domingo, 12 de fevereiro de 2023

ITAJUÍPE FOI DESTAQUE NA APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO(TCC), DO IF-BAIANO CAMPUS URUÇUCA.

Foto cedida pelos autores

Aconteceu no sábado, 11 de fevereiro de 2023, a apresentação dos TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO(TCC), dos estudantes do 3º ano do Ensino Médio do curso Técnico em Guia de Turismo. Foram apresentados 06 trabalhos dos quais 03, tinham como objeto da pesquisa a cidade de Itajuípe. Todos os 03 trabalhos trataram da questão turística na cidade. 02 trabalhos tratando da relevância e possibilidades do turismo na cidade de Itajuípe e 01 trabalho tratando da saída de residentes de Itajuípe para turismo em outras cidades.

Os trabalhos foram:

1- BOM JESUS DA LAPA: DESTINO DO TURISMO RELIGIOSO DE IDOSOS ITAJUIPENSES 

Estudante: Adryza Kaiala Santos dos Santos

Professora Orientadora: Edimiria Góes César Brito

Coorientador: Luiz Carlos Araújo Ribeiro

Neste trabalho, a estudante realizou a pesquisa buscando identificar qual seria a motivação dos idosos para realizarem sua perigrinação ao Santuário de Bom Jesus da Lapa. Considerando terem outros destinos religiosos no Estado da Bahia e no Brasil. A pesquisadora realizou entrevistas com idosos acima dos 60 anos de idade, que já haviam participado da perigração ao Santuário. Os colaboradores responderam um questionário versando sobre motivação, acompanhamento, dentre outras perguntas. Chegando a conclusão que a fé era o principal motivador para esse deslocamento.

2- ALTERNATIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO SUSTENTÁVEL EM ITAJUÍPE: possibilidades e desafios 

Estudante: Fabrício Reis de Aguiar 

Professora Orientadora: Edimiria Góes César Brito

Neste trabalho, o estudante realizou a pesquisa buscando identificar os desafios que o município de Itajuípe tem para desenvolver a atividade turística no seu espaço geográfico. Foram identificados pelo autor três possbilidades de atrativos turísticos: o turismo  de aventura, tendo como lócus as lagoas de Itajuípe; o turismo  de eventos, tendo como foco a  festividade do MICA PEDRO dos lagos e o  Turismo histórico-cultural, a partir de uma personalidade local, o escritor Adonias Filho. Chegando a conclusão que, a Cidade de Itajuípe tem grande potencial turístico a ser explorado, auxiliando em um desenvolvimento local sustentável.

3- POTENCIALIDADES PARA UMA PROPOSTA DE ROTEIRO GASTRONÔMICO NAS CIDADES URUÇUCA, ILHÉUS E ITAJUÍPE

Estudante: Tzarina Catharina Romanov Oliveira Ribeiro

Professor Orientador: Diogo Antônio Queiroz Gomes

Coorientador: Luiz Carlos Araújo Ribeiro


Neste trabalho, a estudante realizou a pesquisa buscando identificar a possibilidade de se ter um roteiro turístico gastronômico envolvendo as cidades de Uruçuca, Ilhéus e Itajuípe. A pesquisadora realizou visita e entrevista em empreendimentos localizados na Estrada do Chocolate, BA 262 e em empreendimentos em Itajuípe.  Empreendimentos que atuam no ramo do turismo rural, ecológico, hospedagem, comercialização de derivados do cacau e/ou alimentação. A pesquisa conclui que na BA 262, no trecho identificado como Estrada do Chocolate e na cidade de Itajuípe há um grande potencial para oferecer um turismo gastronômico. Tendo Itajuípe um empreendimento que apresenta um cardápio bastante regionalizado.

É a primeira vez que no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, o curso de Técnico em Guia de Turismo tem como exigência para conclusão da sua formação a apresentação de um trabalho de pesquisa. 

A professora Verena Abreu e os professores orientadores trabalharam durante todo o ano de 2023, com os estudantes a Metodologia Científica para que as pesquisas tivessem o caráter efetivamente científico. 

Durante todas as apresentações a professora Verena Abreu e os professores orientadores ressaltavam em suas avaliações o compromisso, a dedicação e a evolução dos estudantes durante todo o processo de construção das pesquisas. Do pré-projeto até a escrita do artigo final, foram várias idas e vindas em busca da excelência que deve ter um trabalho de pesquisa sob método científico.

Os estudantes Adryza, Fabrício e Tzarina são residentes em Itajuípe. Pela vontade de contribuir para a evolução da sua comunidade resolveram pesquisar o seu município. 

A estudante Adryza buscava compreender as razões para os idosos saírem da sua cidade para outra, distante mais de 400 km. Enquanto Fabrício e Tzarina buscavam contribuir para dinamizar a economia local através da possibilidade do turismo. 

Há um diálogo entre esses três trabalhos: o turismo como uma forte e importante fonte de renda para os municípios, realizando a injeção de dinheiro novo que dinamiza a economia local. 

Fica a dica para os gestores municipais: o turismo é um caminho para melhorar a economia local. É um segmento que tem a capacidade de capilarizar os recursos. Bares, restaurantes, hospedarias, são os mais beneficiados diretamente, mas, através deles os dinheiro circula em vários níveis da engrenagem econômica.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

INUNDAÇÕES EM LAGOS GLACIAIS AMEAÇAM CERCA DE 15 MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO

Mais da metade das populações vulneráveis vive na Índia, Paquistão, China e Peru

O derretimento das geleiras de montanhas representa um risco crescente de inundação para cerca de 15 milhões de pessoas em todo o mundo, disseram pesquisadores em um relatório publicado nesta terça-feira, com comunidades na Ásia enfrentando o maior perigo.

O escoamento das geleiras em derretimento geralmente se acumula em lagos rasos, retidos por rochas e detritos. O risco surge quando um lago transborda, rompendo sua barreira natural e enviando uma torrente de água pelos vales das montanhas.

Os cientistas avaliaram pela primeira vez quantas pessoas em todo o mundo correm o risco dessas inundações, descobrindo que mais da metade das populações vulneráveis vivem na Índia, Paquistão, China e Peru.

Fonte.

Jornal da Ciência

Folha UOL

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

BANCOS DEVEM RESSARCIR COMPRAS INDEVIDAS COM CARTÃO POR APROXIMAÇÃO?

Crédito: Unsplash

Consumidores vítimas de furto e golpes têm buscado a Justiça para reaver valores cobrados indevidamente sem a senha.

LETÍCIA PAIVA

Repórter em São Paulo, cobre Justiça e política. Formada em Jornalismo pela Universidade de São Paulo. Antes do JOTA, era editora assistente na revista Claudia, escrevendo sobre direitos humanos e gênero.

A tecnologia de pagamento por aproximação nos cartões costuma ser aplicada para compras de até R$ 200 sem demandar senha, mas consumidores têm demandado a Justiça para tentar reaver valores muito maiores captados por fraudadores que se aproveitaram da inovação. E os juízes têm de definir quem fica com o prejuízo: os clientes ou os bancos.

Um pedido de delivery em Santo André (SP) terminou em uma fatura de R$ 9,8 mil para um cliente do Bradesco, vítima do “golpe da maquininha” – quando o visor não mostra corretamente o valor que será desembolsado em uma compra com cartão. O pagamento, feito por aproximação às 23h40, foi liberado pela instituição financeira.

Ao perceber o golpe, ele registrou boletim de ocorrência na polícia e acionou o banco, que não ressarciu a cobrança. Processado, o Bradesco se defendeu sob o argumento de que, embora o pagamento tenha sido por aproximação, teria havido pedido de senha. Além disso, sustentou que o cliente deveria ter agido com mais cautela e que não teria como ser responsabilizado pela prática de um crime.

A justificativa não foi aceita pelo juiz Sidnei Vieira da Silva, da 9ª Vara Cível de Santo André, que condenou o banco a ressarcir o cliente e a pagar R$ 5 mil em indenização por danos morais, em decisão de 23 de janeiro.

O magistrado entendeu que houve falha na prestação de serviço, já que o sistema antifraude não funcionou. Na visão do julgador, o banco poderia ter identificado que se tratava de uma operação atípica, pelo valor e horário, e ter entrado em contato com o cliente antes de efetivar o pagamento. Além disso, segundo o consumidor, a quantia teria chegado a ultrapassar seu limite de crédito.

Outros agravantes seriam que o homem havia entrado em contato por diversas vezes com o banco para lidar com o problema, sem ter sucesso, e até possuía serviço de seguro junto à instituição para evitar transações fraudulentas.

“Assim, se a condenação não vier acompanhada desta indenização, estaremos ignorando o desgaste emocional suportado pela parte autora e premiando o banco requerido, que deveria investir mais na qualidade e segurança de seus serviços”, afirmou Silva. Ainda cabe recurso da sentença.

Um norte nas decisões envolvendo golpes bancários é a Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ela define que “as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias”.

Além disso, segundo o Código de Defesa do Consumidor, o dever de reparar os danos causados ao consumidor não depende de a instituição ser culpada, mas há exclusão da responsabilidade dela se comprovada a inexistência do defeito ou houver culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.

Por isso, os consumidores podem sair derrotados nas demandas relacionadas aos golpes com pagamentos por aproximação. A demora em perceber e comunicar o furto de um cartão, por exemplo, é um dos motivos para que o prejuízo fique na conta do cliente, e não do banco. A resposta dependerá das circunstâncias específicas de cada golpe.

Durante uma viagem, uma correntista do C6 Bank percebeu que seu cartão havia sido furtado de sua bolsa. Ao olhar o extrato pelo aplicativo, notou diversas transações nos dois dias anteriores, que somaram R$ 864,09.

Como as compras foram feitas em pequenos valores, sem mudanças significativas em relação ao comportamento de consumo, o banco digital foi desobrigado de reembolsar a cliente por decisão do juiz Luiz Fernando Pinto Arcuri, da 1ª Vara Cível do Foro de Vila Prudente, em São Paulo.

Ele entendeu que, nesse caso, a causa da perda foi externa, e não por descuido da instituição. “O fornecedor é responsável por assegurar a segurança, dentro de seu sistema, nas operações de sua plataforma, enquanto a parte consumidora é responsável pela guarda do cartão e de seus dados para evitar ação de fraudadores, como em caso de furtos e outras fraudes eletrônicas”, afirma o magistrado, em decisão do dia 27 de janeiro.

O fato de o cartão ter a tecnologia de pagamento por aproximação, por si só, não seria suficiente para o banco ser responsabilizado por falhas na prestação de serviço, já que há pedido de senha para valores mais elevados, concluiu Arcuri.

Em situações distintas, mesmo que envolvendo compras de valores baixos, houve o entendimento de que o banco poderia ter impedido as fraudes. Foi assim com a cobrança por 19 transações feitas em uma mesma loja de conveniência em um curto intervalo de tempo – algumas delas no mesmo minuto. Ao fim, essa fatura somou R$ 550,38 em um cartão do Mercado Pago.

A empresa disse que, como as compras foram presenciais e com uso de senha, não devolveria os valores. Já a cliente afirmou que foi usado o pagamento por aproximação.

Para o juiz Vinícius Rodrigues Vieira, da Vara do Juizado Especial Cível de Ribeirão Preto (SP), o Mercado Pago precisa estar preparado para inibir esse tipo de prática e proteger seu sistema de fraudes. Além disso, faria parte do risco do negócio lidar com tentativas de falsificações, clonagens e estelionato.

Já em outro caso, a impossibilidade de desabilitar o pagamento contactless foi motivo suficiente para que fosse considerado que a instituição financeira falhou. Por isso, a Pagseguro, dona do Pagbank, precisou ressarcir a cobrança de R$ 219,50, mas não foi condenada à indenização por danos morais, em sentença de dezembro.

“Se o próprio réu reconhece que fornece cartão com metodologia de pagamento por aproximação que não pode ser desativada, está claro que oferece serviço inseguro aos seus consumidores, devendo suportar os riscos e prejuízos decorrentes de fraudes praticadas por terceiros que se valham da vulnerabilidade de seu sistema”, disse a juíza Amanda Eiko Sato, da 1ª Vara do Juizado Especial Cível do Foro de Santana, em São Paulo.

Procurados pela reportagem, o Pagbank e o Bradesco não quiseram comentar as condenações. O Mercado Pago também não abordou o caso citado, mas orienta que os usuários vítimas de furto ou roubo cancelem o cartão imediatamente, o que pode ser feito via aplicativo ou canais de atendimento.

Os casos citados se referem aos processos 1020350-13.2022.8.26.0554, 1003479-88.2022.8.26.0009, 0000344-49.2022.8.26.0506 e 1027077-95.2022.8.26.0001.

Fonte: JOTA

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

COQUETEL DE ANTICORPOS CONTRA ARTRITE REUMATOIDE TEM SUCESSO EM TESTES INICIAIS


Experimento com camundongos e com cultura de células humanas já qualifica tratamento para testes em humanos, dizem cientistas

Um experimento em camundongos obteve sucesso em usar um “coquetel” de anticorpos para tratar artrite reumatoide. Em estudo publicado na sexta-feira, um grupo de cientista mostrou que a técnica foi capaz de oferecer melhora de longo prazo às cobaias e preveniu danos aos ossos com maior eficácia do que os tratamentos simples de anticorpos, que já vem sendo usados hoje.

No artigo da revista Science Translational Medicine, os pesquisadores, liderados por Nadine Biesemann, da divisão de pesquisa da Sanofi na Alemanha, relatam como escolheram versões específicas dessas moléculas do sistema imune para tratar os roedores.

A pesquisa obteve sucesso também em culturas de células humana, e os cientistas afirmam que o estudo já abre porta para um teste da terapia em humanos.

A artrite reumatoide é uma doença auto-imune, ou seja, na qual o sistema imune adquire uma anomalia que o faz atacar células saudáveis do organismo, e não apenas vírus células tumorais, que seria o normal. A doença afeta sobretudo os ossos e cartilagens na região das articulações, causando dor, inchaço e rigidez. Em casos mais graves, pode atacar órgãos como nervos, pulmão e coração.

Fontes

Jornal da Ciência - SBPC

Texto completo em:

O GLOBO


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

ZIKA PROVOCA ANORMALIDADE EM QUASE UM TERÇO DOS FILHOS DE MULHERES INFECTADAS NA GRAVIDEZ

 
Meta-análise conduzida por diferentes grupos de pesquisa do Brasil consolida os principais achados sobre o vírus, da epidemia de 2015 até os dias de hoje (foto: Sumaia Villela/Agência Brasil)

Theo Ruprecht | Agência FAPESP  

Foi publicada na revista The Lancet Regional Health – Americas a maior e mais abrangente meta-análise já feita até o momento sobre os efeitos do vírus zika em filhos de mulheres infectadas durante a gestação. A partir de 13 estudos nacionais que reúnem dados de 1.548 gestantes, o artigo chega a conclusões robustas, como a de que quase um terço das crianças apresenta alguma anormalidade em decorrência da infecção e 4% manifestam microcefalia propriamente. Com isso, estabelece as bases para políticas públicas assertivas, melhores cuidados e para priorizações do ponto de vista de novas pesquisas.

Em 2015, quando a explosão de casos de microcefalia em crianças foi associada ao zika e o Ministério da Saúde declarou estado de emergência nacional, pesquisadores brasileiros foram obrigados a apertar o passo para trazer respostas sobre a epidemia o mais rapidamente possível. “Diante disso, não houve tempo para uma grande articulação nacional e diferentes grupos conduziram estudos independentes”, lembra o epidemiologista Ricardo Arraes de Alencar Ximenes, um dos autores da pesquisa e professor da Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Essa pulverização resultou em amostras menores de pacientes, protocolos com critérios díspares e variabilidade de resultados, que aumentavam as incertezas sobre as descobertas.

“Mas já em 2016 começamos a conversar com esses grupos para harmonizar os protocolos e, a partir daí, consolidar os dados dos diferentes estudos. A ciência brasileira mostrou sua maturidade e capacidade nessa epidemia”, ressalta Ximenes, que também é professor da Pós-Graduação de Ciências da Saúde da Universidade de Pernambuco. Dessas interações surgiu o Consórcio Brasileiro de Coortes do Zika, que hoje conta com cientistas de 26 instituições e que possibilitou a meta-análise recentemente divulgada. “O grande valor do artigo, o primeiro do consórcio, é a união de forças, que permite chegar a resultados mais confiáveis”, destaca o especialista.

O trabalho contou com o apoio da FAPESP por meio de seis projetos: (16/08578-0, 17/21688-1, 13/21719-3, 16/15021-1, 15/12295-0 e 16/05115-9).

Sistematização do conhecimento

Para serem incluídos na meta-análise, os estudos deveriam ter confirmado o diagnóstico de infecção por zika em mulheres grávidas por meio de exames de RT-PCR, considerados os mais confiáveis, antes de qualquer anormalidade ser detectada no feto. Eles também precisavam ter sido conduzidos no Brasil e acompanhar as mulheres e seus filhos até pelo menos o fim da gestação.

Os estudos incorporados na revisão contemplaram as quatro regiões mais afetadas pela epidemia de zika – Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Os dados de cada participante foram analisados de forma individualizada e organizados em uma série de possíveis desfechos provocados pelo vírus nas crianças. Eles iam de baixo peso ao nascer até microcefalia, passando por questões oftalmológicas e neurológicas, como convulsões.

Ximenes destaca que, como a epidemia de zika foi detectada pelo aumento de casos de microcefalia, parte da população ainda acredita que essa é a única anormalidade mais preocupante ligada à infecção. Porém, ele reitera que a síndrome congênita ligada ao vírus pode se manifestar de variadas formas, que incluem dificuldades de visão e déficits motores, entre outras.

Considerando os episódios de microcefalia e as anormalidades neurológicas, oftalmológicas e de neuroimagem (alterações nos exames que miram o cérebro), foram encontradas alterações em 31,5% das crianças – quase um terço da amostra. “Não é uma surpresa encontrar um número tão alto, mas agora temos maior confiança nele”, diz Ximenes.

O virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e membro do Consórcio Brasileiro de Coortes do Zika, pondera que as gestantes e as crianças foram superavaliadas justamente por participarem das pesquisas: “Isso gera uma detecção acima da média de alterações menores, que talvez passassem despercebidas”. É possível, por exemplo, que uma anormalidade no cérebro encontrada na meta-análise fosse assintomática, ou provocasse apenas sintomas leves. “Independentemente disso, um terço de crianças afetadas é um dado muito impactante, que mostra o potencial do zika”, complementa.

Além disso, Ximenes argumenta que mesmo manifestações menores podem, com o passar dos anos, desencadear problemas.

A microcefalia

Segundo a meta-análise, 2,6% dos filhos de mães infectadas apresentaram microcefalia logo na primeira avaliação médica. No entanto, outras crianças receberam o mesmo diagnóstico com o passar do tempo – no total, 4% manifestaram o quadro ao longo dos primeiros anos de vida.

“Nossos resultados indicam que, entre crianças com microcefalia, a fração diagnosticada de maneira tardia não é negligenciável”, dizem os autores no artigo. “O risco de microcefalia pós-natal associada ao zika não havia sido documentado antes. Isso demonstra a relevância de monitorar o crescimento da cabeça de todas as crianças expostas ao vírus antes do nascimento, mesmo se elas tiverem uma circunferência normal de crânio ao nascimento”, arrematam.

Aliás, crianças com microcefalia associadas ao zika tendem a apresentar diferentes disfunções simultaneamente. “Isso levou pessoas a acreditarem que a síndrome congênita ligada ao zika é caracterizada, via de regra, por uma série de problemas”, diz Ximenes. “Mas isso, na verdade, não ocorre na maioria dos casos.”

Segundo a meta-análise, menos de 1% das crianças afetadas pela infecção da mãe exibiam mais de uma anormalidade. “Ou seja, verificamos que as manifestações costumam surgir de forma isolada”, reitera o epidemiologista.

A descoberta serve como alerta inclusive para profissionais, que às vezes podem não relacionar um quadro ao zika – ou mesmo deixá-lo passar – por se tratar de um sintoma isolado. “E o diagnóstico precoce da síndrome possibilita intervenções precoces, que beneficiam os pacientes”, afirma Ximenes.

Fatores associados?

Com o avançar da epidemia de zika, passou-se a avaliar se alguns fatores modulariam o risco de microcefalia causada pela infecção durante a gestação. Dengue, uso de larvicidas e mesmo questões socioeconômicas foram levantadas como possíveis catalisadoras dessas complicações. “Isso aconteceu porque muitos casos de microcefalia foram detectados no Nordeste, mas nem tantos em outras regiões. Então se postulou que algum fator ligado à pobreza influenciaria na associação entre zika e essas anormalidades”, esclarece Ximenes.

Entretanto, essa hipótese perdeu força com a publicação da meta-análise em questão. “O risco [de microcefalia após infecção por zika na gestação] foi similar em todos os locais estudados e em diferentes condições socioeconômicas. Isso indica que provavelmente não há outros fatores modificando essa associação”, aponta o artigo.

Ou seja, a concentração de casos de microcefalia no Nordeste resulta simplesmente do maior número de infecções. “Onde há pobreza, há mais mosquito”, destaca Ximenes. “Em muitos municípios do Nordeste, o fornecimento de água não é diário. Então a população precisa estocar água, o que aumenta os criadouros de mosquito”, complementa.

Nogueira acrescenta que, como o Nordeste foi a primeira região a ser afetada pelo zika no Brasil, a população local foi a que mais sofreu com a falta de informações: “Quando o vírus chegou ao interior de São Paulo, por exemplo, já havia mais notícias e até recomendações como a de evitar gestações, que obviamente evitaram casos de microcefalia”.

Ele, aliás, orientou um trabalho que descartou a hipótese de que uma infecção prévia por dengue aumentaria o risco de microcefalia após o zika (leia mais em: agencia.fapesp.br/35942/).

Próximos passos

“Talvez a maior limitação do nosso trabalho seja a falta de um grupo-controle”, afirma Ximenes. Essa ausência é justificável, na medida em que os estudos incluídos na meta-análise foram aqueles conduzidos durante a epidemia de zika e que, portanto, precisavam trazer respostas rápidas. De qualquer forma, futuros levantamentos podem fazer comparações com crianças cujas mães não foram infectadas com o vírus durante a gestação para sedimentar ou aprimorar os achados.

Os autores da meta-análise sugerem pelo menos dois caminhos no artigo que futuras pesquisas podem trilhar: uma investigação aprofundada, com métodos de diagnóstico avançados, para identificar complicações que podem aparecer ou se tornar mais evidentes em crianças com microcefalia, para além de mortes e hospitalizações; e, em crianças sem microcefalia, seria possível estudar o risco de manifestações relacionadas ao desenvolvimento comportamental e neuropsicomotor que seriam diagnosticadas com o avançar da idade, a partir de ferramentas específicas.

Para além disso, Ximenes e Nogueira concordam que os dados desse trabalho reforçam a necessidade de um monitoramento constante do zika. E, para isso, os centros de pesquisa e as autoridades devem priorizar o desenvolvimento de testes precisos e baratos para diagnosticar o vírus.

“Seu uso ajudaria a minimizar o risco de novas infecções se disseminarem e causarem ondas de doença e complicações”, raciocina Ximenes. Seria possível, por exemplo, empregar esses testes para fazer uma vigilância ativa em locais estratégicos ou grupos populacionais específicos. A partir daí, as autoridades públicas adotariam medidas de controle para evitar surtos e epidemias. É importante lembrar também que, além dessas estratégias, intervenções públicas para melhorar as condições de vida da população, o saneamento e o controle de mosquitos podem ser mais eficazes e ter um efeito duradouro para reduzir o risco de transmissão.

Esforços também deveriam ser concentrados na criação de uma vacina contra o zika. “Há trabalhos nacionais e internacionais em andamento que podem contribuir para definir uma composição ideal desse imunizante. Mas deve demorar anos antes que se chegue a essa candidata a vacina, para então começarmos a avaliar sua segurança e eficácia”, estima Nogueira.

Em paralelo, Ximenes dá o recado de que os filhos de mães infectadas durante a gravidez deveriam ser avaliados pelo menos uma vez por especialistas e acompanhados de perto mesmo se não tiverem exibido sintomas. “No mais, a epidemia vai, mas as crianças ficam. Precisamos cuidar bem delas e fazer de tudo para amenizar seus problemas”, completa.

Vai vir de novo?

A atenção dada ao zika arrefeceu, em especial durante a pandemia de COVID-19. Tanto Nogueira quanto Ximenes concordam que isso é compreensível, até porque os laboratórios tiveram de se dedicar ao SARS-CoV-2 e ao tremendo impacto que ele provocou na sociedade. Mas a verdade é que os novos episódios de síndrome congênita associada ao zika também diminuíram. Se em 2015 e 2016 foram notificados 12.716 casos suspeitos, em 2022 o número ficou em 419, segundo Boletim Epidemiológico de setembro, do Ministério da Saúde. Dos casos identificados no ano passado, 76% seguem em investigação, mas apenas um foi confirmado – e a criança nasceu em 2016.

“Isso é da dinâmica natural de doenças transmitidas por vetores como os mosquitos. Elas vêm, causam uma epidemia e aí desaparecem por um período”, analisa Nogueira. “Agora, podemos não estar vendo mais o zika porque também não estamos fazendo testes. Só gestantes ou pacientes com sintomas neurológicos costumam ser avaliados atualmente”, pondera.

O virologista da Famerp explica que o sobe e desce de casos de arboviroses é multifatorial. Os números podem cair porque parte da população desenvolveu imunidade por um curto período de tempo ao ser exposta, por alguma reação cruzada com outro vírus (como a dengue), pela adaptação aos mosquitos que funcionam como vetores etc. “É um fenômeno complexo, que inclusive estudamos no nosso grupo. Mas acredito que daqui a alguns anos poderemos ter um aumento de casos de zika e, com isso, de suas complicações”, alerta.

Diante dessa previsão, ele reforça a necessidade de uma vacina e de novos exames, além de incentivar medidas de conscientização da população sobre o zika e outras arboviroses.

O estudo Risk of adverse outcomes in offspring with RT-PCR confirmed prenatal Zika virus exposure: an individual participant data meta-analysis of 13 cohorts in the Zika Brazilian Cohorts Consortium pode ser acessado em:

Fonte:

THE LANCET Regional Health - Américas

Agência FAPESP

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

O RETORNO ECONÔMICO DO ENSINO SUPERIOR. ESTUDOS DEMONSTRAM QUE PARA ALÉM DO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL, CIENTÍFICO, TECNOLÓGICO E EM INOVAÇÃO, O INVESTIMENTO GOVERNAMENTAL NO ENSINO SUPERIOR TRAZ ELEVADOS RETORNOS ECONÔMICO-FINANCEIROS PARA A SOCIEDADE

Na nova edição do Jornal da Ciência Especial, estudos demonstram que para além do desenvolvimento educacional, científico, tecnológico e em inovação, o investimento governamental no ensino superior traz elevados retornos econômico-financeiros para a sociedade.

Para cada R$ 1,00 aplicado nas três universidades públicas paulistas – USP, Unesp e Unicamp, a sociedade tem um retorno de 2,78% ao ano. A Universidade de Brasília (UnB) gerou 44.998 empregos na capital do Distrito Federal e proporcionou renda de R$ 2,4 bilhões, o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) local em 2019. Na Universidade Federal de Itajubá (Unifei) a cada R$ 1,00 que o governo aplica, a sociedade recebe R$ 3,28 em forma de acréscimo de renda para os alunos egressos.

Estes são alguns dos principais números levantados por um grupo de pesquisadores que têm se dedicado a medir o impacto econômico das universidades públicas. Os estudos foram realizados no período 2017- 19, alguns foram atualizados recentemente, mas todos chegam à mesma conclusão: para além do desenvolvimento educacional, científico, tecnológico e em inovação, o investimento governamental no ensino superior traz elevados retornos econômico-financeiros para a sociedade.

No artigo sobre as Instituições de Ensino Superior (IES) de São Paulo, intitulado “As três grandes universidades públicas paulistas valem o que custam? ” (2020), os pesquisadores Carlos Azzoni, Moisés Vassallo e Eduardo Haddad focaram na produtividade dos egressos em comparação com profissionais formados por outras IES e compararam esse diferencial com o investimento feito pela sociedade para realizá-lo.

O estudo consistiu em localizar no mercado de trabalho em 2018 os formados entre 2005 e 2015 pelas três universidades, e comparar seus níveis salariais com os dos demais profissionais de nível superior. A comparação de salários é equivalente à produtividade, pela lógica de que nenhuma empresa pagará salários superiores à contribuição que o empregado traz para o seu resultado. Os pesquisadores encontraram que egressos com graduação em uma das três IES paulistas teriam em 2018 níveis de produtividade 62% maiores em comparação a egressos de outras IES. Em valores, a renda dos egressos de um ano de formados ao longo de suas carreiras equivalia a um total de R$ 12,6 bilhões, comparado a R$ 10,98 bilhões do orçamento somado das instituições.

Para a UnB e a Unifei, foram calculados os impactos da ativação econômica regional associados à presença da IES na cidade. “Muitas vezes, principalmente em cidades menores, se fala ‘esses alunos vêm para cá só para fazer baderna’. E aí você traz números para discussão e mostra quanto do PIB da cidade é movimentado por esses estudantes, quanto gera de emprego”, diz o professor Moisés Diniz Vassalo, do Instituto de Engenharia de Produção e Gestão (IEPG) da Unifei. Economista de formação, ele é um dos pioneiros neste tipo de estudo e autor ou coautor em outras pesquisas sobre o tema.

O primeiro levantamento sobre a Unifei foi instigado pelo reitor à época que pretendia responder a um questionamento que se levantava na sociedade – e se disseminou durante o governo Bolsonaro – sobre a justificativa de se manter universidades federais com dinheiro do contribuinte.

“Aqui (em Itajubá, MG), o número é assustador: são 17% dos empregos da cidade gerados pela Unifei”, frisou Vassalo. “Em termos de renda, é um pouco menos, em torno de 4,5% do PIB. Mesmo porque, muitos dos empregos são de baixa renda, serviços domésticos que são contratados, caixa de supermercado, lanchonete, cozinheira, muito embora traga também um ecossistema de inovação com empregos de alta qualificação e salários, estes em menor número”, completou.

Um segundo aspecto é o que os usuários da universidade consomem no município, movimentando toda a cadeia de produção local, sejam alimentos, serviços públicos e privados, transportes, entretenimento ou vestuário. Os produtores locais, por sua vez, têm seus fornecedores em outros municípios ou estados e assim por diante, ativando, portanto, toda a economia da região e do País.

A questão da empregabilidade também é forte na UnB, com os estudos apontando a geração de quase 45 mil postos de trabalho na capital federal, diretos, indiretos e induzidos. Isso significa que a taxa de desemprego local subiria de 13,2% para 16,9% se a UnB não existisse, considerando os dados de 2019.

Vassalo já tinha experiência neste tipo de estudo de impacto econômico, tendo analisado desde jogos de futebol, Fórmula 1 e até investimentos no setor petrolífero. A abordagem no caso das universidades é basicamente a mesma: entender como a instituição movimenta a economia da cidade. “A universidade traz alunos de fora, esses alunos deixam de gastar em seus locais de origem, e gastam aqui. Muito dinheiro é despejado na economia da cidade com a folha de pagamentos, servidores, técnicos administrativos, professores, custeio, investimento”, explicou.

A metodologia utiliza uma técnica que se chama análise de insumo-produto interregional, em que é feito um mapeamento da inter-relação entre setores econômicos da cidade e desta com os de outras regiões. Os dados são provenientes da chamada “matriz insumo-produto”, um indicador calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para o Brasil como um todo e regionalizado pelo Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP.

Em estudo similar ao realizado para as três universidades estaduais paulistas, a partir da RAIS – registro de todos os trabalhadores formais do Brasil –, os pesquisadores identificaram em Itajubá que nos dez anos anteriores, um egresso da Unifei tinha um salário médio da ordem de R$ 8,4 mil mensais, comparado a R$ 5 mil da média dos trabalhadores brasileiros com ensino superior. Ou seja, a Unifei gera uma renda de R$ 3,4 mil mensais a mais para seus formandos. Esse valor a mais é o diferencial por um ensino que proporcionou àquele egresso um ganho de produtividade reconhecido pelo mercado, que o coloca em vagas onde ele produz mais do que isso, explica Vassallo.

Esse diferencial será carregado ao longo da vida desse trabalhador que, por hipótese, se forma com 23 anos (a idade média é entre 22 e 25 anos dos formados naquela IES) e vai se aposentar com 63 anos (algo entre 62 e 65). “Ele vai ficar 40 anos trabalhando, ganhando esses R$ 3,4 mil a mais. Isso é geração de renda por ter sido mais produtivo, o que ele vende vale mais, porque o trabalho dele é mais qualificado”, acrescenta.

O estudo de Vassalo projetou a geração de renda adicional dos egressos pelo período de vida economicamente ativa média da população brasileira, trazendo o valor presente e multiplicando pelo número de formados na Unifei anualmente. O cálculo levou a um valor estimado de R$ 700 milhões que, considerando uma carga tributária para esta faixa de renda em torno de 30%, correspondem a pouco mais de R$ 210 milhões, que é próximo do valor do orçamento anual da Unifei (na época do estudo).

Empregabilidade da pós-graduação

Em se tratando de pós-graduação das IES públicas, os resultados em termos de empregabilidade também são significativos, atesta o biólogo Carlos Frederico Martins Menck, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). Embora não tivesse um estudo específico, Menck garante que há dados concretos nas estatísticas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) que comprovam o alto retorno em geração de emprego e renda.

Como avaliador dos Programas de PósGraduação (PPG) da área de Biologia, Menck contou ter ficado surpreso com o percentual de egressos que saíam empregados e trabalhando em área relacionada de todos os PPG: mais de 60%. “O ‘pior’ dos programas era 60 a 65%” relatou.

A Capes não tem divulgado estes dados, mas Menck – que teve contato com eles em seu trabalho de avaliação – afirma que também são fundamentados na RAIS e mostram “claramente” que, em todos os programas de pós-graduação, as pessoas que conseguem concluí-los saem com salários “bem maiores que a média do mercado”. “Óbvio que dependendo da área. Por exemplo, computação é mais, biologia, é menos”, acrescenta. Para ele, o elevado nível de empregabilidade de pós-graduados mostra que “o sistema funciona”.

A capacidade de geração de empregos da pós-graduação tem acompanhado um processo de expansão e descentralização dos programas que teve um ápice na primeira década dos anos 2000 e prosseguiu mesmo a partir de 2015, quando o orçamento federal para os PPGs começou a ser drasticamente cortado. De acordo com Menck, embora o número de PPGs ainda seja maior no Sul e Sudeste do País, ele vem aumentando mais nas outras regiões. “A pós-graduação está indo para o interior, para os estados menos favorecidos”, afirmou.

Outro dado relevante é que o número de pós-graduações de excelência – notas 6 e 7, que são nível internacional –, está caminhando também para o Norte-Nordeste (veja infográfico na página 6). “Tínhamos apenas uma pós-graduação nota 6 em 2007 na Região Norte. Em 2017, dez anos depois, a gente tem 7 no Norte. São quatro no Pará, 3 no Amazonas. Certamente esses números vão aumentar”, diz, otimista, o professor do ICB-USP. Os dados devem ser divulgados ainda em 2022.

No período analisado, os PPGs sofreram fortes restrições orçamentárias, seja no financiamento das IES, seja nas bolsas de estudos que acumulam mais de 60% de defasagem desde 2013. Apesar disso, os programas avançaram. Menck dá uma explicação: “A minha interpretação é um pouco da inércia de um crescimento que vinha de antes”, completou. Ele acredita que, por causa da pandemia, muitos projetos foram “tirados da gaveta” e resultaram em produção científica. “Os efeitos das restrições orçamentárias, no entanto, devem de fato aparecer nas análises a partir de 2021”. (JR)


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segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

MCTI FORTALECE DIÁLOGO COM INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO


Ministra Luciana Santos recebeu representantes do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

                                                                        Foto: LUARA BAGGI


Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, recebeu, na quinta-feira (26), reitores e representantes do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif). Durante o encontro, o presidente do Conif, Cláudio Alex Jorge da Rocha, defendeu o diálogo junto ao Ministério e a realização de parcerias. Já a ministra salientou a importância do trabalho realizado pela rede de Institutos e Centros Federais de Educação Tecnológica, que reúne diversos saberes em mais de 600 unidades em todo o país.

Essa rede fez uma revolução lá atrás. Os Institutos Federais foram uma grande revolução em termos de qualidade e de alcance na interiorização da educação no país”, avaliou Luciana Santos. “O MCTI está de portas abertas para estabelecer fluxo de diálogo permanente para ajudar nesse grande desafio, mas que é nobre, porque transforma a vida das pessoas”, completou.

“Precisamos do diálogo com o MCTI para construir políticas públicas e melhorar a infraestrutura”, acrescentou o presidente do Conif.

Interiorização – Reitora do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), Leopoldina Camelo chamou a atenção para a interiorização da educação e da pesquisa científica, processo promovido pela Rede Federal, e que teve, como consequência, geração de renda e desenvolvimento.

“Chegamos a territórios que vivem às margens dos grandes centros. Hoje temos 1,5 milhão de estudantes nos lugares mais distantes”, comentou. “Precisamos do apoio do MCTI para que haja desenvolvimento científico e tecnológico nos rincões desse país. Temos jovens sedentos de aprender e mudar sua realidade.”

Outro ponto de destaque da reunião foi a popularização da ciência, abordada pela reitora Luciana Massukado, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB). “Temos uma grande capilaridade e podemos ajudar na divulgação científica, nas grandes feiras, trazendo oficinas e protótipos para despertar a ciência e para estimular jovens de forma interativa”, afirmou. 

Fonte:

Jornal da Ciência SBPC