sexta-feira, 21 de maio de 2021

GEOGRAFIA DA FOME: O BRASIL VOLTA AO MAPA DA FOME. JOSUÉ DE CASTRO SEMPRE ATUAL! QUANDO SUPERAREMOS ESSA SITUAÇÃO DE MANEIRA ESTRUTURAL?

                   

A fome bateu à porta dos brasileiros, revela pesquisa Datafolha.


O Brasil havia deixado o Mapa da Fome (um levantamento da ONU) em 2014. Segundo estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com dados de 2001 a 2017, o amplo alcance do programa Bolsa Família reduziu a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%.

Agora, o País vive, novamente, uma situação crítica. Pesquisa do Instituto Datafolha revela que um a cada quatro brasileiros diz que a quantidade de comida na mesa para alimentar a família foi menor do que o suficiente nos últimos meses, durante a pandemia da Covid-19. Mostra que 88% dos entrevistados disseram perceber que a fome no país aumentou.


Pelo estudo, a situação é mais sentida por mulheres, negros e pessoas menos escolarizadas. Em 35% das casas com crianças de até 6 anos, houve menos comida na mesa do que o suficiente. A fome foi mais sentida também entre moradores da região Nordeste.

A pesquisa mostra que quem recebeu auxílio emergencial do governo em 2021 (valor menor que no ano passado) é quem mais sentiu o peso da fome: 41%. Segundo o economista Francisco Menezes, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, a diminuição do auxílio é fator importante para explicar a fome medida pelo Datafolha.

DECISÃO POLÍTICA

A fome não é apenas um flagelo social. Tem relação direta com as decisões políticas tomadas por quem governa a Nação. Se o Brasil saiu do Mapa da Fome e os programas sociais, especialmente o Bolsa Família, tiveram papel importante, é porque a política aplicada foi para essa direção.

Quando o País volta a empobrecer sua população, certamente as políticas de governo (ou a falta delas) estão influindo para isso. O que se vê atualmente é o desmonte dos principais programas sociais, ao lado da falta de um projeto de desenvolvimento.

O Datafolha realizou 2.071 entrevistas presenciais, nos dias 11 e 12 de maio, em 146 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Fonte:

Peleja Blog

sábado, 8 de maio de 2021

HOJE, 08 DE MAIO DE 1945, O NAZISMO PERDEU! O FACISMO PERDEU! NA DATA DE HOJE A ALEMANHA NAZISTA SE RENDEU ENCERRANDO A II GUERRA MUNDIAL NA EUROPA.

                                               Marechal de Campo Wilhelm Keitel
                                                 Assinando a rendição incondicional da Alemanha

PORÉM, OS FATOS HISTÓRICOS NÃO SÃO LINEARES COMO MOSTRAM MUITOS LIVROS!

De fato a Alemanha assinou a rendição em 07 de maio de 1945, porém, o "ATO DE RENDIÇÃO MILITAR INCONDICIONAL", seguido de um cessar fogo, entraria em vigor no dia 08 de maio de 1945, às 23:01min. 

Mas, a quem se rendeu a Alemanha Nazista nesta data? Esse fato, não muito debatido deve ser esclarecido. 

Com a morte de Hitler, seu sucessor indicado pelo próprio Hitler, foi o Almirante Karl Dönitz, que por sua vez indicou o General Alfred Josef Ferdinand Jodl, como chefe da equipe de operações do Alto Comando das Forças Armadas. 

O General Jodl, foi indicado pelo Almirante Dönitz, para em Reims, França, assinar a rendição das tropas alemães. Contudo, a estratégia de rendição de Dönitz foi assinar a rendição aos aliados,  buscando uma negociação de ficar em paz com os aliados ocidentais e junto   eles fazerem frente à URSS. Essa estratégia não prosperou. A rendição foi assinada pelos aliados Walter Bedell-Smith, chefe do Estado-Maior do general Eisenhower e pelo general soviético Ivan Susloparov. O general francês François Sevez, adjunto do general Juin e chefe do Estado Maior da França Livre foi convidado a assinar no final da cerimônia na qualidade de simples testemunha. buscando uma negociação de ficar em paz com os aliados ocidentais e junto   eles fazerem frente à URSS. Essa estratégia não prosperou. 

Importante notar que, o General Dwight D. Eisenhower, não assinou a rendição, tendo em vista, não haver no ato de rendição um general alemão de hierarquia igual a sua, ficando no seu quartel de comando. Isso iria desdobrar em ato posterior.

Porém, Josef Stálin ao saber da rendição dos alemães aos aliados ocidentais sob comando dos EUA, não reconheceu essa rendição e fez um argumento que convenceu os americanos de realizarem outra rendição.

A alegação soviética foi que, Jodl, não era a patente militar mais alta das Forças Armadas Alemã, isso poderia criar um sentimento de traição, não reconhecimento e até quebra de hierarquia militar nas forças alemães, abrindo espaço para futuras contestações da rendição.

No dia 08 de maio de 1945, as três Forças Armadas alemãs foram representadas Marechal de Campo Wilhelm Keitel, Chefe do Estado Maior da Wehrmacht,  pelo General-Brigadeiro Hans Juergen Stumpff, comandante-em-chefe da Luftwaffe e o Almirante Hans Georg Von Friedeburg, da Kriegsmarine. dirigiram-se ao subúrbio de Karlshorst, e frente ao Marechal soviético Georgy Zhukov e de uma pequena delegação dos Aliados, assinou a rendição incondicional das tropas alemães. Agora sim havia uma rendição correta, a maior autoridade militar alemã se rendia a maior autoridade militar soviética na capital do seu país, Berlim. 
                                                         Marechal Zhukov de pé.

Contudo, o Marechal Keitel, solicitou 12 horas de tempo entre o início do cessar fogo geral e a divulgação da rendição oficial. Evitando que seus soldados pudessem responder a algum tipo crime por continuarem combatendo despois da rendição.

Com isso, a segunda rendição, por conta do fuso horário entre Berlim e Moscou ocorreu para os soviéticos no dia 09 de maio de 1945. Ela foi assinada Às 22:43min, de Berlim, do dia 08 de maio, enquanto que em Moscou já eram 00:43min do dia 09 de maio. Criando assim duas datas de comemoração da rendição alemã. Para os americanos e aliados ocidentais ficou sendo 08 de maio, para os soviéticos 09 de maio. Tanto que existe uma grande comemoração do Dia da Vitória até hoje na Federação Russa no dia 09 de maio, com desfile militar de grande imponência.

Fato é que foi no dia 08 de maio teve o cessar fogo oficial e nesse dia a assinatura da rendição entre as maiores autoridades militares envolvidas.

É preciso deixar claro que a II Guerra Guerra Mundial não acaba nessa data, acabam os combates na Europa, mas, na Ásia o fogo está a todo vapor entre Estados Unidos e Japão.


Fontes:
Opera Mundi

National Geografic

quarta-feira, 5 de maio de 2021

05 DE MAIO DE 1821: NAPOLEÃO BONAPARTE MORRE, NA ILHA DE SANTA HELENA

                                                                         Morte de Napoleão em Santa Helena - Carl Von Steuben

05 DE MAIO DE 1821: NAPOLEÃO BONAPARTE MORRE, NA ILHA DE SANTA HELENA

Ao vencerem Napoleão Bonaparte na batalha de Leipzig, as nações que lutaram contra o célebre general esperavam enterrar de vez as promessas liberais que fomentaram a chegada deste militar ao poder. Após a derrota de Napoleão houve o cuidado de isolar o imperador francês na ilha de Elba. A precaução aparentemente exagerada acabou por justificar-se quando Napoleão fugiu e voltou a França no chamado “Governo de Cem Dias”.

Tentando reassumir o poder, Napoleão Bonaparte acabou novamente derrotado na Batalha de Waterloo. Desta vez, preocupados em não cometer o mesmo equívoco, as forças que o venceram decidiram isolá-lo na ilha de Santa Helena, situada no Atlântico Sul. A grande preocupação da época era anular a figura de Napoleão sem que para isso fosse necessário matá-lo. Isso porque a morte pela espada poderia conferir ao antigo imperador a condição de mártir do ideário liberal.

Passados seis anos de isolamento em Santa Helena, Napoleão Bonaparte acabou por falecer de uma complicação gástrica não muito bem conhecida na época, a 05 de Maio de 1821. Com o passar do tempo, sugeriu-se que o estadista sofresse de algum tipo de cancro. No entanto, outros ainda debatiam sobre a possibilidade de Napoleão ter morrido por envenenamento.

Na segunda metade do século XX, vários cientistas mostraram-se interessados em descobrir de que modo o  imperador francês havia morrido. Na década de 1960, uma junta de cientistas britânicos conseguiu detectar a presença de arsénio no organismo de Napoleão ao analisar os  fios do seu cabelo. Sendo um tipo de veneno muito comum na época, diversas pessoas logo concluíram que os inimigos de Napoleão prepararam a sua morte pela ingestão da substância tóxica.

Passado algum tempo, algumas pesquisas colocaram em dúvida que o envenenamento tivesse ocorrido tendo em vista que diversos remédios dessa época integravam o mesmo elemento na sua composição. Em tempos mais recentes, a teoria de que Napoleão tivesse falecido devido a um cancro acabou por ser  comprovada pelas roupas do general. Com o passar do tempo, o tumor estomacal diminuiu o seu apetite e, consequentemente, provocou  o seu emagrecimento.

De acordo com a publicação Live Science, um estudo, liderado pelo pesquisador Robert Genta, comparou 50 imagens actuais de úlceras benignas e 50 cancros gástricos com as duas lesões de Napoleão descritas na autópsia original, uma grande, no estômago, e uma menor, que atravessou a parede estomacal e chegou até o fígado. Napoleão teve um caso severo de cancro que se espalhou para outros órgãos. Mesmo que tivesse sido tratado nos dias actuais, ele não teria muito mais do que um ano de vida.

Fonte:

05 DE MAIO DE 1818: NASCE O FILÓSOFO E HISTORIADOR ALEMÃO KARL MARX, AUTOR DE "O CAPITAL".

                       

                                                                                                             Karl Marx em 1875

Filósofo alemão nascido em Trèves (Renânia) a 5 de Maio de 1818. 

Filósofo alemão nascido em Trèves (Renânia) a 5 de Maio de 1818. Acerca dele se afirmou: «No século dezanove foi o pensador que teve, de longe, a influência mais directa, deliberada e poderosa sobre a Humanidade» (Isaiah Berlin). Sensível aos problemas sociais da época, foi influenciado pelas doutrinas do socialismo utópico de Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen e pelas teorias da economia política de Adam Smith e David Ricardo, que tentou superar.

O pensamento de Marx define-se essencialmente em oposição ao idealismo hegeliano, embora dele retome a concepção dinâmica da realidade e os princípios da dialética, reinterpretando-os à luz de uma concepção materialista. A crítica fundamental que faz a Hegel é a de que este apenas se apercebeu do desenvolvimento espiritual abstracto, quando a ideia não é mais que «a matéria, trasladada e transformada na cabeça do homem», provocando, simultaneamente, uma inflexão no agir filosófico, afastando-o do domínio puramente teorético para o inserir na esfera da intervenção prática - «até ao presente, os filósofos só se têm preocupado com a interpretação do mundo segundo várias óticas. Todavia, o problema está em ser capaz de o transformar». Recusando a transposição hegeliana do facto empírico para o plano metafísico, defende que não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas o seu ser social que determina a consciência. É a partir dessa premissa que Marx constitui o sistema do materialismo histórico, segundo o qual os processos económicos estão na base de toda a evolução da humanidade, considerando todas as restantes manifestações socioculturais como meras superestruturas ideológicas, estritamente determinadas pelas relações de produção vigentes.

A história das sociedades é encarada como um longo processo dialético em que as classes oprimidas, vítimas de relações de produção desiguais, se revoltam contra as classes dominantes, instaurando uma nova ordem económica. A luta de classes percorre, portanto, todo o devir da humanidade, desde a antiguidade (sociedade escravagista em que se opõe ao homem livre o escravo), passando pela sociedade feudal (oposição entre suserano e servo), até à sociedade capitalista, na qual a revolução do proletariado, através da abolição da propriedade privada e da coletivização dos meios de produção, suprimirá todos os antagonismos, instaurando o comunismo e a sociedade sem classes.

Marx debruçou-se em particular sobre a formação e a essência do capitalismo considerando que este se fundamenta numa apropriação indevida da mais-valia gerada pelo trabalho numa lógica de acumulação e concentração de riqueza que deixa completamente de lado a função social do trabalho e reduz o proletariado a um estado de alienação em que o trabalho deixa de ser um fator de realização pessoal. A religião, que classifica como «ópio do povo», associa-se a esse processo de alienação, prometendo aos proletários uma satisfação extramundana em troca da sua submissão à ordem estabelecida.

Marx morreu em Berlim a 14 de Março de 1883. O seu sistema, desenvolvido em grande parte em colaboração com Friedrich Engels (1820-1895) e imbuído de objetivos sociais reformistas e emancipadores, marcou decisivamente toda a filosofia política contemporânea.

Fonte:

Estórias da História


ANDIFES ALERTA A SOCIEDADE SOBRE NOVOS CORTES ORÇAMENTÁRIOS NA EDUCAÇÃO E NA CIÊNCIA





A Andifes, entidade que congrega os reitores das 69 universidades federais, alerta a sociedade brasileira sobre a realidade e as consequências da LOA 2021.

Em 27 de agosto de 2020, quando o Governo Federal enviou o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) ao Congresso, a mensagem já era preocupante para o país: a proposta trazia um corte no orçamento discricionário das universidades federais de 14,96%, equivalente a R$ 824.553.936 milhões em relação aos valores do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2020, que se somava a cortes ocorridos em anos anteriores.

O alerta continuou a soar quando a tramitação legislativa dessa peça fundamental para o funcionamento do País ficou paralisada por cerca de seis meses antes de iniciar sua discussão pelos parlamentares. A votação que deveria ter acontecido em 2020 acabou adiada para este ano em razão da pandemia de Covid-19, das eleições municipais, mas, sobretudo, devido a disputas políticas.

Somente no dia 10 de fevereiro de 2021 foi constituída a Comissão Mista de Orçamento com presidente e relator. Mais de um mês depois, em 25 de março, o Congresso Nacional finalmente aprovou o orçamento. Para maior surpresa da sociedade, com um novo corte de 176.389.214 milhões, -3,76%, totalizando uma redução no orçamento discricionário das universidades federais para 2021 de R$ 1.000.943.150 (Um bilhão, novecentos e quarenta e três mil, cento e cinquenta reais), -18,16% em relação a 2020. Dentro desse valor, R$ 177.624.565,00 diminuídos da assistência estudantil destinada aos alunos carentes (mais de 50% dos matriculados). O decréscimo atingiu todas as 69 universidades federais, no entanto com graus diferentes e sem critério conhecido.

Enfim, no último dia do prazo para sanção e após impasse entre governo e Congresso sobre aumento de emendas parlamentares e insuficiência de valores para gastos obrigatórios, segundo ampla divulgação na mídia, em 22 de abril, o presidente da república sancionou o orçamento para 2021, com vetos, confirmando assim a preocupante redução dos recursos destinados às universidades federais brasileiras, bem como na Saúde, Ciência & Tecnologia, IBGE, IBAMA, INEP, entre outros órgãos prestadores de serviços públicos.  Na mesma data, o Decreto 10.686 ainda bloqueou na lei sancionada R$ 2,7 bilhões do orçamento do MEC, alcançando as universidades federais em mais 13,89%.

Reconhecemos a fragilidade pela qual passa a economia brasileira nos últimos anos, agora agravada pela pandemia. A solução proposta pela EC 95 de sucessivos cortes no custeio e nos investimentos públicos, que caminha em direção contraria às medidas implementadas pelas economias que mais crescem no mundo, até o momento, se mostrou contraproducente. Observamos queda no PIB, inflação e desemprego crescentes. A seguir nesta rota, em breve os serviços públicos serão inviabilizados ou reduzidos a poucos brasileiros.

Mesmo em meio a tamanha dificuldade orçamentária, a rede de universidades federais tem se recusado a parar. Com ajustes que já chegaram ao limite, redução de despesa resultante da prevalência das atividades remotas, ao contrário, temos mantido nossas ações e nossa estrutura a serviço dos brasileiros, sobretudo, na luta diária contra o Coronavírus. Além do ensino, pesquisa e extensão, da formação de milhares de profissionais altamente qualificados, as universidades têm se dedicado às questões humanitárias que permeiam esse grave momento global. Não paramos nem um dia.

A pandemia pode acabar. O vírus não. Portanto temos que agir e nos precaver. Pelo menos três universidades federais estão desenvolvendo vacinas nacionais contra a Covid-19. No conjunto, há mais de 1.200 projetos de pesquisas nas diversas áreas do conhecimento em andamento, com expectativa de ampliação desse número. A rede federal de hospitais universitários, formada por 50 hospitais vinculados a 35 universidades, disponibiliza, desde o início da pandemia, mais de dois mil leitos para pacientes com Covid-19, sendo cerca de 1.300 leitos de enfermaria e em torno de 700 leitos de UTI. Nossos campi promovem desenvolvimento regional e nacional e garantem oportunidade a estudantes em todo o Brasil, pois estão situados em capitais e no interior. As limitações impostas pela LOA 2021 impactam todos esses esforços.

A par dessas drásticas decisões sobre o financiamento, no dia 23 de abril, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), confirmando a reconhecida qualidade do sistema de universidades federais, construído cotidianamente há anos, com os impostos e para benefício direto da sociedade brasileira, divulgou que 71% das instituições públicas federais têm Índice Geral de Cursos (IGC) 2019 4 e 5, notas máximas. São avaliações que atestam o claro retorno do investimento que se faz nas universidades federais.

Reduzir ou paralisar nossas atividades não é uma opção. Seria o mesmo que impor uma punição aos brasileiros, já tão agastados com a pandemia. Rever valores, conceitos e prioridades é o caminho para o qual conclamamos as autoridades.

Brasília, 03 de maio de 2021.

Andifes – A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior foi criada em 1989 para representar as universidades federais na interlocução com o governo federal, com as associações de professores, de técnicos administrativos, de estudantes e com a sociedade em geral.

UFSB

domingo, 2 de maio de 2021

PRAZER SENHOR MINISTRO, EU SOU A FILHA DO PORTEIRO!

                
                                        Gabriella Figueredo e os pais na formatura.ARQUIVO PESSOAL

A filha do ‘paraíba’ se formou com o programa criticado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no país onde a crise da educação “não é uma crise, é um projeto”, como afirmou Darcy Ribeiro.


Era janeiro de 2019, lá estava eu num hotel na Barra da Tijuca, onde seria a colação de grau dos formandos de Letras e dos demais cursos da PUC-Rio. Eu estava sentada, enquanto a cerimônia começava, meus pais muito distantes de mim, mas eu pensava neles, pensava no quão aquele dia era importante para nós.Um filme passou na minha cabeça. Lembro do dia em que comemorei a aprovação de uma grande amiga, também filha de porteiro, no vestibular da UFF. Ela havia passado para o curso de Direito. Gritamos juntas no telefone. Depois, seria eu que comemoraria minha aprovação na PUC-Rio. Nunca pensei que estudaria nessa universidade, nos primeiros dias de aula estava sempre nervosa. E ouvi quando estava no primeiro período de um morador do prédio onde meu pai trabalha que a PUC não era lugar para mim, pois era uma universidade muito cara.

Mal sabia ele que naquela universidade privada estudou a vereadora Marielle Franco e a deputada estadual do Rio de Janeiro, Renata Souza, ambas crias da Maré. Quando digitamos PUC-Rio no Google, em geral aparecem os ex-alunos famosos e ilustres, como o ex-ministro Pedro Malan, o ator Rodrigo Santoro e o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes. Porém, eu e muitos alunos da periferia, negros e não tão famosos, tivemos também a oportunidade de frequentar as salas de aula da universidade localizada na Gávea, Zona Sul do Rio. Isso só foi possível graças aos programas sociais como o Prouni, o Fies e as cotas raciais criadas nos governos Lula e Dilma. Eu tenho orgulho de ter estudado com alunos bolsistas Prouni, eram os primeiros da família a ingressarem numa universidade, como eu. Eu também tenho orgulho de ter visto alguns dos meus colegas da escola ―do ensino fundamental ao médio― receberem um diploma universitário. Muitos deles moradores da Rocinha e do Vidigal, filhos de empregadas domésticas, manicures e taxistas.

Eu fui aluna de escola pública, nunca a frase do grande Darcy Ribeiro fez tanto sentido desde a época em que o César Maia foi prefeito do Rio de Janeiro. “A crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto”. Eu escapei da aprovação automática porque conclui o ensino fundamental em 2004, e sou grata à minha professora de Português na escola Henrique Dodsworth, em Ipanema, que nos incentivava a gostar de ler. Lembro que na sétima série, ouvi de uma professora que o pai trabalhava vendendo alfinetes para pagar a sua escola particular. Ela era negra e não parava de repetir em suas aulas que deveríamos estudar e muito. Era algo que eu já ouvia dentro de casa, meus pais não puderam estudar e eu deveria aproveitar a oportunidade que eles me davam...

...
...Em novembro de 2020, já de volta ao Rio, fui tema de uma reportagem no EL PAÍS. Fiquei emocionada. Hoje, maio de 2021, escrevo este artigo em resposta à fala do senhor Ministro da Economia, Paulo Guedes sobre o FIES. 
Prazer, senhor Ministro, eu sou a filha do porteiro.

"A elite não aceita que filha do porteiro estude no exterior", diz mestranda brasileira na Europa."

Parece brincadeira, mas, essa matéria foi feita em novembro de 2020. Em 2021, o que poderia ter sido um "delírio" da estudante, uma fala de efeito para ser matéria, o tempo mostrou o quanto ela estava correta. A fala de Paulo Guedes, não foi mal colocada, não foi um deslize, não foi um acidente linguístico, não foi uma mal interpretação da sociedade. Foi de fato:
A FALA QUE REFLETE A CLASSE MÉDIA BRASILEIRA!

Leia reportagem completa em: 



Leia a matéria completa em:

sexta-feira, 30 de abril de 2021

30 DE ABRIL HITLER E EVA BRAUN SE SUICIDAM!

                                     Hitler segurando sua cachorra Blondi ao lado de Eva Braun, foto de junho de 1942.

Em 30 de abril de 1945, entre 15h e 16h, Adolf Hitler (56 anos) cometeu suicídio em seu bunker, em Berlim, por arma de fogo e também envenenamento por cianureto. Sua noiva Eva Braun (33 anos), com quem havia se casado pouco antes do suicídio, o acompanhou na morte ingerindo cianureto.

Seus corpos foram levados até a saída de emergência do bunker, colocados no jardim atrás da Chancelaria do Reich onde foram  encharcados de gasolina e queimados. Todo esse procedimento era para evitar que os corpos caíssem nas mãos dos soviéticos.

Os últimos dias de Hitler

Desde 16 de janeiro de 1945, Hitler se mudara para o Führerbunker onde passou a residir e a se reunir com seus altos oficiais. Ali ele acompanhou a rápida desintegração do Terceiro Reich frente os avanços dos Aliados nas duas frentes, leste e oeste. Sua doença também evoluiu rapidamente deixando-o enfraquecido e cada vez mais desleixado em seus trajes, sofrendo perdas de memória e incapaz de se concentrar.

Havia anos que ele sofria do mal de Parkinson, além de distúrbios gástricos e insônia crônica. Com paranoia crescente, Hitler perdeu o sentido de realidade dando ordens impossíveis de serem obedecidas como, por exemplo, deslocar tropas que não existiam mais (FEST: 2006).

Sua última aparição pública foi em 20 de abril, dia de seu aniversário, quando condecorou alguns membros da Juventude Hitlerista. Em um pronunciamento na rádio, Joseph Goebbels esforçou-se por manter o otimismo das tropas e da população alemã anunciando:

“A Alemanha é e continua sendo o país da lealdade. […] A história nunca pode dizer que nesse momento crucial um povo abandonou seu líder, nem que um líder abandonou seu povo. Esta é a vitória!”

Dois dias depois, diante das notícias de derrota iminente, Hitler teve uma explosão de raiva sem precedentes. Nesse momento, teria afirmado a sua vontade de cometer suicídio (ROPER: 1992).

No final de abril, as forças soviéticas tinham entrado em Berlim e começaram a avançar em direção ao centro da cidade onde estava a Chancelaria.

A notícia da execução de Benito Mussolini, seu aliado, na Itália, perturbou ainda mais Hitler confirmando sua vontade de cometer suicídio para não ter um destino semelhante. Pediu aos seus oficiais que destruíssem seu corpo para evitar qualquer exposição e humilhação pública.

A ocultação dos restos mortais

A cremação foi assistida por um grupo de oficiais, entre os quais estava Joseph Goebbels, ministro de Propaganda da Alemanha nazista. Parados junto à porta do bunker, eles ergueram os braços em saudação ao Füher. Goebbels e sua esposa Magda seguiram o mesmo caminho: suicidaram-se depois de terem matado, por envenenamento, seus seis filhos, entre 5 e 13 anos de idade.

Joseph Goebbels, sua esposa Magda e seus seis filhos. Atrás, com uniforme militar, o enteado de Goebbels, Harald Quandt , o único membro da família a sobreviver à guerra. Foto de 1 de janeiro de 1944.

Os corpos de Hitler e Eva, contudo, não ficaram complemente queimados e uma segunda queima foi necessária. Mas ela precisou ser interrompida com o intenso bombardeio que a artilharia soviética despejou sobre Berlim no final daquela tarde de 30 de abril e durante a noite. A Chancelaria ficou totalmente destruída.

As tropas soviéticas chegaram ao jardim da Chancelaria aproximadamente às 23h, cerca de 7 horas ou 8 horas após a morte de Hitler. Os soviéticos vasculharam toda a área à procura dos restos queimados.

Entre os dias 2 e 5 de maio, foram encontrados os restos carbonizados de Hitler, Eva, Goebbels e sua família, além dos cadáveres de dois cachorros que poderiam ser de Blondi e seu filhote Wulf, cães de estimação de Hitler.

Os restos mortais foram levados pelos soviéticos que lhes deram enterros sucessivos, sempre mantendo sigilo. Por razões políticas, a União Soviética, por décadas, não reconheceu que estava com os restos mortais e chegou a apresentar diferentes versões do destino de Hitler. Afirmou, inclusive, que ele não estava morto, mas havia fugido sob proteção dos Estados Unidos e até do papa! A figura de Hitler acabou servindo, no contexto da Guerra Fria, para a propaganda anticapitalista da União Soviética.

Enfim, os restos mortais são revelados

Em abril de 1970, por decisão de Yuri Andropov, diretor da KGB, os restos mortais de Hitler foram novamente exumados (estavam na Alemanha Oriental), cremados e as cinzas lançadas no rio Elba, em Magdeburg (BEEVOR: 2004), com exceção do crânio e mandíbulas – decisão motivada pelo “medo de que o local de sepultamento de Hitler se tornasse centro de peregrinação pela nostalgia do nazismo”.

Em maio de 2000, o crânio e uma fotografia da mandíbula de Hitler foram apresentados ao público em uma exposição organizada pelos arquivos estatais russos, em Moscou.

Em setembro de 2009, o semanário britânico The Observer afirmou que o fragmento de crânio era de uma mulher de 20 a 40 anos. A notícia era falsa, mas reanimou as teorias da conspiração em torno da morte de Hitler.

Recentemente, em março de 2017, o patologista forense Philippe Charlier, teve acesso aos restos atribuídos a Hitler – um fragmento de crânio e mandíbulas – mantidos, respectivamente, no Arquivo da Federação Russa e na sede do serviço secreto (FSB, ex-KGB). Charlie confirmou que a mandíbula era autêntica assim como os dentes foram identificados como sendo de Hitler. Confirmou-se, também, que Hitler não se matou com um tiro na boca.

Fonte:

FEST, Joachim. No Bunker de Hitler. São Paulo: Objetiva, 2006.

BEEVOR, Antony. Berlim 1945 – a queda. Rio de Janeiro: Record, 2004.

KERSHAW, Ian. Hitler: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

KERSHAW, Ian. O fim do Terceiro Reich. A destruição da Alemanha de Hitler, 1944-1945. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

ROPER, Hugh Trevor. The last days of Hitler. Chicago University, 1992.

MARCHAND, Leila. La maladie de Parkinson a pu influencer les décisions d’Hitler. Slate Fr. 1º julho 2015

O que dizem os cientistas que analisaram restos de Hitler sobre a morte do ditador nazista. BBC News Brasil. 24 maio 2018.

POPOVIC, Hélène Despic. Le crâne et les crimes d’Hitler. Une exposition moscovite rassemble des restes du Führer et des documents. Libération Fr,‎ 2 mai 2000.

Abertura Primeira página do jornal das Forças Armadas dos EUA, Stars and Stripes, anunciando a morte de Hitler, 2 de maio de 1945.

Fonte:

Ensinar História