sábado, 22 de fevereiro de 2020

A TOMADA DE MONTE CASTELO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL FOI A MAIOR VITÓRIA DA F.E.B. NESSA GUERRA!

serpente fumando cachimbo
O Brasão bordado da Força Expedicionária Brasileira (FEB): A cobra fumando um cachimbo, criação do Tenente-Coronel Senna Campos.

A famosa expressão se tornou lema da Força Expedicionária Brasileira (FEB), durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), e deve sua popularização ao então Presidente Getúlio Vargas que, diante do inimaginável caso de o Brasil entrar na guerra contra a Alemanha de Adolf Hitler, teria dito: “é mais fácil uma cobra fumar cachimbo do que o Brasil entrar na guerra”… Algum tempo depois tudo mudou, a cobra fumou e o Brasil foi à guerra!

A ordem era capturar a crista que corre do Monte Belvedere para noroeste, inclusive Monte Castelo, a fim de impedir que o inimigo mantivesse sob sua vista a estrada 64, que ligava Pistóia, a Porretta Terme e Bolonha. Nessas poucas linhas a instrução de operações n.º 71, de 26 de novembro de 1944, inaugurava a saga que se tornaria símbolo da ação da Força Expedicionária Brasileira na Itália: a campanha para a tomada de Monte Castelo, conquistados pelos soldados brasileiros há 75 anos. 

Monte Castelo

A instrução era do comando do IV Corpo de Exército e foi enviada ao general Mascarenhas de Moraes, comandante da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária. O primeiro ataque ao monte reuniu três batalhões de infantaria brasileiro, três grupos de artilharia e três pelotões de carros de combate americanos. Os brasileiros avançaram no dia 29, um dia depois de os alemães terem expulsado as tropas americanas que haviam tomado o Monte Belvedere. O ataque fracassou. As baixas chegaram a 190 entre os combatentes. 

Seria preciso outro ataque – 12 de dezembro, que parou na reação alemã em meio ao nevoeiro e ao imenso lodaçal que se formara com a chuva  – para que o comandado da FEB chegasse à conclusão de que a elevação só poderia ser tomada por meio da ação combinada de duas divisões, com o que o comando do 5.º Exército, ao qual a FEB estava subordinada, concordou. 

A ofensiva só foi retomada em fevereiro de 1945. “Se prepara que amanhã nós vamos tomar Monte Castelo”. Foi assim que o soldado Juventino das Silva, veterano da FEB contou em vídeo preparado pelo Comando do Exército como soube que reiniciaria a marcha paralisada em dezembro. Era o dia 20 quando a tropa foi informada. Ali também estavam o coronel Amerino Raposo, então tenente de artilharia e outro entrevistado pelo Exército, o sargento artilheiro Boris Schnaiderman e o sargento Newton Lascalea, que pertencia a uma companhia de petrechos pesados. 

Na manhã de 21, a tropa partiu às 5h30 para tomar a posição – um dia antes, conforme o plano, a 10.ª Divisão de Montanha conquistara Monte Belvedere. “Monte Castelo custou muito caro à FEB: 478 brasileiros tombaram em combate, sendo 103 no último dos três ataques. O supremo sacrifício não fora em vão”, escreveu o general Edson Pujol, comandante do Exército, em sua ordem do dia sobre a data, comemorada em todas as unidades da Força. 
Com a queda do monte, não só caía o maciço de cristas, que abria o caminho para Bolonha e para o Vale do Pó, prenunciando o fim da guerra na Itália, mas também a FEB conquistava um dos símbolos  – o mais conhecido deles  – de sua campanha na Itália.

Cinco livros para ler sobre a FEB:

A FEB pelo seu Comandante; J.B. Mascarenhas de Moraes (Editora Biblioteca do Exército)
O Brasil na Segunda Guerra Mundial, Teresa Isenburg (22 Editorial)
Barbudos, Sujos e Fatigados, soldados brasileiros na 2.ª Guera Mundial, Cesar Campiani Maximiano (Grua Livros)
Guerra em Surdina, Boris Schnaiderman (Cosac & Naify)
Crônicas da Guerra na Itália, Rubem Braga (Record)


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