sábado, 23 de outubro de 2021

PASSEIO CICLÍSTICO OUTUBRO ROSA - ITABUNA

Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente em outubro, com a intenção de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. A mobilização visa também à disseminação de dados preventivos e ressalta a importância de olhar com atenção para a saúde.

A Newbike juntamente com a Secretária de esporte e Settran Secretaria de Transporte e Trânsito promove um passeio ciclístico com apoio de grupos de ciclismo de Itabuna, para chamar a atenção da sociedade para o combate ao câncer de mama onde também o  Settran fará a conscientização do ciclística no transito.

O ponto de concentração será no pátio do Settran.

Horário 07h30min.

Previsão de saída 09h

O local terá Lanche e também avaliação com Nutricionista, massagem corporal, aferição de pressão arterial, aplicação com flúor, entre outros serviços que serão disponibilizados.

O evento tem também como objetivo de arrecadar alimentos para o Grupo Se toque  ( Grupo de apoio a mulheres com câncer ).

Inscrição 1kg de alimento não perecível.

Contamos com toda sociedade, o evento é para toda a família!!!

Link para inscrição:

INSCRIÇÃO: PASSEIO CICLÍSTICO OUTUBRO ROSA

terça-feira, 19 de outubro de 2021

DIREITOS TRABALHISTAS, REALIDADE SOCIAL E O MUNDO DAS FANTASIAS. OS ESTADOS UNIDOS NÃO COMENTADO. ARTISTICAMENTE DISSECADO.

                                                                              Crédito: Unsplash


Nomadland 

Reflexões sobre trabalho e previdência nos EUA

Estados Unidos estão longe de ser o ‘paraíso da classe trabalhadora

O filme “Nomadland” foi o grande vencedor do Oscar 2021, com uma trinca de respeito: melhor filme, melhor direção e melhor atriz. Para além de seus evidentes méritos artísticos, dentre os quais o fato de contar com alguns personagens não atores que interpretam magistralmente a si mesmos, a película merece ser assistida por quem estiver interessado em conhecer alguns dos dramas da classe trabalhadora americana no século XXI.

O filme é particularmente elucidativo e didático para aqueles supostos liberais brasileiros que acreditam que os EUA possuem um modelo “ideal” de relações de trabalho, motivo pelo qual, acreditam esses incautos, “todo mundo quer imigrar para lá”. A verdade crua é que a realidade dos trabalhadores americanos no século XXI está muito longe dos confortos que a estabilidade de um emprego lhes conferia 40 anos atrás, quando ter um trabalho formal significava integrar a classe média, com direito a uma boa casa financiada a juros baixos, carro novo na garagem e filho na universidade.

A personagem principal, Fern, interpretada pela grande atriz Frances McDormand (que despontou para o estrelato em “Fargo”, de 1996, sendo também a produtora do filme), é uma trabalhadora de escritório em uma mina de calcário que encerrou suas atividades depois de cem anos no estado de Nevada, durante a crise dos subprime. Seu marido trabalhava na mesma instalação e faleceu pouco antes do fechamento da empresa.  O casal morava em uma agradável “vila operária” construída pela companhia, a qual também deixou de existir com o fim da empresa.  Até o CEP local foi cancelado pelo governo…

Assim, de um golpe só, Fern perde tudo: o marido, o emprego, a casa e o endereço. Ela precisa guardar seus pertences em um depósito e passa a viver dentro de uma van. Aqui nos deparamos com uma realidade cruel do sistema de proteção social dos EUA. Embora tenha trabalhado durante toda sua vida, aos 60 anos Fern não tem renda suficiente para manter uma moradia digna e encontra dificuldade até para os gastos com seu veículo.

Ela obtém então um emprego temporário como trabalhadora manual, em um descomunal galpão de logística da Amazon, no mesmo estado de Nevada. O contraste com o “velho e bom emprego industrial” é flagrante, a começar pelo fato de que o trabalho é precário, apenas para o período de festas de fim de ano. Não há perspectivas de crescimento ou integração social com os demais trabalhadores e, muito menos, representação de sindicatos. O antigo trabalho na antiga mina de calcário proporcionava a Fern algo que em geral não entra na conta dos economistas: sociabilidade e solidariedade.

Findo o contrato na Amazon, Fern passa a integrar o contigente imenso de Trabalhadores Descartáveis da América. Depois de assistir a um filme de Bob Wells, um líder algo messiânico dos “nômades” dos Estados Unidos (um personagem da vida real), Fern decide levar uma vida errante pelas estradas do grande deserto americano que vai do Arizona à Dakota do Sul, pulando de um a outro emprego temporário, recebendo salários baixos e vivendo em acampamentos de vans.

Os acampamentos de “nômades” dos Estados Unidos acabam funcionando para os Trabalhadores Descartáveis da América como um possível espaço para restabelecer vínculos comunitários que o trabalho já não mais permite, através de uma rede de solidariedade e de trocas de pequenos bens e serviços.

Bob Wells parece querer desenvolver uma filosofia de vida minimalista, diante da “tirania do dólar”. Embora não se constitua propriamente em um movimento político, o estilo de vida nômade, que tem crescido muito nos EUA, é sem dúvida uma forma de contestação a um sistema de trabalho cada vez mais excludente. De acordo com o escritório do Censo dos EUA, em 2019 140 mil americanos declararam viver no seu automóvel. Esse número era de 102 mil em 2016, ou seja, um crescimento de aproximadamente 40% em apenas três anos.

“Nomadland” suscita reflexões políticas em um momento oportuno, quando muitos acreditam que a Revolução Digital melhorará a vida de todos, inclusive da classe trabalhadora. Como todas as demais etapas da Revolução Industrial, esta provocará progresso e também sofrimento, principalmente para quem está fora do sistema. E o filme nos lembra que ter um trabalho precário hoje nos Estados Unidos não garante sequer que você está dentro do sistema.

Matéria original em:

Jota Informações 

Texto de:

CÁSSIO CASAGRANDE – Doutor em Ciência Política, professor de Direito Constitucional da graduação e mestrado (PPGDC) da Universidade Federal Fluminense – UFF. Procurador do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro.

domingo, 3 de outubro de 2021

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA É PROCESSADO PELA DPU POR LIBERAR USO DE CLOROQUINA

Reuquinol (hidroxicloroquina), do laboratório Apsen (Foto: Márcio Pinheiro/SESA)

Defensoria diz que CFM contribuiu para agravamento da pandemia e pede reparação de não menos que R$ 60 milhões.

A Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou ação por danos morais coletivos contra o Conselho Federal de Medicina (CFM) em razão da aprovação, em abril de 2020, de parecer que liberou o uso de cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19.

A petição foi protocolada nesta sexta-feira (1/10), na 22ª Vara Cível de São Paulo, com assinatura do defensor público federal João Paulo Dorini, também defensor regional dos Direitos Humanos de São Paulo. O processo é o 5028266-85.2021.4.03.6100.

O parecer propunha considerar o uso dos medicamentos, naquele momento, sem eficácia comprovada contra a doença em pacientes com sintomas leves, importantes e críticos – neste último grupo, apenas o uso compassivo. Posteriormente, o Ministério da Saúde reconheceu que os medicamentos são ineficazes contra a Covid-19 e podem causar efeitos colaterais.

No documento, o CFM também incluiu a afastabilidade do artigo do Código de Ética Médica que veda o uso de medicamentos cujo valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente.

Um dia antes da ratificação do parecer, narra a DPU na petição, o Conselho Nacional de Saúde publicou a Recomendação 41, de 22 de maio de 2020, recomendando a suspensão imediata de orientações sobre o “tratamento precoce” a pacientes infectados pelo novo coronavírus. A mesma linha seguiu o Conselho Federal de Farmácia.

Apesar dos posicionamentos contrários e embora diversos estudos internacionais e os próprios fabricantes não recomendassem o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina a pacientes com Covid-19, o CFM disse que não mudaria sua postura.

A DPU, então, indagou o Conselho sobre a manutenção do parecer. A resposta foi que o documento exaltava a autonomia do médico e do paciente na utilização da medicamentos e procedimentos.

Ao ajuizar a ação, a DPU ressalta que a força da orientação de uma atividade como o CFM reverbera em toda a atividade médica e, por isso, o parecer deveria ser mais cuidadoso. “O CFM não pode dizer o que quiser, apesar da ciência. Tampouco ‘interpretar’ a ciência, como se algo normativo fosse. A autonomia do CFM é a de mudar e alterar suas decisões a todo o tempo sempre que novos conhecimentos científicos estejam à disposição”.

Sobre a alegada autonomia médica, diz a DPU: “A autonomia médica não se confunde com a possibilidade de utilização de qualquer tratamento. Ela se limita ao conhecimento científico disponível, podendo o médico adotar, de acordo com as condições do paciente, o tratamento que melhor se adequa àquela particular situação”.

Por considerar que o CFM contribuiu para o agravamento da pandemia, a Defensoria pediu:

  • Liminarmente, para que o parecer perca a eficácia;
  • Liminarmente, para que o CFM oriente ostensivamente a comunidade médica e a população em geral sobre a ineficácia da cloroquina e da hidroxicloroquina;
  • Condenação por danos morais coletivos, em valor não inferior a R$ 60 milhões
  • Condenação a indenização a familiares de pacientes tratados com cloroquina e hidroxicloroquina e que morreram ou tiveram sequelas
  • Condenação do CFM a custear os tratamentos para as pessoas descritas no item anterior

“Não há dúvida de que as ações e omissões erráticas do Conselho Federal de Medicina contribuíram decisivamente para um quadro sociocultural de diminuição da gravidade da pandemia, de normalização das infecções e das mortes, e divulgação de tratamentos precoces milagrosos para o enfrentamento da pandemia, que desestimularam em parcela da população a adoção de medidas efetivamente eficazes”, afirma a DPU.

Com informações de:

Jota Informações

sábado, 25 de setembro de 2021

DESDOBRAMENTOS DA GUERRA COMERCIAL ENTRE CHINA E ESTADOS UNIDOS: APÓS LIBERTAÇÃO DE FILHA DO FUNDADOR, HUAWEI DIZ QUE VAI SE DEFENDER DE ACUSAÇÕES DOS EUA

 


A gigante das telecomunicações chinesa Huawei afirma neste sábado (25) que irá se "defender" contra as alegações dos Estados Unidos de que contornava as sanções contra o Irã. A declaração ocorre após o anúncio de um acordo na Justiça americana que permitiu a libertação de Meng Wanzhou, diretora financeira e filha do fundador do grupo. Ela passou quase três anos detida no Canadá. Pequim libertou, por sua vez, dois canadenses que sofreram retaliações nesse imbróglio jurídico-diplomático. 

Meng Wanzhou foi libertada na sexta-feira (24) da prisão domiciliar que cumpria no Canadá no âmbito de um julgamento de extradição para os Estados Unidos, que a acusava de fraude bancária, após um acordo alcançado entre as partes para "adiar" as diligências judiciais. Uma juíza canadense encerrou o processo de extradição contra a executiva e ordenou o levantamento de suas condições de fiança, colocando fim a uma saga legal de quase três anos. Meng embarcou rapidamente com destino à cidade chinesa de Shenzhen.

Logo depois, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou a libertação de dois cidadãos canadenses que estavam presos na China desde o final de 2018. As detenções de Michael Kovrig, ex-diplomata em posto em Pequim, e Michael Spavor, um especialista na Coreia do Norte, sempre foram consideradas por Ottawa como uma retaliação pela prisão de Meng.

Acordo

A decisão da presidente adjunta da Corte Suprema da Columbia Britânica, Heather Holmes, foi tomada depois que a defesa de Meng chegou a um acordo de adiamento do processo legal com o Departamento de Justiça dos EUA para evitar acusações de fraude por graves crimes. Anteriormente, o Tribunal Federal do Brooklyn havia dado aval a este acordo, a fim de acabar com o imbróglio judicial que complicou as relações entre as duas potências.

O governo dos Estados Unidos propôs "adiar" o processo contra a empresária até o final de 2022 se antes de 1º de dezembro o pacto não for impugnado ou rompido. A partir dessa data, as autoridades dos EUA retirarão todas as acusações.

Segundo a advogada do governo, Nicole Boeckmann, a acusada admitiu ter desempenhado um "papel fundamental" no esquema financeiro que a Huawei orquestrou para poder continuar a fazer negócios com o Irã e contornar as sanções impostas por Washington ao país. Meng respondeu em chinês às perguntas da juíza do Tribunal Federal do Brooklyn, Ann M. Donnellya, durante uma vídeochamada.

Saga de três anos

Meng Wanzhou, de 49 anos, filha do fundador da Huawei Ren Zhengfei, foi detida em 1º de dezembro de 2018 no aeroporto canadense de Vancouver a pedido de Washington. A Justiça americana a acusou de ter mentido para um executivo do banco HSBC durante uma reunião em Hong Kong em 2013 sobre os vínculos entre o grupo chinês e uma subsidiária chamada Skycom que vendia equipamentos para o Irã. A empresária sempre negou as acusações das autoridades dos EUA. A defesa acusou repetidamente funcionários canadenses e norte-americanos de "abuso" processual e pediu sua libertação.

Dias após a prisão de Meng no Canadá, a China deteve o empresário canadense Michael Spavor – que em agosto foi condenado a 11 anos de prisão por espionagem e roubo de documentos confidenciais de Estado – e o ex-diplomata Michael Kovrig, provocando uma séria crise diplomática entre Pequim e Ottawa.

Logo após a notícia da soltura de Meng e sua partida para a China, Trudeau anunciou que Pequim havia libertado os dois canadenses. "Há 12 minutos, o avião que transporta Michael Kovrig e Michael Spavor deixou o espaço aéreo chinês e se dirigia ao Canadá", informou o premiê em entrevista coletiva. 

Sanções

Pequim acredita que o governo dos Estados Unidos, então liderado por Donald Trump, buscava sobretudo enfraquecer a Huawei, empresa chinesa líder mundial em equipamentos e redes 5G, sem equivalente do lado americano.

Desde 2019, a Huawei tem sido objeto de sanções do governo dos EUA, que a acusou de espionagem em seus telefones em favor da China.

Desde então, a companhia chinesa não pode acessar tecnologias americanas para seus produtos, como o sistema operacional Android, de propriedade do Google e usado por quase todos os fabricantes de smartphones, exceto a Apple. Devido às sanções, a Huawei também não pode acessar certos componentes para suas redes e smartphones.

O resultado é que o grupo chinês foi expulso do pódio global de fabricantes de smartphones, após chegar a ultrapassar brevemente a Samsung e a Apple. No final de 2020, a Huawei estava em sexto lugar em termos de vendas. No primeiro trimestre deste ano, suas vendas na China caíram 50% no comparativo anual, de acordo com a firma de análises Canalys.

SAIBA MAIS:

Guerra de gigantes dentro do capitalismo

Com informações da:

rfi

sábado, 18 de setembro de 2021

COMANDANTE DO EXÉRCITO ALERTA TROPA A TER 'MUITA CAUTELA COM O QUE CIRCULA NAS MÍDIAS SOCIAIS'.


Num vídeo de oito minutos, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Oliveira, enviou uma mensagem para os cerca de 220 mil militares, no qual alerta a tropa para cuidados com as informações que circulam nas mídias sociais e reforça o compromisso de hierarquia e disciplina.

O general pede na mensagem que seus subordinados confiem na "leitura" que seus superiores fazem dos acontecimentos do país.

"Vivemos em um ambiente informacional, dinâmico e volátil. Nesse espaço, flui um volume avassalador de informações. Conseguir processar tamanha quantidade e delas extrair os conteúdos mais fiéis exige busca da verdade dos fatos", diz o general, que, na sequência faz o alerta aos militares.

"Por isso, muita cautela com o que circula nas mídias sociais. Analise com critério e faça a correta interpretação do que acessam ou recebem, mas principalmente confiem ainda mais nos seus comandantes e chefes em todos os escalões hierárquicos. Eles estão investidos de autoridade e responsabilidade para transferir a vocês a leitura mais profissional e ética dos acontecimentos. Além de orientá-los no correto caminho a seguir."

No filmete, o general exata a participação dos militares no 7 de Setembro, elogia a atuação nos desfiles enquanto as imagens exibem também todo o arsenal do Exército, como tanques e blindados. O general Paulo Sérgio diz no vídeo que o Exército continua "firme no cumprimento de suas missões constitucionais".

Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro fez discursos contra as instituições e sempre citava que o "seu" Exército estava de prontidão para agir, se necessário. Bolsonaro chegou a realizar um desfile de tropas fora de época, quando blindados da Marinha passaram em frente ao Palácio do Planalto, em 10 de agosto. O evento foi visto como uma afronta ao Congresso Nacional, que estava prestes a votar a emenda constitucional do voto impresso.

O comandante do Exército afirmou que a força tem o apoio da sociedade e encerrou sua fala à tropa com um "Brasil acima de tudo!", parte do slogan de campanha de Bolsonaro.

Fonte:

YAHOO

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (MAL DA VACA LOUCA) PODE BAIXAR O PREÇO DA CARNE BOVINA. OPORTUNIDADE DE COMER CARNE VOLTA À MESA DOS BRASILEIROS!

© Friboi/Divulgação

Frigoríficos podem remanejar os estoques destinados à exportação para o mercado interno se a resposta da China demorar muito Friboi/Divulgação

ENTENDA POR QUE A SUSPENSÃO DAS EXPORTAÇÕES DE CARNE PARA A CHINA PREOCUPA O SETOR

Quem acompanha as notícias do mercado agro lembra que na semana passada os pecuaristas ficaram tensos por conta de casos registrados da Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida popularmente como “mal da vaca louca”, em Minas Gerais e Mato Grosso. Imediatamente, a China suspendeu as importações. A decisão está prevista no acordo assinado entre os dois países quando há identificação positiva da doença.

Após o susto inicial, ficou comprovado que os casos foram atípicos, quando a encefalopatia se desenvolve no próprio organismo dos animais. Mas mesmo após a divulgação do relatório da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), as exportações para a China continuam suspensas. E, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, não há previsão para a retomada das compras.

Por enquanto, os frigoríficos exportadores seguem aguardando um posicionamento da China e torcem para uma resposta rápida. Os estoques destinados ao mercado externo ainda não foram remanejados para os consumidores brasileiros. Se a suspensão continuar por mais tempo, é possível que essa carne seja oferecida internamente – e os preços devem baixar momentaneamente.

A Arábia Saudita também anunciou na terça-feira (14) a suspensão da compra de carne bovina brasileira após a identificação positiva dos dois casos da doença. Embora seja mais importante como comprador de carne de frango, o país árabe pode acabar motivando atitudes semelhantes de outras nações.

Nesse impasse, alguns frigoríficos resolveram dar férias coletivas para seus funcionários até a situação se regularizar.

MSN


terça-feira, 14 de setembro de 2021

LAWFARE: UMA NOVA MODALIDADEDE GUERRA. SEM ARMAS DE FOGO: SUAS ARMAS SÃO APENAS COMPUTADOR, IMPRESSORA E PAPEL. AUXILIADOS PELA INTERNET E AS MÍDIAS.

  
Guerra no século XX
              
                                                             Guerra no século XXI

Alguém certamente havia caluniado Josef K, pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum”.

(O Processo. Franz Kafka)

O que é Lawfare? 

A etimologia do termo vem da junção das palavras “law” (lei) e “warfare” (guerra), a significar guerra jurídica.

Originalmente:

Lawfare significa o uso da lei como uma arma de guerra. Esta definição foi cunhada pelo Major General Charles Dunlap. Lawfare denota o abuso de leis ocidentais e sistemas judiciais para alcançar fins militares estratégicos ou políticos. Lawfare é inerentemente negativo. Não é uma coisa boa. É o oposto de perseguir a justiça. É arquivar processos ou inutilizar processos legais para intimidar e frustrar oponentes no teatro da guerra. Lawfare é o novo campo de batalha legal.” (2)

Lawfare como locução popularizou-se e alargou-se para abranger outros contextos que não apenas àqueles bélicos. E assim, em hodierna acepção, Lawfare:

“é uma arma destinada a destruir o inimigo, utilizando, mal utilizando, e abusando do sistema legal e da mídia, em vistas de conseguir o clamor público contra o inimigo.” (3)

A lei por conseguinte, torna-se forte instrumento na tentativa de destruir o outro, sobretudo por motivações políticas. O aspecto da legalidade – sistema judicial – dissimula a ilegal intenção e as arbitrariedades, prestando-se para tornar a vítima perseguida mais ainda indefensável, mormente porque isolada e estigmatizada por demais observadores, crentes da imparcialidade e correção do Poder Judiciário/Justiça.

Nesse sentido, uma característica fundamental da Lawfare seria o uso de acusações sem materialidade, incluindo-se também, entre suas manifestações, as seguintes:

– Manipulação do sistema legal, com aparência de legalidade, para fins políticos;

– Instauração de processos judiciais sem qualquer mérito;

– Abuso de direito, com o intuito de prejudicar a reputação de um adversário;

– Promoção de ações judiciais para desacreditar o oponente;

– Tentativa de influenciar opinião pública com utilização da lei para obter publicidade negativa;

– Judicialização da política: a lei como instrumento para conectar meios e fins políticos;

– Promoção de desilusão popular;

– Crítica àqueles que usam o direito internacional e os processos judiciais para fazer reivindicações contra o Estado;

– Utilização do direito como forma de constranger o adversário;

– Bloqueio e retaliação das tentativas dos adversários de fazer uso de procedimentos e normas legais disponíveis para defender seus direitos.

Acosso por meio de investigações policiais e processo penal carentes de tipicidade penal e do mínimo de provas de conduta de autoria ou participação em delitos, humilhação midiática, evidente comportamento antiético em relação à vítima perfaz grave e irreparável afronta ao acossado mas igualmente, à Constituição da República e ao Estado Democrático de Direito.

Não se pode olvidar que o Estado Democrático de Direito é conquista recente banhada em sangue.

O punitivismo como espetáculo depõe contra seus defensores que confundem autoridade e autoritarismo, moralidade e direito, criminologia midiática e liberdade de imprensa/expressão, indignação e imbecilidade, devido processo legal e politização do judiciário, delação premiada e direito ao silêncio, ilação e convicção, 2ª. Instância e trânsito em julgado, presunção de inocência e presunção de culpa, sistema recursal e patologia protelatória, competência e suspeição, inimigo e cidadão.

Assim, caríssimos leitores, em tempos tão sombrios de Lawfare, questionem cada notícia veiculada, cada cobertura midiática; indaguem cada argumento plasmado; critiquem cada justificativa adequada; desconfiem de cada procedimento legal, de cada interpretação jurisprudencial…repensem valores, não tenham certezas, desafiem-se!

Afinal, o Direito somente legitima-se quando solução para proteção de direitos, exercício da liberdade e paz.

Referências:

(1) Disponível em: http://justificando.cartacapital.com.br/2016/11/17/lawfare-representa-o-uso-indevido-dos-recursos-juridicos-para-fins-de-perseguicao-politica/ Acesso em: 09 abr. 2018.
(2) Disponível em: https://thelawfareproject.org/lawfare/what-is-lawfare-1/ Acesso em: 09 abr. 2018.
(3) Tiefenbrun, S. Semiotic Denifition of Lawfare. 43 Case W. Res. J. Int’l L. 29, 60 (2010). Tradução livre. Do original: “Lawfare is a weapon designed to destroy the enemy by using, misusing, and abusing the legal system ant the media in order raise public outcry against the enemy.”
(4) Disponível em: http://www.vermelho.org.br/noticia/288145-1 Acesso em: 09 abr. 2018.

Texto de: Ivanira Pancheri

Ivanira Pancheri é Articulista do Estado de Direito, Pós-Doutoranda em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (2015). Graduada em Direito pela Universidade de São Paulo (1993). Mestrado em Direito Processual Penal pela Universidade de São Paulo (2000). Pós-Graduação lato sensu em Direito Ambiental pela Faculdades Metropolitanas Unidas (2009). Doutorado em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (2013). Atualmente é advogada – Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Esteve à frente do Sindicato dos Procuradores do Estado, das Autarquias, das Fundações e das Universidades Públicas do Estado de São Paulo. Participa em bancas examinadoras da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo como Professora Convidada. Autora de artigos e publicações em revistas especializadas na área do Direito. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Penal, Processual Penal, Ambiental e Biodireito.

Fonte: