Por Lisdeili Nobre*. lisdeilinobre@hotmail.com
No Atlas da Violência de 2019, publicado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que a taxa de homicídios dos últimos anos no Estado da Bahia continua crescendo, ou seja, no ano de 2007 foram registrados 3.659 homicídios e em 2017 saltou para 7.487 pessoas assassinadas e nos últimos anos estes números não foram diferente.
A maioria dessas mortes, são de jovens que estão entre 15 a 20 anos. No Brasil, segundo o IPEA, o Estado da Bahia está em sétimo lugar na taxa de homicídios de homens jovens por grupo de 100 mil habitantes com a taxa de 228,7. A mesma pesquisa mostra que Itabuna em 2018 estava entre os municípios mais violentos do Brasil, com uma taxa de 69,9 por 100 mil habitantes.
A possível desativação da Fábrica Nestlé em Itabuna com certeza colaborará para que este nefasto crescimento da mortandade juvenil continue crescendo. A desativação das atividades interfere diretamente na economia local que gera empregos diretos e indiretos, o que reflete no panorama da violência.
Por outro a economia do crime movimentada pelo tráfico de drogas tem mais possibilidades de ampliação dos seus territórios nas áreas mais vulneráveis socioeconomicamente.
O presságio não é bom, pois já se trata de um município que carece muito da ampliação em políticas públicas que objetivam a garantir condições de desenvolvimento infanto-juvenil, acesso à educação, cultura e esportes, além de mecanismos para facilitar o ingresso do jovem no mercado de trabalho.
Portanto, vale lembrar o Prêmio Nobel James Heckman quando disse que é muito mais barato investir na primeira infância e juventude para evitar que a criança de hoje se torne o criminoso de amanhã, do que aportar recursos nas infrutíferas e dispendiosas ações de repressão bélica ao crime na ponta e encarceramento.
*Mestre em Teologia na linha de pesquisa ética e gestão pela Faculdade EST São Leopoldo/RS, Especialista em Docência do Ensino Superior, Especialista em Gestão Pública na UESC, Especialista em Planejamento de Cidades na UESC, Especializando em Estudo Cientifico e Cidadania, Professora Universitária Curso de Direito e Delegada de Polícia Civil do Estado da Bahia.
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