quinta-feira, 4 de junho de 2020

PESQUISA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO (IF BAIANO), CAMPUS GUANAMBI .TRABALHA NA CRIAÇÃO DE RESPIRADOR DE BAIXO CUSTO.

Professor Leandro Gonçalves trabalha em protótipo de respirador mecânico


Diante da alta demanda por aparelhos de respiração mecânica em todo o mundo, devido a pandemia do novo coronavírus, da escassez de fornecedores nacionais e dos altos preços desses aparelhos no mercado, pesquisadores do IF Baiano, Campus Guanambi, resolveram desenvolver um protótipo de respirador pulmonar de baixo custo, construído com materiais encontrados no mercado local.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 20% dos pacientes com Covid-19 podem requerer atendimento hospitalar por dificuldade respiratória e desses casos aproximadamente 5% podem necessitar de suporte ventilatório para o tratamento. O percentual pode parecer pequeno, mas quando o número de infectados é grande, esse percentual representa quantidade de pessoas suficiente para sobrecarregar hospitais de forma a faltar respiradores mecânicos para a população.

O projeto é orientado pelo professor Leandro Gonçalves dos Santos, recebe incentivo da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação e da Pró-reitoria de Extensão e conta com a colaboração de parceiros externos: a enfermeira, Elaine Fonseca, o engenheiro aeronáutico, Leonardo Boa Sorte, e o odontólogo, Ricardo Fagundes. “A ideia é que consigamos desenvolver um protótipo de respirador pulmonar com custo inferior a R$ 3 mil e que esse equipamento possa ser fabricado em larga escala por iniciativas privadas locais, movimentando a economia pela geração de emprego e renda”, explica o professor Leandro.

O protótipo tem como referência os modelos de código aberto disponibilizados pelo Massachusetts Institute technology (MIT) e pela Universidade de São Paulo (USP) e, segundo o orientador da pesquisa, o principal desafio é desenvolvê-lo com materiais “genéricos”, encontrados localmente, que o torne barato e de fácil fabricação. Os pesquisadores já desenvolveram a parte mecânica e eletrônica do aparelho e iniciaram a etapa de programação. “Evidentemente que essas três etapas podem requerer ajustes. Já verificamos essa necessidade na parte mecânica, por exemplo”, explica Leandro.


Aparelho é desenvolvido com materiais de baixo custo


A urgência em soluções exigidas pelo momento e as restrições impostas pela pandemia são dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores. Para Leandro, o distanciamento social tem sido um inimigo na execução do projeto, por impedir a supervisão de diferentes olhares na realização de testes. “Ao executarmos os testes sob apenas um olhar, detalhes passam despercebidos e, mais adiante, precisam ser corrigidos e isso atrasa o andamento”, afirma o professor. Apesar das dificuldades, a pesquisa está conseguindo cumprir o cronograma e se tudo correr bem, em julho o respirador estará pronto, como prevê Leandro.

Os pesquisadores vêm desenvolvendo as etapas em home office, realizando reuniões online. Quando algum teste necessita da supervisão de vários olhares simultâneos, a equipe o faz, utilizando máscaras, álcool em gel, em espaço arejado, mantendo distância de 1,5 metro entre as pessoas.

IF Baiano - Respirador de baixo custo

quarta-feira, 3 de junho de 2020

LOJAS MAÇÔNICAS DE ITABUNA REALIZAM ATO DE PROTESTO EM FRENTE A PREFEITURA.


AS LOJAS MAÇÔNICAS DE ITABUNA COBRAM DA PREFEITURA MAIOR TRANSPARÊNCIA NAS AÇÕES DE COMBATE A COVID-19.

Hoje 03 de junho de 2020, as Lojas Maçônicas de Itabuna realizam um ato de protesto em frente a prefeitura municipal cobrando maior transparência e efetividade no trato com a COVID-19.




O município de Itabuna já registra mais de 1000, casos testados positivos da COVID-19, segundo boletim da prefeitura e 981, casos segundo boletim da SESAB, dia 02 /06. 





Os casos da COVID-19, em Itabuna só vêm aumentando e a população NÃO tem conhecimento de um plano de contingência para a Saúde, Economia. Segurança e Mobilidade. Itabuna só perde para Salvador em número de casos testados positivos. É também a segunda cidade em casos ATIVOS. 

O prefeito Fernando Gomes, decidiu reabrir o comércio da cidade na próxima semana concluindo que, mesmo com o comércio fechado os casos só vêm aumentando. A economia ENTROU EM DECADÊNCIA e o que isso contribuiu segundo o pensar do prefeito, se os casos continuam aumentando? São 80 dias de atividade comercial suspensa e NADA FOI APRESENTADO À SOCIEDADE PARA AMENIZAÇÃO DO PROBLEMA.

O comércio irá reabrir do jeito que fechou: SEM UM PLANEJAMENTO ADEQUADO E ARTICULADO. 

A faixa acima diz tudo: FALTA PLANEJAMENTO ARTICULADO. Não se pode colocar na conta do isolamento social e do fechamento do comércio o fracasso pelo crescente número de casos notificados. Quiça! Não foram essas duas ações que achataram os números para esses patamares! Poderíamos estar piores. 

Efetivamente Itabuna sairá do fechamento do comércio para sua abertura dia 08 de junho, segunda-feira, mesmo com ações restritivas a serem implantadas, o que se tem além disso? Como estão os leitos de UTI? E os recursos, foram aplicados dentro das prioridades?

Segundo ainda o Boletim Epidemiológico SESAB, Ilhéus é a terceira cidade em número de casos testados positivos e a quinta em casos ATIVOS. Dada a simbiose das duas cidades, fala-se inclusive em uma possível Região Metropolitana, deve-se então,esperar um aumento de casos positivos.

As Lojas Maçônicas de Itabuna se posicionaram: BASTA! É PRECISO MAIS TRANSPARÊNCIA E EFICÁCIA NAS AÇÕES. 



A REABERTURA DO COMÉRCIO DE ILHÉUS E ITABUNA PREOCUPA O PREFEITO DE URUÇUCA. NÃO SÓ URUÇUCA DEVE SE PREOCUPAR MAS, TODA A REGIÃO! AS MEDIDAS PREVENTIVAS DEVEM SER REFORÇADAS NOS MUNICÍPIOS POLARIZADOS POR ILHÉUS E ITABUNA.


Prefeito Moacyr Leite Junior (Foto: Roberto Santos)

Prefeito da cidade com maior incidência de transmissão da Covid-19 na Bahia, Uruçuca, no sul do estado, Moacyr Leite Júnior teme pelo agravamento da situação caso ocorra logo a reabertura do comércio em Itabuna e Ilhéus. As duas cidades têm juntas quase mais de 1,6 mil casos de novo coronavírus, encabeçando os primeiros lugares no interior, 981 e 623 casos, respectivament, conforme a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).

Leite Júnior chamou de temeridade a volta das atividades comerciais nas cidades vizinhas de maior porte. “Eu acho isso uma temeridade. Se o comércio começar a reabrir em Itabuna e Ilhéus, a tendência é que as pessoas que moram em Uruçuca vão para essas cidades fazer compras. Compra eletrodomésticos, celulares. Fatalmente a probabilidade de elas voltarem com coronavírus vai ser alta”, disse o prefeito em live do Bahia Notícias nesta quarta-feira (3).

 

Com toque de recolher já em vigor, das 20 às 5h, o município também terá lockdown – fechamento completo da cidade – a partir do dia 11.  “Vamos fechar tudo. Vamos fiscaliza mais e multar”, declarou. Para Moacyr Leite Júnior, mesmo com os 12 óbitos registrados, há quem em Uruçuca não acredite na letalidade do vírus. “Infelizmente, essa é uma verdade. Mesmo com as 12 mortes, a pior situação no estado, as pessoas ainda não acreditam. Eu acho que só quando acontece com algum familiar, elas passam a acreditar”, avaliou.



Bahia Notícias

domingo, 31 de maio de 2020

COMÉRCIO DE ITAJUÍPE REABRE DIA 01/06, SEGUNDA-FEIRA EM SISTEMA DRIVRE THRU, FUNCIONANDO DAS 08h ÀS 14h.

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Vereadores do Município de Itajuípe e o prefeito Marcone Amaral, se reuniram na sexta (29/05), para discussão pela reabertura do comércio de Itajuípe, fechado a mais de 60 dias com pequeno intervalo em Drive-thru.

Os edis enfatizaram a importância do retorno das atividades comerciais, com responsabilidade, intensificando as ações de fiscalização e conscientização da população, garantindo assim,  uma maior segurança para todos. 

O prefeito Marcone Amaral, ouviu as propostas dos vereadores e na noite de ontem (30/05) convocou outra reunião com representantes do comércio local aonde ficou acordado que na próxima segunda-feira (01/06), o comércio voltaria às suas atividades no sistema drive-thru, funcionando das 08h às 14h, com todas as medidas de segurança necessárias. 

O vereador Roney Adriel, presidente da Câmara de Vereadores, enfatizou "a importância da união da Casa Legislativa com o Poder Executivo buscando um equilíbrio nesse momento de crise mundial entendendo que o diálogo favorece a solução dos problemas. Ficamos felizes que chegamos a esse entendimento e, com responsabilidade, o nosso comércio voltará a funcionar e nós continuaremos na luta em prol de vencermos essa batalha não projetada. Saímos satisfeitos dessa reunião e agradecidos ao Prefeito pela compreensão e responsabilidade nas tomadas de decisões", concluiu o vereador.

Com informações de: webnewssul

O comércio de Itajuípe já vinha fechado a mais de 60 dias, com pequeno intervalo em Drive-trhu. Contudo, com o avanço dos casos positivos da COVID-19 no município, o prefeito buscando frear a velocidade de propagação do vírus, fechou mais uma vez as atividades comerciais consideradas não essenciais. 

Atualmente Itajuípe encontra-se com:



São 92 casos positivados com 58 curas. Isto indica que o município possui 34 casos ativos. Se retirarmos os internados (02) e (02) óbitos, teremos então 30 casos no município. Confesso que não consegui compreender essa tabela! Fiz algumas contas e não consegui os resultados esperados.

Apesar do comércio não essencial que funcionará em Drive-trhu, existem outras atividades econômicas que não irão reabrir, a exemplo das academias de atividades físicas, dentre outras atividades.

Pode-se ainda citar a questão do comércio informal, a exemplo dos ambulantes e comércio de rua. São atividades que não foram tratadas no último Decreto que liberou o Drive-trhu. 

E O PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA A CONVIVÊNCIA COM A DOENÇA E RETOMADA DAS ATIVIDADES NO GERAL ONDE ESTÁ?

BRASIL E MUNDO: Somos o epicentro da pandemia! 

O primeiro caso NOTIFICADO OFICIALMENTE da COVID-19, no Brasil foi no dia 26 de fevereiro de 2020. A primeira morte NOTIFICADA OFICIALMENTE da COVID-19, foi no dia 16 de março de 2020.  

O primeiro caso NOTIFICADO OFICIALMENTE da COVID-19, na Bahia foi no dia 06 de março de 2020. Tanto o caso da Bahia como o do Brasil, forma casos IMPORTADOS DA ITÁLIA. Pessoas que estiveram na Itália e voltaram para o Brasil. A primeira morte NOTIFICADA OFICIALMENTE da COVID-19,  na Bahia ocorreu dia 28 de março. 

Desde o primeiro caso oficial no Brasil até a presente data, QUAL O PLANO DE CONTINGÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL PARA A COVID-19 E SUAS CONSEQUÊNCIAS SANITÁRIAS E ECONÔMICAS?

Estamos vivendo de reações. O governo federal reage às situações quando motivado. Não há uma orientação, coordenação ou um planejamento nacional para a pandemia. Nem um protocolo de uso de medicamento se consegue fazer, e quando faz, o medicamento cantado em versos e prosas é considerado INEFICAZ

Na questão econômica nem se pode dizer nada. O país está num furação. E o que o governo federal apresenta?? NADA! E ainda causa problemas entrando em conflito político interno e externo. O que menos se precisa nesse momento é de conflito político.

A pandemia no Brasil já ultrapassou os 460 mil casos oficialmente confirmados, mais de 27 mil mortes oficialmente confirmadas. Frisa-se bastante OFICIALMENTE CONFIRMADA, pois, sabe-se que no Brasil não há testagem em massa. Logo só se sabe aqueles casos que são notificados pelas secretarias estaduais de saúde ao Ministério da Saúde, por serem casos testados por apresentarem sintomas e suspeição da COVID-19. Logo, as mortes também estão na mesma linha. 

Além da questão de (saúde)sanitária e econômica que o mundo enfrenta, no Brasil acrescenta-se a questão política-ideológica-fake news e ignorância GENERALIZADA. Isto não pode acabar bem. Isto tem um mau prognóstico.

O Brasil é o segundo país do planeta em número de casos e o quarto em número de mortes. Exceto pelos EUA, primeiro em número de casos e de mortes, todos os países que possuem número de mortes maiores que o Brasil, possuem menor número de casos e suas curvas de infecção já não apontam para a vertical, já estão no sentido da horizontal. Isso significa que o número de infectados diminui e por consequência de mortes. 

Não temos um plano de contingência e a COVID-19 se mostra DEVASTADORA! 

O governo federal não vai conseguir manter a economia parada por muito tempo. A crise de arrecadação já começa a dar sinais. Sem caixa, não haverá dinheiro para Auxílio Emergencial. Não haverá recursos para o financiamento da máquina pública e o capitalismo brasileiro não abre mão de sua margem de lucro e nem financia o Estado sem um retorno adequado.

Quando a máquina federal ficar sem recursos, os Estados e Municípios entram em colapso! Não há máquina sem impostos e não há impostos sem economia em movimento. NÃO CONFUNDIR ESSA CONSTATAÇÃO COM A DEFESA DE SE ABRIR O COMÉRCIO A TOQUE DE CAIXA COM O DISCURSO REACIONÁRIO DE QUE O BRASIL NÃO PODE PARAR! O Brasil já parou, está parado e continuará parado ou parando com consequências devastadoras para a sociedade pela falta de MATURIDADE ADMINISTRATIVA DO GOVERNO FEDERAL! 

Somos o país que no meio de uma epidemia com um patógeno totalmente desconhecido, NÃO TEMOS UM MINISTRO DA SAÚDE EFETIVO NO CARGO. Dois foram auto-demitidos não por incompetência no trato da questão, mas por terem comportamento adequado ao que preconiza o mundo científico. Esse é o Brasil!

Não adianta abrir algumas atividades comerciais para depois fechar, suspender a quarentena para depois voltar. É preciso um planejamento nacional, estadual e municipal para garantir a efetividade dessas medidas COM RISCOS PONDERADOS.

 G1-Globo

G1

Ministério da Saúde

Agência Brasil



sábado, 30 de maio de 2020

COVID-19: SAIBA POR QUE OS PORTADORES DE DIABETES SÃO MAIS SUSCEPTÍVEIS A TEREM COMPLICAÇÕES CLÍNICAS E MAL PROGNÓSTICO.

Pesquisadores desvendam mecanismo que torna COVID-19 mais grave em diabéticos
Maior nível de glicose no sangue é captado por células de defesa e serve como fonte de energia que permite ao vírus se replicar mais, desencadeando resposta imunológica que mata células pulmonares e desregula sistema imune (imagem: Wikimedia Commons)


Um grupo brasileiro de pesquisadores desvendou uma das causas da maior gravidade da COVID-19 em pacientes diabéticos

Como mostraram os experimentos feitos em laboratório, o teor mais alto de glicose no sangue é captado por um tipo de célula de defesa conhecido como monócito e serve como uma fonte de energia extra, que permite ao novo coronavírus se replicar mais do que em um organismo saudável. Em resposta à crescente carga viral, os monócitos passam a liberar uma grande quantidade de citocinas [proteínas com ação inflamatória], que causam uma série de efeitos, como a morte de células pulmonares.

O estudo, apoiado pela FAPESP, é liderado por Pedro Moraes-Vieira, professor do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), e por pesquisadores que integram a força-tarefa contra a COVID-19 da universidade, coordenada por Marcelo Mori, também professor do IB-Unicamp e coautor do trabalho.

O artigo encontra-se em revisão na Cell Metabolism, mas já está disponível em versão preprint, ainda não revisada por pares.

“O trabalho mostra uma relação causal entre níveis aumentados de glicose com o que tem sido visto na clínica: maior gravidade da COVID-19 em pacientes com diabetes”, diz Moraes-Vieira, pesquisador do Experimental Medicine Research Cluster (EMRC) e do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP, com sede na Unicamp.

Por meio de ferramentas de bioinformática, os pesquisadores analisaram inicialmente dados públicos de células pulmonares de pacientes com quadros médios e severos de COVID-19. Foi observada uma superexpressão de genes envolvidos na chamada via de sinalização de interferon alfa e beta, que está ligada à resposta antiviral.

Os pesquisadores observaram ainda no pulmão de pacientes graves com COVID-19 uma grande quantidade de monócitos e macrófagos, duas células de defesa e de controle da homeostase do organismo.

Monócitos e macrófagos eram as células mais abundantes nas amostras e as análises mostraram que a chamada via glicolítica, que metaboliza a glicose, estava bastante aumentada.

As análises por bioinformática foram realizadas pelos pesquisadores Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), e Robson Carvalho, professor do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp).

Glicose e vírus

O grupo da Unicamp realizou, então, uma série de ensaios com monócitos infectados com o novo coronavírus, em que eles eram cultivados em diferentes concentrações de glicose. Os experimentos foram feitos no Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes (Leve), que tem nível 3 de biossegurança – um dos mais altos –, e é coordenados por José Luiz Proença Módena, professor do IB-Unicamp apoiado pela FAPESP e coautor do trabalho.

Quanto maior a concentração de glicose no monócito, mais o vírus se replicava e mais as células de defesa produziam moléculas como as interleucinas 6 [IL-6] e 1 beta [IL-1β)] e o fator de necrose tumoral alfa, que estão associadas ao fenômeno conhecido como tempestade de citocinas, em que não só o pulmão, como todo o organismo, é exposto a essa resposta imunológica descontrolada, desencadeando várias alterações sistêmicas observadas em pacientes graves e que pode levar à morte”, diz Moraes-Vieira.

Os pesquisadores usaram então, nas células infectadas, uma droga conhecida como 2-DG, utilizada para inibir o fluxo de glicose. Eles observaram que o tratamento bloqueou completamente a replicação do vírus, assim como o aumento da expressão das citocinas observadas anteriormente e da proteína ACE-2, aquela pela qual o coronavírus invade as células humanas.

Além disso, usaram uma droga que está sendo testada em pacientes com alguns tipos de câncer. Assim como alguns análogos, a 3-PO inibe a ação de um gene envolvido no aumento do fluxo de glicose nas células. O resultado da sua aplicação foi o mesmo da 2-DG: menos replicação viral e menos expressão de citocinas inflamatórias.

Os resultados que indicaram maior atividade da via glicolítica frente à infecção foram obtidos por meio de análises proteômicas dos monócitos infectados, realizadas em colaboração com Daniel Martins-de-Souza, professor do IB-Unicamp apoiado pela FAPESP.

Por fim, as análises mostraram que o mecanismo era mediado pelo fator induzido por hipóxia 1 alfa. Como é estudada em diversas doenças, é sabido que essa via é mantida estável, em parte pela a presença de espécies reativas de oxigênio na mitocôndria, a usina de energia das células.

Os pesquisadores usaram então antioxidantes nas células infectadas e viram que a hipóxia 1 alfa  diminuía a sua atividade e, assim, deixava de influenciar o metabolismo da glicose. Como consequência, fazia com que o vírus parasse de se replicar nos monócitos, as células de defesa infectadas, que não mais produziam citocinas tóxicas para o organismo.

“Quando intervimos no monócito com antioxidantes ou com drogas que inibem o metabolismo da glicose, nós revertemos a replicação do vírus e também a disfunção em outras células de defesa, os linfócitos T. Com isso, evitamos ainda morte das células pulmonares”, diz Moraes-Vieira.

Os estudos com linfócitos T e a análise da expressão de hipóxia 1 alfa em pacientes foram realizados em colaboração com Alessandro Farias, professor do IB-Unicamp e coautor do trabalho.

Como as drogas usadas nos experimentos com células estão atualmente em testes clínicos para alguns tipos de câncer, poderiam futuramente ser testadas em pacientes com COVID-19.

O trabalho tem como primeiros autores Ana Campos Codobolsista de mestrado da FAPESP; Gustavo Gastão Davanzo, que tem bolsa de doutorado da FAPESP e Lauar de Brito Monteiro, também bolsista de doutorado, todos no IB-Unicamp sob orientação de Moraes-Vieira.

“Esse trabalho só foi possível devido às colaborações, ao empenho dos alunos de pós-graduação, que tem trabalhado noite e dia nesse projeto, e ao financiamento rápido do FAEPEX [Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão] da Unicamp e da FAPESP”, diz Moraes-Vieira.

André Julião | Agência FAPESP 

Agência FAPESP

Cell Press Sneak Peek



A IGNORÂNCIA COMO INSTRUMENTO DE PODER. NO BRASIL ESSE PROCESSO É HISTÓRICO, SECULAR!

José de Souza Martins – Foto: Marcos Santos / USP Imagens


A ignorância é, desde a origem do Brasil, um instrumento de poder.



Os reiterados apelos de autoridades médicas para que a população permaneça em quarentena, durante a epidemia de covid-19, têm tido consequências aquém do esperado e, principalmente, do necessário. Há diversos fatores sociais e culturais por trás da imprudência coletiva. A começar de que milhões de brasileiros não têm habitação ou a habitação adequada ao isolamento.

Além do que, esses apelos se baseiam no pressuposto equivocado de que toda a população regula seu comportamento costumeiro, em questões de saúde, pelas mesmas concepções dos médicos e dos cientistas.

Equivocado porque, historicamente, o brasileiro é culturalmente duplo, nas concepções e na língua, uma das consequências das duas escravidões que fizeram o Brasil que conhecemos, a indígena e a negra, além da influência do branco retrógrado. Somos um país atrasado. O que faz do conhecimento científico um conhecimento paralelo ao popular, e com ele em disputa.

No geral, médicos intuem isso. Problema que se abrandaria se nos currículos das faculdades de medicina fosse incluída a antropologia. Uma ponte sobre o abismo que separa e contrapõe as duas culturas.

Tenho observado, em minhas pesquisas, muitos casos, embora fragmentários, no Brasil inteiro, que evidenciam o quanto amplos setores de população estão muito longe das recomendações da cultura médica. E do que seria próprio de uma sociedade cujas normas de saúde fossem reguladas pela racionalidade da própria ciência.

Os muitos casos esparsos que observei deixam claro que o saber popular sobre doença e saúde, mesmo nas grandes cidades, está numa relação de conflito e antagonismo como o saber do médico. O próprio presidente da República, por ignorância e oportunismo explícitos, expressa diretamente esse conflito, ao agir para contestar a medicina.

Num cenário desses, é difícil definir normas de saúde pública, especialmente em momentos de emergência e de urgência. É de limitada eficácia, numa disputa desse tipo, a recomendação de normas da noite para o dia.

Esta é uma interpretação impressionista desse desencontro. Mas do peculiar impressionismo de que se vale todo pesquisador e cientista para definir o primeiro e provisório quadro de sua observação científica sobre determinado problema ou questão.

Seu senso comum é diverso do senso comum popular. É, antes, uma sistematização de conhecimento científico, que lhe permite ver, na urgência de situações inesperadas, o que o conhecimento popular não permite ver senão impropriamente no plano mágico e, eventualmente, religioso.

O problema começa com o fato de que há no Brasil, historicamente, uma ampla ignorância induzida, que se tornou o fundamento de uma cultura paralela de permanente disputa entre juízos de realidade. A ignorância é, desde a origem do Brasil, um instrumento de poder.

É esse o cenário que define os problemas de saúde pública, em situação de emergência, como agora. Os serviços de saúde chegam à massa da população, seja dos pobres, seja da classe média, precariamente. É mais fácil fazer uma consulta médica do que fazer os exames recomendados pelo médico, que podem demorar meses. As coisas se complicam se for necessária uma internação, uma cirurgia.

Com isso, o médico se torna coadjuvante das improvisações e soluções da medicina popular, do curandeirismo, dos benzimentos. As pessoas ficam sabendo que suas dores e incômodos têm nome, nome de doenças. Mas a solução acaba sendo procurada fora do âmbito médico. Não é casual que aqui a medicina científica seja de fato apenas a segunda instância da medicina popular, da automedicação, das campanhas de liquidação de remédios nas farmácias.

Um dos aspectos mais problemáticos desse desencontro é a descrença no saber médico. Sou usuário de hospital público e gosto de acompanhar as conversas de sala de espera. As pessoas trocam informações sobre as queixas que estão levando ao médico. Os outros pacientes opinam, fazem diagnósticos, até dizem que exames o queixoso recomende ao médico para que apenas faça a requisição.

Quando falha o convencimento alternativo do leigo, também paciente, entra o diagnóstico religioso. A conversa, então, se torna proselitismo em favor do grande médico de todas as enfermidades. Já presenciei na espera do ambulatório do Hospital Universitário da USP entre três evangélicos, vinculados a três diferentes igrejas fundamentalistas, por eles mesmos identificadas, por que um impugnava a visão religiosa do outro em nome da sua.

Por trás da resistência à quarentena há um conjunto extenso de insuficiências históricas, sem solução numa situação de emergência, como esta, que é também a de insuficiência do governo.

*Por José de Souza Martins, sociólogo e Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP

Jornal da USP

(Artigo publicado originalmente no Valor Econômico, edição de 22/05/2020)




quarta-feira, 27 de maio de 2020

PLATAFORMA: COMÉRCIO CONQUISTA. ENTENDA O QUE É ISSO E COMO FUNCIONA!

Conquista: Saiba detalhes sobre os 35 casos confirmados de Covid ...
Foto: BLOG Rodrigo Ferraz


Criada pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista para o comércio da cidade que se encontrava fechado, a plataforma é um SOFTWARE - de respostas. As empresas e prestadores de serviços se cadastram e os clientes acessam de qualquer aparelho conectado a internet: Celular, Tablet, Desktop, etc... Foi a a forma que a Prefeitura encontrou para amenizar o fechamento do comércio em tempo de pandemia. 

A Plataforma não expõe os produtos ou preços. Apenas tem um card da empresa e o contato do WhatsApp da empresa ou contato. Essa plataforma entrou on line em 16 de abril deste ano, para atendimento do comércio de Vitória da Conquista que estava fechado por conta da Pandemia da COVID-19. 

O comércio de Vitória da Conquista foi fechado inicialmente por 07 dias, entre os dias 23 e 29 de março. Preservando aberto os elencados como essenciais. Decreto 20.202 de 22/03/2020. 

O Decreto 20.256, de 12 de abril de 2020, mantinha o comércio fechado por mais 07 dias. 

Considerando os decretos analisados, a Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, viabilizou a plataforma com menos de 01 mês de comércio fechado. Fechou em 23 de março a plataforma entrou em operação em 16 de abril de 2020.

Ao acessar a Plataforma o cliente tem três opções de busca: 

A primeira busca é por produto. O cliente digita o nome do produto clica em busca e aparecerá os cards das empresas que que trabalham com o produto.

 

A segunda opção de busca é por tipo de estabelecimentos que indicam suas possíveis atividades. Existem as opções de estabelecimentos de várias atividades: farmácias,  supermercados, fast-foods, etc... Clicando no ramo de atividade, aparecerá os cards das empresas ofertantes e clicando no símbolo do aplicativo WhatsApp, o cliente entra em contato com o comércio ou serviço desejado.



A terceira opção de busca é por categoria de atividades. Várias categorias estão listadas: Veículos, móveis, serviços, vestuário, etc...  Clicando em alguma categoria de atividade, abrem outras possibilidades de consultas. Nessa última ao clicar aparecem as possíveis empresas e serviços.



Basicamente é isso. Uma plataforma de intermediação comercial. 

Precisa-se citar também que muitas áreas de pesquisas estão vazias. Não há empresas ou prestadores em vários serviços cadastrados. Assim confirmou-se no acesso ao site no dia de hoje (27/05) às 13 horas.






No dia 28 de abril, foi publicada uma matéria avaliando a Plataforma. Os dados apresentados foram: 500 empresas cadastradas em 07 dias de funcionamento; mais de 8000 acessos ao site e 4800 acessos direcionados para concretização de negócios.

Não encontrando maiores informações para tratar do assunto este BLOG tentou contato com a CDL de Vitória da Conquista para maiores avaliações, mas não se conseguiu contato.

"O coordenador do NTI, Lauro Oliveira, ressalta que o software tem permitido o contato entre comerciantes e clientes respeitando as regras do isolamento social. O gestor destacou também que a plataforma está recebendo uma série de melhorias. “Estamos monitorando os resultados e trabalhando no aprimoramento dessa ferramenta, que vai permitir aos comerciantes também demonstrar seus produtos’, concluiu."

Até a presente data não existe a demonstração dos produtos. Aparecem apenas os cards, como dito a cima. 

SERÁ UMA PLATAFORMA SEMELHANTE A ESTA QUE O INTERCÂMBIO TÉCNICO-CIENTÍFICO ENTRE AS PREFEITURAS DE ITAJUÍPE E VITÓRIA DA CONQUISTA, IRÁ COLOCAR NO AR???

Não podemos esquecer que o próprio Estado da Bahia já lançou uma PLATAFORMA bem semelhante a esta do Comércio Conquista: Fique no Lar . 


Fonte: