quarta-feira, 29 de junho de 2022

INGRESSO EM CURSO SUPERIOR POR ANÁLISE DE HISTÓRICO E REDAÇÃO.


EDITAL N° 112, DE 23 DE JUNHO DE 2022

Os Cursos de Graduação são destinados aos(às) candidatos(as) que estão concluindo ou já concluíram o Ensino Médio (do 1º ao 3º ano), sendo exigida, no ato da matrícula, a comprovação de conclusão do ensino médio.


VAGAS OCIOSAS GRADUAÇÃO). 

3.2 Poderão se inscrever os(as) candidatos(as) que tenham concluído o ensino médio ou que concluam até a data da matricula prevista pelo edital. 

3.3 O(A) candidato(a) deverá encaminhar ao e-mail indicado os seguintes documentos: 
a) Ficha de inscrição anexo II 
b) Histórico de conclusão de ensino médio 
c) Redação conforme as orientações previstas no edital 

3.4 Na hipótese de se comprovar fraude ou inexatidão nos dados fornecidos na inscrição, o candidato será automaticamente eliminado deste processo seletivo, independentemente das ações legais cabíveis. 

3.5 A inscrição do candidato para o processo seletivo de que trata este Edital caracterizará o seu formal consentimento para a utilização e divulgação das notas por ele obtidas e das informações prestadas na inscrição. 

3.6 O IF Baiano não se responsabiliza por inscrições não realizadas e não recebidas por mo;vos de ordem técnica dos computadores, falhas de comunicação, congestionamento das linhas de comunicação, bem como por outros fatores de ordem técnica que impossibilitem a inscrição dos candidatos. 

Os cursos com vagas são:

  • Agroecologia - 25 vagas
  • Engenharia de Alimentos - 21 vagas
  • Gestão de Turismo - 38 vagas

Início das aulas previsto para 08 de agosto de 2022.

Acesse o edital completo:

quinta-feira, 23 de junho de 2022

LÍDERES DO BRICS APOIAM DIÁLOGO ENTRE RÚSSIA E UCRÂNIA



Líderes do BRICS assinaram nesta quinta-feira (23) uma declaração conjunta após a 14ª cúpula do grupo.
Líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul adotaram uma declaração final após a XIV Cúpula do BRICS, realizada em formato de videoconferência e presidida pela China. Diversos assuntos foram abordados. Entre eles, o conflito na Ucrânia.
"Discutimos a situação na Ucrânia e recordamos as posições dos nossos países expressas nos locais relevantes, nomeadamente no Conselho de Segurança das Nações Unidas [CSNU] e na Assembleia Geral da ONU [Organização das Nações Unidas]. Apoiamos as negociações entre a Rússia e a Ucrânia", escreve o documento.
Também foram discutidas preocupações sobre a situação humanitária dentro e ao redor da Ucrânia, com os países expressando apoio aos esforços do secretário-geral da ONU, António Guterres, de agências do sistema ONU e do comitê internacional da Cruz Vermelha para assistência humanitária.

Fonte:
sputniknews


domingo, 19 de junho de 2022

ALUNOS ENFRENTAM ANSIEDADE, AUTOMUTILAÇÕES E AGRESSÕES NA VOLTA AO PRESENCIAL


Redes públicas e privadas do País lidam com problemas psicológicos de estudantes, agravados pela pandemia

No dia 8 de abril, uma sexta-feira, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) do Recife foi chamado para atender 26 alunos da Erem (Escola de Referência em Ensino Médio) Ageu Magalhães, que passavam mal com uma crise coletiva de ansiedade, apresentando sintomas como sudorese, saturação baixa e taquicardia.

Esse episódio, ocorrido na semana de provas, levantou a discussão sobre os danos psicológicos provocados pela pandemia de Covid-19 nos estudantes, que voltaram em 2022 para as aulas 100% presenciais após dois anos de ensino a distância, longe da rotina escolar.

Veja o texto na íntegra: Folha de S. Paulo

Fonte:

Jornal da Ciência

segunda-feira, 30 de maio de 2022

TEMPESTADE DE METEOROS RARÍSSIMO SERÁ VISÍVEL NA MADRUGADA DE TERÇA-FEIRA (31)

Chuva de meteoros raríssimo será visível no Brasil nesta segunda (30) e terça-feira (31). (Foto: Getty Creative)

O mês de maio vai se encerrar com uma tempestade de meteoros. O espetáculo vai ocorrer na madrugada entre esta segunda (30) e terça-feira (31), segundo previsão dos astrônomos. O fenômeno será melhor observado na América do Norte, mas em parte do céu brasileiro será possível se encantar com um verdadeiro show de luzes.

De acordo com informações do portal g1, milhares de meteoros por hora devem cruzar o horizonte, algo que ocorreu pela última vez somente em 1833.

Uma tempestade de meteoros acontece quando fragmentos de rocha, oriundo de corpos celestes, entram na atmosfera terrestre. E na noite de terça, o planeta deve cruzar verticalmente uma densa região de detritos que são resultado de rupturas ocorridas em um cometa em 1995. Essas quebras produziram uma imensa quantidade de poeira que foi lançada ao espaço.

Anualmente, essa trilha de poeira deixada pelo cometa gera uma chuva de meteoros chamada de Tau-Herculídeas, de menor proporção. Mas a experiência de terça será estonteante, segundo os cientistas, pois as projeções indicam uma das maiores tempestades já vistas, continuou reportagem do portal g1.

Por volta da 0h desta terça, portanto, deve ocorrer a primeira chuva, quando a Terra vai passar pelas trilhas de detritos deixadas por um cometa em 1892 e 1941.

Para este "surto", são esperados até 50 meteoros por hora. A expressão máxima no entanto deve ocorrer próximo às 2h15, quando a modelagem básica indica de dez a 100 mil meteoros por hora durante a máxima.

Os astrônomos aconselham observar o fenômeno longe dos centros urbanos e em lugares escuros.

Fonte:

YAHOO NOTÍCIAS

sexta-feira, 27 de maio de 2022

NOTA DE REPÚDIO CONTRA OS CORTES ILEGAIS NA CIÊNCIA BRASILEIRA

 

NOTA DE REPÚDIO CONTRA OS CORTES ILEGAIS NA CIÊNCIA BRASILEIRA

“É inacreditável que, mesmo depois de todas as contribuições da ciência nestes anos difíceis da pandemia de covid-19, a ciência siga sendo atacada pelo governo federal”, protesta a SBPC em carta divulgada nesta sexta-feira, 27 de maio

Leia a íntegra:

Nota de repúdio contra os cortes ilegais na ciência brasileira  

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC tomou conhecimento por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI da intenção do governo federal de cortar R$ 2.926.128.000,00 da pasta nos próximos dias. A maior parte destes recursos, R$ 2,5 bilhões, é do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT, gerado a partir do recolhimento de encargos e tributos destinados por força de Lei ao fundo de fomento da ciência. Ou seja, verba carimbada e que deveria ser usada exclusivamente para a pesquisa científica e tecnológica do País.

O bloqueio dos recursos serviria para financiar o reajuste do funcionalismo público. Ainda que reconheçamos a defasagem nos salários dos servidores de muitas categorias, é inaceitável que a ciência brasileira seja o alvo escolhido para arcar com a maior parte deste custo. O corte de verbas comunicado pela Secretaria de Orçamento do Ministério da Economia – SOF/ME ao MCTI reduz para menos da metade o valor aprovado pelo Congresso Nacional para o FNDCT em 2022, de R$ 4.527.830.563,00. Também representa uma queda de 44,76% nos recursos do fundo da ciência em comparação com o orçamento liberado em 2021.

É evidente o ataque do governo federal à ciência brasileira. Um ataque ilegal já que a Lei Complementar n° 177, de 2021, proíbe expressamente que o FNDCT sofra qualquer limitação de despesas, como contingenciamentos e alocação de seus recursos nas reservas de contingência. Eventual bloqueio dos recursos usando o expediente de alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, como já realizado em 2021 para desviar recursos do fundo, constitui uma afronta à legislação brasileira e ao Congresso Nacional, que tem agido diligentemente para proteger a ciência brasileira das sucessivas violências cometidas pelo Poder Executivo na tentativa de estrangular financeiramente o setor.

Também nos preocupa que os cortes em curso possam atingir outras pastas estratégicas para a ciência brasileira, como o Ministério da Educação – MEC e o Ministério do Meio Ambiente – MMA. Não é possível buscar o desenvolvimento do País em um ambiente de evidente perseguição ao conhecimento. Ainda há tempo para reverter este absurdo.

A SBPC exige que o Poder Executivo respeite a legislação em vigor e não dê sequência a esse bloqueio bilionário dos já poucos recursos do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação – SNCTI. Conclamamos o Congresso Nacional a defender o orçamento aprovado e agir para reverter estes cortes, caso eles se confirmem. É inacreditável que, mesmo depois de todas as contribuições da ciência nestes anos difíceis da pandemia de covid-19, a ciência siga sendo atacada pelo governo federal.

 

Renato Janine Ribeiro

Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC

Fonte:

Jornal da Ciência

domingo, 22 de maio de 2022

IVERMECTINA: QUANDO A CIÊNCIA É VÍTIMA DA PSEUDO CIÊNCIA. COMPREENDER COMO FUNCIONA O MÉTODO CIENTÍFICO É FUNDAMENTAL NO SÉCULO XXI.

Foto: https://www.danamed.com.br/diga-nao-para-a-automedicacao-remedio-tambem-pode-fazer-mal/ 

Por Luiza Caires em Jornal da USP -- 

O nome desta droga rodou em diversos grupos e conversas de WhatsApp e Telegram, mas não somente ali. Prescrições e mesmo a automedicação com ivermectina se multiplicaram durante a pandemia, e ainda há quem defenda seus efeitos na covid com unhas e dentes  ainda que a boa ciência já tenha demonstrado o contrário. Ao investigar a origem de toda esta fama, inclusive argumentando com seus defensores, somos inundados com links para estudos e periódicos que, para quem não tem intimidade com os meandros da pesquisa e publicação científica, passam facilmente como provas da eficiência da droga.

Essa reportagem vai abordar mais a fundo dois deles: o site ivmmeta.com e um artigo publicado na revista Cureus. O primeiro caso é mais gritante: o site é anônimo, não faz parte de nenhum periódico científico, além de violar as regras mais básicas da metodologia científica inclusive com distorção estatística grotesca para quem entende um pouco do assunto. A conclusão forjada, mas propagada inclusive por médicos em vídeos na internet, é de que a chance da ivermectina não funcionar contra a covid é de 1 em 1 trilhão.

Já o segundo caso envolve artigo publicado em uma revista que vem sendo fortemente questionada pelo processo de revisão frágil: os próprios autores indicam os revisores, e o tempo de revisão de poucos dias foge totalmente ao que é considerado por especialistas o mínimo necessário para fazer uma verificação atenta. Os autores também ocultaram conflitos de interesse, como trabalhar para o laboratório que produz ivermectina no Brasil. Mais que a falta de credibilidade, há uma série de inconsistências graves no próprio artigo e nos dados, como paciente com 119 anos e outro que consta como tendo tomado 6 mil comprimidos da droga que, mais uma vez, levam ao resultado favorável para a ivermectina na covid, ao contrário do que estudos sérios apontaram.

Mas antes de falarmos deles, na segunda parte dessa matéria, precisamos entender como funciona o ecossistema das publicações científicas, e por que, quando bem ajustado, ele é essencial para a ciência médica.

Revisão por pares

No século 19 apareceram as primeiras revistas científicas. Cientistas se encontravam em academias como a Royal Society, na Inglaterra, ou a Académie, na França, contavam seus achados para os colegas e essas academias reuniam os trabalhos em anais. Depois, as publicações de interesse científico se especializam, surgindo, durante o século 20, as revistas específicas.

E por que elas são tão importantes? O processo científico precisa de organização, protocolo. É só a partir do registro que é possível reproduzir uma pesquisa e confirmar aquela informação, por exemplo. As publicações, por sua vez, geram outras perguntas e novas pesquisas. Os estudos e seus resultados precisam ser públicos, explica Bruno Caramelli, médico cardiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Mais tarde, as revistas introduziram a revisão por pares. Como o volume de artigos submetidos para as revistas começa a ser grande demais para os editores decidirem o que deve ou não ser publicado, eles pedem opinião para experts da área, conta o físico Leandro Tessler, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos fundadores do Grupo de Estudos da Desinformação em Redes Sociais.

Bruno Caramelli, médico cardiologista 

Funciona assim: depois de fazer o estudo, a pesquisa propriamente, pesquisador e sua equipe escrevem um texto apresentando o que esperavam responder com aquele estudo, como ele foi feito e quais resultados foram obtidos. E mandam para uma revista que tem relação com o assunto pesquisado. O editor-chefe da revista tem o papel de aceitar ou recusar o estudo; se aceitar, o estudo irá passar por revisão por pares, quando outros pesquisadores, que não ganham por isso, leem a pesquisa e fazem sugestões. Às vezes até recusam o estudo, mas enviam sugestões de melhora. Se nenhuma revista acabar aceitando, o autor pode engavetar o texto ou submetê-lo a revistas menores ou com um crivo um pouco mais fraco, expõe José Alencar Neto, médico cardiologista no Instituto Dante Pazzanese e autor do Manual de Medicina Baseada em Evidências.

José Alencar Neto, médico cardiologista 

A revisão é dita por pares porque é feita por especialistas, assim como o autor da pesquisa, para conferir, dentro do texto, se há algum erro metodológico. O papel da revisão é garantir que a produção científica tenha qualidade, diz Caramelli.

A pandemia potencializou um problema com que a ciência se depara há alguns anos, principalmente após a popularização da internet. Se, por um lado, a multiplicação de periódicos representou algum avanço na democratização do acesso e divulgação do conhecimento científico, por outro, deu origem a uma série de publicações científicas (ou com cara de científicas) de baixíssima qualidade e alta tolerância para artigos metodologicamente ruins, quando não escritos a partir de dados fraudados. É neste tipo de revista que se insere a totalidade dos estudos que expõem como conclusão a eficácia da ivermectina contra a covid.

Também a divulgação de preprints artigos ainda não revisados por pares, que são armazenados em repositórios on-line aumentou durante a pandemia, já que era uma condição de catástrofe e os cientistas tinham pressa em compartilhar trabalhos e acompanhar os resultados dos colegas. Os preprints foram concebidos originalmente para reforçar a transparência. Quando faço a primeira versão do meu artigo e submeto a uma revista, muitas vezes os revisores fazem vários pedidos de modificação. Então fica uma primeira versão nessas plataformas, que pode ser comparada com a final, explica Ana Carolina Peçanha Antonio, médica intensivista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e pesquisadora em Integridade em Pesquisa e Metapesquisa.

Ela diz que, na pandemia, muitas pessoas completamente alheias ao mundo das ciências biomédicas repassaram tanto artigos em preprint, quanto os publicados em revistas que antes não recebiam muita atenção, fracos ou com erros.

Qualidade

Quase nenhum fator que vamos elencar aqui, isolado, é garantia da qualidade de uma produção científica. Mas todos se complementam, e o primeiro indício é a qualidade do periódico onde a pesquisa foi publicada. Existem revistas predatórias, que têm uma revisão por pares fraca ou até mesmo inexistente, estando interessadas apenas em receber o valor que o autor paga para publicar ali. Esse problema é anterior à pandemia, e uma das coisas que o explicam é a pressão, na carreira acadêmica, para que o cientista publique artigos. Ele depende de um volume de publicações para progredir e ter financiamento, explica Ana Carolina Peçanha.

Caramelli diz que revistas reconhecidas normalmente não deixam passar trabalhos ruins ou fraudados, embora isso também possa acontecer. Durante a pandemia, por exemplo, revistas de renome como a The Lancet até chegaram a publicar estudos que mais tarde se descobriu serem fraudados. Mas isso não piora a imagem da revista, já que os estudos foram retirados do ar. Não vivemos em uma redoma protegidos de fraudes, comenta Alencar Neto. Revistas menores e que só estão interessadas em cliques podem não fazer o mesmo, conta.

Na área médica, também é recomendado saber se aquele periódico está indexado em uma base de dados chamada Pubmed, que tem uma série de regras para incluir uma revista, funcionando como um filtro. É só digitar o nome da revista e o termo pubmed no buscador e você descobre se a revista está indexada, diz Alencar Neto.

Ana Carolina Peçanha, médica intensivista 

fator de impacto de uma revista diz quantas vezes, em média, um artigo publicado nela é citado em outros artigos. Ele é mais um indício da qualidade da revista. A mais famosa da área médica, o New England Jornal of Medicine, por exemplo, tem o mais alto fator de impacto entre todas as revistas científicas, maior que 90.

Há essa hierarquia das revistas. Em geral, quando escreve um trabalho, você sabe para onde deve mandar. Se é uma coisa muito quente, você vai querer mandar para uma revista muito quente, se não, mandará para uma revista menos prestigiosa. O que traz mais prestígio para uma revista é um processo de seleção de revisão rigoroso e o impacto que ela tem na sociedade, diz Tessler.

Alencar Neto faz uma ressalva: o fator de impacto pode variar de acordo com a área de pesquisa, já que também mede o interesse público daquela publicação. Assim, o ideal é comparar o fator de impacto das revistas das mesmas especialidades.

Ana Carolina Peçanha diz também que as revistas menos importantes ganharam algum empoderamento na crise da covid, e até aumentaram seu fator de impacto. “A própria revista tem interesse em publicar artigos com resultados extraordinários, que sejam polêmicos, mesmo que gerem críticas, pois geram citações”, afirma a pesquisadora.

Leandro Tessler, físico e professor da Unicamp 

Por fim, Alencar Neto destaca que os estudos têm objetivos diferentes, e por isso nem sempre um bom estudo estará nas maiores revistas. Mas se o artigo está num bom periódico, certamente tem mais chance de ser confiável.

Autoria

Também existe uma análise subjetiva: verificar quem são os autores das pesquisas. Eles fazem parte de instituições de pesquisa reconhecidas? Eles e suas instituições têm uma produção científica relevante naquela área? Os autores têm algum conflito de interesse que pode interferir, conscientemente ou não, no resultado que o artigo apresenta?, indica Tessler como perguntas.

Questões de método

Olhando para o artigo em si, embora seja complexo para uma pessoa leiga em ciência entender as falhas metodológicas de um estudo, há alguns sinais para os quais ficar atento, que podem facilitar essa identificação.

Na pesquisa médica, vale ver se estamos diante de um estudo observacional, que tem um nível mais baixo de evidência, ou controlado, que tem nível maior. Enquanto a pesquisa observacional simplesmente analisa os desfechos do uso de uma droga ou terapia em uma dada população, na pesquisa clínica controlada se fornece um tratamento para um grupo de pacientes em um estudo planejado, e se compara quem fez e quem não fez uso daquela droga, e tomou apenas placebo. Não é que o estudo observacional, por si só, seja ruim. Muitas vezes ele é necessário, como em estudos epidemiológicos. Também não é possível fazer grupo controle em pesquisa de cirurgias, por exemplo. Costumo falar, generalizando, que estudos observacionais geram hipóteses e estudos controlados podem confirmar hipóteses, diz Alencar Neto. Mas se estamos testando a eficácia de um medicamento, o estudo precisa ser controlado, declara.

Depois, é preciso verificar se o estudo foi duplo cego, quando nem a pessoa que recebeu a intervenção, nem quem a avalia sabem se ela recebeu o medicamento ou o placebo. O cegamento serve para evitar ou diminuir a atribuição de resultados a uma droga, quando eles se devem, na verdade, ao efeito placebo, ou a um enviesamento de quem avalia. O método científico é feito para nos proteger de nós mesmos, porque nós queremos que o resultado seja bom. Então você dá ivermectina para os seus pacientes no consultório, e eles ficam bons. Mas como você sabe que eles não ficariam bem se você não tivesse dado absolutamente nada para eles? Complementa Tessler.

Um bom estudo que avalia tratamentos médicos em seres humanos, o ensaio clínico, no jargão da ciência, também deve ser randomizado no momento de incluir os participantes em cada um dos "braços". Ou seja, os pacientes são colocados em um dos dois grupos de forma aleatória, sem escolha prévia, para que tanto o grupo que recebeu o tratamento quanto o que recebeu placebo tenham características semelhantes: idade, sexo, condições prévias de saúde, sociais, entre outras.

 Ivermectina Desmistificada

Jornal da USP

quinta-feira, 19 de maio de 2022

RÚSSIA INFORMA QUE MAIS DE 1.700 SE RENDERAM EM MARIUPOL.

 
Ônibus transportando soldados ucranianos que se renderam na usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, são escoltados por veículos blindados de tropas pró-Rússia

Por Max Hunder e Natalia Zinets

KIEV, Ucrânia (Reuters) - Moscou disse nesta quinta-feira que 1.730 combatentes ucranianos se renderam em Mariupol ao longo de três dias, incluindo 771 nas últimas 24 horas, alegando uma rendição em uma escala muito maior do que Kiev reconheceu desde que ordenou às suas tropas para se entregarem.

O resultado final da batalha mais sangrenta da Europa em décadas permanecia sem confirmação do destino dos centenas de soldados ucranianos que resistiram em uma enorme siderúrgica ao final de um cerco de quase três meses.

A Ucrânia, que diz que pretende garantir uma troca de prisioneiros, se recusou a dizer quantos estavam dentro da usina ou comentar sobre o destino do restante desde que confirmou que pouco mais de 250 se renderam nas primeiras horas depois que ordenou que cedessem.

O líder dos separatistas apoiados pela Rússia no controle da área disse que quase metade dos combatentes permanecia dentro da siderúrgica, onde bunkers e túneis subterrâneos os protegeram de semanas de bombardeio russo.

"Mais da metade já foi embora, mais da metade depôs as armas", disse Denis Pushilin ao canal Solovyov Live. "Deixe-os se render, deixe-os viver, deixe-os honestamente enfrentar as acusações por todos os seus crimes."

Os feridos receberam tratamento médico, enquanto os que estavam aptos foram levados para uma instituição penal e estavam sendo bem tratados, afirmou ele.

Autoridades ucranianas dizem que não podem comentar publicamente sobre o destino dos combatentes, já que as negociações estão em andamento nos bastidores para resgatá-los.

"O Estado está fazendo o máximo para resgatar nosso pessoal militar", disse o porta-voz militar Oleksandr Motuzaynik em entrevista coletiva. "Qualquer informação ao público pode colocar em risco esse processo."

A Rússia nega que tenha concordado com uma troca de prisioneiros por eles. Muitos dos defensores de Azovstal pertencem a uma unidade ucraniana com origens de extrema-direita, o Regimento Azov, que Moscou chama de nazistas e diz que devem ser processados por crimes. A Ucrânia os chama de heróis nacionais.

O fim dos combates em Mariupol, a maior cidade que a Rússia capturou até agora, permite que o presidente russo, Vladimir Putin, reivindique uma rara vitória na invasão iniciada em 24 de fevereiro. Dá à Rússia o controle total do Mar de Azov e um trecho ininterrupto de território ao longo do leste e do sul da Ucrânia.

A Ucrânia afirma que dezenas de milhares de civis morreram em quase três meses de cerco e bombardeio russos que devastaram a cidade. A Cruz Vermelha e as Nações Unidas dizem que o número real é incalculável, mas pelo menos na casa dos milhares, tornando-se a batalha mais sangrenta na Europa pelo menos desde as guerras da Chechênia e dos Bálcãs na década de 1990.

Moscou nega atacar civis em sua "operação militar especial" para desarmar e "desnazificar" sua vizinha. A Ucrânia e o Ocidente dizem que as forças russas mataram milhares de civis em uma guerra de agressão não provocada.

Fonte:

YAHOO