No dia 30 de
Março de 1867, o então presidente dos Estados Unidos, Andrew Johnson,
apresentou ao Senado uma proposta de compra de 1,5 milhão de quilómetros
quadrados do Alasca, então pertencente à Rússia.
Não foram poupadas críticas à compra do que alguns chamavam o "jardim dos ursos do presidente". O negócio foi aprovado pelo Senado por apenas um voto.
Para entender o contexto histórico da transacção, é preciso retroceder no tempo até 1853. Naquela época, a Rússia e a Turquia estavam em guerra. O Reino Unido e a França apoiavam os turcos no pequeno conflito que ameaçava tornar-se uma grande guerra. O distante território da Rússia além do Estreito de Bering, então chamado América Russa, estava indefeso a um ataque da Marinha britânica.
O grande território gelado possuía apenas alguns centros de revenda de peles e alguns fortes militares. Uma companhia russo-americana que controlava o comércio na região foi encarregada oficialmente, em 1854, de fazer a proposta de venda aos Estados Unidos. Na realidade, a Rússia precisava de dinheiro.
Quando Washington acenou com a disposição de negociar, o Reino Unido comprometeu-se a respeitar na guerra o território em questão e o esboço do contrato de venda desapareceu misteriosamente. Mas a miséria russa continuou e as poucas vantagens económicas do território fizeram a ideia da venda voltar à tona em 1857.
O grão-duque Constantino, irmão do czar Alexandre II, queria que a Rússia se concentrasse na sua política interna e achou que a América Russa era um luxo descabido na situação que o país vivia . Quando as negociações foram reiniciadas com Washington, começou a Guerra Civil Americana. Nos quatro anos seguintes, os planos foram novamente esquecidos.
Em 1866, as acções da companhia de comércio russo-americana caíram rapidamente e a empresa estava à beira da falência. A venda do território do hoje Alasca voltou a ser assunto, na Rússia e nos Estados Unidos. O enviado do czar à América, Eduard von Stoeckl, encaminhou a transacção e estava confiante. Afinal, escreveu, os Estados Unidos compraram a Louisiana à França, a Flórida à Espanha e o Texas e a Califórnia ao México.
A decisão da venda foi tomada em São Petersburgo em 16 de Dezembro de 1866. O então secretário de Estado William Seward era um expansionista convicto e viu na compra do Alasca a possibilidade de restabelecimento da ordem no continente. As negociações duraram quatro dias. O preço final ficou em 7,2 milhões de dólares, ou seja, 4,74 dólares por metro quadrado.
Desde 3 de Janeiro de 1959, o Alasca é oficialmente o 49º Estado norte-americano.
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