segunda-feira, 29 de maio de 2023

PREMIAÇÃO DA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS, COORDENAÇÃO DA BAHIA.

 

Ocorreu no último sábado 27 de maio, a premiação da Olímpiada Brasileira de Física das Escolas Públicas. A cerimônia teve lugar no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia –UFBA.

  Mesa de abertura da cerimônia da premiação da OBFEP- Bahia

Foto: Luiz Carlos

O evento foi iniciado às 14 horas com a palestra: O ChatGPT aproxima a sociedade dos avanços da Inteligência Artificial? Proferida pela Profa. Dra. Tatiane Nogueira Rios.

 

Estudante Thayná. Salão Nobre da UFBA.

Foto: Luiz Carlos A. Ribeiro

Prestigiaram a cerimônia de premiação dentre várias personalidades acadêmicas presentes, o vice-reitor da UFBA pro. Dr. Penildon Silva Filho, o Coordenador Nacional da OBFEP, o prof. Dr. José David Mangueira Vianna e a Coordenadora Estadual da OBFEP, Profa. Dra. Maria das Graças R. Martins, anfitriã do evento.

Estudante Thayná com vice-reitor da UFBA, prof. Dr. Penildon, Prof. Luiz Carlos, Coordenador do Clube de Ciências e profa. Lucia Madail, diretora da Esc. Mun. Prof. Diógenes Vinhaes.

Foto: Francisco Ferreira

A premiação foi composta da entrega das medalhas aos estudantes premiados a nível nacional e estadual.

O município de Itajuípe estava representado pela estudante Thayná Santana da Silva, que foi medalhista no ano de 2022, quando estudante do 9º ano do Ensino Fundamental II da Escola Municipal Professor Diógenes Vinhaes.

      Estudantes premiados bolsas de estudos do CNPq, via OBFEP.Prof. Dr. José David, Coord. Nacional da OBFEP e a profa. Dra. Maria das Graças, Coord.Estadual da OBFEP.

Foto: Luiz Carlos

A estudante Thayná Santana da Silva foi medalhista de Bronze em nível nacional e estadual. Essa premiação a qualificou para o recebimento de uma bolsa de estudos do CNPq, através da OBFEP. Bolsa essa consolidada pela apresentação e aprovação pela Comissão Nacional da OBFEP, de um projeto de pesquisa que a mesma irá desenvolver neste ano de 2023.

Medalhistas em nível estadual e nacional, com Vice-reitor da UFBA.

Foto: Luiz Carlos

A Prefeitura Municipal de Itajuípe, através da Secretaria Municipal de Educação, deu total apoio a estudante para seu deslocamento e permanência em Salvador para que a mesma pudesse receber sua premiação.

Foto: Luiz Carlos

Ainda na premiação, o Clube de Ciências Gênesis, da Escola Municipal Professor Diógenes Vinhaes, foi contemplado com Kits de experimentos de Física para que seus membros pudessem avançar ainda mais no conhecimento da Física.

 
Thayná Santana da Silva
Foto: Luiz Carlos


É preciso cada vez mais consolidar a premissa que:

EDUCAÇÃO NÃO É DESPESA, É INVESTIMENTO.  



A LUTA CONTRA O COLONIALISMO CIENTÍFICO


No campo da paleontologia, o Brasil é ao mesmo tempo um dos mais privilegiados em materiais de estudos e uma das maiores vítimas do tráfico.

Ubirajara Jubatus, um fóssil de dinossauro que foi retirado ilegalmente do País nos anos 1990 está prestes a retornar. Desde então, ele está até hoje no Museu de História Natural de Karlsruhe, na região de Baden-Württemberg, Alemanha. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), que está encarregado da negociação do governo brasileiro com o alemão em torno do material, Ubirajara deve chegar em junho, a tempo de participar da visita oficial de uma alta autoridade da Alemanha ao Museu Nacional/UFRJ – que está em fase de reconstrução após o incêndio de 2018 (leia mais na página 6). Durante a visita, deverá ser oficializado um programa de cooperação técnica e científica entre a entidade brasileira e o Museu de Karlsruhe. 

Segundo fontes próximas ao caso, do Rio de Janeiro, o fóssil deve ser transportado para sua terra natal, a Chapada do Araripe, e seu novo endereço será o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (URCA), no Ceará. 

Se de fato se concretizar, a volta de Ubirajara será o desfecho de um episódio considerado divisor de águas na paleontologia mundial, caracterizada por séculos de tráfico de fósseis do Sul para o Norte Global. “É uma vitória dos paleontólogos brasileiros contra o colonialismo científico”, celebrou o presidente da Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP), Hermínio Ismael de Araújo Júnior. 

Na definição do sociólogo norueguês, Johann Galtung, colonialismo científico é quando o centro de aquisição do conhecimento sobre uma nação está fora dela. O contrabando de fósseis foi uma das abordagens da mesa-redonda “Território ancestral: desafios nacionais da arqueologia e da paleontologia”, realizada durante a Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Teresina (PI), em março. 

Em sua apresentação, o professor Antonio Álamo Feitosa Saraiva, coordenador do Laboratório de Paleontologia da URCA e curador do Museu Cidade Nuvens, foi enfático: no campo da paleontologia, o Brasil é, ao mesmo tempo, um dos mais privilegiados em material de estudos e uma das maiores vítimas do tráfico. “Por todo o nosso território, temos fósseis de excepcional quantidade, diversidade e preservação”, afirmou o professor. 

No entanto, muitos dos fósseis, em especial os da Bacia do Araripe (na divisa entre os estados de Ceará, Piauí e Pernambuco), estão nos museus de história natural de Nova York, Londres e Paris. “Estes museus estão ganhando muito dinheiro com o que é nosso”, ressaltou Saraiva. Ele contou que, além do dinossauro Ubirajara Jubatus, existem mais 14 pedidos de repatriação de fósseis só do Cariri. “Temos pedidos para os EUA, Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Japão, envolvendo milhares de peças”. Segundo ele, há coleções de insetos e outros animais e vegetais que foram levados, em grande parte, sem sequer serem estudadas, descritas ou nominadas.

Saraiva destacou que a Bacia do Araripe é uma das três regiões fossilíferas mais importantes e bem preservadas do mundo, com registros de animais e plantas, inclusive dinossauros, que viveram no período Cretáceo (entre 150 e 90 milhões de anos atrás), uma fonte preservada e relevante para pesquisas. 

Há outros sítios espalhados pelo País, como as florestas petrificadas de Santa Maria (RS), as bacias do Paraná – de onde sai a produção de carvão vegetal –, contendo um material que vai dos períodos Cambriano (há cerca de 541-485 milhões de anos) ao Carbonífero (360-290 milhões de anos); e a bacia de Peirópolis (MG), que abriga a Formação Marília, um dos mais ricos e significativos conjuntos de vertebrados fósseis também do Cretáceo, representados por peixes, sapos, lagartos, tartarugas, crocodilos e dinossauros (saurópodes e terópodes). 

Nem todo o material paleológico perdido no Brasil se evade para o exterior. Muita coisa se transforma em “cal, cimento e pisos”, produtos da mineração de calcário voltados para a construção civil. Isso acontece, segundo Saraiva, devido à falta de controle e fiscalização. A situação se agravou depois da transformação do antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em Agência Nacional de Mineração (ANM). 

Conforme denunciou a agência de notícias G1, em abril de 2022, a polícia do Ceará desbaratou um esquema de tráfico internacional de fósseis retirados de minas de calcário que se desenvolveu pela ausência de fiscalização. “Infelizmente, a ANM, quem deveria fiscalizar isso, não está nem aí para fósseis. Eles dizem que ouro é receita, diamante é receita, esmeralda, petróleo, ferro, mas fóssil é despesa”, criticou Saraiva. 

Nem tudo são más notícias. Além do retorno do dinossauro Ubirajara Jubatus, em fevereiro foi anunciado que, pela primeira vez, os fósseis foram incluídos na Lista Vermelha de Objetos Culturais Brasileiros em Risco do Conselho Internacional de Museus (ICOM). 

A lista do ICOM é distribuída para autoridades policiais e alfandegárias de todo o mundo, além de disponibilizada na internet, para ajudar na prevenção da retirada do País e da circulação internacional ilegal dos bens. Arte sacra, mapas, livros e peças etnográficas e arqueológicas estão entre os bens culturais brasileiros sob maior risco de tráfico, segundo a instituição. 

“A inclusão dos fósseis na lista do ICOM mostra a força deles como patrimônio cultural do País”, diz Hermínio Ismael de Araújo Júnior, da SBP. 

Já para o paleontólogo Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, a inclusão na lista do ICOM é importante, mas não suficiente. Ele acha que, mais do que impedir a evasão, o País precisa ampliar muito o investimento para encontrar e pesquisar seus fósseis. “Se o Brasil investir em coleta, vai ter tanto fóssil que a gente não vai ter nem lugar para colocar”, afirmou. 

Não vai mesmo ter lugar. O único museu de história natural comparável aos daqueles países, o Nacional, pegou fogo. Outros seis (em Alagoas, Minas Gerais, Paraíba, São Paulo e dois no Ceará) funcionam em espaços pequenos e são pouco conhecidos, mesmo da população local. A exceção é o Geopark Araripe, reconhecido pela Global Geoparks Network (GGN), da Unesco, é composto por quase 50 geossítios catalogados, com formações de até 450 milhões de anos. Dos 50 sítios, nove são pontos de visitação – que possuem estrutura para utilização turística e educativa. 

Barulho nas redes sociais O resgate do Ubirajara Jubatus começou com um acontecimento raro no mundo científico. Em setembro de 2021, a revista científica Cretaceous Research anunciou a retirada de um artigo que descrevia o dinossauro, publicado quase um ano antes, acompanhado de uma nota de pedido de desculpas do editor. 

No artigo, o paleontólogo Eberhard Frey e os coautores diziam que o fóssil havia sido levado para a Alemanha com amostras científicas em 1995, sob autorização do DNPM. Paleontólogos brasileiros questionaram a explicação dos autores e comprovaram a origem ilegal do material analisado pelos pesquisadores alemães. 

“Ubirajara foi um marco histórico na nossa luta pela paleontologia brasileira”, reiterou Aline Ghilardi, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e responsável pelo “barulho” criado nas redes sociais que acabou contribuindo para a retratação e retirada do artigo da Creataceus Research. 

Influenciadora digital, autora do canal de Youtube “Colecionadores de Ossos”, Ghilardi publicou um fio no Twitter explicando toda a história: o que é a Bacia do Araripe, porque o Ubirajara era importante, as penas que o tornaram uma descoberta inovadora – “display sexual na era mesozoica” na definição bem humorada dela - e sobre porque ela, enquanto cientista e pesquisadora, se sentia frustrada em ver mais um fóssil, um patrimônio nacional, desviado para o exterior. 

“O primeiro fóssil de dinossauro com penas do Hemisfério Sul foi surrupiado daqui, levado para fora e está sendo descrito só por pesquisadores estrangeiros”, disse Ghilardi. “Ficou claro na descrição dos métodos do trabalho que nenhuma legislação brasileira foi cumprida.”

Fonte:

Jornal da Ciência

sexta-feira, 12 de maio de 2023

ESTUDANTE DE ITAJUÍPE RECEBE PREMIAÇÃO DE BOLSA DE ESTUDOS DA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS – 2022

 

A estudante Thayná Santana da Silva, que em 2022 cursou o 9º ano do Ensino Fundamental II da Escola Municipal Professor Diógenes Vinhaes foi medalhista em nível nacioanl da OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS(OBFEP), naquele ano. Isto a qualificou para receber uma bolsa de estudos do CNPq, no âmbito da OBFEP em 2023.

A estudante atualmente desenvolve suas atividades estudantis no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Uruçuca no 1º ano do Ensino Médio do curso Técnico em Guia de Turismo.

Para receber a Bolsa de Estudos de Iniciação Científica Júnior, um professor da sua atual escola, teria que submeter um projeto de trabalho de pesquisa tendo o professor na condição de orientador e a estudante na condição orientanda (pesquisadora). O projeto deveria ser aprovado pela Comissão Técnica da OBFEP e ser executado durante o ano letivo de 2023. 

Sob a orietação da professora Andréia Fernandes da Silva, coorientação da professora Mara Eugênia Ruggiero de Guzzi e com a colaboração dos professores Tais Marcele Almeida Tripodi Pereira Galvão e Joaquim José Soares Souza Júnior, foi submetido à comissão o Projeto: ESTUDO DO IMPACTO DA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE FÍSICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS NA MOTIVAÇÃO DE ESTUDANTES BAIANOS.

O projeto foi aprovado e já tem o início de sua execução programada para começar neste mês de maio. O projeto de pesquisa tem como OBJETIVO GERAL: Avaliar os aspectos motivacionais significativos que resultaram da participação e conquista de medalhas na trajetória dos estudantes baianos que competiram na OBFEP, à luz da Teoria da Autodeterminação. 

A justificativa para a execução do estudo é que "A motivação é um construto-chave na Psicologia Escolar e Educacional, e pesquisas abordando este tema buscam resposta para o que motiva os alunos a aprender, quem os motiva e como."

Por acreditar na Teoria da Autodeterminação que sustenta que: "a Teoria da Autodeterminação a qual aponta que o ser humano é estimulado por elementos extrínsecos e intrínsecos e pode ser dividida em três grupos (Desmotivação, Motivação Extrínseca e Motivação Intrínseca). 

A bolsa de Iniciação Cientifica Júnior tinha o valor de R$ 100,00, mensais até o mês de fevereiro, com a entrada do novo governo essa bolsa passou a ter o valor de R$ 300,00 mês. Um aumento de 200% para incentivar os estudantes que se destacam nas Olimpíadas a desenvolverem todo o seu potencial sem a necessidade de interromperem seu percurso de estudante-pesquisor-olímpico.

Buscamos dentro da nossa escola, do nosso Clube de Ciências Gênesis, exatamente combater a desmotivação, exercer a Motivação Extrínsica para que eles, nossos estudantes busquem sempre alcançar a Motivação Intrínsica. A Motivação Intrínsica são ações realizadas pelo prazer proporcionado pelas atividades, em que esta é vista como um fim em si mesma. Ou seja, estudar não para provas ou simplesmente passar de ano, antes sim, ter o prazer de buscar, adquirir e utlizar os conhecimentos.

Parabéns a estudante Thayná Santana da Silva, sua família, equipe de professores da Escola Municipal Professor Diógenes Vinhaes, equipe de professores do IF-Baiano, Campus Uruçuca que garantiram o recebimento da Bolsa de Estudos através do projeto submetido e a Secretaria de Educação de Itajuípe, pelo apoio ao Clube de Ciências Gênesis.


terça-feira, 9 de maio de 2023

OCIDENTE ESQUECE LIÇÕES DA GRANDE GUERRA PATRIÓTICA E REPETE ERROS DO PASSADO

Militares russos marcham durante parada pelo Dia da Vitória em Rostov-on-Don - AFP

No dia 9 de maio de 2023, a Rússia celebra o 78º aniversário da vitória na Grande Guerra Patriótica.

Durante esses anos, nasceram novas gerações, e o mapa político do mundo mudou. A União Soviética, que conquistou, com o sangue de dezenas de milhões dos seus cidadãos, a vitória grandiosa sobre o nazifascismo —a peste marrom da Europa—, sacrificando-se para salvar o mundo, já pertence à história.

Portanto, esta data é sagrada para cada cidadão do nosso país, porque quase não há famílias que não perderam algum parente naquela guerra. Cada um deles é um herói para seus descendentes, um defensor que pagou um preço altíssimo para trazer a paz às nossas terras.

Hoje observamos no "Ocidente coletivo" as tentativas maliciosas de reverter e adulterar a história da nossa luta contra o nazismo, fazendo heróis de vilões e vice-versa e manchando o sacrifício de russos, belarussos, armênios, cazaques, georgianos e outros povos da União Soviética que lutaram "ombro a ombro" durante 1.418 dias sangrentos e horrorosos, mas repletos de honra e orgulho.

A mais recente onda desse revisionismo surgiu na Ucrânia com as primeiras assim chamadas "revoluções coloridas", organizadas e financiadas por Washington. Um dos pilares dessa nova ordem pós-revolucionária era a destruição total da memória sobre os feitos da URSS, sobretudo o papel do país na libertação da Europa da ideologia perversa do nazifascismo.

Então, não é por acaso que os membros de organizações neonazistas da Ucrânia ocidental, em ato de pura covardia, derrubaram ao longo dos últimos anos com tanto prazer os monumentos erguidos em homenagem aos bravos combatentes e trabalhadores da União Soviética. Quando o povo esquece sua história, torna-se muito fácil enganá-lo e converter o pensamento para ideologias destrutivas.

Os planos bárbaros dos nazistas foram derrubados em 1945 principalmente pelo povo soviético e pelos aliados, que defenderam a liberdade, a independência da pátria e a identidade dos seus cidadãos, acabaram com as práticas criminosas de extermínio dos povos e os livraram da escravidão.

Devemos entender claramente que qualquer tentativa de revisar a contribuição do nosso país para a Grande Vitória significa, na verdade, apologia dos crimes do nazismo e abertura de um caminho para o renascimento de sua ideologia mortal, algo que observamos atualmente em muitos países da Europa que se declaram um "paraíso". O abandono das lições da história leva à repetição de terríveis tragédias.

A prova disso são os crimes contra civis: limpeza étnica e ações punitivas organizadas por neonazistas na Ucrânia. É contra esse mal que nossos guerreiros lutam bravamente, ombro a ombro.

Defenderemos firmemente a verdade com base em fatos históricos documentados. Continuaremos a falar honestamente e sem preconceitos sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. Esse também é o objetivo de um projeto de grande escala para criar na Rússia a maior coleção de documentos de acervo, filmes e materiais fotográficos sobre a história da Segunda Guerra Mundial e do período pré-guerra.

E hoje a nossa posição permanece inalterada: não pode haver justificativa para os atos criminosos dos cúmplices nazistas e de seus aliados, esses crimes não prescrevem. Portanto, causa estranheza quando em vários países aqueles que se difamaram com a cooperação com os nazistas são subitamente equiparados a veteranos da Segunda Guerra. Consideramos inaceitável igualar libertadores e ocupantes. E só podemos considerar a glorificação dos nazistas uma traição à memória de nossos pais e avós, uma traição aos ideais que uniam os povos na luta contra o nazismo.

Neste contexto, agradecemos muito ao Brasil e ao seu povo por sua postura firme quanto à proteção e à defesa da história verdadeira da Segunda Guerra Mundial, pois é o único país da América Latina que lutou contra o nazismo em campos de guerra. Os veteranos da Força Expedicionária Brasileira são conhecidos e respeitados na Rússia como verdadeiros heróis da sua pátria. A cobra fumou!

FONTE DO TEXTO: 

Folha de São Paulo

sábado, 29 de abril de 2023

QUEM VAI OCUPAR O CENTRO GEOPOLÍTICO DE PODER? DO NORTE GLOBAL AO SUL GLOBAL!



MUNDO POLICÊNTRICO

Em meio a tensões geopolíticas, China e Estados Unidos vêm travando uma acirrada disputa pelo centro de poder global. Especialistas apontam que um mundo dividido em dois blocos antagônicos é o oposto daquilo que países do Sul Global, como o Brasil, desejam.

Em artigo recente na revista Foreign Affairs, o atual chanceler federal alemão Olaf Scholz definiu o cenário geopolítico mundial em 2022 com a palavra Zeitenwende, ou seja, “guinada histórica”. De acordo com o premiê, a fase “extraordinária” da globalização, durante a qual a América do Norte e a Europa tiveram crescimento estável, altas taxas de emprego e inflação baixa, após a derrocada do bloco soviético, chegou ao fim. Diante da ascensão da China como importante player global atual, Scholz enfatiza a importância da construção de um mundo multipolar, com vários centros de poder, a fim de evitar uma nova Guerra Fria – desta vez entre Washington e Pequim.

De fato, parece ser consenso entre analistas internacionais que os Estados Unidos não estão mais sozinhos no centro da geopolítica. A hegemonia econômica, militar e política estadunidense é cada vez mais ameaçada pela China, que, aliada à Rússia, vem criando uma contraforça em relação ao Ocidente. De acordo com a projeção mais recente do grupo financeiro Goldman Sachs, embora a economia chinesa tenha desacelerado nos últimos anos e a população esteja em queda, o PIB do país pode superar o dos Estados Unidos por volta de 2035.

Distribuição mais igualitária de poder

Um mundo dividido em dois blocos antagônicos, porém, serve menos aos interesses de países emergentes do chamado Sul Global, como o Brasil. Na última cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada em janeiro último, em Buenos Aires, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a reforçar o multilateralismo e a “construção coletiva da multipolaridade”.  

“Essa multipolaridade remete a uma concepção de distribuição de poder igual e o papel do Brasil é lutar por ela a partir da sua política externa”, afirma Karine de Souza Silva, professora de Relações Internacionais e Direito na Universidade Federal de Santa Catarina. “Em termos militares e econômicos, ainda existe uma bipolaridade clara entre os Estados Unidos e a China. Um mundo policêntrico ou multipolar é uma vontade intelectual e diplomática, mas, enquanto existirem trocas desiguais, ele não pode se consolidar”, completa Silva.

Ponte entre Norte e Sul Global

Luciana Ballestrin, cientista política da Universidade Federal de Pelotas, acredita que, com a crescente polarização de forças na geopolítica, o Brasil não deverá tomar partido de nenhum dos dois rivais, mas fazer uma diplomacia pragmática e estratégica, mantendo a equidistância. E se China e Estados Unidos são hoje os dois grandes centros do poder, ambos dependem, porém, de outros “centros” de influência para exercer sua liderança, como ressalta a economista Karin Costa Vazquez, pesquisadora da Universidade Fudan, em Xangai.

“A Índia é uma economia que vem crescendo muito rápido e exercendo um papel estratégico na geopolítica mundial como um pivô no Indo-Pacífico muito importante. Temos a Asean no Sudeste Ásiatico e, na África, os países em torno da União Africana. A América Latina é outro polo que, apesar da instabilidade política, exerce papel importante no tabuleiro, tanto para os Estados Unidos quanto para a China”, analisa Vazquez. Para a economista, o Brasil deve não apenas manter a neutralidade em relação aos dois centros antagônicos, mas criar pontes entre os países emergentes do Sul Global e os desenvolvidos do Norte Global, projetando seu soft power no plano internacional. Para isso, é necessário, em primeiro lugar, retomar a posição do país na América Latina.

Retorno ao palco geopolítico

A volta do Brasil à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e à Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) são os primeiros passos nessa direção. Segundo Vazquez, o país tem condições materiais concretas para exercer essa liderança: “Com o Brasil sediando os Brics e possivelmente a COP-30 em 2025, estaremos presidindo plataformas importantes de coordenação político-econômica, e a proposição brasileira, com uma agenda construtiva nesse momento tão delicado, pode fazer grande diferença”.

Para Silva, no entanto, reconstruir pontes entre os países centrais e periféricos em um cenário adverso – marcado por uma crise de governança global, pela guerra na Europa e pela instabilidade econômica agravada pela pandemia – é um desafio. “Os últimos quatro anos foram muito ruins para a política externa, porque o Brasil estava em uma situação de insularidade. Agora o país vai voltar a dialogar com as potências e com as nações com as quais tinha bloqueado os canais de interlocução, se utilizando de uma estratégia multilateral e de diversificação de parceiros, como os Estados Unidos, a Europa, a China, os países periféricos”, afirma Silva. “O Brasil tem condições de opinar como protagonista sobre temas internacionais que são desafios comuns, como paz, segurança, mudanças climáticas, comércio, intercâmbio de tecnologias”, completa.

Construção retórica

Na batalha de poder que se configura entre os diversos centros, Vazquez enxerga “a dualidade entre autocracia e democracia” como uma construção retórica. “A disputa entre os Estados Unidos e a China é por alta tecnologia, inteligência artificial, biomedicina, aviação, robótica, semicondutores. É isso que está em jogo”, afirma. “Entre as democracias no Ocidente, de um lado, e a China e a Rússia, de outro, existem muitas nuances. A própria Índia, que é um aliado pivô dos Estados Unidos no tabuleiro internacional, vem tendo sua democracia muito questionada sob o atual governo do primeiro-ministro Narendra Modi”, pontua.

Neste contexto, a ascensão, no interior dos países ocidentais, de grupos antidemocráticos, é também uma preocupação internacional. “Dentro das próprias democracias existem grupos autoritários de extrema direita, que é supremacista branca. São movimentos anti-imigração, racistas, classistas, homofóbicos e heteropatriarcais. O Brasil, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (2018-2022), utilizou a política externa para se alinhar a grupos ultraconservadores internacionais. A gente não vai conseguir resolver os grandes problemas se não tocar nessa ferida do supremacismo branco”, afirma Silva.

Em cenário geopolítico de tal forma conturbado e multicêntrico, a figura do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva pode ajudar a desarticular tensões e fazer mediações a nível global, acredita Ballestrin. “Neste momento de crise democrática, precisamos de lideranças comprometidas com uma noção de democracia que seja mais crítica à globalização neoliberal predatória. Existe a preocupação com as desigualdades econômicas, com compensações e reparações. É algo muito importante quando não há mais projetos políticos alternativos estruturais ao capitalismo neoliberal globalizado”, resume a cientista política.

Fonte: 

Goethe-Institut Brasil

sábado, 22 de abril de 2023

ESTUDO MOSTRA QUE AUTORES DA ÁSIA, DE PAÍSES POBRES E QUE NÃO TÊM O INGLÊS COMO LÍNGUA OFICIAL SOFREM DESVANTAGEM NA REVISÃO POR PARES

Embora haja maneiras de mitigar vieses, poucas revistas fazem algo nesse sentido, dizem biólogos da Universidade Estadual de Michigan (MSU), nos Estados Unidos, autores do estudo publicado em março na revista Nature Ecology & Evolution

Pesquisadores do campo das ciências biológicas que trabalham em países de baixa e média renda e não têm o inglês como língua nativa enfrentam mais dificuldades para publicar seus trabalhos em revistas científicas internacionais. Em geral, as chances de eles receberem pareceres favoráveis no processo de revisão por pares são inferiores às de pesquisadores dos principais centros produtores de ciência.

A conclusão consta de um levantamento feito por biólogos da Universidade Estadual de Michigan (MSU), nos Estados Unidos, publicado em março na revista Nature Ecology & Evolution.

O grupo, liderado pela ecóloga Courtney Davis, analisou mais de 312.740 manuscritos na área de ciências biológicas publicados em 640 periódicos, muitos deles de impacto elevado, como Science, Proceedings of the National Academy of Sciences e os da coleção Nature.

O objetivo era verificar se a origem dos autores principais dos artigos teria alguma influência na decisão dos pareceristas em aceitar seus papers para publicação. Observou-se, então, que autores vinculados a instituições da Ásia, de países pobres e que não têm o inglês como língua oficial tendem a receber mais pareceres negativos. “Em comparação com autores com afiliações localizadas na Europa, América do Norte e Oceania, os da Ásia apresentaram as disparidades mais consistentes, mas os da América Latina e da África também tiveram resultados de revisão piores”, informa o artigo.

O gênero presumido dos autores também influencia em avaliações, com desvantagem para as mulheres. Foi rastreada, ainda, a localização dos periódicos e de seus editores-chefes. Descobriu-se que eles se concentravam em poucos lugares – notadamente Estados Unidos, Canadá e países da Europa Ocidental –, justamente os que têm melhores resultados na revisão por pares.

Embora haja maneiras de mitigar esse tipo de viés, poucas revistas fazem algo nesse sentido. Segundo o grupo da MSU, menos de 16% dos periódicos em ecologia e biologia evolutiva usam um modelo de revisão duplo-cego, no qual nem os autores nem os revisores são informados sobre os nomes uns dos outros. Uma recomendação dos autores é ampliar a diversidade dos conselhos editoriais e os grupos de revisores, incluindo mais cientistas de grupos tradicionalmente excluídos.

Jornal da Ciência

REVISTA FAPESP

GOVERNO ANUNCIA R$ 2,4 BILHÕES PARA RECOMPOR ORÇAMENTO DE UNIVERSIDADES E INSTITUTOS FEDERAIS

Foto: Ricardo Stuckert / PR


Recursos são voltados para fortalecer finanças e dar sequência a obras e ações estruturantes, como programas de residência médica e bolsas de permanência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quarta-feira, 19/4, um repasse de R$ 2,44 bilhões para o fortalecimento do ensino superior e profissional e tecnológico no Brasil. O evento ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença de reitores, parlamentares, ministros, entidades representativas da educação e alunos de institutos federais. A recomposição reverte a curva descendente do orçamento das universidades e institutos federais dos últimos anos.

O que estamos anunciando hoje é uma semente que estamos colocando na educação. Espere que ela vai crescer, florescer e dar os frutos que nosso país tanto precisa”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Desse total anunciado, 70% (R$ 1,7 bilhão) serão voltados para a recomposição direta das finanças (aproximadamente R$ 1,32 bilhão para universidades e R$ 388 milhões para institutos). Os outros R$ 730 milhões serão aplicados para atender obras e ações que foram deixadas sem cobertura pela gestão anterior, a exemplo da residência médica e multiprofissional e bolsas de permanência.

“O que estamos anunciando hoje é uma semente que estamos colocando na educação. Espere que ela vai crescer, florescer e dar os frutos que nosso país tanto precisa”, afirmou o presidente Lula. Ele ressaltou a disposição da atual gestão para o diálogo transparente com todas as instâncias da sociedade para a tomada de decisões. Lembrou que ontem mesmo, na terça, recebeu governadores, prefeitos e ministros para discutir soluções para a violência nas escolas. E ressaltou que a educação é o caminho claro e necessário para fazer o país atingir outros patamares de qualidade e desenvolvimento.

“A universidade não é só para fazer teses sobre os problemas sociais, é para ajudar a resolver os problemas sociais. Como a gente vai criar os empregos novos, no mercado de trabalho novo, sem a inteligência das universidades? É preciso que a gente conte efetivamente com essa contribuição. Mais do que teses, transformar em coisas práticas o que a gente conseguiu fazer em teses, para esse país dar um salto de qualidade definitivamente”, afirmou o presidente.

Lula citou a viagem que fez à China na semana passada como exemplo de uma economia que deu um salto nos últimos 30 anos a partir de um forte investimento em educação, ciência e tecnologia. “O que a China fez nos últimos anos é de causar inveja a qualquer governante do mundo. Por que o Brasil, do tamanho que é, com a riqueza que tem, continua pobre? Por que para dar um aumento de 18 reais no salário mínimo é um sacrifício enorme? Temos de dar um jeito nisso. Não enquanto governo, mas enquanto sociedade. Que sociedade queremos ser, em que momento da história vamos nos tornar um país rico em conhecimento, em qualidade de trabalho, em educação?” questionou.

Segundo o presidente, a receita adotada pela atual gestão é acreditar num Estado indutor de investimentos e que se paute pelas premissas da credibilidade, da estabilidade jurídica e social e da previsibilidade. “Não existe milagre em economia. Você não distribui o que não produz. Por isso que é importante a economia crescer, e ela vai crescer quando tiver investimento. Para ter investimento, tem que ter consumo. Para o empresário vender um produto, ele precisa saber que a sociedade quer comprar, e para isso o governo tem que contribuir. O Estado tem de ser indutor”, disse.

RETOMADA

O anúncio desta quarta-feira é parte de uma série de iniciativas do Governo Federal para voltar a valorizar o ensino superior, que passou por uma série de dificuldades na gestão anterior, sobretudo em 2022, quando ficou sem orçamento para despesas básicas mínimas, com dois cortes e três contingenciamentos ao longo do período. “É uma recomposição discutida por secretários e secretárias, por parlamentares, pelas entidades da educação. Parte é para recomposição do orçamento discricionário, parte para obras e ações importantes para estudantes e professores”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana.

Em janeiro de 2023, o presidente Lula restabeleceu o diálogo com o setor recebendo reitores de todo o país no Palácio do Planalto. Em fevereiro, anunciou o reajuste de até 200% em bolsas de graduação, pós-graduação, de iniciação científica e na Bolsa Permanência. Pouco depois, foi anunciada a recomposição de R$ 1,5 bilhão no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que garante a qualidade das merendas escolares em instituições públicas de ensino.

Segundo o ministro, as ações são retrato de um governo que historicamente valoriza o tema. Ele lembrou que no período em que Lula e Dilma Rousseff foram presidentes, foram criados 422 dos 679 campi de institutos federais do país e 181 dos 314 campi de universidades federais. “Esse é o maior patrimônio que um país pode ter. Demonstrar que esse governo prioriza educação pública e de qualidade para o povo brasileiro”, disse.

As universidades têm ambições. Querem fazer parte de um projeto de futuro, Para isso, enquanto patrimônio do povo brasileiro, precisam dessa valorização, que haja financiamento contínuo e consistente como em qualquer lugar civilizado no mundo”

Ricardo Marcelo Fonseca, presidente da Andifes

ALÍVIO – A recomposição orçamentária levou alívio a gestores de institutos e universidades, que viveram nos últimos seis anos cortes contínuos de recursos e, consequentemente, dificuldade de funcionamento.

“O orçamento enviado ano passado era inviável. Esse anúncio vai nos fazer retornar a patamares anteriores à pandemia. Vai dar o respiro fundamental para sobrevivência das universidades em 2023”, disse Ricardo Marcelo Fonseca, reitor da Universidade Federal do Paraná e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais do Ensino Superior (Andifes).

“As universidades têm ambições. Querem fazer parte de um projeto de futuro, Para isso, enquanto patrimônio do povo brasileiro, precisam dessa valorização, que haja financiamento contínuo e consistente como em qualquer lugar civilizado no mundo”, completou, destacando também o potencial inclusivo das universidades federais e o fato de mais de 95% da formação em Ciência e Tecnologia ser feita por instituições públicas.

Os institutos federais também enfrentaram dificuldades, segundo Maria Leopoldina Veras, presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Cientifica e Tecnológica (Conif). “Os bloqueios impediram que atingíssemos o nosso objetivo de formar completamente os estudantes. Com a recomposição, vamos conseguir ampliar a assistência estudantil, fator crucial que impacta diretamente na alimentação e no transporte do aluno”.

As jovens Isabelly Fábia da Silva Cunha e Ludmila de Souza Félix, ambas de 16 anos, viveram as dificuldades decorrentes do corte de recursos. Estudantes do curso de Agropecuária do Instituto Federal de Brasília, elas viram a alimentação perder qualidade e ficar menor. Alunas do curso integral, no ano passado, tinham almoço, mas faltavam os lanches das tardes e manhãs. Houve, ainda, outras limitações, como falta de recursos para manutenção ou contratação de transporte que viabilizasse um passeio técnico comum na escola. Ludmila, que tem bolsa permanência, chegou a ficar três meses sem receber.

AVANÇAR

Presidente da União Nacional dos Estudantes, Bruna Brelaz definiu a recomposição orçamentária como um grande suspiro de novos tempos para universidades e institutos federais, após um período em que a universidade e os estudantes universitários eram tratados, segundo ela, como adversários, como ‘centros de balbúrdia’. “Esperamos que essa recomposição seja um dos passos para garantir que os filhos e filhas dos mais pobres permaneçam nas universidades com qualidade. Agora entramos aqui pela porta da frente. Temos certeza de que vamos avançar”.

Jornal da Ciência

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