domingo, 20 de novembro de 2016

20 de Novembro dia Nacioanal Consciência Negra

'Não quero ser o único negro em nenhum lugar', diz professor ofendido em SP.

Eduardo Schiavoni
Colaboração para o UOL, em Bauru (SP)


         
Um  mundo no qual um negro não tenha o peso de ser o primeiro e não precise ser o único. Assim o jornalista e professor universitário Juarez Tadeu de Paula Xavier, 57, descreve a sociedade na qual gostaria de viver. 
Alvo de mensagens racistas escritas por alunos da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Bauru, no interior paulista, em julho de 2015, Xavier tenta não levar o racismo como algo pessoal. "Acho que não foi uma crítica a mim, mas sim ao coordenador do Nupe [Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão]."
Xavier foi o único negro em sua sala durante a graduação, feita na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, no início da década de 1980. 

Nos anos 1990, foi o único negro no mestrado e o único no doutorado, ambos feitos na USP (Universidade de São Paulo). Hoje, é o único professor negro no Departamento de Comunicação Social da Unesp em Bauru, onde trabalha.
"Costumo dizer que sou a manutenção da cota em vários lugares pelos quais passei. Em muitos momentos, fui o único negro em muitas situações. Fui o primeiro negro a entrar na faculdade na minha família, fui o primeiro a se doutorar. Hoje não, temos mais doutores, mas eu era o único", lembra. "Tenho orgulho de ter sido o primeiro, mas não quero ser o único. E desejo que nenhum negro precise carregar o peso de nenhuma dessas situações", relata.


“É difícil achar um negro que não tenha vivido constrangimento racial. Não é a primeira vez que sofro uma situação semelhante na universidade. Hoje sou um homem velho, tenho aprendido a reagir”
Juarez Xavier, professor da Unesp
                                                                       Malavolta Jr./Unesp
O jornalista fala em evento sobre as ofensas recebidas na Unesp

Ele conta, porém, que vê uma "mudança extraordinária" da década de 1980 para os dias atuais. "Estudei durante a ditadura, e o estudante hoje tem uma chance de debater que nem sempre existia. Na questão racional, o panorama era ainda mais restrito. Como exemplo, fizemos um evento, em 1983, na PUC, para debater a experiência negra na academia, mas não havia negros debatendo. Os debatedores eram os professores Octávio Ianni e Florestan Fernandes, ambos brancos."

Um dicionário que tirou do rumo do crime.

Quando fala sobre sua trajetória, o professor é econômico com as palavras. Nascido na Vila Mazzei, zona norte da capital, é filho de um caminhoneiro e uma empregada doméstica. 
O pai foi preso nos anos 1960 e acabou morto em 1970. Com isso, teve de abandonar a escola aos dez anos e só voltou a estudar depois dos 17. "Nesse meio tempo, comigo ainda criança, minha mãe teve a sabedoria de praticamente me internar em um centro de candomblé, e lá refiz minha vida", conta.
O professor também lembra com carinho de seu Anísio, comerciante do bairro que deu a ele a primeira oportunidade profissional. "Ele tinha uma quitanda e me empregou, contra todas as expectativas e estatísticas. Ele também era dono de uma banca de jornal e me colocou para trabalhar lá e me obrigava a ler os jornais e revistas. Também me deu o primeiro livro, um dicionário de língua portuguesa. Hoje tenho muitos livros, quase milhares, mas tenho um lugar especial para esse", conta. 
   Dedicatória do 1º livro do professor: "Que      este dicionário 'silva' para iluminar sua            mente', assinada por seu amigo Anísio

"Seu Anísio me ajudou a não trilhar o caminho do crime. Infelizmente, ele morreu nos anos 1970 sem eu poder mostrar que tinha entrado na universidade. Gostaria de ter agradecido a ele."

Adolescente, deixou a Vila Mazzei e foi trabalhar em uma metalúrgica. Lá, conheceu Milton Garcia, que o incentivou a voltar a estudar. "Fiz supletivo do primeiro e do segundo grau. Depois, fiz um concurso para o INSS, passei e comecei a trabalhar", diz.
"O Milton foi fundamental. Me instigava, perguntava se eu ia querer ser peão a vida inteira. Não fosse ele, certamente eu não teria voltado a estudar."
Sob a influência dele, fez o cursinho oferecido pela Escola Politécnica, na USP, e prestou história, na própria USP, e jornalismo, na PUC. Optou pela PUC. "O jornalismo falou mais alto. Durante a graduação, tive contato com o movimento negro e militei no movimento estudantil. Mas saí devendo parcelas", conta.
                                                     Dicionário de língua portuguesa presenteado pelo seu primeiro empregador tirou o professor Juarez do rumo do crime.

'Macaco'

De fala serena e articulada, o professor, casado há mais de 20 anos e pai de uma filha de 18 anos, prefere não levar para o campo pessoal as ofensas que sofreu. Em julho de 2015, pouco depois da implantação do sistema de cotas na Unesp, ele foi chamado de "macaco" em uma série de pichações racistas nos banheiros da universidade. 
Pelo sistema, 15% das vagas da universidade são reservadas para pessoas de escola pública e, dentre esses, 35% são de negros. A ideia é que, em 2018, esse total chegue a 50%. 
O professor relata que, em sua concepção, a sociedade brasileira, incluindo a universidade, privilegia uma classe média, branca, patrimonialista, urbana e escolarizada e que as ofensas, por paradoxal, são um indicativo que mudanças estão ocorrendo. 
"Nas universidades, esse é o perfil majoritário, mesmo não sendo esse o perfil social brasileiro. É o que chamo de cota ao inverso. Quando isso começou a ser mudado, as reações vieram. Passamos a ter alunos de escola pública e alunos negros, que não existiam em alguns cursos. Isso criou uma situação nova na universidade", disse.
Além de Bauru, ele afirma que houve situações similares nos campi de Franca, Ourinhos, Presidente Prudente, Marília, Assis e São Paulo. "Isso mostra que é uma questão sistemática, não local. Paradoxalmente, em razão do sucesso dessa política, temos reações. Temos que dar um tratamento legal, já que se trata de um crime, e também pedagógico, para a universidade debater essa situação."
Ele ressalta ainda que a política de cotas, ainda que tenha causado reações, mostrou-se "muito positiva". "As meninas e meninos que ingressaram nos cursos tiveram bom desempenho e ampliou-se a diversidade epistêmica nas pesquisas da universidade, o que é muito favorável ao Brasil."
Ele afirma, entretanto, que o racismo no Brasil é expresso de forma mais indireta. "A pessoa não se sente confortável para expressar seu racismo. É um racismo velado. A pessoa não enuncia o desconforto em estar em frente a um negro, mas o olhar, o comportamento, o gesto, denunciam. É o segurar a bolsa, não sentar ao lado, mudar de calçada. São mecanismos e mostram que o negro é sujeito dessas ações."
Mas, para o professor, a mudança de atitude do próprio negro, que passou a não aceitar o preconceito, é a força motriz que ajuda a combater o racismo. 
"Graças à Constituição de 1988, que criminaliza o racismo, houve uma mudança no próprio negro, que passou a se colocar de forma diferente. Mais recentemente, houve a emergência de uma juventude negra mais ativa, com uma base mais militante, o que fez com que um grupo de pessoas tivesse mais coragem, instrumentos e possibilidades legais para fazer as denúncias", disse. "Antes, o negro sofria calado as violências físicas simbólicas, mas hoje não."
"Ser negro não é uma condição biológica, subjetiva. Ser negro é uma construção histórica e social. É se identificar com a história política, com a ancestralidade e se solidarizar com as condições políticas e de vida da população negra", completa.
FONTE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/11/18/nao-quero-ser-o-unico-negro-em-nenhum-lugar-diz-professor-ofendido-em-sp.htm

Em reunião com Cármen Lúcia, juízes criticam ações do Legislativo.


Presidentes de algumas das principais associações de juízes do país se reuniram nesta quinta(17) com a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), para tratar da comissão do Senado criada para passar um pente-fino em supersalários nos três Poderes e de propostas em discussão no Congresso vistas como tentativa de enfraquecer o Judiciário.

"Temos uma pauta que nos preocupa no Congresso, que são essas investidas no sentido de desestruturar a magistratura e o Ministério Público. Investida que já não é uma desconfiança, é uma certeza de que alguns parlamentares estão tentando reprimir o sistema de Justiça que hoje está fazendo as investigações mais importantes do país", disse o presidente da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), João Ricardo Santos Costa.

Segundo ele, as iniciativas que preocupam são a inclusão, no pacote anticorrupção discutido na Câmara, do crime de responsabilidade para magistrados, a possível anistia aos políticos que praticaram caixa dois, o projeto de lei de abuso de autoridade e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), em trâmite no Senado, que encerra o efeito-cascata que reajusta os salários de magistrados das demais instâncias sempre que houver aumento para os ministros do Supremo.

O fim do efeito-cascata no Judiciário tem sido defendido pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), relatora da comissão especial instalada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nesta quarta (16), ela se encontrou com a ministra Cármen Lúcia e, após a reunião, disse que a cúpula do Judiciário apoia o fim do reajuste automático para juízes estaduais.

"Manifestamos [a Cármen Lúcia] a nossa preocupação como sendo essa comissão uma manobra, mais uma iniciativa do Congresso, porque eles não perdem uma oportunidade. Já tentaram duas vezes anistiar o caixa dois e não desistiram disso. Eles usam uma cortina de fumaça, que é a questão remuneratória, a questão do abuso de autoridade, agora a lei anticorrupção, para, debaixo do pano, se anistiarem do que foi o pior que aconteceu neste país nos últimos anos: a apropriação de recursos públicos direcionados a caixa dois", declarou Ricardo.
O presidente da AMB disse ainda que, neste momento, os Poderes deveriam se unir para tirar o país da crise, "o que nós não estamos vendo por parte do presidente do Senado".
"Nós percebemos que ele [Renan] está muito mais interessado em resolver o seu problema, em relação ao seu envolvimento na Operação Lava Jato ou o seu indiciamento. O que importa é que durante muito tempo em que ele esteve no poder o país foi saqueado. Acho que isso já é justificativa suficiente para um homem público ou se afastar do cargo ou tomar providências que sejam positivas", afirmou.

O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Roberto Veloso, classificou a comissão dos supersalários e as medidas em discussão no Congresso, como o crime de responsabilidade para magistrados, como "retaliação" contra o Judiciário, que tem conduzido grandes operações como a Lava Jato e a Zelotes.

"O Congresso deveria estar preocupado em criar mecanismos adequados para nós combatermos a corrupção, e não mecanismos para punir os juízes que estão fazendo justamente o julgamento desses casos. Isso é o que nós estranhamos, que estamos denunciando e que não vamos aceitar de maneira nenhuma", disse Veloso.

Já o presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), Germano Siqueira, defendeu que a comissão do Senado analise a questão remuneratória também no Legislativo e no Executivo.
Questionado sobre o auxílio-moradia garantido a juízes de todo o país por força de uma liminar do Supremo –o que muitas vezes leva os proventos a ultrapassarem o teto (hoje de R$ 33,7 mil)–, Siqueira respondeu que o benefício deve ser extinto, desde que volte a ser pago o adicional por tempo de serviço, "uma luta antiga da magistratura".

SEM 'CAÇA ÀS BRUXAS'

Pela manhã, a senadora Kátia Abreu esteve na Procuradoria-Geral da República para conversar com o procurador-geral, Rodrigo Janot, sobre as atribuições da comissão dos supersalários. Na saída, ela defendeu que o abate-teto incida também sobre gratificações que hoje escapam do redutor, como o auxílio-moradia. "Teto é teto", afirmou.

A senadora reiterou que é preciso acabar com o efeito-cascata nos reajustes do Judiciário e disse que, se a mudança não vier internamente, por ação do CNJ, virá pela aprovação da PEC 62, que tramita no Senado.

"Garantimos [a Janot] que não existe uma caça às bruxas, que nós estamos tentando fazer a nossa parte. Eu, particularmente, como relatora [da comissão especial], fiz questão de não verificar salário por salário, porque não é a minha intenção. Minha intenção é fazer a norma, e não desmoralizar as instituições do país", disse Abreu. 


FONTE: 
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/11/1833045-em-reuniao-com-carmen-lucia-juizes-criticam-acoes-do-legislativo.shtml

sábado, 19 de novembro de 2016

Acusação contra Geddel é grave e joga crise no colo de Temer.


LEANDRO COLON
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

19/11/2016 09h05

É grave a acusação de Marcelo Calero contra o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) publicada na edição deste sábado (19) da Folha.
Diante das declarações do ministro da Cultura, que anunciou na sexta (18) sua saída do cargo, o presidente Michel Temer tem duas alternativas: ignorá-las e aceitar as justificativas de Geddel, ou demitir uma figura do núcleo duro de sua gestão.
A demissão de Calero deixou de ser uma mera divergência interna, como tentou transparecer o Planalto na sexta. Os motivos de sua saída são muito mais sérios do que se imaginava.
As duas medidas desgastam o governo. Segurar Geddel, acusado por Calero de pressioná-lo para favorecer interesses pessoais, joga para dentro do Planalto uma crise inesperada.
Uma crise inconveniente para Temer pelo fato de Geddel ser estratégico como articulador político nas negociações com o Senado para aprovar a PEC do teto de gastos públicos, carro-chefe do governo para tirar a economia do buraco em 2017.
A segunda possibilidade para o presidente é controlar a turbulência imediatamente, tirar Geddel, mas ao mesmo tempo admitir que um dos seus principais assessores de confiança atuou para se beneficiar pessoalmente. É crise do mesmo jeito.
Na entrevista a Natuza Nery e Paulo Gama, Calero fornece detalhes da pressão que teria sofrido por parte de Geddel.
Segundo ele, o ministro o procurou por cinco vezes para que intercedesse na aprovação do projeto imobiliário La Vue Ladeira de Barra, em Salvador, sob avaliação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), órgão subordinado ao Ministério da Cultura.
De acordo com Calero, o ministro afirmou ser proprietário de um apartamento no complexo. "E aí, como é que eu fico nessa história?", teria dito Geddel.
Calero afirma que Geddel agiu de maneira "truculenta e assertiva", tendo feito uma ameaça ao colega de Esplanada: "Se for o caso eu falo até com o presidente da República".
O ministro da Cultura foi o quinto a deixar o governo desde que Temer assumiu a presidência, em maio.
Antes deles, saíram Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), Henrique Alves (Turismo) e Fábio Osório (Advocacia-Geral da União).
Geddel será o sexto? A decisão está nas mãos de Temer ou do próprio Geddel.
FONTE: http://m.folha.uol.com.br/poder/2016/11/1833713-acusacao-contra-geddel-e-grave-e-joga-crise-no-colo-de-temer.shtml?cmpid=fb-uolnot

terça-feira, 15 de novembro de 2016

DA TRAIÇÃO NASCEU NOSSA REPÚBLICA. PODERIA DAR CERTO?


PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
(Segundo um velho amigo de minha mãe, Sr. Lelinho, “o que começa errado não pode terminar certo”)

Não havia para mim nenhum motivo para escrever sobre a Proclamação da República brasileira, até entrar no facebook, e deparar-me com a mensagem do Senado Federal tratando da questão.

Já me chamou a atenção, está apenas o nome Deodoro da Fonseca. Quando a história o conhece por MARECHAL Deodoro da Fonseca. E o povo dele dizia: (Deodoro da Fonseca, perna mole e bunda seca), repeti muito isso no antigo ginásio. Seu primeiro nome poucos ouviram falar, (Manuel). Já começa escondendo de fato, o fato mais importante: um golpe militar.

A mensagem fala de primeiro presidente do Brasil. Mas, não fala como chegou lá. Eleito? Não. Um golpe militar, por ele liderado e por ele assumido na presidência da República.

No final vem a explicação do significado da palavra República.

Mas é ai que para mim começa a problemática. Saímos da Monarquia Constitucional, para a Res publicae – coisa pública – imposta.

De fato, nós brasileiros nos sentimos numa res publicae? Percebemos que de fato o Estado brasileiro é uma “coisa do povo”? Uma “coisa pública”. Nos sentimos republican?

Nossa república começou com um golpe militar e não uma revolta popular.
Os setores sociais que queriam o fim da monarquia, nunca em nenhum momento quiseram a melhoria do país, queria mais poder e mais privilégios. Para isso usava o discurso social para as camadas populares.

Tanto assim que, das desculpas aplicadas para darem o golpe no imperador, nenhuma delas até hoje, 127 anos depois, estão resolvidas DE FATO: “Os setores progressistas do Brasil eram contrários a uma série de situações mantidas pelo regime monárquico, tais como: *voto censitário, falta de justiça social, miséria, ensino público para poucos, elevado índice de analfabetismo.

Algo mudou?

Temos 127 anos de República e nem 01 dia de sentimento da Res Publicae.
O império concedeu a libertação dos escravos, saíram dos canaviais, cafezais e das senzalas. Mas, foram empurrados para as favelas, morros e mendicância.

O analfabetismo tradicional diminuiu, mas além de não ter sido extinto, criou-se o analfabeto funcional. Uma evolução negativa da escolarização universal sem qualidade.

Qual justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se até um hospital, único da cidade, não possui médicos para atendimento ao público?

Qual justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se um “ladrão de galinha” é preso, julgado e condenado com rapidez de um raio e quem rouba BILHÕES, fica no conforto do seu lar (construído muitos com o próprio roubo) se dizendo em prisão domiciliar?

 Qual justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se um governo congela o salário da população e aos deles e de quem poderia lhe causar problemas (judiciário), são reajustados antes para evitar o prejuízo?

Qual justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se um banco toma seu dinheiro emprestado a 0,5% ao mês (poupança) e quando você precisa de um alívio no cheque especial, lhe cobra 18% ao mês?

Qual justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se quando a educação pública de fato começa a ser pública no nível superior um golpe vem e lança uma PEC que vai dificultar senão proibir esse acesso?

Qual justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se quando você que tem um plano ou seguro de saúde (por ineficiência do público) adoece, esse plano/seguro faz de tudo para não cobrir suas despesas e ainda alegam pré-existência da doença?

Qual justiça social pode-se elencar como conquista nesses 127 anos de república, se aquele que você elege para lhe representar no parlamento, legisla contra você?

Vamos parar por aqui, o espaço e tempo são curtos demais.

A Res Publica foi proclamada, só não foi entregue ao publican.

O golpe que a Monarquia sofreu nos deixou como legado um sistema que efetivamente não funciona com Res Publica.

Dos traidores consagrados na história do Brasil, como Domingos Fernandes Calabar ou Joaquim Silvério dos Reis. Manuel Deodoro da Fonseca, é o maior dos Judas da nossa história. Os dois primeiros tinham seus motivos pessoais para tal atitude “traidora”, Marechal Deodoro da Fonseca, não. Traiu a quem mais lhe apoiou e confiou, o imperador D. Pedro II.

D. Pedro II, ao receber o comunicado da proclamação da república, pergunta ao emissário: “E Manuel já sabe disso?”, quando o emissário lhe responde; “ele é o líder”. Quer pior?

Por isso, a Res publicae, foi proclamada e a monarquia caiu sem uma gota de sangue derramado. Nascia da maior traição histórica, resistir como? Se seu melhor amigo, homem que lhe foi dada a maior confiança, era o líder da traição?

Comemorar o quê? Um ato de traição?


E o resultado? Não demorou muito.

"Majestade, perdoe-me. Eu não sabia que a república seria assim"

Fala de Ruy Barbosa ao visitar D. Pedro II, no seu exílio em Paris. Tinha sido Ministro do golpista Marechal Deodoro da Fonseca.

Não preciso dizer mais nada.



segunda-feira, 14 de novembro de 2016

SEMANA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA!

Editora brasileira lança série de livros sobre a história de Kiriku


 KIRIKU E A FEITICEIRA

No próximo dia 19 de novembro, a editora Viajante do Tempo lançará, na Feira de Livros do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, “Kiriku e a feiticeira” e “Kiriku e o colar da discórdia”. Os livros são baseados no filme “Kiriku e a feiticeira”, distribuído em mais de 50 países. 

A série Kiriku é um verdadeiro mergulho na rica cultura africana que integra o patrimônio étnico e cultural brasileiro. A partir desses dois primeiros livros , a editora pretende fazer múltiplas abordagens sobre cultura africana, meio ambiente, costumes sociais, preconceitos, escravização, generosidade, respeito, determinação, coragem e tolerância. 

Sinopse : Tão logo nasce, o pequeno Kiriku decide livrar sua aldeia do domínio maléfico de Karaba, a feiticeira que secou a fonte d’água da aldeia e sumiu com aqueles que a enfrentaram. Começa assim uma série de aventuras emocionantes que irão levar esse incrível heroi africano, o esperto e valente Kiriku, ao coração da montanha proibida... Cantam as crianças da aldeia: Kiriku é pequeno, mas ele pode muito! Kiriku não é grande, mas ele é valente!

KIRIKU E O COLAR DA DISCÓRDIA 

Sinopse: Uma aventura emocionante do incrível heroi africano, o pequenino, esperto e valente Kiriku. Um colar de ouro é dado de presente pela malvada Karaba, a feiticeira, para ser usado pela aldeã mais honrada da aldeia. Isso gera discórdia, pois o colar atrai a cobiça e a raiva de todas as mulheres da aldeia. Esse conflito requer o talento e criatividade de Kiriku, que vê adultos se comportando como pessoas imaturas e egoístas. 

FONTE: 
http://www.pordentrodaafrica.com/cultura/editora-lanca-serie-de-livros-sobre-kiriku-no-brasil

domingo, 13 de novembro de 2016

Está vazando oxigênio da atmosfera da Terra e ninguém sabe explicar o porquê.

Os pesquisadores da Universidade de Princeton (EUA) não sabem explicar por qual razão o oxigênio está sendo eliminado da atmosfera da Terra.
Os especialistas estudaram os níveis de oxigênio em bolhas de ar presas no gelo da Groenlândia e da Antártida. O resultado do estudo, que foi publicado na revista Science mostrou que os níveis caíram 0,7%, nos últimos 800.000 anos. Segundo eles, descobrir a causa desse fenômeno é fundamental para prever a vida na Terra.

Evidência
Porém, os pesquisadores afirmam que encontrar uma resposta não será uma tarefa fácil, uma vez que o oxigênio está sendo usado constantemente por seres humanos, animais, plantas e até mesmo rochas. Os núcleos de gelo são as melhores opções para analisar quanto de oxigênio está presente no Planeta.

Essa análise foi feita, primeiramente, por curiosidade e sem qualquer expectativa. “Nós não sabíamos se oxigênio iria aumentar, diminuir ou se manter constante. Acontece que há uma tendência muito clara”, comentou o pesquisador Daniel Stolper, ao portal Gizmodo.

Hipóteses
A perda de oxigênio no planeta Terra é considerada trivial. Mas entender essas reações pode ajudar cientistas a desvendar os mistérios do mundo. Há diversas hipóteses sobre a diminuição do oxigênio, como, por exemplo, o aumento nas taxas de erosão. Nesse caso, mais erosão poderia expor e oxidar sedimentos mais frescos, diminuindo os níveis de oxigênio na atmosfera.

Outra hipótese é a mudança climática. Embora a Terra tenha aquecido na última metade do século, no planeta sofre há milhões de anos com uma ligeira queda de temperatura.

No entanto, após a revolução industrial, quando houve grande queima de combustível fóssil, o mar estava esfriando lentamente. Esse choque poderia ter criado uma reação ecológica que começou a utilizar o oxigênio da Terra.

ImportânciaO que poucas pessoas sabem é que nos primeiros bilhões de anos, a Terra não possuía oxigênio. Segundo os pesquisadores, algas minúsculas, chamadas cianobactérias, evoluíram e produziram um aumento no nível de oxigênio e, consequentemente, de animais que podiam respirar.

Atualmente, o ar que respiramos contém 21% de oxigênio, além de nitrogênio, argônio e dióxido de carbono. Os efeitos do oxigênio no ambiente não são tão graves comparados com o dióxido de carbono. Porém, seus efeitos impactam sobre a quantidade de luz solar que atinge o solo, e há indícios de que a mudança do nível de oxigênio contribua para a mudança do clima na Terra no passado.

Apesar da diminuição de oxigênio na Terra não ser preocupante, Stolper fez um aviso importante: “Estamos consumindo oxigênio a uma taxa mil vezes mais rápida do que antes. Os seres humanos têm criado um curto-circuito no ciclo pela queima de toneladas de carbono. É mais uma indicação da nossa capacidade coletiva de tornar muito mais velozes os acontecimentos naturais da Terra”.
FONTE: 
http://www.jornalciencia.com/esta-vazando-oxigenio-da-atmosfera-da-terra-e-ninguem-sabe-explicar-o-porque/

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Conselho Municipal de Educação de Itajuípe discute PEC 241

O Conselho Municipal de Educação de Itajuípe, demonstrando preocupação e compromisso com as responsabilidades que lhe são conferidas em Leis que regulamentam e enumeram as suas obrigações, se reuniu na sua sede provisória, no primeiro andar do anexo do hospital Dr. Montival Lucas - CEU.

A reunião tinha como objetivo principal a realização um estudo prévio da Proposta de Emenda Constitucional - PEC 241.

Os presentes iniciaram o estudo prévio, através do estudo da carta de encaminhamento feita pelos Ministros Henrique Meirelles, da Fazenda e Dyogo de Oliveira, do Planejamento ao presidente então interino Michel Temer.

Houve consenso nos presentes sobre os perigos que se apresentam para o futuro, caso a PEC seja aprovada nos termos que está estruturada. 

Apesar de que para a educação e saúde, só será válida para o ano 2018, o ano de 2017, será altamente importante para esses setores, pois, será o referencial de despesa para o futuro e já sofrerá restrições pela entrada em vigor da PEC em setores que trabalham com fortes vínculos com a educação. Várias Políticas Públicas vinculadas a educação, sofreram os ajustes da PEC, e isto preocupa em muito o CME de Itajuípe

Uma das grandes preocupações apontadas pelos Conselheiros, é a alteração da regra do gasto mínimo na educação.

A Constituição Federal disciplina que: 
“CF, Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Essa possibilidade de mudança preocupa os Conselheiros. A garantia do gasto mínimo foi um conquista árdua na Constituição de 1988 e suas diversas Emendas Constitucionais. Agora, corre-se o risco de ter essa garantia mínima alterada.

Além disso, os Conselheiros, visualizaram que, a medida democrática por eles citados no ítem 25, do texto, pode não ser favorável a educação, tendo em vista a correlação de forças desigual na composição do Congresso Nacional e pelo tempo mínimo de correção da PEC, 10 anos.

A reunião foi encerrada com a possibilidade de outro encontro para um aprofundamento maior do texto, considerando que, muito terá que ser pensado, planejado, executado no ano de 2017, quando a restrição orçamentária irá impor tomadas de decisões que impactará nas Políticas Públicas ligadas diretamente e indiretamente a educação.

Agradeço o convite para participação  lembrando a todos os interessados que o grupo de WhatsApp, TRIBUNA POPULAR, continua com seus encontros para estudo da PEC, e na próxima quarta-feira (09/11/2016), às 19:30 min. no salão paroquial da Igreja Matriz, teremos mais um encontro.

Participantes do encontro no CME - Itajuípe