“A sociedade do trabalho e a sociedade do desempenho não são sociedades livres.
Elas geram novas coerções.
A dialética do senhor e escravo está, não em última instância, para aquela sociedade na qual cada um é livre e que seria capaz também de ter tempo livre para o lazer. Leva, ao contrário, a uma sociedade do trabalho, na qual o próprio senhor se transformou num escravo do trabalho.
Nessa sociedade coercitiva, cada um carrega consigo seu campo de trabalho. A especificidade desse campo de trabalho é que somos ao mesmo tempo prisioneiro e vigia, vítima e agressor. Assim, acabamos explorando a nós mesmos. Com isso, a exploração é possível mesmo sem senhorio”
– Byung-Chul Han, em “Sociedade do Cansaço”.[tradução Enio Paulo Gianchini]. São Paulo: Editora Vozes, 2015
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