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Costa participou, nesta sexta-feira (5/6), do webinar promovido pelo JOTA em parceria com o Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper. Estavam presentes também Tadeu da Ponte, mestre em Matemática pelo IME-USP, professor e coordenador do Centro de Educação do Insper, e Jorge Lira, professor titular do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Segundo Ponte, “uma vez que passamos a utilizar ferramentas e tecnologias para ensinar, não voltamos ao estado anterior”. Para ele, é como se os estudantes não se lembrassem mais dos modelos de ensino anteriores à pandemia, havendo a criação de uma descontinuidade ou disrupção no aprendizado.
O conceito de “disrupção” não pertence ao dicionário português. Costa explica o termo traduzindo-o para “descontinuidade”, dentro dos processos educacionais. Quando uma criança aprende a andar, ela não precisará mais engatinhar. Isso não significa que ela não sabe praticar o movimento, e sim que não faz mais sentido. De acordo com a professora, “todo processo de disrupção é um processo de aprendizagem”.
A avaliação foi uma das partes mais afetadas pelo ensino à distância. Segundo Ponte o método “não é só importante pelo ponto de vista de a escola avaliar a aprendizagem dos alunos, mas também é indutora de comportamentos e atitudes. A avaliação faz com que o aluno se preocupe com os estudos”, diz.
Apesar das dificuldades enfrentadas atualmente no ensino, existem qualidades que foram desenvolvidas. “O WhatsApp trouxe ao professor uma intimidade maior para a deficiência que o aluno tem. Houve uma brecha, toda uma suspensão a pensar em como o currículo deve se aproximar dos percursos individuais dos alunos”, afirma Lira.
“A tecnologia, para aqueles que tiveram acesso, não gerou a percepção de um modelo melhor, que substitui o ensino tradicional. Ela expôs várias patologias que talvez ficassem um pouco mascaradas no dia a dia normal da escola e que temos uma oportunidade enorme de discutir”, afirma Costa sobre o modelo atual de ensino remoto. Para ela, o ensino brasileiro tinha muitas dificuldades e agora tem suas “rachaduras” mais visíveis.
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