Fernando de Aragão e Isabel I de Castela assinaram no dia 31 de Março de 1492 o Decreto de Alhambra, que ordenou a expulsão de Espanha dos judeus que não se convertessem.
Em 1492, os reis
católicos tomaram Granada, expulsando definitivamente os muçulmanos da
península Ibérica. Senhores absolutos da Espanha e contando com o apoio do papa
Sisto IV, que reconheceu oficialmente a Inquisição espanhola numa bula de 1478,
os soberanos de Castela e Aragão assinaram o Decreto de Alhambra em 31 de Março
de 1492, que expulsou os judeus do reino espanhol. De acordo com esse texto,
todos os súbditos hebreus deveriam converter-se ao catolicismo ou partir.
Apesar da enérgica acção de Isaac Abravanel, funcionário da corte de Isabel de
Castela que tentou obter a anulação do decreto, as perseguições intensificaram-se.
Alguns vieram para Portugal, de onde foram expulsos em 1497. Outros atravessaram o estreito de Gibraltar para viver livremente a sua fé do outro lado do Mediterrâneo, em Marrocos. Muitos fugiram para o Oriente – para a Itália, para o leste da Europa, para o Egipto ou para a Palestina. Houve os que encontraram refúgio no Império Otomano, onde o sultão Bayazid II lhes ofereceu a sua hospitalidade. Os que ficaram (cerca de 150 mil) converteram-se, mas um grande número continuou a viver secretamente de acordo com a tradição judaica.
No Decreto, os Reis católicos ordenavam: “Que todos os judeus e judias de qualquer idade que residem em nossos domínios e territórios, que saiam com os seus filhos e filhas, seus servos e parentes, grandes ou pequenos, de qualquer idade, até o fim de Julho deste ano, e que não ousem retornar a nossas terras, nem mesmo dar um passo nelas ou cruza-las de qualquer outra maneira. Qualquer judeu que não cumprir este édito e for achado em nosso reino ou domínios, ou que retornar ao reino de qualquer modo, será punido com a morte e com a confiscação de todos os seus pertences”.
Os judeus não
convertidos tinham de sair de Espanha até 31 de Julho de 1492. Posteriormente o
prazo foi alargado até 2 de Agosto desse ano. O decreto foi escrito por Juan de
Coloma e assinado em Alhambra, Granada, reconquistada aos mouros em 2 de
Janeiro daquele ano.
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