terça-feira, 1 de outubro de 2019

INSETO SUL-AMERICANO QUE EMITE LUZ AZUL É DESCOBERTO POR BRASILEIROS

Neoceroplatus betaryiensis foi encontrado em uma reserva de Mata Atlântica no sul do estado de São Paulo.

Neoceroplatus betaryiensis foi encontrado em uma reserva de Mata Atlântica no sul do estado de São Paulo (Foto: Reprodução Scientific Reports)

Uma equipe de brasileiros descobriu o primeiro inseto sul-americano que emite luz azul e publicou o achado na revista científica Scientific Reports. O animal foi batizado de Neoceroplatus betaryiensis em homenagem ao local onde foi encontrado, a Reserva Betary, uma área particular de Mata Atlântica localizada no município de Iporanga, em São Paulo.

“Essa larva foi encontrada durante uma coleta de cogumelos bioluminescentes e chamou a atenção por emitir luz azul. Fungos e vagalumes não emitem essa cor de luz, então só podia ser um novo organismo”, disse Cassius Stevani, coordenador do trabalho, à Agência FAPESP.

Stevani explicou que espécies emissoras de luz azul só haviam sido identificadas na América do Norte, Nova Zelândia e Ásia, o que torna o achado ainda mais empolgante. Também de acordo com ele, apenas as larvas da espécie apresentam a característica.

Aparição surpresa

Tempos após levarem exemplares da larva ao laboratório, um dos animais tornou-se uma pupa também bioluminescente. Os especialistas esperavam, então, que dali surgisse um mosquito —, mas o aparecimento de uma vespa surpreendeu a equipe.


Segundo os pesquisadores, o inseto pertence a uma espécie da família Ichneumonidae, que é conhecida por depositar seus ovos dentro de larvas de outros insetos, que acabam gerando vespas adultas. 

A luz

Como todo ser bioluminescente, a nova espécie gera luz a partir da reação de um substrato conhecido como luciferina, que age junto a uma enzima, a luciferase. Por isso, os brasileiros acreditam que estudar essas substâncias pode ajudar também na criação de novas aplicações da bioluminescência.
Os especialistas pretendem continuar estudando os compostos e também espécie. “Já temos a fórmula molecular da luciferina. Sabemos quantos átomos de carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e outros elementos ela tem. Mas não sabemos como esses átomos estão ligados. Precisamos fazer experimentos como de ressonância magnética nuclear para elucidar a estrutura, o que espero que aconteça em breve”

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