segunda-feira, 30 de agosto de 2021

EVACUAÇÃO DE TALLIN: O DUNKERQUE SOVIÉTICO. таллинский переход начался утром 28...

Tallin atual. Foto: Rotas Turísticas

No final do verão de 1941, a Marinha Soviética viveu um dos dias mais sombrios. Em 28 de agosto, praticamente diante dos olhos das tropas alemãs, que tinham tomado Tallin, a Frota Vermelha do Báltico abandonou o porto da capital da Estónia, com milhares de civis e militares soviéticos, rumo a Leningrado. A travessia terminou com a perda de mais de 50 navios, mas salvando, mais que 13.000, civis, soldados, e marinheiros.


Tallin era a base principal da Frota Soviética do Báltico. A cidade estava bem preparada para repelir ataques do mar e do ar. O elo fraco da sua defesa eram as fortificações em terra, pois ninguém poderia imaginar que um inimigo pudesse cruzar a Lituânia e a Letónia e chegar na Estónia muito rapido.
Mas foi exatamente isso que aconteceu. Já no início de julho, as tropas germanas do grupo de exército norte, entraram em território estónio e, em 7 de agosto, atingiram a costa do golfo da Finlândia, isolando assim por terra a cidade das principais forças do exército vermelho. Mas mesmo nessa situação, o comando soviético não deu a ordem para evacuar Tallin, com a intenção de defendê-la até o final. Apesar de as forças de defesa da cidade serem muito pequenas e consistirem em unidades do 10 o Corpo de Fuzileiros, Marinheiros, NKVD e autodefesa local.



No dia 25 de agosto, a situação era crítica. As tropas soviéticas tinham sido empurradas para a principal linha defensiva nas proximidades de Tallin, e a artilharia alemã podia atingir toda a cidade e o porto com seus projéteis. Os navios da Frota do Báltico podiam agora também atirar no inimigo. Este apoio artilheiro foi muito útil para as tropas que cobriam a tão esperada evacuação da Frota do Báltico, anunciada pelo seu comandante, o vice-almirante Vladimir Tributs, em 27 de agosto.
Tallin atual. Foto: Rotas Turísticas

A subida a bordo das naves durou o dia todo e a noite, e foi realizada em um ambiente de caos e desorganização. Os navios estavam sobrecarregados, não havia espaço a bordo para muitos soldados, marinheiros e civis. A evacuação do material militar era uma quimera: armas máquinas eram simplesmente jogada no mar. Muitas das unidades do exército vermelho que lutavam com o inimigo nas ruas da cidade não conseguiram embarcar. Os alemães capturaram cerca de 11.000 soldados.
Em 28 de agosto, 225 navios da Frota do Báltico organizados em quatro comboios saíram de Tallin e foram para a base naval de Kronstadt na ilha de Kotlin, perto de Leningrado. De acordo com várias estimativas, estavam a bordo cerca de 37.000 pessoas, incluindo militares, civis e dirigentes da Estónia Soviética.
Os comandantes da Frota do Báltico sabiam muito bem que, desde julho, os alemães e os finlandeses estavam minando o golfo da Finlândia, mas não fizeram nada para contrariar esta situação. No final, foram por esses campos de minas marinhas que tiveram que passar, tornando-se a principal causa da tragédia dos navios.


Os comboios se deslocavam com extrema lentidão, seguindo a esteira dos varredores de minas Muitos navios soviéticos, ao serem atacados pela artilharia costeira do inimigo ou por torpedeiros finlandeses, saíam da estreita faixa que tinha sido limpa de minas, e atingiam um desses dispositivos e afundavam em poucos minutos.
A lenta massa de navios se tornou um excelente alvo para os aviões da Luftwaffe, que disparavam como se aquilo fosse uma prática de tiro. Mesmo que os pilotos alemães não conseguissem afundar um navio sozinho, o navio, ao ser danificado, muitas vezes desviava do seu curso e detonava uma mina.

De Bundesarchiv, Bild 141-0154 / CC-BY-SA 3.0, CC BY-SA 3.0 de, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=5418724
Não havia aviação soviética no céu. A evacuação ocorreu quando todos os aeródromos próximos de Tallin tinham sido destruídos. Os caças soviéticos só conseguiram dar cobertura aos comboios na etapa final da viagem.
No curso dos três dias que durou a jornada desde de Tallin, a Frota do Báltico perdeu de 62 navios, incluindo destoyeres, submarinos, dragaminas, lanchas de patrulha, navios da guarda costeira e torpedeiros. No entanto, a maioria dos navios perdidos (mais de 40) eram navios de transporte e auxiliares. Os alemães perderam 13 aviões.
De Mil.ru, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=65819119

Apesar das perdas, a Frota do Báltico que sobreviveu, era uma unidade preparada para o combate. Tendo passado por esta terrível experiência, não teve muito tempo para descansar. Apenas uma semana depois, começaram os intensos combates por Leninegrado, nos quais desempenharia um papel importante, na sua defesa.

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