeonatos. A cada prova na Europa, os caras acabam e vão jantar com a mãe, com a esposa e com as filhas. A gente está no esporte de gaiato e fazendo história em um esporte que é feito por europeus e para europeus”, reclamou.

Mas o incômodo não é só com a estrutura internacional da canoagem. Como já havia feito Ana Sátila ontem (29), de forma mais discreta, depois de ficar sem medalha na final feminina do C1, Pepê reclamou de ter ficado quase todo o ciclo olímpico sem treinador. Ele fez duras críticas à CBCa, ressaltando, porém, que no último ano as coisas melhoraram.

“Fizeram escolhas depois da Rio-2016 que impactaram aqui. A gente ficou quatro anos sem treinador, a gente ficou quatro anos tendo que planejar da nossa cabeça algumas coisas, coisa que a gente não tem que fazer. Então o tempo que a gente tinha de gastar a energia só para entrar na água e treinar, a gente teve de ser o nosso treinador, o nosso preparador físico, a nossa logística”.

Pepê Gonçalves

“Talvez os erros que aconteceram hoje foram de um ciclo olímpico começando falho, já demitindo o Ettore Valti, que é o melhor treinador do mundo. Demitiram ele, demitiram o meu treinador. E vieram com uma ideia totalmente diferente, que impactou totalmente o nosso ciclo olímpico”, continuou. Segundo Pepê, ele teve que investir mais de R$ 100 mil do próprio bolso só comprando equipamentos, isso sem contar gastos com viagens, competições, treinamentos…

Ele fez questão de frisar, porém, que as coisas melhoraram no último ano. Em janeiro morreu João Tomasini, até então único presidente que a CBCa já tivera. Em março, a confederação elegeu como mandatário o gaúcho Jonatan Maia, então vice-presidente da gestão Tomasini.

“O Jonathan é muito aberto, a gente já expôs isso a ele, o COB também já está sabendo, e acredito que acabando aqui os Jogos de Tóquio, a gente já estará com a cabeça em Paris, e eles vão aprender com esses erros cometidos lá atrás”.

Pepê Gonçalves

Atletas militares recebem investimentos

O Governo Federal se define como principal patrocinador do esporte olímpico no Brasil, com recursos repassados anualmente pela Lei das Loterias, Lei de Incentivo ao Esporte e Bolsa Atleta. No dia 20 de julho, a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania lançou um guia completo com os 302 atletas brasileiros em Tóquio e detalhes do investimento do Governo Federal nos 242 que recebem Bolsa Família.

Segundo uma publicação do Governo Federal, “274 atletas têm o suporte da Bolsa Pódio, categoria mais alta do Bolsa Atleta, destinada aos esportistas mais bem posicionados no ranking mundial e com mais chances de medalhas olímpicas”, o que contraria o relato da reportagem do Globo Esporte. A publicação não esclarece o que seria esse “suporte” aos atletas.

Outra curiosidade é que atletas que estão inseridos na carreira militar têm investimentos. Segundo a publicação no site do Governo Federal, que pertence a pasta Cultura e Esporte, outro programa federal que garante incentivo aos esportes olímpicos é do Ministério da Defesa.

O Programa Atletas de Alto Rendimento, das Forças Armadas, investe cerca de R$ 38 milhões anuais em 540 atletas, que contam com direitos da carreira militar e suporte adicional à preparação para megaeventos. Dos 540 atletas que fazem parte do programa, 91 estão classificados para os Jogos Olímpicos, em 21 modalidades: 44 pertencem à Marinha do Brasil, 26 ao Exército Brasileiro e 21 à Força Aérea. Todos estão identificados nos perfis do guia lançado pelo Governo Federal.

Fonte:

Socialismo Criativo

sábado, 7 de agosto de 2021

EUA ACENAM COM PARCERIA MILITAR DO BRASIL NA OTAN, EM TROCA DO VETO A HUAWEI. A GUERRA FRIA RETORNA COM A ASCENSÃO DE UMA NOVA POTÊNCIA ECONÔMICA: CHINA!



Tema foi tratado em visita de conselheiro de segurança de Biden ao Brasil

Segundo matéria da Folha de São Paulo, o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, ofereceu ao governo Jair Bolsonaro apoio para que o Brasil se torne um sócio global da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em troca do veto à participação de empresas chinesas no 5G brasileiro.

A entrada do país no programa de cooperação dentro da aliança militar foi discutida com Sullivan e o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, na manhã desta quinta-feira (5) em Brasília. Sullivan esteve ainda no Palácio do Planalto, para encontro com o presidente Bolsonaro.

A política oficial de Washington é que a presença de fornecedores considerados não confiáveis —como a Huawei e outras empresas chinesas— em redes de comunicação de quinta geração impedem o aprofundamento na cooperação de defesa e segurança.

Por isso, o acesso do Brasil ao programa da Otan só seria possível sem a participação dos chineses no 5G brasileiro. Em tese, segundo explicou um interlocutor, a adesão do Brasil na parceria dependeria do aval de outros integrantes da Otan, mas o apoio americano é considerado determinante.

Ao acenar com a possível entrada do Brasil num projeto de cooperação da aliança, o governo Joe Biden tenta angariar o apoio da ala militar do governo Bolsonaro nos esforços contra a presença da Huawei nas redes de 5G.

A eventual ascensão do Brasil como “sócio global” da Otan permitiria aos militares condições especiais para a compra de armamentos de países que integram a organização. Também abriria mais espaço para a capacitação de pessoal militar nas bases da aliança ao redor do mundo.

A associação também cria mecanismos de assistência de membros da Otan em situação de conflito internacional. No caso de alguma operação militar em cenário de contenda, o Brasil poderia ser chamado a participar, mas estaria liberado a decidir não se envolver.

Na América do Sul, o único país que tem o status de “sócio global” da Otan é a Colômbia, o mais tradicional aliado dos EUA na região e com amplo histórico de cooperação militar com os americanos. Possuem o mesmo status Afeganistão, Austrália, Iraque, Japão, Coreia do Sul, Mongólia, Nova Zelândia e Paquistão.

Fonte:

Forças Terrestres

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

O BRASIL PRODUZ MAIS PETRÓLEO DO QUE CONSOME. PORÉM, IMPORTA PETRÓLEO, GASOLINA E DIESEL. ENTENDA...

Brasil nunca comprou tanta gasolina e diesel de outros países como nos últimos anos.| 
Foto: Daniel Castellano/Arquivo/Gazeta do Povo

O Brasil tem comemorado um recorde atrás do outro quando o assunto é produção de petróleo. Em novembro do ano passado o país superou, pela primeira vez em sua história, a marca de 3 milhões de barris de petróleo produzidos diariamente. E fechou o ano com outra marca histórica: 1 bilhão de barris na soma dos 12 meses, aumento de 7,8% em relação ao volume produzido em 2018. Mas, contraditoriamente, vem aumentando a importação de gasolina e diesel.

O salto da produção se deu, em grande parte, graças ao pré-sal, que em dezembro correspondeu a 66,8% da produção nacional, totalizando 2,1 milhões de barris por dia. Na comparação com o mês anterior houve aumento de 2,6% e, em relação a dezembro de 2018, uma alta de 40,6%. O campo de Lula, localizado na Bacia de Santos, foi o maior produtor, registrando 1 milhão de barris/dia de petróleo.

Produção nacional

País duplicou a produção de petróleo nas últimas duas décadas:

Por dia

Em milhões de barris/meses de dezembro:


A abundância de combustível fóssil poderia levar alguém a imaginar que, finalmente, o país não precisa mais comprar derivados de petróleo de ninguém, especialmente gasolina e diesel, e que também os brasileiros poderão pagar menos na hora de abastecer o carro. Na prática, porém, não passa de ilusão. Mesmo com a produção acima do que os brasileiros consomem, o Brasil continua a importar petróleo bruto e derivados. E mais: o país nunca comprou tanta gasolina e diesel de outros países como nos últimos anos.

Os números da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que em 2010 a importação de gasolina ficou em 3,2 milhões de barris. De lá para cá houve um salto enorme e, no ano passado, as importações chegaram a mais de 30 milhões de barris, quase dez vezes mais que há uma década. O mesmo aconteceu com diesel: em 2000 eram pouco mais de 36 milhões de barris importados e em 2019 o número passou de 80 milhões.

Importação de derivados de petróleo
País nunca importou tanto gasolina e diesel como nos últimos anos:

Total do ano, em milhões de barris:


Capacidade de produção de gasolina e petróleo pesado

A explicação para a crescente importação de derivados e dos preços altos, segundo especialistas, está em uma série de fatores, mas basicamente podem ser resumidos em quatro pontos: o aumento do consumo, a baixa capacidade das refinarias instaladas no Brasil, a qualidade do petróleo produzido pelos poços brasileiros, a alta carga tributária sobre combustíveis e a influência dos preços no mercado internacional.

“Nós produzimos petróleo pesado e nossa capacidade de refino desse tipo de óleo ainda é muito limitada, sem contar que falta tecnologia. Para conseguirmos processar esse petróleo nós temos que importar óleos finos de outros países. Outro problema é que somos um país de dimensões continentais, tornando mais fácil importar e transportar gasolina e diesel para algumas regiões do país, distantes dos centros nacionais de produção”, diz o professor Celso Grisi, da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Para o economista José Mauro de Morais, coordenador de Estudos de Petróleo no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a grande importação de gasolina e diesel está ocorrendo porque não houve os investimentos necessários em refinarias. “Foram planejadas refinarias imensas no Maranhão e no Ceará, mas não deram em nada. Então nós vamos ficar assim por muitos e muitos anos, já que não estamos investindo em refinarias”, prevê.

Na avaliação do economista do Ipea, a solução a médio e longo prazos será privatizar o setor de refino de petróleo para atrair investidores – a Petrobras quer vender oito refinarias até 2021. “Mas para isso será preciso manter a liberdade de preços. Se o empresário perceber que os preços estão sendo controlados pelo governo, ele não vai investir no Brasil.”

Sergio Massillon, diretor institucional da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom), tem avaliação semelhante sobre os motivos da importação de gasolina e diesel, mas vê isso como um fator positivo para o país. “A importação de derivados de petróleo é consequência da diferença entre a demanda e a capacidade de os produtores de combustíveis fósseis atenderem à esta demanda. Destarte, a importação é fator positivo pois evita o desabastecimento destes produtos no mercado brasileiro”, ressalva.

Massillon defende ainda que a importação permite “comparar os preços ofertados pelo mercado internacional com aqueles ofertados pelos produtores nacionais” e assim evitar “altas desnecessárias ou reduções com origem política que, no passado, resultaram em enormes prejuízos ao principal produtor, a Petrobras”.

Compra e venda de petróleo bruto

Ritmo do crescimento das exportações foi maior que o da redução das importações:

Em milhões de barris:


Carga tributária e mercado globalizado

O preço da gasolina e diesel cobrado nos postos, segundo especialistas, não depende da produção nacional, apesar dos recordes recentes. Hoje, com a abertura do mercado brasileiro de petróleo e o fim das intervenções governamentais, os derivados passaram a ser regulados pelos preços internacionais.

“Antes da abertura do mercado, a Petrobras era monopolista e definia os preços de acordo com os interesses do governo. Os prejuízos da empresa eram cobertos pelo Tesouro Nacional, pelos contribuintes. Recentemente, com o mercado em livre competição, vieram outros ofertantes, ou seja, os preços passaram a ser regidos pelo mercado internacional. Mas não é só isso: a carga tributária é muito alta, de tal maneira que grande parte do preço da gasolina e do diesel é composto por impostos – ICMS, PIS, Cofins, Cide. E há ainda o câmbio. O dólar alto também impacta o preço”, explica Mauro de Morais.

Apesar de todos esses problemas, o economista do Ipea ressalta que o preço da gasolina no Brasil está na média mundial. “Na Noruega, por exemplo, a gasolina custa hoje ao consumidor mais ou menos R$ 7,70. Na França, R$ 6,80 e em Portugal, R$ 6,85. Vale observar que a Noruega é um grande produtor. Nesses países eles taxam alto os combustíveis fósseis e estão buscando outras fontes de energia. Não querem aumentar a poluição”, diz.

Para Mauro de Morais, no Brasil uma redução forçada dos preços da gasolina traria risco de destruir a produção nacional de álcool, que é um exemplo para o mundo, e quebrar financeiramente as usinas, que têm papel importante na economia.

Na avaliação do professor Celso Grisi, além do problema do "custo Brasil" – que inclui carga tributária, transportes, tarifas de embarque e desembarque nos portos, entre outros encargos –, e da cotação do dólar, a distribuição oligopolizada também afeta os preços. “São basicamente três grandes distribuidoras, conhecidas pelas marcas Shell, Ipiranga e BR Distribuidora”, cita ao defender maior abertura nesse setor.

Sergio Massillon vê a autossuficiência na produção de derivados não só como saída para melhorar os preços, mas também para a economia de divisas do país. “A decisão estratégica da Petrobras de desinvestir oito de suas refinarias reflete a necessidade de atrair investidores nacionais ou internacionais para suprir, com a expansão de parques de refino, a demanda brasileira”, diz o diretor da Brasilcom, entidade que tem entre seus membros empresas interessadas em adquirir refinarias da Petrobras.

Fonte:

Gazeta do Povo

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/gasolina-importacao-petrobras-producao/ 

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MERCADO APOIA E VÊ COM BONS OLHOS OS AUMENTOS NO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS. POR ISSO CONSUMIDOR, NÃO ESPERE GASOLINA MAIS BARATA. A TENDÊNCIA É AUMENTAR CADA VEZ MAIS.


   Combustíveis: pesadelo das distribuidoras é que falte infraestrutura para dar vazão ao potencial de consumo da população (Ricardo Moraes/Reuters)

Depois de quase três meses sob nova gestão, a Petrobras fez o primeiro aumento nos preços dos combustíveis da gestão Silva e Luna dia 07 de julho, acompanhando a valorização do preço internacional do petróleo. A companhia elevou o preço do litro da gasolina em 6% e do diesel em 3,7% Para o analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman, a decisão de ajustar os valores do diesel, gás de cozinha e gasolina nas refinarias foi uma surpresa positiva para o mercado.

Isso porque a empresa vinha demorando a fazer correções nestes valores. Desde que assumiu a presidência da companhia após a saída de Roberto Castello Branco, Silva e Luna tinha feito duas reduções nos valores, acompanhando reduções pontuais do preço do barril. No entanto, a cotação tem tido tendência de aumento. Em abril, o preço do petróleo estava na faixa de R$ 60. Hoje, está na faixa dos R$ 70.

"Esse zelo com as margens que foi mostrado é fundamental para o mercado. A gente vive um momento político quente e existem pressões vindas dos caminhoneiros, por exemplo. Mesmo assim, a Petrobras preservou as margens, o que a gente viu como bem simbólico e positivo", explica Ilan.

O analista destaca, porém, que ainda há uma defasagem de cerca de 14% nos valores da gasolina. Ou seja, a empresa ainda "deveria" aumentá-la para não perder dinheiro. Para ele, o aumento desta semana foi uma surpresa porque a defasagem estava na faixa de 20% há um tempo, sem sinalizações de ajuste. 

Com a alta, a companhia "tranquilizou" acionistas e o mercado que acompanham as contas da Petrobras de perto.

"A saúde financeira e as margens falaram mais alto. Isso não significa que o executivo não está com a caneta na mão, já que ele é acionista majoritário, mas acho que é bem simbólico", diz.

A precificação dos combustíveis é assunto delicado para acionistas, consumidores e Governo Federal porque a empresa sofreu interferências políticas em governos anteriores para represar aumentos, comprometendo o caixa e aumentando o risco de investidores e acionistas, além da própria dívida.

No entanto, o custo político de se fazer aumentos atrás de aumentos também precisou ser considerado nos últimos meses, tanto que divergências em como eles vinham sendo feitos culminaram na demissão de Roberto Castello Branco no início do ano pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em sua despedida da empresa, em videoconferência de resultados do ano 2020, Castello Branco chegou a mandar um alerta ao presidente da República. Ele usou uma camisa com a frase em inglês "Mind The Gap" (cuidado com o vão), em referência à possível distância entre o preço internacional e o que a empresa estava sendo cobrada por praticar.

Desde que assumiu, Silva e Luna reforçou que mantém a estratégia adotada pela gestão anterior, de focar investimentos no pré-sal, e otimizar os resultados financeiros para os acionistas, o que tem sido bem visto pelo mercado financeiro e especialistas do setor de petróleo. Desde 2018, a empresa tem vendido campos de petróleo de águas rasas, negócios secundários e vai abrir mão do monopólio do refino do petróleo no país.

Exame Negócios

PETROBRAS DIVULGA BALANÇO TRIMESTRAL HOJE DIA 04 DE AGOSTO: O QUE ESPERAR DA MAIOR ESTATAL BRASILEIRA?

            

REDUÇÃO DA DÍVIDA;

ALTA NA RECEITA E NO LUCRO;

COMBUSTÍVEIS SUBINDO DE PREÇO;

ALTOS DIVIDENDOS PARA OS ACIONISTAS.

DEVEM COMPOR OS RESULTADOS FINANCEIROS DA PETROBRAS NESTE SEGUNDO TRIMESTRE.

Os primeiros resultados financeiros da Petrobras com o general Silva e Luna realmente à frente da gestão da companhia serão conhecidos nesta quarta-feira, 4.

Quando a empresa divulgou o balanço do primeiro trimestre, em abril, Silva e Luna já era o presidente, mas aqueles dados mostraram ainda todo o fim da gestão de Roberto Castello Branco. Agora, os dados da nova gestão virão à tona.

O balanço do segundo trimestre da petroleira deve trazer bons resultados, influenciados principalmente devido ao preço do petróleo, alta na produção trimestral e à continuidade da política de venda de ativos que a gestão tem mantido desde que assumiu o comando da Petrobras.

No primeiro trimestre, o preço do barril de petróleo era negociado em média em 61 dólares. Agora está em 69.

O mundo vive um movimento de alta na demanda pelos combustíveis, enquanto a oferta ainda segue “apertada” pelos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Eles até decidiram abrir as torneiras dos poços, mas num ritmo lento, de modo a manter os preços da commodity em alta.

Quanto à produção, a Petrobras teve um crescimento de 1,4% neste segundo trimestre em comparação com o primeiro deste ano, com destaque para aumento do pré-sal.

No total, a produção do primeiro semestre de 2021 foi ligeiramente menor do que o mesmo período de 2020. O motivo: a venda de campos maduros em terra sem interesse comercial para a Petrobras.

Os dados da produção trimestral, divulgados mês passado, também mostraram que as exportações de petróleo subiram 45,4% no segundo trimestre contra o trimestre anterior e avançaram 8% na comparação com um ano antes, para 743 mil barris por dia.

Com a combinação de fatores positivos, a companhia deve apresentar uma receita de 98 bilhões de reais, EBITDA de 47 bilhões de reais e lucro líquido de 5,6 bilhões de reais segundo projeções da Ativa Investimentos.

Quanto à produção, a Petrobras teve um crescimento de 1,4% neste segundo trimestre em comparação com o primeiro deste ano, com destaque para aumento do pré-sal.

No total, a produção do primeiro semestre de 2021 foi ligeiramente menor do que o mesmo período de 2020. O motivo: a venda de campos maduros em terra sem interesse comercial para a Petrobras.

 

Os dados da produção trimestral, divulgados mês passado, também mostraram que as exportações de petróleo subiram 45,4% no segundo trimestre contra o trimestre anterior e avançaram 8% na comparação com um ano antes, para 743 mil barris por dia.

Com a combinação de fatores positivos, a companhia deve apresentar uma receita de 98 bilhões de reais, EBITDA de 47 bilhões de reais e lucro líquido de 5,6 bilhões de reais segundo projeções da Ativa Investimentos.

Isso porque após reduzir o endividamento para abaixo deste valor, a empresa aciona uma política de distribuição de dividendos nova, mais generosa aos acionistas.

Desde a gestão de Pedro Parente, no governo de Michel Temer, a empresa tem focado em reduzir o endividamento e a alavancagem, que dispararam nos anos anteriores.

Na gestão de Roberto Castello Branco, foi colocado em prática um plano ambicioso de venda de diversos ativos, como refinarias, poços de petróleo em terra e águas rasas.

A empresa também abriu mão de participar de negócios que não tinham a ver com o foco de explorar e produzir petróleo das águas profundas do pré-sal. Um dos exemplos foi a venda da participação da BR Distribuidora.

Os dados da produção de petróleo do segundo trimestre mostram que o pré-sal já é responsável por 70% do óleo da companhia.

Para analistas, a marca é positiva porque esses poços podem ser mais produtivos e de baixo custo de operação como alguns nos países do Oriente Médio, fonte de boa parte da energia consumida no mundo.

Mesmo com a perspectiva de bons resultados financeiros no trimestre, parte do mercado ainda não se convenceu de que a empresa superou a turbulência do início do ano, quando a Presidência da República trocou o comando da petroleira devido às altas dos combustíveis.

Como a empresa segue a paridade internacional do petróleo para precificar o diesel e a gasolina, se o petróleo sobe, os derivados também sobem para os consumidores internos do país.

Em relatório sobre os 100 dias da gestão de Silva e Luna, o banco BTG Pactual manteve a recomendação de compra de ações como neutra e afirma que ainda existe uma defasagem entre os preços internacionais da gasolina e o cobrado pela Petrobras nas refinarias.

Ou seja, apesar dos protestos de consumidores, os combustíveis saem abaixo do que deveriam para a empresa.

Mas, fora isso, a continuidade na política dos desinvestimentos e o foco no pré-sal dão boas perspectivas para a Petrobras, que deve apresentar nos próximos meses seu novo plano quinquenal, em que devem ser vistos para onde a maior empresa brasileira quer caminhar num mundo em transformação energética.

Exame Negócios

terça-feira, 3 de agosto de 2021

INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO É UM DOS MAIS RENTÁVEIS EM TERMOS ECONÔMICOS, DIZ EX-MINISTRO RENATO JANINE RIBEIRO

                                              Renato Janine Ribeiro (Foto: ABr)

Em entrevista ao programa Boa Noite 247, da TV 247, presidente da SBPC diz que Brasil, com somente 30% da população com condições para desenvolvimento educacional, poderia render muito mais caso ampliasse este panorama: “multiplicaríamos nossa criatividade e nossa produtividade várias vezes”

Ex-ministro da Educação e novo presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), Renato Janine Ribeiro falou à TV 247 sobre a falsa oposição entre economia e investimento em conhecimento.

Segundo Janine Ribeiro, o Brasil, como país que oferece somente a 30% da população as condições necessárias para um bom desenvolvimento educacional, já conseguiu feitos muito relevantes, como chegar a ser a sexta economia do mundo, por exemplo. Porém, ele ressalta: o que não poderia ser feito se as condições fossem oferecidas a 100% da população?

“Um país como o Brasil, que tem apenas 30% da população com todas as oportunidades em termos não só de educação, mas de moradia, alimentação, saúde e transporte, e tem 70% abaixo desse piso de oportunidades, um país assim está rendendo muito menos do que poderia. Se nós conseguimos ser a sexta ou sétima economia mundial desse jeito, se conseguimos chegar a ser o 12.º país em produção científica qualificada rendendo com 30% da população, imagine se nós tivermos 100% da população com as oportunidades? É óbvio que nós vamos multiplicar nossa criatividade e nossa produtividade por várias vezes. Vamos ter um potencial realizado muito maior”. Ele ainda afirmou: “investimento em educação é um dos mais rentáveis do ponto de vista econômico. Você cria uma mão de obra qualificada.”

Segundo o ex-ministro, o Brasil só será um país desenvolvido quando conseguir realmente avançar na produção de ciência. O foco somente em industrialização, segundo ele, já é coisa do passado. “O Brasil se industrializou, depois se desindustrializou. Hoje, a diferença não é exatamente agropecuária e extratividade versus indústria. Hoje é inteligência e ciência embutidas nos produtos versus não embutidas. Se você tiver um setor de indústria de alta complexidade ou um setor de serviços de alta qualificação científica, você é um país desenvolvido. Se não tiver, você está no subdesenvolvimento. E o Brasil está nesse subdesenvolvimento. Então ele tem que mexer nisso, os governos futuros e a sociedade brasileira têm que ter muita noção disso.”


Jornal da Ciência