quinta-feira, 14 de maio de 2020

A HIDROXICLOROQUINA SERVIU ATÉ O MOMENTO APENAS PARA DISCURSO POLÍTICO E DESVIO DE ATENÇÃO. APENAS NA PROMESSA! NADA CONCLUSIVO. O DISTANCIAMENTO SOCIAL AINDA É O DE MELHOR EFICÁCIA E COMPROVADA.



A Hidroxicloroquina se transformou numa polêmica nacional quando o presidente do Brasil seguindo o estilo do presidente estadunidense e sem base médico-científico começou a pregar que o medicamento era uma possível solução para a COVID-19. De entrevista com medicamento exposto até desentendimento com o ministro da saúde ocorreu.   

Vários países iniciaram estudos e aplicação da Cloroquina, muitos desistiram após início do tratamento, muitos continuaram e NENHUM DEU O VEREDICTO que a sociedade espera: TRATA OU CURA. Sempre resultados inconclusivos ou precisando de mais estudos aprofundados. 
 
A empresa PREVENT SENIOR, na sexta-feira 17 de abril, publicou na medRxiv, plataforma online que recebe artigos médicos antes de serem revisados e publicados em grandes periódicos científicos, um estudo sobre o uso da Hidroxicloroquina associada a Azitromicina.  Foi manchete em vários meios de comunicações, principalmente daqueles que apoiavam incondicionalmente seu uso nos pacientes com a COVID-19. Antes já era tratada como grande "salvadora", até teorias de conspiração para seu não uso foi jogada nas redes sociais, porém a comunidade científica não havia endossado ainda seu uso, apesar de ser uma medicação antiga no mercado, para tratamento de outras doenças. 

Passado o euforismo estratégico, a realidade começou a se impor sem clemência ou piedade. O Leito de Procusto, não perdoa aqueles que nele não se ajustam. O primeiro ponto que naquele momento lançava dúvidas quanto a eficácia específica do estudo/tratamento, foi admitido no próprio estudo: OS PACIENTES APRESENTAVAM SINTOMAS SIMILARES AO DA COVID-19 OU OUTRA ENFERMIDADE RESPIRATÓRIA, MAS NÃO HAVIAM SIDO TESTADOS ANTES PARA CONFIRMAREM A INFECÇÃO PELO SARS CoV2. E pelo tempo passado, parece, ao menos esse BLOG não teve acesso a informações posteriores, que os pacientes tivessem sido testados posteriormente para identificar se tinham o anticorpo ao SARS CoV2

Na Ciência, os resultados são o fim último da pesquisa, mas é a METODOLOGIA que o valida enquanto estudo/pesquisa. A pesquisa já nasce com um problema metodológico: NÃO SE SABIA QUEM TINHA OU NÃO A COVID-19. Um problema na origem. Está se aplicando um medicamento sem se saber se o paciente é portador da enfermidade a qual se busca estudar. 

“De uma maneira muito responsável, não consideramos que seja um estudo definitivo”. “Cabe numa situação dramática de uma pandemia. Apesar de não ser um estudo definitivo, perfeito metodologicamente, traz uma luz ao tema. Numa situação de normalidade, não faria sentido isso.” Palavras do Dr. Ricardo Esper, responsável pelo estudo.

A infecção pelo novo coronavírus é, por padrão, confirmada a partir de testes RT-PCRmais confiáveis do que os testes rápidos. Este estudo apresenta muitos problemas metodológicos. O estudo não é duplo-cego [quando nem os pacientes nem os pesquisadores sabem se os pacientes estão tomando a droga ou placebo], todo mundo sabe tudo que está acontecendo.

Já no dia 09 de maio um novo estudo apresenta um resultado onde não se confirma absolutamente nada do já esperado. O estudo observacional (ou seja, analisou informações de 1.376 pacientes que tinham sido tratados no Hospital Presbiteriano de Nova York (que é associado à Universidade Columbia e à Weill Cornell Medicine) entre 7 de março e 8 de abril (com acompanhamento até 25 de abril). O estudo publicado pelo The New England Journal of Medicine, por seu desenho, não coloca ainda um ponto final na questão da eficácia (ou falta de) da hidroxicloroquina.

Em síntese o uso ou não da hidroxicloroquina FICA A CRITÉRIO MÉDICO E DA CONCORDÂNCIA DO PACIENTE OU FAMILIARES. Nada diferente disso pode ser atestado como fato científico até o presente momento.














Folha -UOL 15/05/2020

Exame - Abril 15/05/2020

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