domingo, 28 de julho de 2019

BRASIL FICA EM 2º LUGAR EM RANKING DE IGNORÂNCIA SOBRE A REALIDADE

Resultado de imagem para IPSOS

O Brasil é o segundo país do mundo onde há mais falta de conhecimento sobre a realidade. Em ranking que compara opiniões da população com dados de realidade em 38 países, brasileiros só estão atrás dos sul-africanos.

O quanto as pessoas conhecem sobre a realidade de seus países quando o assunto é homicídio, ataques terroristas, gravidez na adolescência, vacinas, Facebook e outros temas-chave do cotidiano? Para responder a essa questão, a Ipsos entrevistou 29,1 mil pessoas em 38 países, incluindo o Brasil, entre 28 de setembro e 19 de outubro, no estudo “Perigos da Percepção”. As informações coletadas foram comparadas com dados de fontes oficiais resultando no ranking “Índice da Percepção Equivocada, baseado nas distorções entre opiniões e realidade. O Brasil ficou em 2º lugar, atrás apenas da África no Sul (1º) e seguido por Filipinas (3º), Peru (4º) e Índia (5º).

Apenas 7% das pessoas entrevistadas no mundo pensam que a taxa de homicídio em seu país é menor do que em 2000. No entanto, ela é significativamente menor na maioria dos países. No Brasil, a taxa atual é igual a de 2000, mas 76% dos entrevistados acreditam ser maior. 

Quando o assunto é ataque terrorista, apenas 19% pensam que os índices de mortes são menores do que eram 15 anos antes, mas na verdade o índice caiu na maioria dos países e, em geral, está em metade do que era. 

As pessoas também superestimam a proporção de imigrantes que são prisioneiros em seus países: a suposição média é de 28%, quando na verdade é apenas 15% - no Brasil o número de imigrantes corresponde a somente 0,4% da população carcerária, e não 18% como acredita a população.
"A pesquisa global Ipsos Perils of Perceptions, realizada em 38 países em 2017, evidencia um problema massivo de falta de aprofundamento das questões sociais, o que é preocupante no mundo e no Brasil que lidera o índice das percepções equivocadas com a África do Sul e as Filipinas. 

Este desconhecimento pode amplificar alguns temas que não são os mais importantes para o Brasil e orientar o debate eleitoral em 2018 para prioridades erradas. 

Sabemos que notícias negativas chamam mais a atenção do que notícias positivas e que elas são processadas de maneira diferente pelo nosso sistema cerebral, provocando -muitas vezes- um alarmismo desnecessário. 

O mais preocupante com os resultados desta pesquisa é que percepções erradas geram diagnósticos errados dos problemas do país e , consequentemente, soluções inadequadas”, afirma Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil.
Todos os países acreditam que a gravidez na adolescência seja mais frequente do que é na realidade, especialmente na América Latina e África do Sul. Os brasileiros foram os que mais erraram essa questão. O dado oficial é 6,7%, mas os entrevistados pensavam que fosse 48% - mesmo assim, dos 38 países presentes no estudo, a taxa de adolescentes grávidas no Brasil é a maior. 

Embora seja amplamente divulgado que não há ligação entre algumas vacinas e o desencadeamento de autismo em crianças saudáveis, seis em cada dez pessoas em todos os países pesquisados disseram acreditar na correlação ou não ter certeza de que ela seja falsa. Divergindo da percepção geral, o Brasil foi bem nessa questão. Por aqui, 54% afirmaram não haver relação entre as duas coisas.
Os entrevistados têm uma percepção errada sobre o quanto as pessoas estão conectadas em redes sociais. A estimativa geral de todos os países é que 75% das pessoas têm uma conta do Facebook quando apenas 46% realmente têm. Os brasileiros achavam que 83% estavam conectados na rede de Mark Zuckerberg, mas são 47%.
A pesquisa “Perigos da Percepção” foi realizada em 38 países. A metodologia de painel online da Ipsos foi utilizada na: Alemanha, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Cingapura, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Filipinas, Grã-Bretanha, Hong Kong, Hungria, Índia, Indonésia, Israel, Itália, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Rússia, Suécia e Turquia. Holanda, Montenegro, Noruega e Sérvia utilizaram metodologia online e entrevistas pessoais. 

Veja o ranking completo:




Considerando que a pesquisa foi realizada em 38 países, podemos dizer que representa o planeta. Tem países de todos os continentes. Desenvolvidos ou subdesenvolvidos Repúblicas ou monarquias, capitalistas ou ditos socialistas, tem uma ampla representação.

Interessante notar que a pesquisa foi realiza próximo ao final do ano de 2017. Lógico que um perfil desses de desinformação não se estrutura de um ano para o outro. Isso é um processo que vai sendo construído ao longo do tempo e se perpetua por longo tempo, exceto se alguma variável interromper esse ciclo de desinformação.

Diante do revelado pela pesquisa, podemos dentro de uma lógica científica razoável, explicar por quê as "fake news", fazem tanto sucesso e moldam comportamentos no Brasil. 

O nível da desinformação é tanta no país, que a imprensa séria foi obrigada a criar setores/departamento/equipes para pesquisarem as diversas notícias produzidas por sites especializados em divulgar desinformação.

Pela pesquisa da IPSOS, percebe-se que essa opção, divulgação de "fakes news", não foi de um todo equivocada. Somos uma sociedade desinformada e vivemos fora da realidade.

As notícias mais absurdas tornam-se verdades absoluta em questão de horas. Uma postagem e 10.000 compartilhamentos: ESTÁ PRODUZIDA UMA VERDADE. Assim nos tornamos nos tempos das redes sociais. 

Lê-se por ano 2,43 livros em média, dados 2016. Na mesma pesquisa, aponta que 40% da população não ler livros nunca e 30% nunca comprou 01 livro. Eis o terreno fértil para a concretização da distorção da percepção da realidade que existe no Brasil.

Numa sociedade com essas características, as "fakes news" tornaram-se verdades incontestes. E hoje, ainda no rastro dessa distorção da realidade, "evoluímos" para o combate às "fakes news" com novas "fakes news". Estamos no Inferno de Dante da desinformação!!!

Os grandes jornais impressos, as revistas impressas, os telejornais, os rádios jornais, passaram a ser atacados como inimigos da verdade. A verdade é privativa de alguns sites, que não possuem responsabilidade alguma pelo que publicam. Até por quê, o compartilhamento incessante das "fakes news", às vezes encobre os rastros originais da primeira publicação.

Somos um país que vivemos fora da realidade e nos oferecem uma realidade paralela, produzida para atender à demanda do momento. Mudou a demanda, muda-se a realidade paralela. 

Com a velocidade das comunicações quase em tempo real, cria-se tantas realidades paralelas que não sabemos efetivamente se estamos vivendo a verdadeira realidade ou transitamos em realidades paralelas seguidamente, que elas passam a ser a nossa realidade.

MATRIX NUNCA FOI TÃO ATUAL!!!


FONTE:







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